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sábado, 6 de outubro de 2018

Beato Alano de La Roche, presbítero e missionário dominicano: o apóstolo do Santo Rosário.



Natural da Bretanha, onde nasceu em 1428. Muito jovem, ingressou na Ordem dos Frades Dominicanos em Dinan (Saint-Malo). Aperfeiçoou seus estudos em Paris (1453-1459), no convento de Santiago, onde completou seus estudos de teologia e filosofia.

Em 1459 foi designado para ensinar no convento de Santiago de Paris, mas não pôde exercer até 1461, porque um ano antes foi enviado para Lille, a fim de promover a reforma dos conventos à observância regular (da Regra), e foi devido a seus esforços que houve a adesão da conventos dominicanos de Lille e Paris à Congregação holandesa reformada (1464).

Alano foi enviado para trabalhar como escritor, pregador e comentarista nas casas da Ordem, também em Paris, Lille, Douai (1464), Ghent (1468), Rostock, onde se tornou mestre em teologia em 1473, e Zwolle.

Tinha inteligência privilegiada e era dotado de grande eloquência, rapidamente tornando-se um perfeito orador.


 Grandes sofrimentos pelos quais passou, por sete anos, nas mãos do demônio e o socorro da Virgem Maria, através da devoção ao Santo Rosário.

Durante sete anos o Beato Alano foi acometido por aridezes e infestações do demônio. Numa ocasião, quando mais especialmente atravessava um período de tremenda aridez, Maria Santíssima lhe apareceu no interior de sua cela para consolá-lo, e entregou-lhe uma corrente feita com seus próprios cabelos, na qual estavam entrelaçadas cento e cinquenta pedras preciosas, de acordo com o número de contas do Rosário. A Rainha do Céu lhe explicou nesta ocasião que este instrumento lhe serviria como uma poderosa arma contra o inimigo infernal.

Terminada a aparição, Alano compreendeu a necessidade do Rosário para sua vida espiritual. No entanto, a Providência queria dele algo além de um puro aumento de sua piedade.

Um dia, justamente quando o Beato Alano de La Roche estava rezando, a Virgem, outra vez, “dignou-se fazer-lhe muitas e brevíssimas revelações”, anota. “Aqui estão elas, e estas palavras são da Mãe de Deus:

1. A todos os que rezarem meu Rosário com devoção, prometo minha proteção especial e grandíssimas graças.
2. Aquele que perseverar na oração de meu Rosário receberá uma graça insigne.
3. O Rosário será uma defesa poderosíssima contra o inferno; destruirá os vícios, libertará do pecado, dissipará as heresias.
4. O Rosário fará florescerem as virtudes e as boas obras, e obterá para as almas a mais abundante misericórdia divina; fará que nos corações o amor ao mundo seja substituído pelo amor a Deus, elevando-os ao desejo dos bens celestes e eternos. Quantas almas se santificarão com esse meio!
5. Quem se confia a mim por meio do Rosário não perecerá.
6. Quem rezar meu Rosário com devoção, meditando seus mistérios, não será oprimido pela desgraça. Pecador, se converterá; justo, crescerá em graças e se tornará digno da vida eterna.
7. Os verdadeiros devotos de meu Rosário não morrerão sem os Sacramentos da Igreja.
8. Aqueles que rezam meu Rosário encontrarão durante sua vida e em sua morte a luz de Deus e a plenitude de suas graças, e participarão dos méritos dos bem-aventurados.
9. Libertarei muito prontamente do purgatório as almas devotadas a meu Rosário.
10. Os verdadeiros filhos de meu Rosário gozarão de uma grande glória no céu.
11. O que pedirem por meio de meu Rosário, obterão.
12. Aqueles que defenderem meu Rosário serão socorridos por mim em todas as suas necessidades.
13. Obtive de meu Filho que todos os membros da Irmandade do Rosário tenham por irmãos, durante a vida e na hora da morte, os santos do céu.
14. Aqueles que rezarem fielmente meu Rosário serão todos meus filhos amantíssimos, irmãos e irmãs de Jesus Cristo.
15. A devoção a meu Rosário é um grande sinal de predestinação”.

Depois de “entregar” as quinze promessas, a Virgem se despediu, pedindo a Alano um gesto de obediência: “Prega as coisas que viste e ouviste. Não tenhas nenhum receio: eu estou contigo; eu te ajudarei e a todos os meus salmodiantes. Castigarei aqueles que se opuserem a ti”.

E Alano obedeceu prontamente: do biênio 1464-1465, período das aparições, até sua morte, o dominicano não faria mais nada a não ser defender, por meio da pregação, a amada devoção mariana, e instituir as Irmandades relacionadas com ela. Chegou mesmo a convencer, em 1474, o capítulo dos dominicanos da Holanda a prescrever, pela primeira vez, o Rosário como oração a ser rezada pelas intenções dos vivos e dos mortos. Também nesse ano, em Frankfurt, na igreja dos dominicanos, era erigido o primeiro altar para uma Irmandade do Rosário.


O próprio Cristo o intima a ser um propagador do Rosário
Um dia em que celebrava a Santa Missa, após a Consagração, a Hóstia que segurava nas mãos assumiu a figura de Nosso Senhor, que severamente o repreendeu, dizendo:

“Alano, tornas a crucificar-Me uma segunda vez?” O Dominicano assustado lhe respondeu: “Ó Senhor Jesus, como posso ser capaz de tamanha crueldade?” Nosso Senhor lhe responde: “Preferia ser novamente crucificado, a ver o Meu Pai ofendido com os pecados por ti cometidos. Tu pecas de omissão! Possuis a ciência, a faculdade e o dever de pregar o Santo Rosário e não o fazes. O mundo está cheio de lobos e tu te transformaste num cão mudo, incapaz de ladrar. Se não te corriges, Eu juro pelo Meu Pai, que será pasto dos míseros mortais”.

Após essas palavras o Divino Salvador lhe mostrou o inferno e o lugar para onde iria se não tomasse a séria resolução de pregar o Rosário. Alano, impressionado com a divina reprovação, tornou-se um incansável pregador do Rosário. Por meio de pregações conseguiu reavivar as Confrarias do Rosário e quando chegou o dia de entregar sua alma a Deus já havia congregado mais de cem mil filhos e membros das Confrarias.


Após uma profícua vida de apostolado, morreu santamente. Mesmo após sua morte, continua a ser um apóstolo do Santo Rosário.

Após anos de uma vida de intenso apostolado mariano, cercado pelos confrades, que havia tempo já o consideravam um “santo”, morreu na vigília da festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, celebrada a 08 de setembro.

Após sua morte, em 08 de Setembro de 1475, multiplicou-se a devoção ao Santo Rosário da Virgem Imaculada. Sobre Maria escreveu vários livros, entre os quais está um elogio à Virgem intitulado "De utilitate Psalterii Mariae”, dedicado ao Bispo de Cluny, Férrico, sendo considerado uma inestimável fonte da devoção ao Santo Rosário, que Maria Santíssima tinha dado a S. Domingos de Gusmão, e que o levou a espalhá-lo em todo o mundo.

Já no dia 25 de maio de 1476, no Capítulo da Ordem Dominicana em Dutch de Haarlem, ordenou-se fossem recolhidos todos os seus escritos, que não eram poucos, sendo publicados em 1498, em Estocolmo, e nos anos seguintes, também traduzidos e publicados em diferentes línguas.

O Beato Alano é considerado um dos "apóstolos da propagação do Santo Rosário", oração mariana à qual ele preferiu chamar de "Saltério da Virgem".  Para difundir a devoção à Santíssima Virgem, fundou a Confraria do Saltério da Virgem, com estatutos especiais. A primeira fraternidade foi fundada em 1470 em Douai, e mais tarde, graças a seus herdeiros espirituais Sprenger, Michele van Sneck e François, esse piedoso Movimento Mariano se espalhou por todo o mundo.

Alano conferiu à oração do Santo Rosário os elementos que o unificaram, resultando na forma que conhecemos hoje: a recitação de 50 Ave Marias intercaladas com 05 Pai Nossos (Terço), e o Rosário, com o total de 150 Ave Marias, divididas e intercaladas com 15 Pai Nossos.

Também a ele se atribui a escolha dos 05 Mistérios de meditação que hoje chamamos de "gozosos, dolorosos, e mistérios gloriosos".


        
Nota:
Embora seja reverenciado como Beato em toda a Europa e pela Ordem Dominicana, seu culto ainda não foi oficializado pela Igreja (o título de "beato" lhe é conferido apenas pela piedade popular e pelos de sua Ordem).






Fontes para consulta:


2 comentários:

João Paulo Zucato disse...

Amor à Imaculada, sempre!

Francisco Lisboa Magalhães disse...

Hoje me associei a Confraria do santo Rosário. Que Jesus e Nossa senhora sejam louvados.

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