Nasceu em Nova Guatemala da Assunção, em 15 de abril de 1784 e faleceu em 29 de novembro de 1841. Era irmã de Mariano de Aycinena y Piñol, líder do clã Aycinena e governador da Guatemala na Guerra Civil Centro-Americana, entre 1827 e 1829.
Maria Teresa da
Santíssima Trindade Aycinena y Piñol, ocd, foi uma monja carmelita descalça da
Guatemala. Proveniente da poderosa família conservadora Aycinena y Piñol, que
tinha importantes ligações com a Igreja Católica e que tinha o monopólio do
comércio com a metrópole espanhola durante a última etapa da colonização
espanhola. Recebeu esmerada
educação católica e professou os votos em 1808.
Já sendo monja
carmelita, sua disciplina religiosa, sua humildade e simplicidade a levaram a
ser considerada santa pelas autoridades eclesiásticas de sua época; o processo
para sua beatificação reiniciou recentemente, no princípio deste século.
Biografia
Poucos dias após
ter nascido, recebeu o sacramento do Batismo e da Confirmação, como se fazia
então em alguns lugares, na Igreja da Candelária, pelas mãos do arcebispo
Cayetano Francos y Monroy. Seu nome completo foi Maria Teresa Anastasia
Cayetana. Desde sua mais terna infância, recebeu uma esmerada educação cristã.
Sua mãe a ensinou o respeito a Deus, o amor a Jesus Cristo, o temor ao pecado e
a importância da caridade. Maria Teresa ainda sendo uma menina, dedicava longo
tempo à oração e participava diariamente da Eucaristia.
Tomou o hábito
das Carmelitas Descalças aos 23 anos de idade no dia 21 de novembro de 1807.
Professou votos solenes no dia 24 de novembro de 1808. Sua delicada saúde a
obrigou a guardar leito numerosas vezes. As perdas de saúde se fizeram
especialmente notórias entre os anos 1814 e 1815. Durante esses anos
experimentou a maior parte dos fenômenos místicos que caracterizam sua vida.
Em 1812, afirmam
seus escritos, Cristo pôs em sua cabeça um cravo de sua Paixão e, no ano
seguinte, a coroa de espinhos. Estas dores espirituais tornaram-se mais
intensas quando no dia 01 de março de 1816, primeira sexta-feira da Quaresma, apareceram-lhe
em suas mãos as impressões das chagas da Paixão. Nesse mesmo ano afirma ter
celebrado o matrimônio espiritual com Cristo. Em sua mão, a partir daquele dia,
ficou impresso um anel no dedo anelar, como mostra de uma aliança matrimonial.
A estes
fenômenos sobrenaturais seguiram-se outros de maior monta. O arcebispo de
Guatemala cuidou cautelosamente de recolher o testemunho escrito destes
fenômenos espirituais, tanto da própria Madre Maria Teresa, como de seu
confessor e das outras monjas que viviam com ela.
Por sua parte,
os escritores liberais, rivais políticos acérrimos dos membros conservadores do
clã Aycinena, dedicaram-se a tratar de desmentir os milagres da monja Aycinena
y Piñol; por exemplo, o licenciado José Manuel Montúfar Aparicio assinalou que
o caso provocou uma contenda entre o arcebispo guatelmateco e o comissário do
Santo Ofício, Bernardo Martínez, que fez todo o possível para denunciar às
“mentiras” da monja Aycinena. O médico Pedro Molina Mazariegos, futuro líder do
partido liberal, contemplou os estigmas da monja e foi da opinião que seus
sinais não eram chagas e qualificou de “catalepsia” o “mal” que padecia a
monja.
Em 20 de março
de 1826 foi eleita priora do convento das carmelitas descalças, ao mesmo tempo
que seu irmão, Mariano de Aycinena y Piñol, foi designado como governador do
Estado da Guatemala em 1827. Porém, após os eventos da Guerra Civil
Centro-Americana, em 1829, Mariano de Aycinena foi derrotado pelas tropas
liberais do general hondurenho Francisco Morazán, e a madre Maria Teresa foi
expulsa do território centro-americano junto com o resto dos membros das Ordens
regulares e do clã Aycinena.
Morte
Faleceu na
madrugada do dia 29 de novembro de 1841, depois de vários anos de vida
recolhida e silenciosa em seu convento.
Processo de Beatificação/Canonização
A autoridade
eclesiástica ainda não havia se pronunciado sobre o espírito da madre Maria
Teresa. A partir do ano 2004, começaram as investigações para retomar o processo
de beatificação.
Os documentos
conservados pelos familiares da carmelita constituíam um dossiê completo para
introduzir a causa. No dia 06 de fevereiro de 2006 estabeleceu-se uma
Associação para promover a causa da canonização da Madre Maria Teresa. O documento
foi firmado, entre outros, pelo Cardeal Rodolfo Quezada Toruño, arcebispo da
Guatemala e ficou à espera do juízo da autoridade eclesiástica para aventurar
um juízo sobre a autenticidade dos fenômenos místicos e santidade da Irmã Maria
Teresa.
Em 30 de abril
de 2008, na catedral metropolitana da Cidade da Guatemala deu-se a abertura do
processo diocesano de canonização e o juramento ao tribunal que se encarregará
do mesmo.
Neste ano, 2016,
a comissão recebeu a visita do Postulador Geral da Ordem dos Carmelitas
Descalços, Frei Romano Gambalunga, OCD, onde foi discutido e atualizado a
situação do processo de beatificação/canonização desta que poderá ser a
primeira “santa” carmelita da América Central.
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