Em 06 de março
de 2018, o Papa Francisco aprovou o decreto que reconhece as virtudes heroicas
da italiana Sandra Sabattini, uma jovem falecida aos 23 anos, que poderia se
tornar a primeira noiva santa da Igreja Católica.
Sandra
Sabattini, estudante de medicina, noiva, nasceu no dia 19 de agosto de 1961 em Riccione,
em uma família profundamente católica, e viveu seus primeiros anos no município
de Misano Adriatico, na província de Rimini. Aos 04 anos, ela e sua família se
mudaram para a casa paroquial da Paróquia de San Girolamo, onde era pároco um
de seus tios, Pe. Giuseppe Bonini, irmão de sua mãe.
No dia 24 de janeiro de 1972, aos 10 anos de
idade começa a escrever em um diário: "A vida vivida sem Deus é um passatempo,
divertido ou não, com tédio, na qual se vive à espera da morte". Esse diário, rico em espiritualidade, e que dá uma mostra da beleza de alma de Sandra, será
publicado por vontade de padre Oreste depois de sua morte.
Aos 12 anos
conhece padre Oreste Benzi, fundador da Comunidade Papa João XXIII, que se
dedicava aos muito pobres. Esse encontro marcou deveras o coração da adolescente, que também foi tocado pela graça de uma especial amor e misericórdia pelos pobres e necessitados. Após uma
experiência missionária com o grupo, voltou para casa com uma certeza: “Nós quebramos nossos ossos, mas essas são
as pessoas que nunca abandonarei”.
Alguns anos mais
tarde, inicia seus estudos em medicina. Em seu tempo livre e em suas férias,
dedicava-se a atender os enfermos. Com uma vida intensa de oração, o terço
diário e a meditação cotidiana da Palavra de Deus, Sandra também tinha o
costume de rezar na primeira hora de cada ano (de meia-noite à 1h) diante do
Santíssimo Sacramento.
Dedicada aos
estudos, se prepara espiritual e psicologicamente para uma possível partida
para a África, um dos muitos sonhos que ela mantinha em uma gaveta, juntamente
com o projeto de um futuro com o jovem Guido, um rapaz um pouco mais velho que
ela, com quem estava noiva. Foi aos 20 anos que conheceu Guido Rossi, com quem
compartilhava os mesmos ideais, como o sonho de um dia, após casados, irem para
a África a fim de fundar uma comunidade que serviria aos “últimos dos últimos”.
Em 29 de abril
de 1984, aos 23 anos, ia com Guido a um encontro da Comunidade Papa João XXIII.
Assim que saiu do carro e esperava para atravessar a rua, foi atropelada por
outro veículo que seguia na direção contrária. Gravemente ferida, entra em
coma. Três dias depois, no dia 02 de maio de 1984, Sandra morre no hospital a
Bologna.
Em setembro de
2006, o então Bispo de Rimini, Dom Mariano De Nicolò, abriu a causa de
canonização, com cerca de 60 testemunhos sobre suas virtudes. No final da
investigação sobre sua vida, virtude e fama de santidade, ela foi declarada Serva de Deus.
Ao postular sua
causa, o fundador, Pe. Oreste Benzi explicou, assim, a promoção de sua causa: "Há os esposos santos, os pais santos.
Mas não seria bom ter uma namorada santa”? Sim, realmente, Sandra e Guido
vivam um namoro e um noivado santos, pautados pelo amor sincero e casto,
colocando-se ambos a serviço de sua Comunidade e da Igreja.
Apenas em 2003,
Pe. Oreste editou a primeira edição do "Diario di Sandra", uma
coleção de escritos de onde surge um modelo juvenil de fidelidade evangélica
excepcional.
Em uma recente
entrevista a TV 2000, Guido recordou: “a
primeira vez que saímos juntos (...) ela me levou a um cemitério, para olhar os
rostos das senhorinhas nas sepulturas esquecidas, para perceber nessas vidas
esquecidas a presença real do Senhor que nunca nos esquece”.
“O tempo do namoro não era simples ou somente uma
alegria humana, mas era uma alegria que se devia ao fato de que esta relação
estava no centro de um projeto maior”, ressaltou.
Sandra Sabattini
foi definida como uma “santa do cotidiano”, pois não fez nada extraordinário,
segundo descreve sua biografia, intitulada “A santa ao lado”, uma obra em dois
volumes editada pela teóloga Laila Lucci, com prefácio do atual Bispo de
Rimini, Dom Francesco Lambiasi.
A documentação
sobre a cura de Stefano Vitali, ex-presidente da Província de Rimini, ocorrida
em 2007 após ter pedido a intercessão de Sandra Sabattini, já foi enviada à
Congregação para as Causas dos Santos e será meticulosamente examinada para uma
eventual beatificação.
O milagre foi aprovado pela comissão médica e pela comissão teológica como "inexplicável pela ciência médica" e como de "caráter sobrenatural", respectivamente.
Foi solenemente beatificada hoje, dia 24 de outubro de 2021.
Beata Sandra Sabatini, rogai por nós!
Fontes:
https://www.acidigital.com/noticias/esta-jovem-poderia-ser-a-primeira-namorada-santa-da-igreja-76415
Um comentário:
Fiquei muito feliz ao saber que tenho outra amiga que intercede junto a Jesus por nós! Os Servos e Santos de Deus são grandes amigos! Deus seja louvado pelo exemplo de vida que nos deixou!
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