Serva de Deus Yvonne de Malestroit |
Yvonne nasceu a 16 de julho, festa de Nossa Senhora do
Carmo. Foi bem acolhida pela mãe, porém seu pai, que muito desejava um filho
homem, demorou cinqüenta dias para abraçá-la, pois como tinha doze filhas,
esperava um menino.
Yvonne recorda que aos cinco anos sua avó lhe falou sobre uma Boa Mãe, e
disse-lhe que Ela tinha muito amor por nós e que era uma Mãe bela e pura.
Yvonne pensou com tristeza que poderia perder sua pureza, e suplicou a Ela que a
guardasse pura como um lírio.
Yvonne tinha muitos defeitos, porém, a cólera era o mais dominante. Por um
nada, ela brigava e rolava por terra. Seu pai faleceu quando tinha três anos e
meio, ela vai lembrar-se se sempre do beijo que seu pai deu momentos antes de
sua morte.
“Ó
meu pequeno Jesus, eu me dou a ti eternamente e para sempre. Eu farei tudo que
Tu me disseres que eu faça. Eu só viverei por Ti. Eu trabalharei em silêncio
por Ti. Eu sofrerei muito em
silêncio. Eu Te suplico que me torne santa, mas eu quero também
ser sempre pequena, a fim de te dar toda a glória. Eu quero Te possuir, Meu
pequeno Jesus, e irradiar teu amor. Eu não quero ser nada, quero apenas tua
vontade...”.
Tua
pequena Yvonne (oração composta por Yvonne aos dez anos).
A treze de julho de 1914, Yvonne entrou
nas Filhas de Jesus de Kermarie; como Teresa de Lisieux, ela iria completar
quinze anos no próximo dezesseis de julho. Aos dezoito anos, terminados os
estudos secundários, Yvonne começou a visitar os pobres de Bologne, Billancount,
Courneuve, Babigny, locais considerados perigosos até pela polícia, que não se
aventurava a ir lá. Um filho de são Vicente de Paula deu o endereço para Yvonne
e ela mesma foi à procura desses irmãos. No verão de 1920, uma época em que não
havia nenhuma proteção social, muitos viviam uma negra miséria.
Somente
a caridade dava segurança a muitos. Yvonne Aimée passava por esses quarteirões
socorrendo os doentes ocupando-se com os idosos, os agonizantes e as mulheres
caídas, fazendo inúmeros favores e tornando decentes os pobres desses lugares,
porém ela dispensava certos cuidados com ela própria, se ocupando somente com a
sorte dos pobres, cuidando de quem Jesus designava. Ela praticou esse
apostolado impressionante de caridade e doação dos dezoito aos vinte e sete
anos. Tudo em Yvonne era harmonia de gestos, seus olhos eram azuis
acinzentados, tinha um olhar penetrante, doze e luminoso. Era incrivelmente humana, revestida
de um ar de majestade e doçura que marcava a todos com a experiência de Deus.
No dia de cinco de julho de 1922, Em oração, ela ouviu seu nome: Yvonne! Ela
olhou para a chaminé donde poderia ter vindo essa voz, não descobrindo nada,
pensou em dormir. Uma segunda vez, ouviu a voz: Yvonne!
E teve medo, muito medo. Então, colocou sua cabeça debaixo da coberta e começou
a rezar o Pai Nosso. Quando chegou na hora de recitar: “perdoai-nos as nossas
ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, ouviu novamente a
voz: Yvonne.
Então ela conta: ajoelhei-me
na beira da cama e do alto da chaminé eu vi uma luz, luz natural não iluminação
artificial, depois uma cruz se desenhou e ouvi uma voz de grande doçura que me
disse: -Tu podes carregá-La?
-Oh, sim Senhor, respondi eu.
Eu me senti naquele momento invadida por uma bondade imensa. A voz repetiu:
- Sou uma alma abandonada, aceita os sofrimentos que te enviarei como uma
grande graça, e como um grande favor dado às almas que eu amo. Aceita-os sem
reclamar, sem examinar a natureza e a duração, sem te prevaleceres deles. Não
dês atenção as tuas mortificações ou humilhações. Olha-Me, Eu te amo. Isto não
é suficiente para o seu coração?
_-Oh, sim Senhor, respondi eu, eu vos amo mas, é bom para vós que vos
digneis me falar e vos ocupar desta vossa pequena criatura? Fala Senhor, é bom
para vós?
Então eu vi uma mão avançando próxima a Cruz, colher uma flor de lírio e me
entregá-la, neste momento fui invadida por uma alegria e por um grande amor que
quase me fez desfalecer, entretanto me pareceu durar somente um momento e minha
alma ficou cheia de paz.
Testemunho
do padre Labutti
Nós nos encontramos em La Bradière , em
janeiro de 1927, eu não conhecia nada sobre Yvonne Aimée, eu sabia somente que
era uma criatura jovem extraordinária e que rezava por minha vocação. Quando eu
me encontrei em sua presença pela primeira vez, eu tive a intuição que estava
frente a uma mulher verdadeira e ao longo dos anos, nossa amizade viveu
diferentes aspectos. Ela era para mim uma amiga maravilhosa, a irmã
primogênita, uma segunda mãe. Sem jamais ter encontrado um mestre espiritual. Ela caminhava muito rapidamente e me dava a
impressão que nunca tocava na terra, quando era jovem havia gostado muito
de dançar, e conservou o senso do ritmo até o fim da sua vida.
O tempo dos sofrimentos
Um sofrimento ou um conjunto de sofrimentos novos que
se apresentaram nos anos que se seguiram.
Certos dias, ela parecia esmagada,
sobrecarregada pelo fardo que não era somente das almas que amparava e tinha
sustentar um monastério, uma ordem que ela dirigia. Um dia, ela escreveu: “parece-me
que sustento o mundo!”
De sua infância, até seus últimos dias, sua breve vida
chegou aos 49 anos e foi um testemunho de contínuo progresso espiritual e de
firmeza absoluta. Malgrado a avalanche de carismas (a palavra não era seu
forte), ela viveu uma vida muito simples,no abandono total a Deus, na certeza
de um trabalho bem feito, ela praticou o exercício da caridade fraterna, a
alegria da Cruz. Sua experiência cristã, que se insere na Tradição Mística bi
milenar da Igreja, não foi para ela uma evasão ou um refúgio, mas na discrição,
no silêncio, na paz, no esquecimento de si própria, num transbordamento de
vida. Muito doente, cheia de sofrimentos, de responsabilidades no trabalho,
longe de proclamar seus sofrimentos, ela dedicou-se a uma atividade ordenada;
não havia nela o menor paradoxo de uma existência inaudita. Da simplicidade de
criança à postura de uma chefia, tudo nela era um raio de luz oriundo do Amor
extraordinário, um Amor louco que ela manifestava a Deus, a Jesus Cristo, aos
pobres, as almas.
“Tudo a serviço do Rei Jesus” ; por este lema,
ela doou todo o tempo de sua juventude, concretizado no seu amor por Jesus.
Tudo fez por Ele, pela Igreja, pela França, por outras nações, pelos pobres e
sobretudo pelo mundo de almas, as quais ela tinha uma extraordinária
penetração. Moderna de gostos, caminhando conforme o tempo, fiel à Tradição,
feliz e fiel filha da França, enraizada profundamente na Igreja Católica e na
Ordem Agostiniana, discípula de Santa Teresa de Lisieux, ela tinha,
entretanto,dimensão escatológica, vivia a plenitude do momento presente, dos
valores do mundo que estava por chegar, sua vida era inteiramente de doação. O
sentimento do exílio terrestre, a nostalgia do desejo o Céu, a lembrança do
Amor que a possuía totalmente, a alegria da maravilhosa liberdade dos
“pequenos” de Deus, nela se manifestavam. A
clareza e a agilidade de seu corpo eram a antecipação do Reino. Yvonne
faleceu em 1951.
"Yvonne Aimée foi superiora eclesiástica do Monastério
de Malestroit, maravilhosamente preservada do mal teve 'extraordinárias
manifestações divinas: êxtases, perfumes misteriosos, bilocações, surgimento inexplicável de flores, conhecimento íntimo das almas, profecias, também por diversas vezes sofreu cruéis investidas de satanás como
poucos na história da Igreja."
Assim nos relata Monsenhor François Pecado, bispo de Bayex-Lisieux.
Qual era sua missão? Seu carisma? Seu lugar na
constelação dos místicos do nosso século?
Pode ser prematuro encontrar uma resposta; talvez esta
resposta esteja reservada para Yvonne, nos tempos difíceis que se aproximam.
Talvez conheçamos toda a estatura e dimensão desta mulher na Igreja do terceiro
milênio. No imediatismo face ao materialismo, o silêncio sobre Deus, o drama do
humanismo ateu, ela é uma grande testemunha de um mundo sobrenatural e ao mesmo
tempo, sua feminilidade é acompanhada de um grande testemunho de humanidade.
Yvonne
Aimée de Malestroit... sobre elas muitas obras foram publicadas na intenção de
revelar ao mundo seus impressionantes carismas:
Escritos
Espirituais de Yvonne Aimée de Malestroit... -Edition de Giubert 1981
Prioridade
pelos pobres na zona vermelha da Resistência- Edition de Giubert 1981
Os
estigmas à semelhança de São Francisco de Assis- Edition de Giubert 1987
Bilocação
de Yvonne Aimée de Malestroit-- Edition de Giubert 1995
O
amor mais forte que os sofrimentos- Edition de Giubert 1992
A
santa infância-- Edition de Giubert 1994
(obras editadas
somente em francês)
9 comentários:
Belíssima história, fiquei encantada e emocionada com a bondade que essa Santa Ivonne possuía em seu caráter cristão. Peço a Deus que me ajude a pelo menos a tentar parecer com Ela!
Encantada e emocionada em conhecer uma Serva, uma Santa Yvonne.... rogai sempre por todos nos, amem
Fiquei maravilhada?GRATA PELO POST
Amei saber dessa bondosa serva de Deus
Estou apaixonada pela vida de santidade de Santa Yvonne
Existe livro sobre ela? Fiquei emocionada com a sua vida exemplar
Estou muito feliz com esta auto doação, resignação de vida de santa Ivone
Gostei muito da vida de Sta Yvonne.
Sta Yvonne de Aimée, rogai por nós.
Gostaria de conhecer os escritos de Madre Yvonne-Aimèe.
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