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sábado, 13 de outubro de 2018

SÃO FRANCISCO SPINELLI, Presbítero e Fundador (memória em 06 de fevereiro). Canonizado em 14 de outubro de 2018.



Francisco (Francesco) Spinelli nasceu em Milão, aos 14 de abril de 1853, cujos pais, trabalhadores humildes, eram muito cristãos. Ele cresceu forte, vivaz e ficava muito alegre ao brincar de teatro de fantoches com as outras crianças. Nas horas livres acompanhava a mãe nas visitas os pobres e doentes, sentindo-se feliz por amar e ajudar o próximo, conforme o ensinamento de Jesus. Assim foi que surgiu sua vocação.

Apesar de seu pai desejar que estudasse medicina pode seguir o chamado de Cristo e se tornou um "médico" de almas. Apoiado pela família, Francisco foi estudar na cidade de Bergamo, onde concluiu os estudos e recebeu a ordenação sacerdotal, em 1875. Neste ano do Jubileu, ele seguiu em peregrinação para Roma e, durante as cerimônias na igreja de Santa Maria Maior, teve a inspiração para criar uma família de religiosas que adorassem Jesus Sacramentado. Padre Francisco compreendeu o projeto de sua vida esperando o momento certo para colocá-lo em execução.

Retornando desta viagem, foi designado para lecionar na creche da paróquia de Bergamo, onde seu tio, padre Pedro, era o pároco. Desta maneira, desenvolveu seu apostolado entre os pobres, lecionando também no Seminário e orientando algumas comunidades religiosas femininas. Em 1882, encontrou uma jovem, Catarina Comensoli (beata), que desejava se tornar religiosa numa congregação que tivesse por objetivo a Adoração Eucarística.

Padre Francisco pode assim realizar seu sonho. Em dezembro de 1882, as primeiras noviças ingressam numa casa, que depois se tornou o primeiro convento, em Bergamo. Desta maneira fundou, inicialmente, o Instituto das Irmãs da Adoração. Sete anos depois eram nove as casas, onde as religiosas acolhiam pobres, doentes e deficientes mentais.

Tudo corria bem até quando, por vários equívocos, ele foi constrangido a deixar a diocese de Bergamo, em 1889, e se transferiu para a de Cremona, na aldeia de Rivolta d'Ada, onde suas filhas tinham aberto uma casa, tendo de deixar a direção do Instituto, também. Por isto, a fundação se dividiu: irmã Comensoli criou a Congregação das Irmãs Sacramentinas, e padre Francisco, a das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento.

Obtendo a aprovação da Santa Sé, as Adoradoras adquirem vida própria, com o propósito de adorar dia e noite Jesus na Eucaristia e de servir os irmãos pobres e doentes mentais, nos quais se "reflete o vulto de Cristo". Jesus foi a fonte e o modelo da vida sacerdotal do padre Francisco, do qual extraia força e vigor para servir os semelhantes.

Em Rivolta, ele supriu a comunidade, que tinha necessidade de tudo, como: escolas, creches, assistência aos enfermos e aos velhos abandonados. Seus preferidos eram os deficientes mentais, que ele alegrava pessoalmente, encenando espetáculos de fantoche.

Envolto numa imensa fama de santidade, morreu no dia 6 de fevereiro de 1913, sendo sepultado na Casa Mãe das Adoradoras, em Cremona, Itália. O papa São João Paulo II declarou Padre Francisco Spinelli como Beato em 1992, indicando sua festa para o mesmo dia da sua morte.




Homilia de sua beatificação

Amar a Cristo na Eucaristia e no serviço aos pobres, ícone de Cristo aqui é, em suma, a vida e do ministério sacerdotal do Beato Francisco Spinelli, cujo testemunho aparece hoje especialmente oportuno e eloquente. Em uma época marcada como a nossa, por consideráveis ​​mudanças sociais, ele continua a repetir que só a partir do Coração trespassado do Redentor vem para os seres humanos de todas as idades uma fonte inesgotável de amor altruísta, que purifica e renova.
Don Spinelli compreendeu completamente a verdade da mensagem da Cruz e, portanto, está agora a ser apontado como um exemplo a imitar e um intercessor para ser chamado. A Igreja o oferece como um modelo autêntico de apóstolo, especialmente, a vós, sacerdotes, que a Providência chamou para ser administradores dos mistérios da salvação. Recebem no cotidiano do seu ministério a luz e a coragem da Eucaristia, de modo a se tornarem discípulos fiéis do Mestre divino. Apresento-o como uma testemunha válida do evangelho, a vós, religiosos e religiosas, e a todos vós, queridos irmãos e irmãs da Diocese de Cremona. Se em todas as partes da sua comunidade eclesial fluir o sangue vital da Eucaristia, podem ser mensageiros eficazes da proclamação eterna e sempre nova do Evangelho, trazendo salvação ao mundo e paz.
Sejam como Don Francisco Spinelli, as pessoas permeadas por amor indomável e divino, que se expressa em um serviço atencioso para com os pobres e os que vivem à margem da sociedade. A Igreja precisa de homens e mulheres que fazem como ele, de sua vida, um dom sem reservas ao Senhor; que não se deixam ser atraídos pelo charme de mudar as referências no mundo; que sabem como imolar-se, unindo seu sacrifício ao de Jesus, para que "o mundo tenha vida e a tenha em abundância" (Jo 10, 10).
Esta é a missão da Igreja; esta é a vocação de cada um de nós, chamados a ser obedientes ao Evangelho da caridade. "Recordando o seu Senhor, esperando até que Ele venha”, - escreveram os Bispos italianos nas orientações pastorais para os anos 90 - a Igreja entra nesta lógica do dom total de si. Em volta de uma mesma mesa eucarística, e compartilhando o mesmo pão, que cresce e é construída como uma instituição de caridade e é chamada a mostrar-se ao mundo como sinal e instrumento de unidade em Cristo para toda a humanidade. A tarefa é claro, é difícil, mas não impossível, porque o amor do Senhor pode vencer cada fraqueza humana. Na Eucaristia, Cristo se faz nosso alimento espiritual e antecipa-se nas sombras do tempo o brilho do Reino da glória final.
São João Paulo II, em 21 de junho de 1992



O milagre para sua canonização

No próximo dia 14 de outubro, Pe. Francesco Spinelli será canonizado pelo Papa Francisco, graças ao milagre realizado em um recém-nascido na República Democrática do Congo, na África.

Em 25 de abril de 2007, nasceu um bebê no Hospital maternidade de Binza, em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo. Neste local, que recebe de 20 a 30 crianças diariamente, as Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento realizam seu trabalho apostólico.

O recém-nascido e sua mãe receberam alta três dias depois. Mas, no trajeto, a mãe deu um passo em falso e instintivamente firmou o bebê com seus braços, de tal forma que provocou uma hemorragia grave nele.

Ao voltar para o hospital, os profissionais de saúde tentaram ajudá-lo durante cerca de 45 minutos. Para salvá-lo, era preciso realizar uma transfusão de sangue urgentemente. Mas, a gravidade do bebê era tanta que suas veias estavam se afinando, o que tornava impossível o procedimento.

Nesse cenário, existiam outras alternativas de tratamento, mas, devido à escassez de tecnologia no hospital e a impossibilidade de conseguir uma transferência rápida para outra unidade, os médicos deram o bebê por morto.

Enquanto isso acontecia, a Irmã Adeline, religiosa adoradora responsável pela maternidade do hospital, notou a gravidade do bebê e pediu sua comunidade para que rezassem pela salvação da criança.

A superiora da congregação, Irmã Antonietta Musoni, pediu a intercessão de Pe. Spinelli e começaram a rezar a novena.

Irmã Adeline colocou um santinho de Pe. Spinelli debaixo dos lençóis da criança e, quando os médicos fizeram um último esforço, milagrosamente encontraram uma veia tão grande como a de um adulto para realizar a transfusão de sangue.

Com apenas 3 ou 4 gotas de sangue, o bebê começou a se mexer e chorar. Recuperou-se completamente em algumas horas.

Os pais, conscientes do milagre obtido pela intercessão do padre fundador do Instituto das Irmãs Adoradoras do Santíssimo Sacramento, mudaram o nome de seu filho de Ambrósio Maria Diaz para Francisco Maria Spinelli Dias.

A criança cresceu saudável, sem nenhuma sequela daquele episódio. Até mesmo os exames realizados no menor durante o processo de investigação da causa do Pe. Spinelli demonstraram seu perfeito estado de saúde.

Fontes:







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