Beato Isidoro Bakanja |
A data do
nascimento do jovem congolês de pele negra, futuro mártir do escapulário, de
nome Isidoro Bakanja, deve ter sido entre 1885 e 1890, em Bokendela. Ele,
contudo, nasceu no seio de uma família da tribo Boangi. Nessa época o seu país,
era domínio exclusivo do rei Leopoldo II da Bélgica, fazia parte de seu
patrimônio pessoal. Mais tarde essa propriedade foi transformada na colônia
chamada Congo Belga, atual República Democrática do Congo.
Os dados
concretos revelam que, como todos os africanos de sua tribo, conheceu a pobreza
logo cedo. Ainda na infância precisava trabalhar para o sustento próprio, como
pedreiro ou como lavrador no campo. Na adolescência conheceu a religião cristã
através dos dois religiosos trapistas, que foram em missão converter essa tribo
africana. Totalmente convertido e devoto de Maria, Isidoro foi batizado no dia
06 de maio de 1906. Nessa ocasião recebeu de presente um rosário e o
Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, que nunca mais deixou de usar. Ele
conhecera a história do Escapulário e contava a todos os irmãos africanos, que
interessados no cristianismo, procuravam os dois missionários. Estes por sua
vez chamavam Isidoro de o "Leigo do Escapulário", pela vocação ao
apostolado.
Mais tarde,
Isidoro estava trabalhando numa plantação de borracha, em Ikiri. Pertencia a um
colonizador belga, ateu, que não suportava os africanos cristãos e menos ainda
os missionários. Preferia a população africana como estava, era mais fácil para
ser explorada como mão de obra quase gratuita. Não gostava de ter africanos
convertidos trabalhando na plantação, "perdiam tempo rezando", dizia.
Isidoro, no entanto, nunca escondeu que era cristão, usava o Escapulário com fé
e devoção. Trabalhava duro e produzia bem, mas era cada vez mais perseguido.
Quando foi
impedido de rezar em voz alta, enquanto trabalhava, resolveu deixar a
plantação. Mas foi proibido de voltar para casa, e ordenaram que jogasse fora o
Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, sinal de sua fé. Como Isidoro recusou,
foi chicoteado pelo próprio belga, ateu, até ter suas costas transformadas em
uma grande chaga. A ferida infeccionou e ao
longo de seis meses Isidoro viveu um calvário de sofrimentos. Sua agonia
foi muito mais dolorosa que o açoitamento. Durante esse período, foi solidário
com seu povo e outros sofredores, repartindo com eles sua fé e os alimentos que
recebia.
Morreu entre
seus irmãos africanos, com o Rosário nas mãos e o Escapulário de Nossa Senhora
do Carmo em seu pescoço. Perdoou e prometeu rezar pelo seu algoz ao ingressar
no céu. Foi o que disse, antes de entregar sua alma ao Pai, envolto em seu
pequeno "hábito de carmelita" a 15 de agosto de 1909.
O Papa São João
Paulo II beatificou esse jovem africano cristão que chamou de: o "Mártir do Escapulário", em 1994. O
Beato Isidoro Bakanja é celebrado no dia de sua morte. O seu testemunho fez
florescer muitas obras de caridade promovidas pelos leigos carmelitas e devotos
do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, em todos os continentes.
Bem-Aventurado
Isidoro Bakanja... Rogai por nós!
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