Santo Onofre, Confessor (grego:
Ονούφριος, onouphrios), considerado Santo pela Igreja Católica e Venerável pela
Igreja Ortodoxa, foi um eremita que viveu no deserto da Tebaida no Alto Egito,
em fins do século IV da nossa Era (o seu nome grego pode ser mesmo uma
corruptela do termo egípcio Uen-nefer - «o que está sempre feliz, satisfeito» -
um epíteto tradicionalmente guardado para o antigo deus egípcio Osíris; de
resto, a dificuldade da sua transcrição em outras línguas levou-o, por exemplo,
a ser venerado sob o nome de Humphrey, na Inglaterra).
Um abade chamado Pafnuco (ou Pafúncio), que costumava
visitar ermitães na Tebaida, é a fonte que nos fornece dados sobre o santo
ermitão.
Em fins do século IV, ou princípios do
V, Pafnuco, piedosamente, palmilhava os desertos do Egito. Eis então quando,
abruptamente, deparou com um ser de longuíssima cabeleira, de vastíssimas
barbas, ambas, cabeleira e barbas, a jorrar-se pelo chão, um saiote de folhas
apertado aos rins. Velho, enrugado, queimado do sol, castigado pelas chuvas,
pela fome e pela sede, aquele homem, a princípio, pôs Pafnuco em fuga,
atemorizando-o sobremodo.
Chamou, porém, ao abade a feia visão
docemente, convidando-o achegar-se. Pafnuco, sossegado pelo clamo chamamento,
tornou, aproximou-se e conversou com Santo Onofre, que era ele o gasto velho
feio.
Onofre fora monge. Vivera num mosteiro
com outros cento e tantos irmãos. Um dia, sentiu que o deserto o chamava, e
chamava com insistência. Deixou a comunidade, foi viver na soledade. Sofreu
fome, sede, calor, frio, o incômodo das chuvas, a desesperação das longas secas
- sem contar as tentações infindas.
Deus, no entanto, consolou-o. Consolou-o
e nutriu. Ao lado da gruta em que se alapara, crescera uma tamareira de cujo
fruto se alimentava. Na falta dos frutos, na gruta, miraculosamente, todas as
tardinhas, de repente, surgiam-lhe pão e água. Restaurado, dando graças a Deus,
Onofre em Deus se abismava, mergulhado longamente em coisas celestes.
Inteirado Pafnuco da história do santo
ermitão piedoso, vendo o velho trêmulo, de lábios descorados, como um
moribundo, inquietou-se. Estaria às portas da morte?
Santo Onofre olhou-o fixamente,
adivinhando-lhe o pensamento.
- Não temas, irmão Pafnuco, disse. O
Senhor, em sua infinita misericórdia, aqui te enviou para que me sepultes.
Ditas estas palavras, Santo Onofre abençoou o visitante, pediu que rogasse por
ele e se deitou para morrer. E morreu. Morreu e foi enterrado pelo bom abade
Pafnuco.
No mesmo instante, desmoronou-se a velha
gruta, e a tamareira amiga, estremecendo, como em dores, murchou, pendeu
tristonhamente a verde cabeleira, e também morreu. Era, provavelmente, pelo ano
400.
Santo Onofre é o
padroeiro dos tecelões, por ter tecido a sua própria roupa durante a sua longa
vida no deserto. Também é considerado o protetor dos alcoólicos e é invocado
para libertação deste vício. Tal associação deve-se à tradição que conta como
no início da sua vida cedia, com frequência, a este tipo de tentações e que
delas se libertou por intervenção direta de Jesus Cristo.
(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume X,
p. 258-259)
Um comentário:
Santo Onofre bendito ,dai nos sempre, o PÂO NOSSO de CADA DIA !!!!!!!!!!
Postar um comentário