Texto
do site “Zenit.org”
Gertrudes Comensoli, santa da Eucaristia e da
solidariedade
(Fundadora das Irmãs
do Santíssimo Sacramento ou Sacramentinas de Bérgamo)
(Carmen Elena
Villa)
Santa Gertrudes Comensoli
morreu enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento exposto. Em meio à sua
doença terminal, pediu que abrissem uma janela do seu quarto ao lado da capela
de sua comunidade, para poder olhar para a Eucaristia em seu leito de morte.
Santa Gertrudes Comensoli |
Seu nome era
Catarina. Ela nasceu em 1847. Cresceu em uma família simples e profundamente
crente.
«Desde menina,
era muito sensível à contínua presença de Deus no meio dos homens através da
Eucaristia e viveu o desejo do Senhor de cumprir o serviço do louvor para a
salvação dos humanos», explica à Zenit o Pe. Riccardo Petroni, postulador de
sua causa de canonização.
Em 1862, entrou
no instituto Filhas da Caridade, que teve de abandonar por problemas de saúde.
Depois se consagrou à Companhia de Santa Ângela, como noviça.
Buscando sempre
o serviço aos mais necessitados, ela se converteu mais adiante na promotora da
Guarda de Honra, uma associação que nasceu para difundir o culto ao Sagrado
Coração.
Os desafios de
uma sociedade industrializada
Catarina tinha
uma grande preocupação: a tradicional sociedade camponesa da Itália de fins do
século XIX se transformava em uma sociedade industrial. As famílias tinham de
enfrentar novas exigências trabalhistas. Dava-se uma grande degradação moral no
ambiente. O que mais inquietava Catarina era que as excessivas horas de
trabalho «não deixavam espaço para a alma».
Vendo esta situação,
Catarina assistiu em Roma a uma audiência privada com o Papa Leão XIII, que a
alentou a que fizesse algo pela difícil situação social e moral que tanto
estava afetando o mundo dos trabalhadores.
Catarina não
pôde conter o clamor de seu coração: “Era
uma voz potente a que me chamava. Eu sentia uma grande pena por não tender a
Deus e à prática das virtudes; provava como uma espécie de agonia nas conversas
da noite”, testemunha a santa em sua breve autobiografia.
Assim fundou o
Instituto de Adoração e Educação em 15 de dezembro de 1882. Recebeu a companhia
e o conselho do Pe. Francesco Spinelli e o apoio do bispo de Bérgamo, Dom
Gaetano Camillo Guindan.
O primeiro
objetivo era o da adoração perpétua,
para que, graças à oração profunda, as religiosas pudessem projetar-se na ação de caridade para com os mais
necessitados. Dois anos mais tarde, Catarina vestiu o hábito e tomou o nome de
Irmã Maria Gertrudes do Santíssimo Sacramento.
“As irmãs se
comprometeram em fazer que os empregos não constituíssem um risco para a
salvação da alma e não fossem em abandono ou em detrimento daqueles valores
sobrenaturais que pertenciam ao tecido cristão e social da Itália daquele tempo”,
assegura o Pe. Riccardo.
Mas, sete anos
depois, uma grande crise açoitou sua comunidade, quando o tribunal de Bérgamo declarou
o instituto em quebra. “Meu Jesus, daqui
a qualquer minuto virão recolher tudo. Os homens recolherão nossas coisas. Tu,
recolhe meu coração em teu dulcíssimo e amável coração”, escrevia a Irmã
Gertrudes.
O bispo daquela
época, Dom Giambattista Rota, estendeu-lhe a mão e ela recebeu assim uma nova
casa central. Desta maneira, a congregação teve os recursos para retomar seu
caminho.
Em 1900, o
Instituto das irmãs do Santíssimo Sacramento recebeu o primeiro reconhecimento
pontifício por parte de Leão XIII.
Hoje são 90
comunidades presentes na Itália, Brasil, Equador, Quênia, Maláui, Bolívia e
Croácia. Nutridas do amor pela Eucaristia, desenvolvem seu serviço cotidiano
nas obras assistenciais, educativas e litúrgicas. Faleceu em 1903. Hoje seu
corpo jaz incorrupto na capela da casa central da comunidade das Irmãs do
Santíssimo Sacramento, localizada na cidade de Bérgamo, ao norte da Itália. Sua
cabeça conserva a posição na qual morreu, contemplando a Eucaristia. O Papa São
João Paulo II a beatificou em 1989 e o Papa Bento XVI a canonizou em 26 de
abril de 2009.
“Jesus
Cristo vive no meio de nós para estar sempre perto, disposto a ajudar-nos. O
amor o faz prisioneiro em uma hóstia, escondido dia e noite no santo
tabernáculo. Ele tem suas delícias na luz inacessível do Pai e, contudo,
encontra sua delícia ao estar com os homens” (Santa Gertrudes Comensoli).
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Texto do livro “Santos de Cada Dia”
Quinta de dez filhos de uma família
modesta, mas de profunda religiosidade, nasceu em Bienno, Brescia, Itália, a 18
de janeiro de 1847. No batismo recebeu o nome de Catarina.
Desde pequena sentiu grande atração por
Jesus Cristo presente na Eucaristia. Passava horas em silêncio diante do
sacrário a pensar, como ela dizia.
Começou a confessar-se aos cinco anos e
aos sete, sem prevenir ninguém, aproximou-se da Sagrada Comunhão. Movida pelo
Espírito Santo, fez voto de virgindade perpétua, dizendo a Nosso Senhor: “Juro um milhão de vezes que serei sempre
vossa, Senhor. Se algum dia Vos hei-de ser infiel, levai-me imediatamente”.
Aos 15 anos entrou no Instituto das Irmãs
de Caridade de Lovere, fundado por Santa Bartolomea Capitanio, mas deixou-o
espontaneamente ao cabo de seis meses, por falta de saúde.
Em 1867, para aliviar as carências da
família, foi para Chiari como empregada doméstica do arcipreste, Padre João
Batista Rota, futuro Bispo de Lodi, indo depois para S. Gervasio d’Alda (Cremona)
como dama de companhia da Condessa Fé-Vitali.
Foi ali que, em 1879, se encontrou pela
primeira vez com o Padre Francisco Spinelli. Os dois tinham os mesmos ideais:
fundar uma congregação que tivesse por fim a adoração perpétua ao Santíssimo
Sacramento e a educação cristã de meninas pobres.
Em 1880, tendo estado em Roma,
entrevistou-se com o Papa Leão XIII a quem falou de seu projeto. Este pontífice
apoiou sua obra, mas além da adoração ao Santíssimo Sacramento enfatizou a
educação das jovens operárias.
A Santa na juventude
Depois da morte dos pais e de conseguir
separar-se da família Fé-Vitali, que a estimava como filha, foi para Bérgamo
onde, sob a orientação espiritual do Padre Spinelli, com sua irmã Bartolomea e
uma outra companheira, deu início ao novo Instituto, a 15 de agosto de 1882.
Decorrido dois anos, a 15 de dezembro de
1884, com a bênção e consentimento do Bispo, Dom Camilo Guindani, cinco
Adoradoras ou Sacramentinas vestiram o hábito, e Catarina Comensoli, que tomara
o nome de Irmã Gertrudes do Santíssimo Sacramento, foi eleita Superiora da
comunidade, de que faziam parte outras nove religiosas que haviam professado
anteriormente.
O Instituto difundiu-se rapidamente por
várias cidades e povoações. Tudo parecia correr pelo melhor quando uma grande
tempestade desabou sobre a Congregação. Por razões nada fáceis de apurar, as
casas e bens do Instituto foram confiscados, sem culpa dos fundadores. Por
outro lado, entre eles tinha havido já um certo desentendimento: a Irmã
Gertrudes desejava que o Instituto desse primazia à adoração ao Santíssimo, ao
passo que o Padre Spinelli era de opinião que as obras de caridade deviam
ocupar o primeiro posto. Quando o caso da falência se veio juntar a esta
divergência, o desfecho natural era cada um seguir o próprio caminho.
A Irmã Gertrudes, por conselho do Bispo
Guindani, afastou-se temporariamente de Bérgamo, levando consigo um grupo de
religiosas, que tomaram o nome de Sacramentinas. Foram para Lodi, onde o Bispo
João Batista Rota as acolheu favoravelmente e em 8 de setembro de 1891 lhes
concedeu a aprovação diocesana.
No ano seguinte, a 28 de março, puderam
regressar à casa de Bérgamo já resgatada da hipoteca. Foi ali que a Madre
Gertrudes passou os últimos anos de vida. Aproveitou-os para dar consistência e
desenvolvimento ao Instituto e sobretudo para lhe incutir o carisma próprio da
adoração e reparação ao Santíssimo Sacramento.
Adoradora diante do Santíssimo
A Santa Sé concedeu-lhes o Breve
laudatório a 11 de abril de 1900 e a aprovação definitiva a 14 de dezembro de
1906, quando a fundadora já havia partido para a eternidade. Com efeito, Madre
Gertrudes havia falecido aos 56 anos, no dia 18 de fevereiro de 1903.
O solene funeral bem mostrou de quanta veneração
ela gozava entre todos. Em 09 de agosto de 1926, o venerado cadáver (incorrupto)
foi transportado do cemitério para a Casa Mãe, onde permanece numa capela
apropriada, contígua à Igreja da Adoração.
A sua fama de santidade confirmou-se no
processo canônico, que levou à declaração das virtudes heróicas a 26 de abril
de 1961.
Deus corroborou com um milagre, aprovado
no dia 13 de maio de 1989, quanto foi preciosa aos Seus olhos a vida e morte de
Madre Gertrudes Comensoli, que finalmente recebeu as honras da beatificação no
dia 1º de outubro do mesmo ano.
2 comentários:
Santa Gertrudes Comensoli rogai pelos pobres.
Conseguimos uma graça por nosso filho Fernando. Somos gratos a está Santa obrigado
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