Penitente
da Terceira Ordem (1240-1304).
O
Papa Bento XV aprovou
seu culto no dia 13 de novembro de 1918
Nasceu
em Urbino no ano de 1240. O pai, um rico negociante de tecidos,
começou a iniciá-lo no seu ramo de negócios desde muito cedo, pelo
menos desde os 11 anos. Mas não tardou a ter de lhe permitir outro
modo de vida, deixando-o dedicar-se livremente a exercícios de
piedade.
Vestiu
o hábito da TOF (Terciários da Ordem Franciscana) na igreja de
Santa Maria dos Anjos, a primeira igreja franciscana de Urbino, e
como fiel imitador do Pai Seráfico, passou a viver em maior
austeridade. O amor aos pobres levava-o a privar-se por vezes até do
necessário a fim de os socorrer. E quando notou que os seus
conterrâneos começavam a apreciá-lo demais, a sua humildade
levou-o a tentar despistá-los, fazendo-se de louco, ao mesmo tempo
que se ocultava aos olhos do mundo, de modo a só Deus testemunhar as
suas virtudes.
Em
1300 foi a Roma para ganhar o jubileu decretado por Bonifácio VIII.
Era a primeira vez que visitava a cidade eterna, e julgava que
ninguém ali o reconheceria. No entanto, alguém de um grupo que se
cruzava com ele, o apontou e perguntou:
<<Não
é este o santo homem de Urbino?>>.
Esta
e outras ocorrências mostravam claramente que o Senhor não queria
uma luz tão brilhante escondida debaixo dum alqueire.
De
regresso à sua terra, intensificou a vida espiritual e suspirou mais
ardentemente pela pátria celeste. Foi acometido por doença muito
grave que quase acabou com ele, a ponto de até perder a fala, que só
veio a recuperar nos últimos dias da vida terrena. Até na maneira
de suportar os sofrimentos imitou o Seráfico Pai. Por outro lado, o
demônio não cessava de molestar, até no leito da morte, com
tentações torpes, este irmão terceiro que sempre conservara
intacta a pureza do coração. Por isso ele se interrogava:
<<Porque
é que me afliges? Porque me trazes à memória coisas que eu nunca
fiz, tentações em que nunca consenti?>>.
E
abandonando-se nos braços da misericórdia divina, disse em voz
alta:
<<E
agora, vamos para a frente com toda confiança!>>.
Perguntou-lhe
um dos presentes, que o ouvira:
<<Vamos,
para onde?>>.
<<Para
o céu!>>, respondeu ele.
Dito
isto, o rosto começou a irradiar um fulgor celeste, relaxaram-se-lhe
os membros, e expirou em paz, no primeiro de junho de 1304, com 64
anos de idade.
Embora
tivesse manifestado desejo de ser sepultado na igreja de São
Francisco, num primeiro momento não lhe fizeram a vontade: teve
exéquias solenes e foi sepultado no cemitério franciscano, no
claustro do convento.
Bem
depressa Deus glorificou o seu fiel servidor. Foram tantas as graças
recebidas por sua intercessão, e tal a correria dos fiéis ao seu
sepulcro, que os irmãos houveram por bem exumar os seus restos
mortais e levá-los para a igreja de São Francisco. Perante a
acumulação de mais prodígios, sobre o seu túmulo foi erigido um
altar para se celebrarem missas em sua honra. O seu culto continuou
através dos séculos.
Retirado de: "Santos franciscanos para cada dia”, de Frei Giuliano Ferrini e
Frei José Guillermo Ramirez, OFM, edição Porziuncola.
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