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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Beato Ângelo Paoli, Presbítero carmelitano.


A virtude que mais se destaca no sacerdote carmelita Angelo Paoli, alimentada pela constante oração diante do Santíssimo, é a caridade, “a atenção dedicada aos pobres e àqueles acometidos pela pobreza moral e espiritual”.


O florescimento de uma vocação

Seu nome de batismo era Francisco. Desde pequeno já manifestava sua vocação, quando em Argigliano, na Toscana, sua terra natal, convidava seus amiguinhos a praticarem as virtudes e a abandonarem os maus hábitos.

Muitos diziam que era um pequeno catequista, e ele próprio conta em uma carta escrita a um amigo de sua juventude: “explicava a eles a doutrina cristã e os conduzia às igrejas e, uma vez que, para envolvê-los, costumava presenteá-los com alguma coisa, estes me seguiam voluntariamente, e todos me queriam bem”.
Tinha apenas 12 anos quando perdeu a mãe, evento que contribuiu para intensificar sua vida espiritual e a amadurecer sua vocação. Aos 18 anos, ingressou no seminário. Ali sentiu ser chamado a uma vida de oração e penitência. Tinha uma relação íntima com Nossa Senhora do Carmo, e assim ingressou no convento dos frades carmelitas em Fivizzano. Em 1661 proferiu os votos solenes.


Sacerdote do Senhor

Seis anos mais tarde, recebeu a ordenação sacerdotal. “Grande dignidade, grande potestade, fazer descer um Deus do Céu à terra, libertar uma alma do purgatório e enviá-la ao Paraíso”, dizia a respeito da vocação em um de seus escritos.

Padre Paoli quis em seguida dedicar mais tempo à penitência e aos sacrifícios físicos. Começou a se debilitar, e acabou sendo mandado de volta à casa de seu pai. Passava o dia converasndo com os pastores e conhecendo a vida das pessoas humildes e simples do campo, às quais ensinava a orar e dedicava lições de catecismo.

Descobriu assim que sua vocação deveria ser orientada a cuidar dos mais pobres, podendo discernir “um chamado dentro do chamado”. “Nossa ordem não tem como acento principal a caridade, mas para ele este constituiu verdadeiramente um chamado particular”,  explica padre Grosso.
Voltando à comunidade, padre Paoli é transferido para Florença para se encarregar dos noviços. Na formação dos aspirantes ao Carmelo, sublinhou a importância da força interior, do amor pelo apostolado, da oração e do domínio das paixões.

Mais tarde, torna-se pároco em Corniola, próximo a Empoli. Seus preferidos eram os pobres e os doentes. Trabalhou também em Siena, Montecatini e Fivizzano.

Em 1687 recebe uma carta que anunciava sua transferência para Roma, a fim de servir como professor dos noviços do convento de São Martinho. Ali demonstrou sua preocupação para com os pobres que mendigavam pelas ruas e visitou prisões. “Passou a servir os doentes e os pobres, distribuiu comida, roupas. 300 pessoas eram por ele assistidas diariamente”, disse seu postulador.

Preocupava-se também com os doentes do hospital São João, da comunidade dos carmelitas, situado próximo à Basílica de São João em Latrão.

Quando os doentes deixavam o hospital, muitos não tinham para onde ir, e padre Paoli procurava famílias dispostas a acolhê-los. Assim nasceu uma casa de convalescença, fundada por ele e que funcionou por vários anos.

Outra característica sua era seu grande amor pela cruz. “Sempre exibia a cruz onde podia”, sublinha padre Grosso. Queria também colocar uma cruz no Coliseu, “porque havia sido um local de martírio, segundo a tradição, de muitos cristãos”. No interior deste, organizava a Via Crucis.

O futuro beato morreu em Roma em 1720. “Muitas pessoas participaram de seu funeral, realizado no convento de São Martinho após uma espécie de procissão à Basílica de Santa Maria Maior, pois muitas pessoas ficaram do lado de fora da igreja”.


“O Paraíso é um bem tão grande que vale pena qualquer esforço para conquistá-lo”, escreveu certa vez padre Paoli – “os Santos, para conquistá-lo, trabalharam muito, sem se preocuparem em descansar”.

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