Servo de Deus Padre João Batista Reus, nascido Johann Baptist Reus
*
10 de julho de 1868 em Pottenstein,
Baviera
†
21 de julho de 1947 em São Leopoldo, RS, Brasil
"Maria
é a Medianeira de todas as graças... Principalmente para com o sacerdote, a
quem tanto ama e a quem confia o que possui de mais caro: seu Divino Filho no
Santíssimo Sacramento".
Servo
de Deus Padre João Batista Reus
Nascimento
e Adolescência do Padre Reus na Alemanha
A aldeia de
Pottenstein na região da Bavária (Alemanha), possui uma altitude que varia
entre 350 a 450 metros acima do nível do mar e sua população atual é de cerca
de 1500 habitantes. Nacionalmente é conhecida como um excelente centro de
recursos climáticos para tratamentos de saúde. Pottenstein, assim chamada
“Suíça de Francônia”, foi o lugar de nascimento de João Batista Reus. Seus
pais, João Reus e Ana Margarida Hengl, moravam na rua principal, nº65. Nessa
casa está uma placa com a inscrição: “Nesta casa nasceu o Padre João Batista
Reus, SJ., em 10 de julho de 1868”.
Cercada de altos
penhascos, fica próxima ao ponto de união dos vales Weihersbach e Haselbrunn e
está situada aos pés de um velho castelo cuja história desempenhou um
importante papel para a região. Santa Isabel da Áustria morou entre suas
paredes de 1228 a 1229. Ainda hoje muitos prédios ostentam com orgulho o nome
da santa católica e na praça da aldeia existe uma estátua em sua homenagem.
Foi ali, na
pequena Pottenstein, cercado de história e religiosidade nasceu um menino que
foi batizado com o nome de um dos mais importantes profetas bíblicos: João
Batista. Sobre esse dia tão importante para sua vida de fé cristã, o Padre Reus
escreveu mais tarde: “Na medida em que avanço em anos, avalio melhor a graça da
fé e agradeço-a à bondade divina...”
O ambiente
familiar de João Batista era propicio para o desenvolvimento de uma vida cristã
autêntica. O pai, João Reus, procurava educar os filhos para o fiel cumprimento
dos seus deveres e ele mesmo era exemplo de uma fé vigorosa e de um genuíno
testemunho cristão.
Dotados de
sólida educação moral e religiosa, fato que iria mais tarde refletir-se na
educação do garoto, os Reus em nenhum momento deixaram-se abater pela situação
financeira difícil por que passavam e pelo volume de dívidas que haviam acumulado
nos últimos anos.
Ao contrário, o
nascimento foi motivo de comemoração e alegria no seio familiar. João Batista
Reus seria o oitavo filho de uma família de 11 irmãos.
Sem desanimar
com as dificuldades financeiras, enquanto a mãe Anne convalescia do parto, o
pai João, um açougueiro humilde e otimista, continuava seu trabalho árduo e
difícil na pequena gleba de terras que a família possuía nos arredores de
Pottenstein.
O tempo passou e
o pequeno Batista acostumou-se com uma infância alegre e despreocupada,
brincando na neve e fazendo peraltices e estripulias com um pequeno grupo de
amiguinhos que lhe acompanhavam de manhã à noite.
Um dia sua mãe
estava orando acompanhada do caçula Francisco e pediu em voz alta que Deus
iluminasse João Batista e abrisse seu coração para as coisas da Igreja, ao que
prontamente o pequeno Francisco prontamente respondeu:
- Mas o João
também deve colaborar com a nossa oração, mãe!
Francisco sabia
que João Batista estava muito mais preocupado com a criação dos gansos que o
pai colocou sob sua responsabilidade, do que pensar em servir a Igreja. Quando
não estava brincando com os irmãos e o grupo de amigos, João Batista dividia
seu tempo entre o cuidado com os gansos e os deveres da escola.
Antes de
completar os 12 anos, a quatro de abril de 1880, no domingo da Páscoa, fez sua
primeira comunhão. Embora bem preparado para o acontecimento, pareceu-lhe
estranho que tivesse pensamentos não muito piedosos, que o deixaram molestado.
Pelo fim de sua vida, recordava:
“Parece-me ser
uma realidade: já desde a infância, o demônio me perseguia”... (27.10.46).
Embora não fosse muito dotado, João Batista
gostava de estudar. Possuía grande facilidade para línguas. Além das
disciplinas regulares, interessava-se pelo italiano, hebraico, aramaico e árabe.
Dedicava-se também à taquigrafia, ao desenho, ao canto. E gostava de tocar
cítara.
Já nos primeiros
meses de escola a vocação religiosa do jovem João Batista Reus começou a
manifestar-se através de seu desejo diário de ir rezar na Igreja de São
Martinho, perto do ginásio onde estudava. Todas as manhãs antes da aula ele
entrava na igreja com passos firmes e resolutos para fazer as orações do dia.
Cultivava um
amor especial à Virgem Maria. Todos os sábados frequentava a igreja da Mãe de
Deus, situada num ponto mais elevado da cidade. Sua maior alegria era subir a
colina de Pottenstein para frequentar a Igreja dedicada à Virgem Maria. Nestas
ocasiões costumava pedir que seu destino fosse o de transformar-se em um pobre
sacerdote. Quando dezenas de anos mais tarde teve a oportunidade de escrever
suas memórias, fez constar a seguinte passagem a respeito destes pedidos:
- “A Virgem
Maria tomou esse meu pedido ao pé da letra e me alcançou a graça de vir a ser,
por sua intercessão, um pobre jesuíta. Quanta alegria proporcionou-me mais
tarde o completo cumprimento deste meu desejo. É admirável como a Mãe sabe
superar de longe todo o raciocínio humano. Graças lhe sejam dadas por toda a
eternidade”.
A experiência militar
Apesar de ser um
estudante de teologia com visível vocação religiosa, no final da adolescência
ao concluir o curso ginasial apresentou-se para servir ao exército. Como o
serviço militar era obrigatório, a única concessão feita aos novos recrutas era
de que aqueles que tivessem completado a 6ª série, como ele o fizera, poderiam
ter seu tempo de serviço militar reduzido. Ainda assim todos deveriam dedicar
pelo menos um ano de suas vidas à carreira militar.
Resolvido a
seguir o destino que sua mente há muito já havia traçado João Baptista Reus fez
uma coisa antes de ingressar nas fileiras do exército: matriculou-se
primeiramente no Seminário de Bamberg e só depois partiu para ingressar nas
fileiras militares.
Durante os
primeiros tempos em que esteve na caserna muitos de seus amigos chegaram a
imaginar que sua vocação sacerdotal tivesse desaparecido. Era tamanha sua força
de vontade e tão sinceros e dedicados seus esforços em cumprir as tarefas que
lhe eram determinadas, que a maioria dos colegas tinha quase certeza que estava
sendo formado ali um futuro profissional das armas e não um homem dedicado a
Deus.
E João Batista
de certa forma até contribuía para que todos pensassem daquela forma, pois a
cada dia esforçava-se mais em seus deveres de militar. Tamanho era seu empenho
pessoal que logo foi promovido a cabo; não demorou muito já era sargento e
pouco depois prestou exames para o oficialato. Neste curto período de tempo até
mesmo seus superiores e amigos mais próximos não duvidavam mais que o futuro do
rapaz seria no exército, do contrário não teria prestado exames para o
oficialato.
Como o cargo de
oficial militar era incompatível com o de sacerdote o fato de ter prestado
exames e promovido a oficial deixava antever até mesmo para seus familiares que
o jovem nascido em Pottenstein havia despertado para uma nova vocação
profissional.
Todos, no
entanto estavam enganados. O ânimo do jovem alemão em nenhum momento tinha
arrefecido. Em outubro de 1890 João Baptista renunciou ao oficialato, deu baixa
e em seguida ingressou no Seminário de Bamberg.
O jovem seminarista
João Batista
nutria um grande desejo de ser sacerdote. Mas não simpatizava com a vida de
seminário.
Em sua
autobiografia, João Batista escreve:
Não posso! Não
posso! – Qual terá sido a origem dessa insistente relutância? Quer-me parecer
que era o demônio, pois desapareceu com o meu ingresso no Seminário...” (Autob.
20ss).
A mesma decisão
e força de vontade demonstrada durante a carreira militar repetiram-se em
Bamberg e enquanto estudava teologia o jovem Reus com a mesma tenacidade lia
tudo que encontrava a respeito da vida de Santo Ignácio de Loyola, fundador da
Companhia de Jesus.
No Seminário,
teve oportunidade de fazer de imediato o seu primeiro retiro espiritual
inaciano, de três dias. Foi uma nova experiência para a sua vida, que ele
descreveu assim: “Comecei vida nova. A mudança operada em mim foi como a
passagem da noite para o dia. Seu propósito, no final do retiro era: “Ser puro
como um anjo”. Esta norma passou a polarizar todas as suas aspirações. Buscava
forças no amor de Cristo, em especial ao Deus Menino do Presépio, para o
cumprimento de seu propósito. Mais tarde anotou em seu diário:
“A amável Mãe de
Deus, inspirou-me a princípio grande amor a seu Divino Filho. Uma grande
confiança e íntimo amor ao Menino Jesus tomavam posse do meu jovem coração”.
Em setembro de
1892 fez uma viagem até Exaeten, na Holanda e lá teve certeza que sua vida
religiosa aconteceria entre os jesuítas. Apesar de seu desejo intenso de
ingressar imediatamente naquela ordem, não foi ainda desta vez que ocorreu seu
ingresso.
Aconselhado a
ordenar-se sacerdote em sua diocese, retornou da Holanda e foi para Bamberg
onde continuou seus estudos por mais um ano.
Nas férias, no
segundo domingo depois da Páscoa, fez uma bela homilia sobre o seu tema
predileto: o Santíssimo Sacramento, com satisfação geral dos presentes. O jovem
diácono era estimado por todos, tanto por sua personalidade como por seu
caráter jovial. Não costumava fazer distinção entre as pessoas. Apenas
demonstrava especial amor aos pobres.
A Ordenação Sacerdotal
Como preparação
imediata ao sacerdócio, fez um retiro espiritual, anotando posteriormente em
sua autobiografia: “Chegaram os dias do retiro antes da ordenação.
Manifestou-se então com toda a veemência o fogo do amor ao Redentor... Quero
amar-Vos de coração com amor íntimo, cálido e abrasador, com o mais puro e
santo amor de Deus...” (Autob.39). O propósito do retiro foi: “Meu Deus, quero
amar-Vos cordial e intimamente, com entrega total de todo meu ser!”
Foi ordenado
sacerdote, dia 30 de julho de 1893, na Catedral de Bamberg, juntamente com
outros 16 diáconos. No mesmo dia viajou com seu pai, que assistiu à ordenação,
para a sua terra natal. Dia 31, festa de Santo Inácio de Loyola, celebrou a sua
primeira missa na Matriz de Pottenstein, com grande participação de seus
conterrâneos.
Inicialmente imaginou que poderia
ingressar imediatamente na ordem dos jesuítas, mas os fatos não aconteceram
como ele queria. Só após muita insistência junto a seus superiores conseguiu
quatro anos depois fazer seus primeiros votos perpétuos na Ordem Jesuítica.
Três anos depois foi enviado para o Brasil.
Nutria amor
especial aos pobres. Vai neles o próprio Cristo. Tudo o que recebia de
presente, João Batista o levava às escondidas aos doentes e necessitados.
Heroico na
oração e na penitência, buscava reparar as muitas ofensas ao Sagrado Coração de
Jesus e as irreverências à sua Mãe do Céu. Celebrava mensalmente uma santa
missa em honra do Coração de Jesus e outra em honra do Coração Imaculado de
Maria.
Padre Reus não
conhecia meias medidas. Impelido pelo amor e pelo desejo de reparação, visitava
a igreja muitas vezes durante o dia e também a noite. Vivia a fé na presença de
Cristo no SS. Sacramento. Naquele tempo recebeu a primeira graça mística de que
conseguiu lembra-se, sentindo vivamente a presença de Deus. Anotou em sua
autobiografia.
“Repentinamente me sobre veio a proximidade de
Deus, como se entrasse n’Ele, submergido em dulcíssima paz interior. Era um
sentir a Deus na sua influência sobre a alma.”
Somente 20 anos
mais tarde reconheceu claramente que nessa ocasião recebera a primeira graça
mística. Ele jamais aspirava esse tipo de graças especiais e até sentia certa
repugnância contra eles.
Padre Reus
sacrificava-se e fazia muitas mortificações para assemelhar-se mais ao Divino
Mestre, Jesus Cristo. Sabia da importância de nunca relaxar na luta contra o
mal.
Oferecia a sua
natural sensibilidade, a sua tendência para a autoafirmação, autoglorificação e
egoísmo.
Aceitava-se a si
mesmo como era e suportava as reações dos outros perante suas atitudes pouco
sociais, sua tendência para certa estreiteza e severidade, que chegavam a
provocar a antipatia de alguns. Mas também o Padre Reus teve suas dificuldades
e confessa ter sentido ‘antipatia insuperável’ para com um superior.
Humilhante foi
para ele o não ter passado no exame para a jurisdição, isto é, a licença de
ouvir confissões, apesar de se ter preparado cuidadosamente. Teve que repetir o
exame e também no exame final de Teologia não foi muito brilhante. “Deus não me
deu inteligência pronta e memória fácil como a outros, mas fez tudo muito bem
feito!” – confessa ele humildemente.
Os confrades,
percebendo que o Padre Reus era um tanto “diferente dos outros”, julgavam-se
com o direito de lhe “pregar alguma peça”. Achavam-no demasiadamente sério e
rigoroso para consigo mesmo. Mas ele não deixava perceber o quanto isto lhe
doía e tomava essas brincadeiras como oportunidades para praticar a virtude.
O Padre Reus no Brasil
Depois de um
longo tempo de preparação em que empregou todas as suas forças no auxílio aos
pobres, doentes e necessitados, o padre Reus foi enviado ao Brasil aonde chegou
acompanhado de outros quatro colegas de batina.
Em 15 de
setembro 1900, com o coração pulsando e a fisionomia aberta num grande sorriso,
Pe. João Batista Reus desembarcou no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul,
estado brasileiro situado no extremo sul do país, viajando através do vapor
“Rosário”.
Quando seus pés
tocaram o solo brasileiro estava com 34 anos de idade e um desejo cada vez mais
intenso de ajudar seus semelhantes. Nos primeiros 11 anos de Brasil, dedicou-se
ao apostolado na cidade de Rio Grande.
São
interessantes as suas notas a respeito do estado religioso dessa cidade. Muita
ignorância, incitações contra o clero e a religião. Os poucos católicos muitas
vezes não possuíam firmeza suficiente para se colocarem decididamente ao lado
de seus pastores.
Recordando-se
daquele tempo, Padre Reus escreve mais tarde:
“Na minha vida espiritual fazia o que a regra
prescreve. Chamou-me atenção o fato de sentir por momentos vivamente a presença
de Deus durante a meditação. Parece-me que Ele descia sobre mim e sobre mim
descansava, de modo que o sentia perto de mim. Mas eu não sabia o que isto
significava... Certa vez, até quando fui chamado à sala de visitas,
experimentei a presença de Jesus como uma pessoa que estivesse a meu lado,
mesmo enquanto conversava com as pessoas”. Parece que naquele momento o
próprio Padre Reus nem suspeitava que se tratava de graça mística, pois ele nem
se preocupava com essas coisas.
Um ano depois,
em 1912 foi removido para a capital do Estado, Porto Alegre e nomeado professor
num dos colégios mais tradicionais da cidade, o Colégio Anchieta.
Este ano é
marcado por receber grandes graças místicas, apesar de Padre Reus ser um
sacerdote simples e modesto. Ele nunca aspirava ao extraordinário, tais como
graças místicas ou carismas especiais. Até evitara “como peste” a leitura de livros
sobre tais assuntos. Muitas vezes confessava que em vista de toda a educação
recebida e de seu natural sóbrio, não queria saber nada de místico, procurando
evitar tudo o que estivesse fora do comum. Apenas queria ser um sacerdote fiel
e jesuíta zeloso no cumprimento de seus deveres.
Em fins de
agosto teve experiências místicas que o surpreenderam:
“Durante o exame
de consciência, a 26 de agosto sobreveio-me tal fogo abrasador que só consegui
aliviar meu coração com suspiros fortes. Repentinamente aumentou de tal maneira
esta onda de amor, vindas do alto, que não conseguia mais suportá-la”.
Parecendo-lhe tudo isso muito estranho, procurou o superior da Missão, padre
Zartmann, homem muito sério e prudente. Após minucioso exame disse-lhe que a
coisa vem realmente de Deus!”
No dia sete de
setembro recebeu uma graça mística muito rara: as santas Chagas ou estigmas de
Cristo. Na noite de seis para sete de setembro, acordou várias vezes e sentiu
cada vez mais a presença do Salvador. Durante a meditação da manhã percebeu
sensivelmente como Cristo olhava para ele. É o próprio Padre Reus que conta:
“De repente sobreveio-me um amor fortíssimo e
inflamou-me todo o corpo, de modo que parecia estar em chamas. Senti-me puxando
para cima, de modo que os meus braços ficaram distendidos. Violenta labareda de
fogo precipitou-se do alto e eu senti como algumas setas penetravam em meu
coração. Julguei que fosse imaginação minha e me esforcei por rejeitar toda
ilusão, mas de nada adiantaram os meus esforços. Percebi, então, cinco raios de
luz, vindos em direção das cinco partes do meu corpo, nas quais no Vosso Corpo
ressuscitado, ó Jesus, guardais as santas chagas. Foi uma verdadeira luta.
Embora nada percebesse com meus olhos corporais, a visão era tão clara que não
podia duvidar ter recebido em minha alma a impressão das Vossas cinco Chagas”.
Os estigmas
permaneceram invisíveis, fato também verificado em outras almas agraciadas. Mas
o Padre Reus sentiu-se toda a vida e às vezes tão fortemente que se contorcia
de dor. Foi certamente a melhor resposta para as suas dúvidas, no sentido de
que pudesse ser vítima da imaginação ou da ilusão.
A partir de
então recebe quotidianamente graças excepcionais durante os exercícios de
piedade, principalmente durante a celebração da Santa Missa. Anjos e Santos lhe
apareciam diversas vezes.
Neste mesmo ano
seu estado de saúde começou a apontar os primeiros problemas de uma longa e
sofrida enfermidade.
Sua passagem
pelo colégio Anchieta já mostrava o sacerdote maduro, de fisionomia austera e
olhares distantes que embora mantivesse a mesma determinação férrea, havia
deixado em Bamberg grande parte de seu vigor físico.
Apesar de seus
deveres profissionais serem ligados à pedagogia e à administração das tarefas
escolares, nunca deixou de ser um religioso apaixonado, devotado e fervoroso.
Pároco em São Leopoldo - RS
No ano de 1913
foi nomeado pároco da cidade de São Leopoldo-RS, centro de colonização alemã,
lugar onde ficaria o resto de sua existência. Ali foi diretor e conselheiro
espiritual no Seminário Maior de São Leopoldo e do Colégio Cristo Rei.
Continuando seu
trabalho de ajuda aos pobres e necessitados que havia iniciado na Alemanha,
fundou a Liga Operaria Católica com o objetivo de continuar ajudando os pobres,
coisa que procurou fazer enquanto foi vivo.
O Padre Reus
sentia a dura realidade da vida, como ele mesmo confessa: “Não sei o que é: cada sacrifício ainda que pequeno, me custa, repugna
o meu natural, a ponto de pedir continuamente novas forças para vencer”. No
entanto o padre Reus ousou dizer ao se Deus:
“Apesar de tudo ninguém Vos amará mais do que eu”.
Professor no Seminário Menor
O Padre Reus desejava ser missionário
popular, mas Deus lhe preparava outra missão: professor no curso ginasial do
Seminário Menor de São Leopoldo, que foi o principal campo de suas atividades.
Foi professor de
Religião (16 anos), de Latim (15 anos), de História (16). Lecionou também
Português e, temporariamente, Francês e Geografia.
A nova tarefa
era um sacrifício para ele, já que não possuía os dotes de “professor nato”.
Mas, o amor ao seu Mestre o fez dedicar-se ao magistério com toda energia, e
acabou gostando.
A respeito das
aulas de Religião, um antigo aluno confessa o seguinte:
“Suas palavras,
cheias de unção, revelavam íntima familiaridade com as coisas de Deus. Quantas
vezes, depois da aula, eu ia à capela, para agradecer a graça de ser aluno de
um santo. Certo dia nos leu a Mensagem do Coração de Jesus aos sacerdotes. Não
posso esquecer essa leitura, principalmente a passagem que fala da
Bem-aventurada Virgem”. Ela, minha Mãe, é também a mãe do sacerdote”. Aí sua
voz assumiu um tom de unção que me penetrou na alma. Era sabido que, se falava
da Virgem Maria, o fazia de fisionomia iluminada e sorridente. A Mãe de Deus e
o Sagrado Coração de Jesus eram os seus temas preferidos”.
Outro ex-aluno
se refere ao Padre Reus da seguinte maneira:
“Como professor,
o Padre Reus era sério e sabia manter a disciplina. Nós o respeitávamos como padre
muito religioso e devoto”.
Padre Reus não
só se esmerava na instrução religiosa dos seus alunos, mas procurava formar
personalidades. Insistia na ordem, pontualidade, atenção e aplicação. Ele
próprio procurava dar o exemplo para isso. Até pelos seminaristas menores era
considerado como o “padre santo”, que rezava muitas vezes na galeria do
Seminário, sem se distrair com o barulho, durante os jogos no pátio.
Durante sua vida
escreveu diversos livros religiosos em português, espanhol, alemão e italiano.
Grande homem de oração – homem de Deus
Antes o coração
se rasgue em mil pedaços do que admitir qualquer violação da obediência.
Aqueles que
conheciam e conviveram com o Padre Reus reconhecerem que ele era um homem de
muita oração. O padre Cândido Santini, SJ. (falecido) conviveu 25 anos com o
Servo de Deus. É dele este depoimento:
“O Servo de Deus
nos deixou a impressão indelével de que era um homem de Deus, imerso em oração,
vivendo sempre na presença do Senhor. Milhares de jaculatórias, que diariamente
saíam dos seus lábios, as frequentíssimas comunhões espirituais, as meditações
e confissões diárias, as adorações noturnas semanais, as visitas ao Santíssimo,
que fazia de hora em hora, os três terços diários e o Breviário, que rezava de
joelhos diante do Santíssimo e da imagem da Virgem Imaculada, a devoção da
Via-Sacra, que percorria três vezes por dia, todas as santas missas, a que
assistia, antes ou depois de ter celebrado a sua, a reta intenção, com que
transformava toda a sua vida em oração... tudo isto nos diz claramente que o
Padre Reus viveu deveras uma vida de oração intensíssima”.
O Padre Reus
sabia que o fim último de todo exercício de piedade é aumentar a união da alma
com seu Deus. E esta união ele a procurava, não só para a glória de Deus e
santificação da própria alma, mas antes de tudo visava a salvação de muitas
almas. E este apostolado em favor próximo chegava a ser heroico.
Pedia
constantemente ao Senhor:
“Senhor, fazei
que eu morra para mim mesmo e vivia somente para Vós, a fim de salvar quantas
almas for possível salvar”.
Sua vida se
tornou um constante morrer a si mesmo, para ser mais e mais imbuído de Deus.
Sua jaculatória
preferida era repetir os santos nomes de Jesus, Maria, José. Repetia
constantemente esses nomes no decorrer do dia e principalmente durante as
longas noites de insônia.
O Padre Reus
também acreditava na força da oração e por isso rezava com muita fé e
confiança. Vários fatos de sua vida demonstram que a oração confiante lhe
ajudou a resolver coisas concretas. Um desses fatos aconteceu no outono de
1935, quando terríveis temporais com trovoadas por três vezes ameaçavam grandes
prejuízos. Ele se pôr de joelhos a rezar de braços estendidos, implorando a
proteção de Deus. Em pouco tempo a calma voltou, e não se registraram os danos
que em outras ocasiões resultavam em centenas de vidraças despedaçadas”.
Suas grandes devoções
O Padre Reus
nutria um grande amor a Jesus Eucarístico e, em consequência, amava
profundamente o Sagrado Coração de Jesus, presente na Eucaristia. Assistia a
todas as santas missas que eram celebradas na capela do Seminário e alhures,
sempre que o tempo lhe permitia.
Padre Reus tinha
também uma grande devoção para com a Mãe de Deus, devoção que lhe foi
implantada na alam pela sua própria mãe, desde a tenra infância. Promovia, onde
era possível, a Confraria de Nossa Senhora do Carmo e reza do terço diário. Nos
primeiros dias da sua estada em Rio Grande fez voto de promover, na medida do
possível, também a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Para tanto aproveitou
as aulas, as palestras particulares e muitas outras oportunidades. Escreveu um
folheto sobre o Sábado de desagravo, que em várias edições alcançou centenas de
milhares de exemplares. Repetia incessantemente a jaculatória: “Doce
Coração de Maria, sede minha salvação”.
Era ainda devoto
de Nossa Senhora Medianeira, pois numa visão contemplou Maria Santíssima como
Medianeira de Todas as Graças. Dedicou as mais belas palavras de sua vida a
essa devoção. “Foi a querida Mãe de Deus que me deu tudo! Pareço-me a mim mesmo
como um dos santuários da Santíssima Virgem, onde as paredes estão recobertas
de ex-votos, com a mesma frase: Maria ajudou...”
Como que em
decorrência da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de
Maria, o Padre Reus foi também devoto do Patriarca São José. Uma das provas
dessa devoção está no fato de o Padre Reus ter se empenhado, profundamente,
para que a festa do Patrocínio de São José fosse celebrada anualmente com toda
a solenidade.
Além dessas devoções especiais, o Padre
Reus possuía devoção particular aos santos anjos, aos santos, seus grandes
amigos celestes, ao Menino Jesus, a seu padroeiro São João Batista e a Santo
Inácio de Loyola, fundador de Companhia de Jesus.
Vida de penitência e de sacrifício
Seria suspeita a
vida de oração e de piedade numa pessoa que fugisse do sacrifício e da cruz. Padre Reus amou
sincera e generosamente a cruz e tinha verdadeira fome e sede de sacrifícios.
Aceitava resignadamente os desprezos, as humilhações que feriam profundamente
sua extrema susceptibilidade. Flagelava-se diariamente antes de se recolher à
noite; cingia-se frequentemente com um cilício de ferro, dormia sobre duas
tabuas, escondidas debaixo do lençol, jejuava quase sem interrupção e dominava
os sentidos e a natural curiosidade de maneira edificante. Mas o maior
sacrifício foi sem dúvida, a renúncia à sua vontade e sua perfeita e constante
subordinação à vontade dos superiores.
Verdadeira
tormenta agitou-lhe a alma, quando soube ser desejo da Ordem que os súditos
abrissem suas consciências não só ao superior provincial, mas também ao
superior da Comunidade. “Parecia-me então
mais fácil confessar pecados graves – se os tivesse – do que revelar as graças místicas”. Mas, como tinha prometido ao
Senhor procurar fazer sempre o mais perfeito, foi fiel também neste particular.
Grande provação
para o Padre Reus era a gradativa perda da visão, que poderia transformar-se em
cegueira completa. Eis seu desabafo pessoal: “Estive pronto para aceitar mais
esta cruz além das demais, se assim fosse do agrado do Sagrado Coração. Salve
Cruz preciosa! Eu sabia muito bem dos pesados sacrifícios que a cegueira me
traria: a completa dependência dos outros; talvez a total impossibilidade de
celebrar a santa missa, se não conseguisse decorar com a necessária segurança
as orações, e renúncia completa ao trabalho no livro de Liturgia; tudo isso
aceito-o de boa vontade, contanto que se cumpra a vontade do Senhor; Aceito
tudo das mãos de Deus e de Maria Santíssima”.
Deus, porém, se
contentou com a boa vontade de Seu Servo, preservando-o da cegueira. Mas a
surdez, própria da velhice, não lhe foi poupada. Era preciso falar muito alto
para que ele compreendesse o que se dizia. Apesar disso, escreveu ao seu amigo
padre Miguel Schmintt, pároco em Pottenstein, em 1947: “... descontados os
achaques da velhice, vou muito bem. Em todo o caso, sinto-me muito feliz com
minha sorte, pois me veio do Coração de Jesus”.
A palavra dos superiores
Padre Reus abria
sua alma aos padres provinciais, como também aos reitores do Seminário, em São
Leopoldo. Todos o elogiam. O padre Ferinand Baumann, seu consciencioso
biógrafo, que o conhecia pessoalmente, relata o seguinte:
“Todos viram no
Padre Reus um homem sério, razoabilíssimo, firme nas suas atitudes, de
mentalidade crítica, enérgico, livre de sentimentalismo e exaltação. Todos
conheciam sua veracidade inabalável e sabiam que se devia dar crédito
incondicional ao que dizia. Os superiores conheciam suas virtudes heroicas:
penitências e mortificações extraordinárias, adorações noturnas, permanente e
notório recolhimento e autocontrole. Não poderia ter praticado tudo isso sem
ser misticamente agraciado”.
Sem
subterfúgios, Padre Reus relata as angústias sofridas por causa das vivências
místicas, como também as lutas e preces para obter o discernimento dos
espíritos, ou seja, a faculdade de distinguir o genuíno do falso.
Aliás, em todas
as visões e demais fenômenos místicos, permanece sempre a dificuldade de se
saber, com certeza, o que na contemplação dos mistérios procede imediatamente
de Deus e o que o homem, impelido por Deus, acrescenta da sua parte. Daí o
rigoroso exame por parte da Igreja.
Como prova
convincente da autenticidade de suas visões, o Padre Reus declara:
“... não
dependem de mim. Sobrevêm frequentemente, em dias comuns, e não nas festas
comemorativas (por exemplo Sexta-feira Santa), quando a alma está repleta do
mistério do dia. Também não me é possível modificar algo nas visões,
circunstância mencionada também por Santa Teresa”.
Por outro lado,
o Padre Reus não desejava o extraordinário. Rezava e pedia ao seu Senhor e
Deus: “Sabeis que não procuro coisas extraordinárias, admito-as, unicamente,
porque Vós mas enviais”. E procurou corresponder a essas graças extraordinárias
que Deus lhe concedeu, sabendo que é o caminho mais eficaz de alcançar a
santidade mais rapidamente e em grau mais elevado.
Na mesma ocasião
escreveu ainda: “Embora anele estar convosco, ó amantíssimo Jesus, quero viver
para dilatar o domínio do Vosso Coração nos corações daqueles que remistes com
o Vosso preciosíssimo sangue”.
A morte do Padre Reus
O Padre Reus
sofreu muito nos anos que antecederam sua morte. No entanto, apesar de doente
sempre procurava louvar e agradecer a Deus em suas orações diárias.
Alguns meses
antes de sua morte, alternando dias de sofrimento no leito com poucas horas de
descanso físico, pois continuava a escrever sua autobiografia.
Em 01/01/47,
seis meses antes de falecer, escreveu:
"Senhor, agradeço-Vos a graça de me terdes dado
chegar a esta idade! Obrigado também pelos sofrimentos e incômodos inerentes à
idade senil."
Os primeiros
sintomas de seu sofrimento físico já datavam de 1912 quando foi examinado por
um médico e constatou-se que começava a apresentar sintomas de hidropisia.
Oito anos mais
tarde, em 1920 além da hidropisia que não cessava, foi vítima de diabetes e problemas
renais além das constantes e incômodas dores de cabeça que pareciam crônicas.
Não bastasse
todos estes males, o Padre Reus por várias vezes teve problemas de pele,
bronquite e asma.
Apesar de sua
extraordinária força de vontade em continuar vivendo, um ano antes de sua morte
apareceram os primeiros problemas cardíacos que permaneceriam a atormentá-lo
até o final.
Em 1947, aos 79
anos, seu estado de saúde alternava momentos de melhora com repentinos e
constantes agravamentos. Em 04 de abril daquele ano, uma Sexta-Feira Santa, foi
sacramentado e seguiram-se alguns dias de recuperação. Mas foram breves e
fugazes. Logo em seguida seu estado ficou mais crítico.
No dia 10 de
junho, dois meses após o sacramento, rezou sua última Missa.
Esse dia tão
ardentemente desejado veio a ser o seu Dia do Nascimento para o Céu, após pouco
mais de 79 anos de idade, 54 de sacerdócio e 53 de vida religiosa na Companhia
de Jesus, em 21 de julho de 1947.
O padre João
Batista Reus está sepultado no cemitério dos jesuítas em São Leopoldo, no
estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Não demorou
muito para que o povo começasse a contar histórias a respeito de ajudas
recebidas depois de orações serem dirigidas à memória do padre. Os dias foram
passando e cada vez aumentava mais o número de pessoas que se diziam auxiliadas
pelo Padre Reus.
Iniciaram as
romarias e procissões ao seu túmulo.
O Processo de Canonização
Seu processo de
beatificação, iniciado em 1953, sofreu uma pausa em 74. Em parte, devido à
resistência do cardeal Vicente Scherer, que enviou uma carta ao Papa Paulo VI
desaconselhando a santificação. Mais tarde, dom Vicente mudou de ideia e acabou
apoiando a carta que 26 bispos gaúchos escreveram em 1993, pedindo pela
beatificação de Reus.
Mensalmente, os
postuladores da causa no Brasil recebem cerca de 150 cartas com relatos de
graças e milagres alcançados. (JORNAL DO BRASIL - Domingo, 7 de Abril de 1996,
José Mitchell, de Porto Alegre)
O processo para
Beatificação e Canonização do padre João Batista Reus foi iniciado em 25 de
julho de 1953 e terminado a 13.11.1958 em Porto Alegre.
Em 1958 todos os
documentos relativos ao processo foram entregues em Roma onde prossegue os
trâmites exigidos pelas autoridades religiosas.
Em 24 de
setembro de 2003 a edição nº 4.853 do jornal “Correio Rio-grandense”, de Caxias
do Sul, trazia a seguinte nota:
Causa Padre Reus
ganha novo impulso
Novo tribunal
vai dar continuidade à causa de beatificação do jesuíta.
A causa de
beatificação do Padre João Baptista Reus vive um novo e importante momento. Em
julho deste ano foi constituído o Tribunal Eclesiástico para o “Processo
Supletivo sobre a continuidade da fama de santidade do Pe. João Baptista Reus”.
Dom Osvino José Both, bispo de Novo Hamburgo, presidiu a sessão de instalação.
Segundo o
postulador geral de Roma, padre Paolo Molinari, sj, o “processo supletivo”
significa um novo processo que deve completar aquele realizado nos anos
1954-1958, pela arquidiocese de Porto Alegre.
O novo Tribunal
deve suprir o que falta, isto é, a prova de que a fama de santidade de Pe. Reus
continuou deste o tempo do primeiro processo até os dias atuais. Como São
Leopoldo pertence agora à jurisdição da diocese de Novo Hamburgo, dom Dadeus
Grings, arcebispo de Porto Alegre, transferiu o respectivo processo para essa
diocese, em janeiro de 2003.
A Vida Mística do Padre Reus
Cena de um
documentário que conta sobre a vida de Padre Reus.
A vida mística
consiste nas relações espirituais da criatura com seu Criador, de caráter mais
íntimo do que o comum, e que se manifesta de muitas maneiras, sobretudo com
êxtase, arroubos, aparições, revelações de caráter particular, etc. Nesta união
mais íntima com Deus a alma chega a conhecer coisas divinas, não só pela luz da
fé, mas também pela experiência pessoal.
Além do
conhecimento mais perfeito das coisas divinas, a alma mística sente maior
aproximação de Deus, participando com maior intensidade da vida divina e
progredindo mais rápido e solidamente no caminho da perfeição.
Essa íntima
familiaridade da alma com Deus provoca necessariamente maiores frutos
espirituais. Por exemplo o desapego completo das coisas terrenas,
considerando-as vãs e efêmeras e um amor mais generoso a Deus, como suprema e
perene realidade.
Por outro lado,
as graças mais ou menos extraordinárias, próprias de vida mística, não
dispensam a criatura da cooperação pessoal, generosa e constante, que se
concretiza na prática das virtudes.
Quanto à vida
mística do Padre Reus, sabe-se da existência de fenômenos místicos, narrados
por ele mesmo no seu Diário espiritual e na Autobiografia. Esses escritos fazem
parte integrante do Processo Informativo que se encontra em Roma desde dezembro
de 1958. O exame da legitimidade dos fenômenos próprios da vida mística está
reservado a Igreja, que é Mestra prudentíssima da vida espiritual.
Em sua
Autobiografia o Padre Reus relata muitas êxtases, visões e aparições,
principalmente durante a celebração da Santa Missa, e outras comunicações
espirituais.
Por outro lado, se esses fenômenos foram ou
não reais, é questão secundária. O importante é que neles não haja algo contra
a fé e os bons costumes. É precisamente na prática constante das virtudes
heroicas que se baseia a santidade e se justifica a beatificação dos Servos de
Deus.
Verdadeiros ou
não, esses fenômenos na vida do Padre Reus, quase diários nos últimos decênios,
eram para ele estímulo poderoso e constante para progredir nas virtudes e na
generosidade para com Deus.
“Quero trabalhar
com o auxílio da Vossa onipotente graça, a fim de me santificar para Vós. Os
grandes Dons, que Vós houvestes por bem despender com a Vossa indigna criatura,
não me fazem santo. Mas devem ser um aguilhão a ferir-me constantemente,
levando-me a morrer para mim, a fim de que viva para Vós, vítima do Vosso
amor”- assim escrevia o Padre Reus a quatro de fevereiro de 1929.
A autobiografia do Padre João Batista Réus
Por obediência a
seus superiores que o viam narrar oralmente dezenas de graças místicas, foi
compelido a escrever sua autobiografia onde narra de um modo claro e equilibrado
todas as visões e êxtases de que foi alvo, embora jamais se julgasse digno de
qualquer destas manifestações.
O Padre Reus fez
tudo o que a prudência humana exige para não ser vítima de ilusões e enganos.
Recorreu, sobretudo, ao meio infalível da obediência, comunicando aos
Superiores humildemente tudo o que se passava em sua alma. Em obediência
expressa aos Supervisores escreveu a Autobiografia. No seu Diário espiritual,
escrito depois, registrou esta decisão: “Antes o coração se rasgue em mil
pedaços do que admitir qualquer violação da obediência”. E a sinceridade, com
que executou a ordem da obediência, aparece na seguinte frase: “Antes quisera
morrer do que escrever alguma coisa que eu não tivesse percebido”.
Mais sobre o Processo de Beatificação
Iniciado em
1953, seis anos após sua morte, o processo de Beatificação do Servo de Deus se
estende por mais de 50 anos, mas foi em 2010 que Dom Zeno Hastenteufel, bispo
da Diocese de Novo Hamburgo, passou a olhar com maior atenção para a causa do
santo popular.
Uma Comissão
Postuladora Diocesana foi instalada para fins de aceleração do processo que é
burocrático e minucioso. No momento em que se inicia um processo de
beatificação o religioso passa a ser considerado um Servo de Deus, o que já
acontece com o Pe. Reus, após este processo de início, o Papa, através da
Congregação para a Causa dos Santos, avaliando suas virtudes heroicas o
proclama Venerável. Para ser Beato é necessário que um milagre seja comprovado
e para canonizá-lo, mais um. (Fonte: Wikipédia)
4 comentários:
Quero agradecer ao padre Reus pela minha saúde.muito obrigado.
Magnifica história de vida!
Nosso querido Santo Padre Reus, rogai por nós...
Por quanto sofrimento passou o Santo Padre Teus para realizar seu ideal, mas quando lemos Paciência em Eclesiástico 1.2: Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor e prepara tua alma p/ provação, entendemos que temos que carregar nossa Cruz com paciência. Assim foi a vida dele. Cheia de pro
vaçoes, mas finalmente teve sua recompensa. Virou Santo e que do Céu ele rogue por nós.
Quem postou o comentário acima foi Leda Matos Soares.
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