São Leandro (Mensor), São Leão (Teokeno) e São Sair, os Reis Magos. |
Igualmente,
ainda segunda uma antiga tradição, foi-lhes imposto os nomes de Melchior,
Gaspar e Baltasar, de acordo com as qualidades de cada um deles.
Gaspar significa
aquele que vai com amor; Melchior, o que anda com suavidade e guia usando de
mansidão e acariciando; Baltasar, o que obedece de imediato e sem discutir,
isto é, sujeita a vontade própria aos desejos de Deus.
No entanto,
segundo as revelações que Deus concedeu à Beata Ana Catarina Emmerich, esses
não eram os seus verdadeiros nomes.
Os nomes dos
três Reis Magos, enquanto pagãos, seriam: Mensor, Teokeno e Sair. Dois deles
porém, receberiam nome cristão ao serem batizados.
Mensor, branco, mas de tez morena, foi batizado por São Tomé, a seguir à morte de Jesus Cristo,
recebendo no batismo o nome de Leandro.
Teokeno, de cor
branca, o que estava doente quando Jesus o visitou, recebeu no batismo o nome
de Leão.
Sair, de cor
escura, já tinha falecido ao tempo do Senhor, por isso, recebeu o batismo de
desejo.
Mensor, que é
como dizer: o cristão Leandro, era da Caldeia. A cidade onde nasceu, tinha um
nome parecido com Acaiaia o Acaiacul. Fora edificada numa ilha e era rodeada
por um rio. Porém, Mensor residia habitualmente na terra de pastagens, no meio
dos rebanhos.
Estas são
algumas respostas, às muitas perguntas que nos fazemos acerca dos Magos: donde
vieram, como se chamavam, o que faziam, que embora sem qualquer rigor científico,
sempre atenuam a nossa curiosidade.
COMO A BEATA ANA CATARINA EMMERICH VIU A VISITA DOS REIS MAGOS AO MENINO JESUS:
“...Cada um dos
Reis era seguido por quatro pessoas de sua família, além de alguns criados de
Mensor que levavam uma pequena mesa, um carpete com adornos e outros objetos.
Os Reis seguiram
José, e ao chegar sob o alpendre, diante da gruta, cobriram a mesa com o
carpete e cada um deles punha sobre ela as caixinhas de ouro e os recipientes
que tiravam de sua cintura. Assim ofereceram os presentes comuns aos três.
Mensor e os demais tiraram as sandálias e José abriu a porta da gruta. Dois
jovens do séquito de Mensor, que o precediam, estenderam um tapete sobre o piso
da gruta, retirando-se depois para trás, seguindo-os outros dois com uma
mesinha onde estavam colocados os presentes. Quando estava diante da Santíssima
Virgem, o rei Mensor depositou estes presentes a seus pés, com todo respeito,
pondo um joelho no chão. Atrás de Mensor estavam os quatro de sua família, que
se inclinavam com toda humildade e respeito. Enquanto isso, Sair e Teokeno aguardavam depois, perto da entrada da gruta. Adiantaram-se por sua vez, cheios
de alegria e de emoção, envoltos na grande luz que enchia a gruta, apesar de
não haver ali outra luz a não ser o que é a Luz do mundo. Maria encontrava-se recostada
sobre o tapete, apoiada sobre um braço, à esquerda do Menino Jesus, o qual
estava recostado dentro da manjedoura, coberto com um lenço, cuja manjedoura
estava posta sobre um tablado alto. Quando entraram os Reis, a Virgem colocou o
véu, tomou o Menino em seus braços e cobriu-o com um véu maior. O rei Mensor
ajoelhou-se e oferecendo os dons pronunciou ternas palavras, cruzou as mãos
sobre o peito, e com a cabeça descoberta e inclinada, rendeu homenagem ao
Menino. Entretanto, Maria havia descoberto um pouco a parte superior do Menino,
o qual olhava com semblante amável a partir do centro do véu que o envolvia.
Maria sustentava sua cabecinha com um braço e o rodeava com outro. O Menino
tinha suas mãozinhas sobre o peito e as estendia graciosamente a seu redor. Oh,
quão felizes sentiam-se aqueles homens vindos do Oriente para adorar ao Menino
Rei!
Vendo isto dizia
para mim: “Seus corações são puros e sem mancha; estão cheios de ternura e de
inocência como os corações dos meninos inocentes e piedosos. Não se vê neles
nada de violento, apesar de estar cheios do fogo do amor”. Eu pensava: “Estou
morta; não sou mais que um espírito: de outro modo não poderia ver estas coisas
que já não existem e que, sem embargo, existem neste momento. Mas isto não
existe no tempo, porque em Deus não há tempo: em Deus tudo é presente. Eu devo
estar morta; não devo ser mais que um espírito”. Enquanto pensava estas coisas,
ouvi uma voz que me disse: “Que te importa tudo isto que pensas?... Contempla e
louva a Deus, que é Eterno, e em Quem tudo é eterno”.
Vi que o rei
Mensor tirava de uma bolsa, presa à cintura, um punhado de barrinhas compactas
do tamanho de um dedo, pesadas, afinadas na extremidade, que brilhavam como
ouro. Era seu presente. Colocou-o humildemente sobre os joelhos de Maria, ao
lado do Menino Jesus. Maria pegou o presente com um agradecimento cheio de
sensibilidade e de graça, e o cobriu com a ponta de seu manto. Mensor oferecia
as pequenas barras de ouro virgem, porque era sincero e caritativo, buscando a
verdade com ardor constante e inquebrantável. Depois, retirou-se, retrocedendo,
com seus quatro companheiros, enquanto Sair, o rei cetrino, adiantava-se com os
seus e se ajoelhava com profunda humildade, oferecendo seu presente com
expressões muito comovedoras. Era um recipiente de incenso, cheio de pequenos
grãos resinosos, de cor verde, que pôs sobre a mesa, diante do Menino Jesus.
Sair ofereceu incenso porque era um homem que se conformava respeitosamente com
a vontade de Deus de todo coração, e seguia esta vontade com amor. Ficou muito
tempo ajoelhado, com grande fervor. Retirou-se e adiantou-se Teokeno, o maior
dos três, já de muita idade. Seus membros um tanto endurecidos não lhe
permitiam ajoelhar-se: permaneceu de pé, profundamente inclinado, e colocou sobre
a mesa um vaso de ouro que continha uma formosa planta verde. Era um arbusto
precioso, de tronco reto, com pequenas raminhas crespas coroadas de formosas flores brancas: a planta da
mirra. Ofereceu a mirra por ser o símbolo da mortificação e da vitória sobre as
paixões, pois este excelente homem havia sustentado luta constante contra a
idolatria, a poligamia e os costumes degradantes de seus compatriotas. Cheio de emoção permaneceu longo tempo com
seus quatro companheiros ante o Menino Jesus. Eu tinha pena dos demais que
estavam fora da gruta esperando sua vez para ver o Menino.
As frases que diziam
os reis e seus acompanhantes estavam repletas de simplicidade e fervor. No
momento de humilhar-se e oferecer seus dons diziam mais ou menos o seguinte:
“Temos visto sua estrela; sabemos que Ele é o Rei dos Reis; vimos para
adorá-lo, para oferecer-lhe nossas homenagens e nossos presentes”. Estava como
fora de si, e em suas simples e inocentes palavras encomendavam ao Menino Jesus
suas próprias pessoas, suas famílias, o país, os bens e tudo o que tinha para
eles algum valor sobre a terra. Ofereciam-Lhe seus corações, suas almas, seus
pensamentos e todas suas ações. Pediam inteligência clara, virtude, felicidade,
paz e amor. Mostravam-se cheios de amor e derramavam lágrimas de alegria, que
caíam sobre suas faces e suas barbas. Sentiam-se plenamente felizes. Haviam
chegado até aquela estrela, pela qual há milhares de anos seus antepassados
haviam dirigido seus olhares e suas ânsias com um desejo tão constante. Havia neles
toda a alegria da Promessa realizada depois de tão longos séculos de espera.
Maria aceitou os
presentes com atitude de humilde ação de graças. A princípio não dizia nada:
somente expressava seu reconhecimento com um simples movimento de cabeça, sob o
véu. O corpinho do Menino brilhava sob as pregas do manto de Maria. Depois a
Virgem disse palavras humildes e cheias de graça a cada um dos Reis, e deixou
seu véu um tanto para trás. Aqui recebi
uma lição muito útil e pensava: “Com quão doce e amável gratidão recebe Maria
cada presente! Ela, que não tem necessidade de nada, que tem a Jesus, recebe os
dons com humildade. Eu também receberei com gratidão todos os presentes que me
façam no futuro”. Quanta bondade há em Maria e em José! Não guardavam quase nada
para eles, tudo o distribuíam entre os pobres.
(Texto extraído
da obra "Anna Catalina Emmerick - La Vida de Jesucristo y de su Madre
Santíssima (desde el nascimiento de Maria Santíssima hasta la morte de San
José) Segun las visiones de la Ven. Ana Catalina Emmericj - vol. II - Editorial
Surgite - págs. 163/166)
Um comentário:
Deus seja louvado.
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