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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

SÃO LIBERATO DE LORO, Presbítero Franciscano


São Liberato de Loro vivia em plena comunhão com Deus

Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda a riqueza e conforto, para seguir a vida religiosa. Renunciou às terras e o título de Senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio em favor de seu irmão Gualterio, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino.
Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas se retirou ao pequeno e ermo convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Ali vestiu o hábito da Ordem dos frades menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes lhe valeu a fama de santidade.
Em “Florzinhas de São Francisco” encontramos o seguinte relato sobre ele: “No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a se elevar do chão. 

Por onde andava os pássaros o acompanhavam, pousando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos lhe dedicavam grande consideração. Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Ele caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada, por outro lado, se recusava a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na Sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava em oração se preparando para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, se aproximou de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e lhe suplicou em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse este merecimento. Chamando-o por seu nome a Virgem Maria respondeu: ‘Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para te confortar antes de tua partida desta vida’.”. Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.
No século XV o culto à Liberto de Loro era tão vigoroso, que as terras dos Brunforte, recebeu autorização para se chamar São Liberato. Inclusive o novo convento construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram também uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém, só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo Papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica de ser chamado de Santo. A festa de Santo Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 06 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.
São Liberato de Loro, rogai por nós!



Segundo relato biográfico
Lê-se, no martirológio, no dia 06 de setembro: “Na Marca de Ancona, na Itália, o bem-aventurado Liberato, franciscano”.
Um Liberato, da família Brunforte, retirou-se, contrita e humildemente, a uma caverna das muitas que há em Soffiano, e ali faleceu por volta do ano de 1258, ao que se crê.
Ao que tudo indica, este Liberato é o frade de que trata os Fioretti, no capítulo XLVII, companheiro de Frei Humilde, a que o capítulo precedente se refere.
No sobredito convento de Soffiano viveu antigamente um frade menor, de tão grande santidade e graça, que parecia todo divino e frequentes vezes ficava este frade todo absorto em Deus e enlevado, porque tinha notavelmente a graça da contemplação, que vinham ter com ele passarinhos de diversas espécies e domesticamente pousavam-lhe nas espáduas e na cabeça, nos braços e nas mãos, e cantavam maravilhosamente. Era ele solitário e raras vezes falava; mas quando lhe perguntavam alguma coisa, respondia tão graciosamente e tão sabiamente, que mais parecia um anjo do que homem, e era de grandíssima oração e contemplação, e os frades o tinham em grande reverência.
Acabando este frade o curso de sua vida virtuosa, segundo a disposição divina enfermou de morte, de modo que nenhuma coisa podia tomar, e com isto não queria receber nenhuma medicina carnal, mas toda a sua confiança era no médico celestial Jesus Cristo bendito e na sua bendita Mãe; da qual ele mereceu pela divina clemência de ser misericordiosamente visitado e consolado.
Pelo que, estando uma vez no leito e dispondo-se à morte com todo o coração e com toda a devoção, apareceu-lhe a gloriosa Virgem Maria, Mãe de Cristo, com grandíssima multidão esplendor e se aproximou do seu leito: e ele, olhando-a, recebeu grandíssimo conforto e alegria quanto à alma e quanto ao corpo; e começou a pedir-lhe, humildemente, que ela pedisse ao seu divino Filho para que, pelos seus méritos, o tirasse da prisão da mísera carne. E perseverando neste pedido com muitas lágrimas, a Virgem Maria, respondeu-lhe, chamando-o pelo nome, e disse-lhe:
– Não duvideis, filho, porque tua oração foi atendida, eu vim para confortar-te um pouco, antes de te partires desta vida.
Estavam ao lado da Virgem Maria três santas virgens, as quais traziam nas mãos três caixas de eletuário de desmesurado odor e suavidade. Então a Virgem glorioso tomou e abriu uma daquelas caixas e toda a casa ficou cheia de odor: e tomando com uma colher daquele eletuário o deu ao enfermo; o qual tão depressa o saboreou, sentiu tanto conforto e tanta doçura que sua alma parecia não poder mais ficar no corpo; pelo que começou a dizer:
– Não mais, ó Santíssima Mãe virgem bendita, ó médica bendita e salvadora da humana geração, não mais; porque eu não posso suportar tanta suavidade.
Mas a piedosa e benigna Mãe, apresentando outra vez daquele eletuário ao enfermo e fazendo-o tomar, esvaziou toda a caixa. Depois, vazia a primeira caixa, a Virgem bendita toma a segunda e nela pôs a colher para dar-lhe, pelo que ele docemente se queixava, dizendo:
– Ó Beatíssima Mãe de Deus, se minha alma quase toda está liquefeita pelo ardor e a suavidade do primeiro eletuário, como poderei eu suportar o segundo? Peço-te, bendita sobre todos os santos e sobre todos os anjos, que não me queirais dar mais.
Respondeu Nossa Senhora:
– Saboreia, filho, ainda um pouco desta segunda caixa. E dando-lhe um pouco, disse-lhe:
 – Hoje, filho, tomastes tanto, que já chega. Conforta-te, filho, que depressa virei por ti e levar-te-ei ao reino de meu Filho, o qual tu sempre buscaste e desejaste.
E dito isto, separando-se dele, partiu, e ele ficou tão consolado e confortado pela doçura daquele confeito, que por muitos dias sobreviveu saciado e forte, sem nenhum alimento corporal. E depois de alguns dias, alegremente falando com os frades, com grande Letícia e júbilo, passou desta vida mísera à bem-aventurada vida. Amém.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 83 à 85)

Fontes:
http://santo.cancaonova.com/santo/sao-liberato-de-loro/
http://www.padrerodrigomaria.com.br/santo-do-dia-06-de-setembro-sao-liberato-de-loro/
Imagens: Google imagens