São Geraldo Majela ou Gerardo Majela ou ainda Gerardo Maiela (na Itália é chamado de Gerardo Maiella), é um santo muito querido na Itália. A congregação à qual pertencia, a dos Redentoristas, encarregou-se de divulgar sua vida repleta de fatos maravilhosos. Também aqui em Fortaleza há uma paróquia e um bairro a ele consagrados: o bairro de São Gerardo e a paróquia de mesmo nome.
Trago aqui um resumo de sua vida. Foi um grande santo, um grande místico e um grande taumaturgo. Os milagres que Deus dignou-se fazer por meio de seu servo foram tão grandes que parecem até "histórias de pescador" de tão inacreditáveis; no entanto, a história os atesta visto que foram vistos por várias testemunhas.
Espero que esse resumo de sua vida desperte a devoção e a veneração de todos aqueles que lerão essas linhas e que os mesmos se sintam estimulados a lerem mais sobre esse grande santo. Na internet é fácil achar (pelos sites de busca) uma biografia mais completa de são Geraldo Majela. Uma boa leitura!
Geraldo nasceu em Muro, no sul da Itália, no dia 6
de abril de 1726. Nasceu de uma família pobre de bens, mas rica de bênçãos.
Domingos Majela e Benedita Majela foram os seus pais. O pai Domingos, era
alfaiate. A mãe Benedita, era lavadeira. Os dois se amavam com um amor imenso.
Deste amor puro e santo nasceu-lhes o Geraldo. O filho Geraldo, tinha o jeito
de anjo. Era bom. Era uma graça. Era de paz.
Ele foi batizado no mesmo dia em que nasceu. Seus pais entendiam que Deus em
seus planos não deixa ninguém nascer à toa. Quem nasce é para ser gente; é para
sentir-se amado e saber-se capaz de amar. É neste sentido que está certo quem
disse: "Amar a vida é mais do que construir catedrais!"
O menino Geraldo era franzino de corpo. De
espírito, porém, era robusto. Deus lhe deu uma inteligência brilhante. Os
professores logo viram nele um prodígio.
Em geral as crianças são egoístas e cheias de
manhas. Por incrível que pareça, Geraldo com apenas 7 anos já sabia quem eram
os outros para ele. Que beleza quando na família os pais ensinam o evangelho
aos filhos com a vida! Foi dos pais que Geraldo aprendeu desde pequeno o amor
ao trabalho e a sabedoria da oração. Daí floriu a sua vocação.
Conforme o testemunho de suas próprias irmãs, ele
era muito dedicado às devoções, também se confessava todos os dias e se
disciplinava diariamente.
O Menino Jesus aparece a são Geraldo Majela trazendo-lhe um "pãozinho". |
Aos sete anos, em vista da pobreza da família,
dirigia-se à ermida de Capodigiano, onde recebia um pãozinho branco que o
Menino Jesus lhe entregava e com quem ele brincava. Somente mais tarde, quando
já na Congregação, Geraldo compreende quem era aquele Menino.
O Arcanjo são Miguel aparece ao santo menino trazendo-lhe a Santíssima Eucaristia. |
Entregava-se à oração. Sua mãe encarregava-se de
educá-lo na fé. Conforme ele mesmo conta, como tivesse muita vontade de
comungar e que por causa de sua idade não lhe era possível, São Miguel
apareceu-lhe de noite para lhe dar a comunhão. Assim como - afirma
posteriormente - também fazia o próprio Menino Jesus.
Juventude
Por causa da necessidade do lar, sua mãe o mandou à alfaiataria do senhor
Martin Pannuto, mestre alfaiate, para que Geraldo aprendesse uma profissão e
assim pudesse ajudar nas despesas da casa. Aí sua bondade de vida e sua
simplicidade eram interpretadas como estupidez, e todos zombavam dele,
insultavam-no, chegando até a maltratá-lo. Mas sua resposta era sempre:
"Meu Deus, que se faça a tua vontade". Ali, no esforço diário, foi
assimilando o mistério da Cruz de Cristo.
Trabalhando para o Bispo
Quando tinha 14 anos, chegou Dom Albino à cidade de Muro e lhe administrou o
sacramento da crisma, que deverá ser o sinal da fortaleza e do valor que
marcarão toda a sua vida. Dom Albino era natural de Muro.
Com o Bispo, lá se foi Geraldo para ser seu empregado. Nesse ofício precisou
praticar verdadeiro heroísmo. Um sacerdote contemporâneo deixou por escrito,
sob juramento, esta declaração: "O bispo irascível se irritava por
qualquer coisinha. Impacientava-se com tudo. Se nunca chegou a bater em
Geraldo, contudo, não lhe poupou toda classe de censuras".
Dom Albino cria-se no direito de fazer o que bem entendesse com seu jovem
empregado. Fazia-o trabalhar sem descanso e reprovando-o sempre de não fazer
tudo o que devia e de fazê-lo mal. Era impossível agradá-lo. Geraldo, por sua
parte, tinha para com ele grande respeito e dedicação. Seu espírito de
mortificação e penitência encontrou ali um bom lugar de realização.
A tudo isso ia unindo seus jejuns e uma intensa vida de oração. O tempo que
passava numa capela da vizinhança era algo que se repetia diariamente. Mas o bispo adoeceu. E Geraldo, depois de cuidar dele como se fosse seu próprio pai,
após a sua morte, teve de deixar Lacedônia.
Trabalhando na Alfaiataria
Em 1745, com 19 anos, voltou para Muro onde montou uma alfaiataria. Seu negócio
prosperou, mas ele não ganhou muito dinheiro. Praticamente dava tudo para os
outros. Guardava o que era necessário para sua mãe e suas irmãs e dava o resto
aos pobres ou para Missas em sufrágio das almas do purgatório. Geraldo não
passou por uma conversão repentina e espetacular, apenas foi crescendo
constantemente no amor de Deus. Durante a Quaresma de 1747 ele resolveu ser
completamente semelhante a Cristo o quanto lhe fosse possível. Fez penitências
mais severas e procurava explicitamente a humilhação, fazendo-se passar por
louco e sentindo-se feliz quando riam dele nas ruas. Sua preocupação com os
pobres e necessitados era grande, ao ponto de se privar do necessário, quando
via alguém sofrendo penúria.
São Geraldo trabalhando como alfaiate. |
Buscando sua vocação
Mas Geraldo sentia que o Senhor tinha escolhido para ele um outro lugar. Assim,
entra em contato com os capuchinhos, mas em vão solicita ser admitido, mesmo na
condição de empregado. Não é aceito, dada sua saúde precária e sua aparência doentia. Para Geraldo
esse golpe foi terrível. Contudo, entrega-se à oração, pedindo a Deus que o
encaminhasse para vida religiosa.
Mas tendo chegado a Muro seu amigo Luca Valpiedi, antigo condiscípulo, parte
com ele para ajudá-lo em seu colégio, no cuidado das crianças. Ali encontrou um
novo calvário. Naquele tempo caiu-lhe em mãos certa obra de Antônio de Olivedi,
intitulada: "O ano doloroso de Jesus Cristo". Cada palavra daquele
escrito foi um dardo penetrante no coração do nosso jovem Geraldo. Sentiu
crescer extraordinariamente suas ânsias de sofrer mais e mais para
assemelhar-se ao Redentor.
Vocação
Quando tinha 22 anos chegaram a seu povoado alguns missionários. Eram os
Redentoristas, e entre eles achava-se o irmão Onofre que contou a Geraldo como
era sua vida. Mas, percebendo que o jovem estava entusiasmado, mudou de
assunto, dizendo-lhe que ele não resistiria àquele tipo de vida.
Pouco tempo depois voltaram os missionários. Entre eles estava o padre Paulo
Cáfaro, que depois de muito vaivém e oposições, lhe permite que o acompanhe ao
convento. "Meu filho, lhe diz, você me venceu. Recebo-o como religioso, e
que Deus lhe dê saúde e forças para perseverar até a morte".
Enviou-o para lliceto com uma carta ao superior. Na carta ele dizia: "Aí
vai um irmão inútil para o nosso trabalho. Ele não tem saúde. É fraco. Mas eu
não pude rejeitar sua admissão sem dar-lhe uma chance. Ele insistiu até
cansar-me e é grande a consideração que lhe têm os moradores de Muro".
Geraldo vibrou. Deixar a casa, sua mãe e as irmãs foi um drama para Geraldo. Teve de fugir.
Deixou-lhes apenas um bilhete, no qual dizia: "Querida mamãe e irmãs,
fugi. Já estou com os Redentoristas. Não se preocupem. Vou tornar-me santo.
Esqueçam-me. Adeus"!
Vida Religiosa
No dia 17 de maio de 1749, Geraldo partia radiante
de alegria para a casa de noviciado de Iliceto. Em novembro desse mesmo ano
vestia a batina redentorista e começava sua interiorização na vida religiosa.
São Geraldo em afazeres "domésticos" na cozinha de seu convento |
O Padre Cáfaro seria o seu mestre de noviciado, e
também seu diretor espiritual. E sendo esse sacerdote tão severo, contudo, teve
de se esforçar por moderar para que Geraldo não se consumisse pelas
penitências.
Homem de oração e de profundo amor e intimidade com Jesus Eucarístico. |
Desde o começo, passou a ser na comunidade um modelo de abnegação e serviço.
Trabalhador como só ele, muito dedicado à oração, exemplo de virtudes. Tudo
isso fez com que ganhasse logo a simpatia e estima de seus confrades. No dia 16
de julho de 1752 fez sua profissão religiosa.
Já religioso, sua vida desenvolvia-se no cuidado constante de seus deveres
comunitários, de um modo especial, prestando serviços a seus irmãos, e na
preocupação pelo seguimento de Cristo missionário, anunciando aos pobres a
palavra divina. Sua vida era a concretização das Regras. O respeito por seus coirmãos e em
particular pelos superiores (nos quais encarnava a vontade de Deus), atingia os
limites de heroicidade. Pensemos como soube calar-se diante de santo Afonso
quando foi caluniado...
Atividades do Irmão Geraldo
No convento de Iliceto realizavam-se retiros espirituais para sacerdotes
e leigos no decorrer do ano. Para Geraldo era uma ocasião propícia para
extravasar o seu zelo. Muitos pecadores que nem sempre se comoviam com as
palavras dos pregadores se rendiam às exortações e súplicas do zeloso Irmão.
Até padres renitentes no mal, tocados pelas humildes considerações de Geraldo,
mudavam de vida.
Era muito comum o santo ser flagrado em êxtase e levitando. |
Nesta quadra de sua existência a fama de sua santidade ia crescendo sempre mais
e inúmeros foram os prodígios a ele atribuídos como curas de muitos doentes. Sempre
que podia, Geraldo continuava sua assistência aos pobres e necessitados tanto é
verdade que tempo é questão de opção. Ele nem falhava nas tarefas que os
superiores lhe davam, nem à oração na qual vivia imerso e ainda tinha
como ir ao encontro dos indigentes e doentes. Isto se deu sobretudo quando,
diante das dificuldades do Convento, foi escalado para recolher esmolas.
Em uma das ocasiões nas quais assistia aos pobres o santo,
movido por seu ardente amor a Deus, entrou em êxtase e levitou na presença de todos. |
A Grande Provação
A santidade verdadeira deve sempre ser testada pela cruz, e assim, em 1754,
Geraldo devia sofrer uma grande provação, aquela que bem pode ter merecido a
ele o poder especial para assistir às mães e a seus filhos. Uma das suas obras
de apostolado era a de encorajar e assistir as moças que queriam entrar para o
convento. Muitas vezes ele até garantiu o necessário dote para alguma moça
pobre que de outra forma não poderia ser admitida numa ordem religiosa.
Um dia o santo foi injustamente caluniado. São Geraldo sem protestar ou defender-se, humildemente se ajoelha de santo Afonso de Ligório para receber sua "reprimenda" e penitência. |
Néria Caggiano era uma das moças assistidas desta
forma por Geraldo. Porém, ela achou desagradável a vida do convento e dentro de
três semanas voltou para casa. Para explicar sua atitude, Néria começou a
espalhar mentiras sobre a vida das freiras, e quando o povo de Muro recusou-se
a acreditar em tais histórias a respeito de um convento recomendado por
Geraldo, ela resolveu salvar sua reputação destruindo o bom nome do seu
benfeitor. Para isto, numa carta dirigida a santo Afonso, o superior de
Geraldo, ela o acusou de pecados de impureza com a jovem de uma família em cuja
casa muitas vezes Geraldo ficava nas suas viagens missionárias.
Geraldo foi chamado por santo Afonso para responder a acusação. Mas em vez de
se defender, permaneceu em silêncio, seguindo o exemplo do seu divino Mestre.
Diante deste silêncio, santo Afonso nada pôde fazer senão impor ao jovem
religioso uma severa penitência: foi negado a Geraldo o privilégio de receber a
santa Comunhão e foi-lhe proibido todo contato com os de fora.
Não foi fácil para Geraldo renunciar aos trabalhos pelo bem das almas, mas este
era um sofrimento pequeno em comparação com a proibição de comungar. Sentiu
isto tão profundamente, que chegou a pedir para ficar livre do privilégio de
ajudar a Missa, receando que, a veemência do seu desejo de receber a comunhão o
fizesse arrancar a hóstia consagrada das mãos do padre no altar. Algum tempo
depois, Néria ficou gravemente enferma e escreveu uma carta a santo Afonso
confessando que as suas acusações contra Geraldo não passavam de invenção e
calúnia. O santo ficou cheio de alegria ao saber da inocência do seu filho. Mas
Geraldo, que não ficara deprimido no tempo da provação, também não exultou
indevidamente quando foi justificado. Em ambos os casos sentiu que a vontade de
Deus tinha sido cumprida, e isto lhe bastava.
Últimos Dias
Geraldo tinha exigido de seu corpo mais do que ele podia dar. Sua saúde estava destruída. A anemia consumia-o e seus pulmões já não trabalhavam como deviam. Contudo, continuou esforçando-se em servir os outros e em enfraquecer sua pessoa.
Em 1755 Geraldo sai para pedir esmolas para a construção do convento de Caposele. Sente-se mal. É a tuberculose. Estava com 29 anos. Ao morrer diz ao superior: "Meu leito é a vontade de Deus. Ele e eu somos uma só coisa".
Santa morte de são Geraldo Majela. A Santíssima Virgem Maria lhe aparece para consolá-lo em seus últimos momentos. |
No dia 16 de outubro de 1755, com apenas 29 anos de idade, e somente 7 na Congregação, entregou a Deus seu espírito. Seus funerais foram grandiosos e soleníssimos. De Caposele e de todos os povoados vizinhos, a multidão acorreu atropelando-se para despedir-se do santo e solicitar graça por sua intercessão. E como em vida realizou tantos prodígios, maiores foram os milagres que realizou depois da morte. E a piedade popular que por ele sente a Itália e muitos outros lugares, é com justa razão.
São Geraldo Majela partindo para a glória do Céu. |
A Canonização
Embora a fé no santo fosse muito grande, contudo,
somente em abril de 1839 foi aberto em Muro o processo recolhendo os
testemunhos daqueles que o tinham conhecido e daqueles que tinham recebido
alguma graça por meio dele.
Em 1847, Sua Santidade Pio IX concedeu-lhe o título de Venerável e em 1893 o
Papa Leão XIII o declarou beato. Finalmente, no dia 11 de dezembro de 1904, o Papa Pio X canonizou Geraldo
Majela em meio a uma magnífica cerimônia, como é costume em tais ocasiões.
Iconografia de são Geraldo Majela:
Um comentário:
Sao Gerardo Majela sou devoto, meu nome é Gerardo Majela
A sua história é linda
Teve uma dedicação com os outros, principalmente aos pobres, sempre vai estar em minha vida, em minhas orações.
Amém.
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