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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Serva de Deus Madre Clara Maria de Jesús Quirós, Mãe de Família e Fundadora das Carmelitas de São José



A fundadora das Carmelitas de São José é salvadorenha, de San Miguel, onde nasce em 1857. No nome que lhe impõem no dia de seu batismo, em 31 de outubro de 1857: Clara del Carmen, haveria lido qualquer “vidente” mediano o seu porvir. Será fundadora, como Clara de Assis, em cujo dia abriu os olhos para este mundo, e de um Instituto Carmelitano, as Carmelitas de São José.

Ela – Clara – envolta em uma pobreza efetiva e afetiva, particularmente foi abandonada por seu próprio pai, Daniel Quirós, quando tinha apenas três anos. Se sabe que sua mãe – Carmen López – a casa com um homem que frequentava a casa – Félix Alvarado – que se afirma “professor de ciências e letras”, porém, que resulta em um incompetente para a vida. Com apenas quinze anos “Clarita” desconhece por completo a “psicologia” varonil. Foram aquelas bodas uma ideia fracassada de sua mãe e uma irresponsabilidade de Félix. Passa a vida em Nueva San Salvador. Chegaram-lhe seus seis filhos. Os dois últimos voaram logo para o céu.

Os outros três primeiros são recordados, todavia, na história de El Salvador: Carmen, casada com Recaredo Gallardo, ministro da fazenda do presidente Romero Bosque; Gertrudis, casada com Godofredo Arrieta Rossi, governador e grande médico e cirurgião; e Alfredo.

Clarita, com aproximadamente 13 a 14 anos
Apenas Cipriano, que herda o “pouco juízo” de seu avô Daniel e de seu pai Félix, motivou dias muito amargos para sua mãe.

O que engrandece esta mulher é que, abandonada por seu esposo, se inclina para seu Deus, que é Amor, por seu Filho Jesus Cristo, presente na terra na Eucaristia, o Sacramento do Amor, e pela Mãe de Jesus, debaixo da terna invocação de Nossa Senhora das Dores, que secaria suas lágrimas, e também Nossa Senhora do Carmo, a Mãe que a recebe no dia de seu batismo.

É um grande acerto voltar a encontrar o AMOR, com maiúsculas, em Deus e em sua Mãe, ao invés de procurar amores humanos, especialmente ela, uma mulher sensível, nascida para ser amada.

Em 1873, se alista na Confraria de Nossa Senhora do Carmo; em 1887, toma o hábito da Ordem Terceira; em 1889 professa como irmã. Emite a profissão carmelitana com plena consciência de sua seriedade e responsabilidade. Ela assume a altura dos ideais e da santidade da Ordem Terceira e se consagra radicalmente. Seu futuro carmelitano se projeta no horizonte.

Não falta em sua alma um amor entranhado à Mãe Dolorosa, diante de cujo Coração destroçado necessita recolher-se. Em diferentes anos aparece como a tesoureira da confraria fundada em 1884 em Nueva San Salvador.

Seu amado Cristo Sacramentado a atrai irresistivelmente, desde que experimenta a instabilidade do amor humano e, durante anos, a partir de 1889, trabalha como secretária da Guarda de Honra do Santíssimo Sacramento. Consequentemente, seu respeito pelos bispos e sacerdotes se deixa notar nas paróquias da Conceição e do Carmo de Nueva San Salvador e no seminário, com os salesianos e jesuítas.

Clara aparece em primeira linha em toda obra apostólica, paroquial e diocesana. É a impulsora e a alma, a promotora dos exercícios espirituais, sócia ativa da Sociedade Católica de São Vicente de Paulo e da Irmandade do Carmo. Está sempre ao lado da hierarquia eclesiástica nos piores conflitos sociais e da Escola Católica. Ela é uma grande apóstola social feminina.

Para solucionar suas carências econômicas, abre uma agência de “Bens e Raízes” – detalhe o mais original de sua vida, pelo que será – não duvidamos – declarada a patrona perante Deus daqueles que se dedicam a semelhante serviço na sociedade. 

Sempre alegre, serena e jovial, apesar das duras provas, não duvida em ceder ante as insinuações do arcebispo Antonio Adolfo Pérez y Aguilar, para que ceda sua casa aos jesuítas, que chegaram já com “a mesa posta”, desconhecendo, estes e aquele, a galanteria com uma dama, porque a pobre Clara consegue, de benfeitores, uma boa quantia de dinheiro para refazer, ela mesma, o convento de Belém, enquanto a ínclita e poderosa Companhia de Jesus encontrava a casa e igreja do Carmo reformadas e bem compostas.

Na véspera de Santa Teresa de Jesus, 14 de outubro de 1916, começa a fundação de sua Congregação Carmelitana e, em meio a mil privações, se dedica com suas filhas às meninas pobres, órfãs e marginalizadas, às senhoras viúvas e/ou abandonadas, aos enfermos que vivem sozinhos em seus domicílios.

Madre Clarita (mais acima) e crianças pobre e abandonadas
acolhidas pela congregação por ela fundada. 


A interessante experiência de solidão e de abandono, que sente ao longo de sua vida secular, a impulsiona a minorar esta marca social da mulher tratada em segundo plano pelos homens.

Em meio a estas meritórias tarefas apostólicas, recebe o chamado de partir para Deus  precisamente no dia da Imaculada Conceição: 08 de dezembro de 1928. A suas numerosas filhas lhes há deixado o desafio de sua espiritualidade e de sua missão na Igreja. Sabemos que a autoridade eclesiástica salvadorenha quer estudar oficialmente a grande personalidade cristã de Madre Clarita, mediante a abertura do processo de sua beatificação/canonização.

O processo diocesano de sua vida, virtudes heroicas e fama de santidade da Serva de Deus Madre Clara Maria de Jesús Quirós transcorreu em El Salvador do dia 04 de novembro de 2004 a 13 de dezembro de 2005. Toda a documentação do processo foi enviada a Roma através da Nunciatura Apostólica em El Salvador, em 16 de janeiro de 2006. Já a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos emitiu o decreto de validade do processo diocesano no dia 31 de outubro de 2008.


Autor do artigo em espanhol:
Padre Alberto Barrios Moneo, claretiano.
(traduzido por mim, Giovani Carvalho)


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