Um verdadeiro místico da Cruz!
Ainda no seu tempo formativo escreverá: “20 de setembro de 1956. Esta manhã ressoa em mim apaixonadamente a voz de Jesus: “Toma a cruz”. A aceitação do sacerdócio para mim não é senão a aceitação do cálice de sangue, do cálice amargo que faz tremer a natureza como um leão ferido, mas que salva as almas. Longe de mim o pensamento de um sacerdócio luminoso e prazeroso, eu quero me preparar ao sacerdócio do Getsemâni, ao sacerdócio de Maria extenuada por todas as dores, ao sacerdócio dos mártires: sou sacerdote do sangue e da carne coroada de espinhos: todo outro desejo deve ser estranho ao meu sacerdócio”.
Sua grande sede é a santidade! Escreve assim: “16 de janeiro de 1957. Uma ideia me impressionou: que é preciso se apressar para se santificar nas atuais circunstâncias. [...] Não há tempo a perder: é preciso queimar as etapas [...]. Os mártires são aqueles que no caminho da santidade queimaram as etapas e venceram as dificuldades. Para chegar a um heroico amor a Jesus não tiveram tempo de se informar sobre os graus da vida contemplativa, de fazer para si uma bibliotecazinha de belos livros espirituais, de consultar periodicamente o Diretor; quando ouviram o chamado de Jesus, o grito desesperado dos irmãos, correram para a linha de frente e morreram com um imenso amor no coração. De resto, para se fazer santo, é preciso mais coragem que tempo; portanto, nestas circunstâncias, é preciso se apressar. Não devo perder nenhuma ocasião para ser santo o mais rápido possível: da Eucaristia a um qualquer Kyrie eleison, de um ato de caridade ao silêncio, tudo deve ser recolhido para se apressar. E, sobretudo amar, amar com a letra maiúscula”.
Foi ordenado sacerdote em 24 de fevereiro de 1957. Será missionário no Laus, onde consumará sua oblação. Aqui viverá sua noite escura. A cruz da missão em si com suas dificuldades, adequar-se à outra cultura, aprender sua língua. Deus tem pressa. Durante anos, Mario tinha suplicado depois da Comunhão, ser “sacerdote, apóstolo, missionário, mártir”. E Deus realizará seus mais íntimos desejos.
Em 25 de abril de 1960, parte com seu catequista Paul Thoj Xyooj, para uma vila vizinha. Nunca mais retornará. Deus realizará seu grande desejo: será mártir.
Beato Mário Borzaga, rogai por nós!
Fonte:
Professor José Eduardo Câmara, hagiólogo e membro da ABRHAGI (Academia Brasileira de Hagiologia)