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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sábado, 16 de dezembro de 2023

A Bem-aventurada Família Ulma, mártires da fé e caridade.


Cardeal Semeraro: a família Ulma é exemplo de "santidade da porta ao lado"
Caridade e acolhimento - o fio vermelho que percorre a vida e o martírio da família polonesa, a primeira na história da Igreja cujos membros são beatificados ao mesmo tempo. Em homilia, o prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos recordou os nomes dos judeus mortos com os Ulma e a mensagem do mais jovem dos novos Beatos, que veio "à luz do mundo no momento do martírio de sua mãe": acolher, amar e proteger a vida.

Markowa está repleta de fiéis e de sol neste dia de setembro em que tudo brilha mais forte, até mesmo o céu azul. Milhares de pessoas vieram de toda a Polônia para celebrar e se alegrar com a beatificação de Jozef, Wiktoria e seus sete filhos. Eles são os Ulmas, "Os Samaritanos de Markowa", a família capaz de transformar sua casa "no lugar daquela que o Papa Francisco chama de santidade da porta ao lado". Isso foi lembrado na homilia do prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro: ao dar acolhimento a oito judeus perseguidos pelo regime nazista, "a casa dos Ulma se tornou aquela hospedaria onde o homem desprezado, marginalizado e ferido de morte era hospedado e cuidado".

Na escola do Evangelho
Jozef e Wiktoria, diferentes no caráter, mas com um horizonte comum, formaram seus corações e os de seus filhos meditando, orando e acolhendo diariamente a Palavra de Deus. "Eles viveram uma santidade que não era apenas conjugal", continuou o prefeito, "mas totalmente familiar", iluminada e sustentada pela graça santificadora do Batismo, da Eucaristia e dos outros sacramentos. Somente dessa forma poderiam emergir "a beleza e a grandeza do Sacramento do Matrimônio".

A testemunha sem nome
Tudo está parado na esplanada em Markowa quando o bispo Grzegorz Chudzio traduz para o polonês as palavras de Semeraro sobre o menor dos novos Beatos, a criatura que Wiktoria carregou em seu ventre "e que veio à luz no tormento da carnificina de sua mãe" .

Sem nunca ter pronunciado uma palavra, hoje o pequeno Beato clama ao mundo moderno para que acolha, ame e proteja a vida, especialmente a dos indefesos e marginalizados, desde o momento da concepção até a morte natural. É a sua voz inocente que quer mexer nas consciências de uma sociedade onde o aborto, a eutanásia e o desprezo pela vida, vista como um fardo e não como um dom. A família Ulma nos encoraja a reagir a essa cultura do descarte, que o Papa Francisco denuncia".

A amizade judaico-cristã
A saudação do cardeal Semeraro aos representantes da comunidade judaica presentes no rito de beatificação seguiu-se à lista dos nomes dos membros das duas famílias acolhidas pelos Ulma e que perderam suas vidas com eles. "Essa reunião de famílias judias e uma família católica no mesmo martírio tem um significado muito profundo" porque oferece "a mais bela luz sobre a amizade judaico-cristã, tanto em nível humano quanto religioso".

Pacificadores
Outro elemento de luz surge da atualidade da mensagem dos Ulma, que, com seu gesto para com os mais necessitados, referem-se à necessidade urgente de acolhimento. O contexto ao qual o cardeal se refere - sem esquecer o incrível compromisso da Polônia em ajudar os civis que fogem da guerra - é a invasão russa na Ucrânia: "a intercessão dos novos Beatos e seu testemunho de caridade evangélica encoraja todos os homens de boa vontade a se tornarem pacificadores". 

A coragem de viver a fé
Nas palavras do prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, há também uma sincera gratidão aos muitos outros poloneses que deram refúgio aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, pagando por essa escolha consciente com a própria vida. Há também um forte desejo de que "em todos nós, o testemunho martirial da família Ulma desperte o desejo sincero de professar e viver a fé com coragem".

A periferia no coração da Igreja
Markowa neste domingo, 10 de setembro de 2023, parece ser o centro do mundo para o qual a Igreja universal olha, honrando seus nove filhos, Józef e Wiktoria, Stanisława, Barbara, Władysław, Franciszek, Antoni, Maria e o mais novo (sem nome), que veio ao mundo no momento do martírio de sua mãe.

Fonte: Vatican News

domingo, 29 de outubro de 2023

SANTO ELESBÃO, Rei da Etiópia e Anacoreta.

            

      O Santo que agora trazemos à memória já foi muito venerado antes do Concílio Vaticano II, especialmente pelos descendentes dos negros vindos da África e escravizados no Brasil. É muito comum, em igrejas dedicadas a Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, especialmente presentes em cidades mineiras e paulistas, encontrarmos suas imagens, bem como as de outros santos e santas de raça negra, como: Santa Ifigênia, São Benedito, Santo Antônio de Categeró e, agora, mais recentemente canonizada, Santa Josefina Bakhita, de origem sudanesa. Conheçamos um pouco quem foi Santo Elesbão, rei da Etiópia, que por amor a Cristo, renunciou a tudo que tinha para ganhar o Tudo, isto é: Deus. 

Memória em 27 de outubro.




No século VI, a nação etíope, situada a oeste do Mar Vermelho, era um vasto reino que incluía outros povos além dos etíopes. O soberano era Elesbão, rei católico, contemporâneo do imperador romano Justiniano, muito estimado por todos os súditos e seu reino era uma fonte de propagação da fé cristã.

O reino vizinho, formado pelos hameritas, era chefiado por Dunaan, que renegara a fé convertendo-se ao judaísmo. Na ocasião, mandou matar todos os integrantes do clero e transformou as igrejas em sinagogas, tornando-se temido e famoso por seu ódio declarado aos cristãos.

Por isso, muitos deles, até o arcebispo Tonfar, buscaram abrigo e proteção nas terras do rei Elesbão, pois até a própria esposa de Dunaan, chamada Duna, foi morta por ele, juntamente com as filhas, por ser cristã. Os registros indicam que houve um verdadeiro massacre, no qual morreram cerca de quatro mil cristãos.

Elesbão decidiu reagir àquela verdadeira matança imposta aos irmãos católicos e declarou guerra a Dunaan. Liderando seu povo na fé e na luta, ganhou a guerra e a vizinhança passou a ser governada pelo rei Ariato, um cristão fervoroso.


Mas, ele teve de vencer outra batalha ainda maior além dessa travada contra o inimigo: aquela contra si mesmo. Depois de um curto período de muita oração e penitência, aceitou o chamado de Deus. Abdicou do trono em favor do filho, seu sucessor natural, e dividiu seus tesouros entre os súditos pobres. Assim, Elesbão partiu para Jerusalém, onde depositou sua coroa real na igreja do Santo Sepulcro, e retirou-se para o deserto, vivendo como anacoreta até morrer em 555.

No Brasil, a partir dos escravos, foi muito difundida a devoção a santo Elesbão, o rei negro da Etiópia. Sua memória é celebrada em todo o mundo cristão, do Ocidente e do Oriente, no dia 27 de outubro, considerado o dia de sua morte.


Santo Elesbão, rogai por nós!

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Venerável Serva de Deus Lúcia Mangano, virgem e mística - Invocações ao Coração Imaculado de Maria

INVOCAÇÕES AO CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA


(Da Venerável Lúcia Mangano)

“Por tua Imaculada Conceição - Salvai-nos, minha Mãe.

Por tua natividade - Salvai-nos, minha Mãe.

Por Teu Coração Imaculado - Salvai-nos, minha Mãe.

Pela beleza dos teus olhos que refletem a luz de Deus - Salvai-nos, minha Mãe.

Pela Encarnação do Verbo no teu seio virginal - Salvai-nos, minha Mãe.

Pelos atos de amor e de adoração que Lhe prodigalizaste - Salvai-nos, minha Mãe.

Por teus puríssimos lábios que beijaram o Verbo feito carne - Salvai-nos, minha Mãe

Por tua divina Maternidade - Salvai-nos, minha Mãe.

Pelo leite que deste ao teu divino Filho - Salvai-nos, minha Mãe.

Por tua intemerata Virgindade - Salvai-nos, minha Mãe.

Pela agonia da tua alma na Paixão de Jesus - Salvai-nos, minha Mãe.

Por seu Sangue Preciosíssimo - Salvai-nos, minha Mãe.

Por sua Cruz - Salvai-nos, minha Mãe.

Por suas Sacratíssimas Chagas - Salvai-nos, minha Mãe. 

Pelas lágrimas que derramaste aos pés da Cruz - Salvai-nos, minha Mãe.

Pela angústia que experimentaste ao assistir Jesus agonizante - Salvai-nos, minha Mãe.

Pelo martírio do teu Coração na sua sepultura - Salvai-nos, minha Mãe.

Pela alegria da sua Ressurreição - Salvai-nos, minha Mãe.

Por Jesus na Santíssima Eucaristia - Salvai-nos, minha Mãe.

Por tua assunção ao Céu - Salvai-nos, minha Mãe.

Ó Maria, de nós pobres criaturas Mãe terníssima, tu que és a Rainha do Céu e da terra e Medianeira poderosa junto ao teu divino Filho, intercedei por nós. Assim seja.

SÃO PAULO TONG VIET BUONG, LEIGO É MÁRTIR NO VIETNÃ.


(Memória no dia 23 de Outubro) 

São Paulo Tong Viet Buong nasceu em 1782, em Phu Cam, atual Vietnã, e serviu no corpo de guarda-costas do Imperador Minh Mang.

Cristão convertido, ele deu sua assistência às Missões Estrangeiras de Paris e assim ajudou a promover a causa católica em seu país. 

Protegendo aldeias contra os invasores maurauders, seus bravos feitos foram apresentados ao imperador. O Imperador Minh Mang recrutou-o para o corpo da Guarda Imperial e logo o tornou o Pretor da Guarda Imperial. 

Por ser próximo ao Imperador, ele era frequentemente questionado pelo Imperador se ele havia visitado as festas locais. A princípio, habilmente evitou as perguntas dizendo: sem as ordens de Sua Majestade, que não visitei as festas. 

Depois de ser pressionado várias vezes, ele confessou que sua crença cristã não lhe permitia visitar festas ou adorar outros deuses. 

Desde a juventude, ele era conhecido por seu raciocínio rápido e peculiaridades inteligentes. O Imperador Minh Mang ficou furioso e ordenou que seu chefe da guarda fosse chicoteado e preso. 

Para humilhá-lo ainda mais, Ming Mang ordenou que Paulo Buong servisse na casa dos outros guardas imperiais. Sua família pagou esses guardas e Paulo Buong foi libertado para sua família. 

Em casa, ele foi novamente preso depois de um ano durante a inspeção de seus guardas imperiais pelo imperador. Desta vez, Paulo Buong foi torturado de forma selvagem. Ele deu boas-vindas ao sofrimento, até mesmo pedia aos torturadores, de forma provocadora, por mais. Dizia a quem o visitava que Deus o libertaria assim que ele fosse martirizado. 

Finalmente, o imperador Minh Mang decretou que ele seria decapitado e que sua cabeça seria exibida no púbico na paróquia de Tho Duc como um aviso aos católicos que desafiassem os decretos reais. 

Foi martirizado por decapitação em 23 de outubro de 1833. O Papa Leão XIII o Beatificou em 27 de maio de 1900 e o Papa São João Paulo II o Canonizou em 1988, junto com os outros 116 Mártires Vietnamitas.

São Paulo Tong Viet Buong, rogai por nós!

Fonte:
Texto baseado no escrito pelo Pe. Reinaldo Bento. 

domingo, 10 de setembro de 2023

Beato Mario Borzaga, Presbítero da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, Místico da Cruz e Mártir.

Em 27 de agosto de 1932, nascia o referido Beato.

Desde o período formativo, compreende um íntimo chamado ao martírio. Assim escreve: 

“19 de fevereiro de 1957 – Na Via Sacra, fervoroso com meu crucifixo entre as mãos, considerei como Jesus escolheu a mim também para ser um continuador da sua Via Sacra: portador da cruz, sacerdote. Às vezes, sou tomado pela tristeza pensando como terei de sofrer, desde o momento que Jesus para isso me escolheu, mas, então, penso que não se trata de discutir uma possibilidade do amanhã, mas de estabelecer sólido um princípio: 'A vida inteira de Cristo foi cruz e martírio. Eu sou um outro Cristo, portanto...' O Cristo que me escolheu é o mesmo que deu Vida e Força aos mártires e virgens: eram homens como eu, amassados com nada e fraqueza; foram escolhidos para o combate, receberam as armas, lutaram e venceram. Eu também fui escolhido para o martírio. E, se quero ser um santo sacerdote, não devo desejar outra coisa, porque este é o mistério que todos os dias está em minhas mãos: o mistério do sangue, da imolação total, da doação completa de si mesmo, da inocência fruto da renúncia, da humildade diante das grandezas divinas”. 

Foi ordenado sacerdote em 24 de fevereiro de 1957.  

Será missionário no Laus, onde consumará sua oblação. Aqui viverá sua noite escura. A cruz da missão em si com suas dificuldades, adequar-se à outra cultura, aprender sua língua. Deus tem pressa. Durante anos, Mario tinha suplicado depois da Comunhão, ser “sacerdote, apóstolo, missionário, mártir”. E Deus realizará seus mais íntimos desejos. 

Em 25 de abril de 1960, parte com seu catequista Paul Thoj Xyooj, para uma vila vizinha. Nunca mais retornará. Deus realizará seu grande desejo: será mártir.

Fontes:

Postulatio OMI

Redes sociais do professor José Eduardo Câmara, hagiógrafo, pesquisador e escritor (com a permissão do mesmo)

Beato Gonzalo Barron Nanclares, Presbítero da Congregação dos Sagrados Corações e Mártir (Guerra Civil Espanhola)


Mártir em Madrid em 2 de setembro de 1936. Era natural de Ollauri (Logroño). Nascido em 20 de outubro de 1899. Professou em 5 de agosto de 1917. Ordenado sacerdote em 17 de março de 1923. (Reinado Social 1939, n. 186, faz um cálculo das homilias pregadas por ele nos 13 anos de seu profícuo sacerdócio de cerca de "15 mil" - não se sabe ao certo). Por mais que pareça exagerado, todas as notícias dizem que o seu ardente zelo lhe dava tempo e força para tudo.

Foi o apóstolo da Entronização do Sagrado Coração e da Adoração Noturna no Lar na Espanha. Chegou a reunir 40.000 adoradores noturnos. A guerra surpreendeu-o em Madrid na sua morada habitual.

Ele era muito conhecido em Madrid por causa de sua pregação no Morro dos Ángeles (Madrid), e foi muito procurado, por isso trocava de lugar de vez em quando. Não suportava ficar preso sabendo que havia tantos que sofriam ou precisavam de ajuda espiritual. Por isso saiu da Legação das Honduras, onde esteve algum tempo, e foi para uma família conhecida.

Em uma das suas saídas de casa, os milicianos comunistas seguiram-no pela rua até que o cercaram e prenderam. Era o dia 01 de setembro de 1936. Fizeram-lhe uma simulação de julgamento, no qual declarou, segundo uma testemunha amiga dele, que era padre e que tinha pregado várias vezes no Morro dos Ángeles, pois, essa era a sua missão. No dia seguinte, apareceu fuzilado nos altos do hipódromo, fora de Madrid. Tinha apenas 37 anos.

Foi beatificado em 13 de outubro de 2013, durante o pontificado de do Papa Francisco.


Fonte: redes sociais do professor José Eduardo Câmara, hagiógrafo (com a permissão do pesquisador). 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

SANTA ROSA FAN HUI, Leiga, Catequista e Mártir (na China) *

 

Nós católicos, mesmo os latino-americanos, demos um costume (talvez por causa de padre missionários vindos da Europa) de cultuar mais santos e santas de origem européia: italianos, franceses, espanhóis, portugueses, alemães, etc. Desconhecemos, às vezes, por completo que já temos muitos santos e santas latino-americanos, mexicanos, africanos e asiáticos (chineses, japoneses e coreanos). Hoje, o site santos, beatos, veneráveis e servos de Deus traz um resumo da história de Santa Rosa Fan Hui, uma santa virgem e mártir chinesa.

A jovem Wang Hoei (mais tarde Rosa) vivia feliz na província chinesa de Hebei, na sua aldeia, relativamente próxima de Pequim, quando o século XX lhe restavam já dois telejornais.

Ficou feliz porque tinha acabado de ouvir alguns missionários falar de Liaoshi (Deus) e de Xishi (Jesus) e de construir uma “miao” (igreja). Assim ela conheceu os missionários lazaristas, vindos de uma congregação que havia fundado São Vicente de Paulo no século XVI.

Wang Hoei estava tão feliz e ouvia tão concentrada estes pobres e santos homens que mal sabiam a língua e vestiam-se tão estranhos que pouco depois decidiu se batizar e mudar de nome. Agora era Fan Hui, Rosa Fan Hui, e tornou-se catequista de crianças na sua aldeia.

Eu já tinha decidido que não ia se casar, porque não havia um cristão de verdade para fazê-lo, então ele se dedicou a ajudar os lazaristas com a língua, a traduzir-lhes termos para não misturar as coisas com o budismo e ensinar as crianças quem era esse Jesus.

Ei, nada mau, certo?

Alguns anos se passaram e, de repente, ocorreu uma espécie de revolução nos arredores de Pequim (que são muito grandes) comandada por fãs de artes marciais, especialmente de uma brutal, que vamos chamar boxe chinês para nos entendermos. Os ingleses chamaram-lhes, por isso, "boxers" (de quem falei antes)

Os boxers acreditavam que as balas não podiam prejudicá-los e achavam que tinham superpoderes, parece uma piada mas a imperatriz Ci Xi, surpreendentemente, ficou do seu lado. Os boxers eram profundamente anticristãos.

O império chinês já não se sustentou. Tinha perdido, nessa época, e sucessivamente, guerras com o Japão e com a Inglaterra e a França (as chamadas guerras do ópio). Isso o obrigou a assinar um pacto comercial pelo qual potências ocidentais podiam manobrar com produtos de todo o tipo em território chinês.

Pequim era um chaleiro de diplomatas, comerciantes, missionários e soldados vindos de qualquer lugar. Isto é o que fez os boxers subirem de posição perante a imperatriz Ci Xi, que apoiou suas ações anticatólicas, desde que servissem a ela.

Quem mais pagou foram os missionários católicos das aldeias. Para as potências estrangeiras foi uma chatice ter que lutar com estes ninjas malucos e assim que eles se uniram minimamente reduziram-lhes simplesmente.

Santa Rosa Fan Hui, como outros tentaram se esconder, estava indo de um lado para o outro. De uma cidade para outra, procurando que os boxers não estivessem por aí. Mas havia muitos e Rosa, um dia que passava por uma pequena ermida construída pela missão dos lazaristas, disse a si mesma:

"Já está. Há dias que não faço o que deu sentido à minha vida: rezar. Eu fico aqui porque não posso ficar eternamente fugindo."

Ficou o dia todo e a noite toda rezando, esperando o que viria.

De manhã, na saída da ermida, um grupo de boxers estava esperando por ela. Os boxers atacaram implacavelmente Rosa, que sem resistência continuava a rezar, o que enfureceu mais os perseguidores. Eles pegaram suas espadas e fizeram várias feridas por todo o corpo para, pouco depois, seguir seu caminho abandonando-a às margens de um canal. Pouco tempo depois, outro grupo de boxers passou e acabaram com ela.

Foi 16 de agosto de 1900. Um novo século estava começando. Muitos testemunhos de camponeses chineses que testemunharam a morte destes mártires, abandonados à sua sorte por todos.

Isso possibilitou que, cem anos mais tarde, em 2000, se realizasse em Roma uma celebração realizada pelo Papa São João Paulo II para canonizar 119 mártires chineses da perseguição desses anos. Entre eles estava Santa Rosa Fan Hui, catequista.

Santa Rosa Fan Hui, virgem, leiga e catequista católica, rogai por nós!


* Pesquisa do grande professor, pesquisador, escritor e irmão em Cristo, professor José Eduardo, membro da Academia Brasileira de Hagiologia. Com a permissão do mesmo. 


terça-feira, 22 de agosto de 2023

A batalha entre Miguel e seus anjos e Satanáse seus anjos.


E vamos caminhando na "Quaresma de São Miguel", preparação para a Festa do dia 29/09.

Sobre a "batalha" de Miguel e seus anjos fiéis a Deus contra Satanás e seus anjos decaídos, é importante que compreendam que não foi uma luta na qual esses espíritos angélicos usaram socos, pontapés, empurrões, espadas, lanças, flechas ou raios... Nada disso!

Os anjos foram criados com sua natureza angélica, portanto, portadores, em graus muito perfeitos, de acordo com suas hierarquias, com os dotes das criaturas livres, como o ser humano, criadas à imagem e semelhança de Deus: com inteligência, liberdade, razão e vontade.

Não tinham as fraquezas que nós, seres humanos, depois da queda de nossos primeiros pais, passamos a ter.

Eram espíritos puros, todos criados e bons e santos, porém, gozavam do dom da liberdade, do livre arbítrio, e de uma vontade plenamente livre.

E eram essas vontade e liberdade que precisavam serem postas à prova por Deus, que não quer ser servido e nem amado obrigatoriamente, de forma forçada, de forma involuntária: formas imperfeitas, contrárias ao próprio Deus, Ser Eterno, plenamente feliz, amoroso e livre em sua Unidade e Trindade.

A "batalha" foi travada entre as inteligências e vontades dos anjos bons contra as inteligências e vontades dos anjos maus. Argumentos de fervor, amor, submissão e humildade dos anjos bons com relação a Deus, contra argumentos de revolta, insubmissão, rebeldia e ódio contra Deus.

Os anjos bons entenderam que sua liberdade estava na servidão a Deus. Os maus colocaram em suas mentes que serem livres era afastarem-se de Deus e seguirem suas próprias vontades.

Obviamente que, com isso, os Anjos bons foram admitidos à visão beatífica da Trindade, à glória do paraíso, à recompensa eterna. E os maus, afastando-se de Deus, afastaram-se do amor, da humildade, da paz, da alegria e da vida, mas, mesmo assim, preferiram isso a serem "escravos de Deus".

Por isso que o pecado dos demônios foi imenso e irreversível. A decisão deles não foi movida por fraqueza:  eles escolheram livremente isso. Foi uma decisão bem pensada. Definitiva. Só não sabiam quão terrível seria o inferno: lugar e estado de atrozes sofrimentos: o fogo eterno, o "verme que não morre" e gritam, berram e urram constantemente as dores de suas condenações e destilam seu ódio contra Deus e contra tudo que Deus ama, significa e quer.

Os demônios sabem que Deus é bom e misericordioso para com os seres humanos, mas, não creem que Deus foi bom com eles, pois, interpretam que Deus não era para ter criado eles para serem servos dEe, do Filho feito homem, de Maria Imaculada: uma mulher santíssima, mas, uma criatura humana, de natureza inferior à deles, e nem de nós, filhos e filhas adotivos de Deus. 

Daí que toda a sua obsessão está voltada em ofender a Deus, a quem odeiam com todas as suas forças e a atrapalhar os planos de Deus, especialmente, tentando os homens, para que se sintam "livres como eles" e optem, como eles, por uma vida fora da vontade de Deus, afundados em vícios, maldades, libertinagens, ateísmo prático, e, como eles, caiam no fogo eterno...

Giovani Carvalho Mendes
(Irmão João Maria da Encarnação, ocds) 

sábado, 10 de junho de 2023

Beato Francisco García León, adolescente e mártir - o jovem que foi morto porque não jogou o escapulário do Carmo fora...



Francisco García foi morto selvagemente pela facção militante marxista que, durante a Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939), promoveu uma das mais sangrentas perseguições anticatólicas da história

O jovem de 15 anos martirizado por não jogar escapulário fora: este é o resumo do brutal e covarde assassinato de Francisco García, o “caçula” dentre os 127 mártires beatificados no último 16 de outubro na diocese espanhola de Córdoba.

Francisco foi morto selvagemente pela facção militante marxista que, durante a Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939), promoveu uma das mais sangrentas perseguições anticatólicas da história.

Segundo a diocese de Córdoba, Francisco alimentava “especial piedade” e se destacava pela “disponibilidade para colaborar com a Igreja e praticar a caridade com os idosos e os mais necessitados”.

Quando a guerra civil explodiu em 1936, ele foi “um dos poucos jovens da cidade” a continuar frequentando a Missa diária e recebendo a Comunhão. A família fazia o mesmo. Em 20 de julho de 1936, militantes comunistas chegaram à casa dos García para prender o pai. Pouco depois, voltaram para levar também o tio.

O jovem de 15 anos martirizado porque não jogou o escapulário fora

Foi quando notaram o escapulário de Nossa Senhora do Carmo que Francisco usava. Os rebeldes ameaçaram prender o jovem se ele não jogasse fora o escapulário. Francisco afirmou que preferia ser preso. E foi.

Dois dias depois, outro bando de milicianos comunistas invadiu a prisão com machados e armas de fogo e assassinou covarde e selvagemente todos os detidos. Foi a culminação do testemunho de fé de Francisco García, o jovem de 15 anos martirizado por não jogar o seu escapulário fora.

Venerável Serva de Deus Odette Vidal Cardoso ("Odetinha"), leiga infante. A "menina santa" do Rio de Janeiro.


  A Venerável Serva de Deus Odette Vidal Cardoso nasceu no Rio de Janeiro (Brasil) em 18 de fevereiro de 1931, de pais portugueses que tinham emigrado para o Brasil.

Em 1939, a mãe da Serva de Deus, ficou viúva, casou com um rico comerciante, que acolheu a menina e a amou como se ela fosse sua filha.

A Serva de Deus participava todos os dias da Santa Missa com a sua mãe e rezava o Terço com a sua família todas as noites. Aos cinco anos, começou a frequentar o catecismo no Colégio da “Imaculada Conceição”. Desta forma aprendeu as verdades da fé e até ensinou catecismo às filhas das empregadas domésticas de casa. Considerando a extraordinária maturidade da Serva de Deus, o seu diretor espiritual, padre Alfonso Maria Germe, C.M., admitiu-a à Primeira Comunhão em 15 de agosto de 1937, com apenas seis anos de idade.

A Serva de Deus, com a ajuda e companhia de sua mãe, dedicava-se a obras de caridade ao serviço dos pobres da cidade, a quem tanto amava e queria, da forma como pudesse, ajudar e socorrer.


Desde tenra idade, já manifestava profunda
piedade e devoção a Jesus e Maria.

EXERCÍCIO HEROICO DAS VIRTUDES

Desde os primeiros anos da sua vida, a Serva de Deus teve uma profunda percepção da existência de Deus, Pai de infinita bondade. Ela nutriu um forte desejo de estar sempre unida a Jesus, a quem percebia como uma realidade viva e concreta. Entre os gestos que demonstram a experiência heroica da sua fé está a sua relação íntima com Jesus na Eucaristia; a contemplação do Crucifixo, a meditação sobre as dores da Paixão e o recolhimento quando recebia a comunhão. Ela teve uma devoção particular por Nossa Senhor, São José, Santa Teresa do Menino Jesus, Santa Bernadete e por São Tarcísio, mártir da Eucaristia. Foi a fé que sustentou a Serva de Deus nos seus momentos de sofrimento e na preparação para a sua morte.




Uma menina muito alegre e feliz
cheia de bondade e misericórdia
para com os mais necessitados

A sua curta vida foi animada pela esperança de viver sempre na presença de Deus. Ela enfrentou a morte com serenidade e alegria, esperando o momento de se unir ao seu amado Jesus. Ela morreu exclamando: “Jesus, leva-me para o céu”.

Falava de Deus e com Deus como que abandonada a Ele em êxtase e pedia aos outros que O amassem da mesma forma. Com a sua mãe, ela ia todas as semanas aos lares de idosos abandonados, aos orfanatos e especialmente ao leprosário.

Depois de ter adoecido com tifo em 1º de outubro de 1939, a Serva de Deus, durante os 49 dias de doença, mostrou uma fortaleza fora do comum; nunca se queixou e suportou todos os seus sofrimentos com serenidade e paciência. Tudo o que ela queria era receber diariamente a Comunhão. Nos últimos dias da sua vida recebeu também os Sacramentos da Crisma e da Unção dos Enfermos.




Odetinha já bem doente, mas, serena. Manteve-se sempre
unida a seu amado Jesus em oração, oferecendo a Ele suas
dores e sofrimentos



Faleceu no dia 25 de novembro de 1939 no Rio de Janeiro (Brasil), com apenas 8 anos e 9 meses de idade.



A doença (Tifo), naqueles tempos praticamente incuvável,
retirou sua inocente alma desta terra e fê-la entrar no Céu. 
Ao lado de seu leito de morte, vemos sua mãe que, apesar da 
tristeza, guardou firme esperança e praticamente certeza
que sua filha era uma santa no Céu. 

 

Em novembro de 2021, o Papa Francisco assinou o decreto sobre o reconhecimento das virtudes heroicas da Serva de Deus Odette Vidal Cardoso, Fiel Leiga, recebendo, portanto, o título de “Venerável”. Agora, é pedir a Deus que se digne que um milagre (uma cura instantânea e completa, inexplicável para a ciência médica) ocorra para que sua pequena serva tenha sua santidade reconhecida pela Igreja e seja elevada à honra dos altares.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

SANTA BLANDINA, Virgem e Mártir: grande exemplo de bravura perante o inimigo de Deus e da Fé.

 

     Santa Blandina, Virgem e mártir, pertence ao grupo dos mártires de Lyon, que, depois de alguns deles terem suportado as torturas mais terríveis, sofreram um glorioso martírio no reinado de Marco Aurélio.

Em Lyon, o fanatismo do povo pagão contra os cristãos tinha sido despertado, de modo que estes, quando se aventuravam a mostrar-se em público, eram perseguidos e maltratados. Enquanto o legado imperial estava ausente, o tribuno, um comandante militar, e o duúnviro, um magistrado civil, prenderam um número de cristãos que confessaram a sua fé. Quando o legado voltou, os crentes presos foram levados a julgamento.

Entre estes cristãos estava Blandina, uma escrava, que tinha sido detida juntamente com o seu mestre, também cristão. Seus colegas recearam que por causa da sua fragilidade corporal não pudesse permanecer firme sob tortura. No entanto, embora o legado a tenha mandado torturar de uma maneira horrível, então até os carrascos se esgotaram, pois não sabia o que mais lhe poderiam fazer, ela ainda se manteve fiel e repetia a cada pergunta: "Eu sou cristã e não cometemos nada de errado”.

Por medo da tortura, os escravos pagãos tinham testemunhado contra os seus mestres que quando os cristãos se reuniam cometiam atos escandalosos dos quais foram acusados pelo povo pagão, e o legado queria arrancar a confissão desta má conduta aos prisioneiros cristãos.

No seu relatório ao imperador, o legado declarou que aqueles que se agarravam às suas crenças cristãs seriam executados e aqueles que negassem a sua fé seriam absolvidos.

Portanto, Blandina e um número de colegas foram submetidos a novas torturas no anfiteatro na realização dos jogos públicos. Ela foi amarrada a uma estaca e as feras selvagens repararam nela; no entanto, não lhe tocaram. Depois disso, por vários dias, ela foi levada para a arena para ver o sofrimento dos seus companheiros. Finalmente, como a última dos mártires, foi chicoteada, colocada em uma grelha vermelha viva, fechada em uma rede e jogada diante de um boi selvagem que a lançou ao ar com seus chifres, e no final foi morta com um punhal.


Fonte: página do Pe. Reinaldo Bento, no Facebook. 

 

 

 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

25 de Maio: A RESSURREIÇÃO E A ASSUNÇÃO DE SÃO JOSÉ, uma Festa que só existe no Céu, já que não é dogma de Fé...

 

“Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.”(São Mateus 27,52-53).

Vários Santos afirmam, mas, entre os escritores sacros antigos temos Orígenes. Jesus é o Primogênito entre os mortos, pois nenhum antes tinha ressuscitado como Ele (numa ressurreição completa e imperecível, como Jesus disse no Apocalipse: ‘Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1, 17-18), 

Assim, na descrição de São Mateus, os corpos se reanimam na morte, mas, só ressuscitam (gloriosamente) depois da ressurreição de Jesus. São José morreu em Jerusalém em uma festa da Páscoa e ressuscita em vez de três dias, três anos depois e seu corpo sobe junto com as primícias da Ressurreição da qual fala São Paulo em uma das cartas, a mesma é usada na Missa da Assunção de Nossa Senhora.


Sobre a assunção de São José, um trecho de uma homilia de São João XXIII a respeito:

“Queridos irmãos e filhos, a luz da ascensão se irradia desde este vértice em um segundo aspecto de divina providencia e beneficio da humanidade regenerada; um novo encanto, um prodígio inefável da graça e da glória. Com Jesus que ascende a direita do Pai, se abrem as vias do céu para os filhos do homem, para seu primitivo destino de criatura espiritual nascida para os eternos bens. Em São Mateus, o primeiro dos evangelistas, contou-se que ao morrer Jesus sobre o Gólgota, também se rasgou o véu do templo em duas partes e removeu-se a terra e as pedras, se abriram também os sepulcros. Como não encontrar neste inesperado prodígio o primeiro esboço daquela procissão que depois de quarenta dias havia de ter lugar desde o Monte das Oliveiras, por via luminosa dos céus a acompanhar precisamente ao Redentor Divino Triunfante no momento de tomar, em sua forma humana, posse no Reino Eterno, que Ele, Cordeiro Sacrificado pelos pecados do mundo, havia assegurado pelo direito sacro e glorioso? Entre os Padres e Doutores que diversamente interpretam esta passagem de São Mateus, o Aquinate, em seu comentário, toma posição decididamente junto aos que sustentam que os corpo dos Santos que, dormindo, ressuscitaram, também foram introduzidos com Cristo no Céu. Corresponde, pois, aos mortos do Antigo Testamento, aos mais próximos a Jesus (nomeamos os mais íntimos de sua vida: São João Batista, o precursor, São José de Nazaré, seu Pai adotivo, nutrício e putativo), corresponde a eles (assim podemos piedosamente crer), a honra e o privilégio de abrir este admirável acompanhamento pelos caminhos do Céu; A proclamar as primeiras notas do interminável “Te Deum” das gerações humanas que ascendem seguindo as pegadas de Jesus Redentor, a Glória prometida aos fiéis por sua Graça".

 (Homilia pronunciada na festa da Ascensão, em 26 de Maio de 1960, por ocasião da Canonização de São Gregório Barbarigo)

Gerson, o grande devoto de São José, falou da ressurreição e da assunção de São José ao céu em corpo e alma no sermão proferido no Concílio de Constança em 8 de setembro de 1416.



O famoso italiano Isidoro de Isolano (+1528), chamado de profeta de São José, em sua obra: Suma de Dons de São José, escrito em 1522, diz: "O Evangelho testifica que os corpos de muitos santos ressuscitaram após a paixão do Salvador (Mateus 27,52-53). E estamos convencidos de que, entre eles, há, sem dúvida, São José … Além disso, é apropriado que o filho honre seu pai e cuide de seu corpo após a morte. Portanto, Cristo, ao ressuscitar os corpos de muitos santos, não poderia deixar na sepultura o corpo de seu pai putativoDa mesma forma, podemos acreditar que, se na vida ele honrou José mais que todos os outros, chamando-o de pai, ele também o exaltaria acima de tudo depois de sua morte".

 

São Pedro Damião (1007-1072) fala da Assunção de São José, no Sermão de São João Batista.


O venerável Bernardino de Bustis afirma que, enquanto São Bernardino de Siena (1444), pregando na cidade de Pádua sobre a Assunção de José em corpo e alma para o céu, os ouvintes viram, na cabeça do santo pregador, uma cruz de ouro cintilante, dispensando raios arrebatadores de luz.

Não era possível que esses Três Sagrados Corações, que, na Terra,
amaram tanto um ao outro e eram tão semelhantes, pudessem
ficar afastados um do outro no Céu... 



Ele estava dizendo o seguinte: "devidamente é necessário crer, mas não afirmar como de fé, que o benigno Jesus, Filho de Deus vivo, com igual privilégio adornou seu pai adotivo que sua Santa Mãe; e assim como, quando a Santíssima Virgem morreu, ela foi levada para o céu de corpo e alma, assim também no dia em que Jesus ressuscitou, ela levou com ela o Patriarca São José com a glória da ressurreição; de modo que, como aquela santa família, a saber, Cristo, Maria e José, viveram juntos na terra uma vida laboriosa e de acordo com a graça, assim com a glória amorosa reinam no céu em corpo e alma".




O grande teólogo espanhol Francisco Suarez (1548-1617) diz de São José: "Não deixarei de notar que, de acordo com uma opinião bastante aceita, é provável que nosso santo reine com Cristo em glória no corpo e na alma; porque, como ele morreu diante de Nosso Senhor, é provável que ele tenha sido um daqueles que foram ressuscitados no momento da morte ou ressurreição do Salvador, que foram ressuscitados para uma vida imortal de alma e corpo



A Venerável Serva de Deus Madre Maria de Jesus de Ágreda (1602-1665), autora do famoso livro "Mística Cidade de Deus", diz: "No dia da ressurreição, com toda beleza e glória, nosso Salvador ressuscitou da tumba e, na presença dos Santos e Patriarcas, prometeu à raça humana a ressurreição universal como o efeito dele na mesma carne e corpo de cada um dos mortais e que nele os justos seriam glorificados. Em promessas desta promessa e como reféns da ressurreição universal, Sua Majestade comandou as almas de muitos santos que estavam lá, para se unirem a seus corpos e ressuscitá-los para a vida imortal. Ao ponto, este império divino foi executado e os corpos ressuscitados, antecipando o mistério referido por Mateus (Mt 27, 52). E entre eles estavam Santa Ana, São José e São Joaquim, e outros dos antigos Profetas e Patriarcas, mais marcados na fé e na esperança da Encarnação e com maior anseio desejado e pedido ao Senhor. E, em troca dessas obras, a ressurreição e a glória de seus corpos foram apresentadas a eles.

São Francisco de Sales diz: "Não devemos duvidar de modo algum que este santo glorioso desfruta no céu muito crédito diante daquele que tanto o favoreceu a ponto de levantá-lo lá em cima, corpo e alma; o que é ainda mais provável porque não temos mais relíquia na terra; e parece-me que ninguém pode duvidar, porque como poderia negar a São José esta graça, Aquele que foi mostrado obediente durante toda a sua vida? … E, se é verdade, que devemos crer, que, em virtude do Santíssimo Sacramento que recebemos, nossos corpos ressuscitarão no dia do julgamento, como podemos duvidar que ele trouxe os céus, de corpo e alma, para o glorioso São José que tinha teve a honra e recebeu a graça de carregá-lo tão frequentemente em seus braços, em que Nosso Senhor estava tão satisfeito"! É inegável que São José está no céu em corpo e alma. Quão felizes seríamos se merecêssemos participar em suas santas intercessões! Porque nada lhe é negado por Nossa Senhora ou pelo seu esposo glorioso.

 

Pe. André Luiz Facchini

Legionário dos Três Sagrados Corações Unidos

Venerável Serva de Deus Irmã Edda Roda, Virgem. Uma alma trinitária.

 Sua vida interior

Irmã Edda foi uma alma trinitária do nosso tempo. Uma verdadeira alma contemplativa mas que viveu uma vida ativa e apostólica própria da sua congregação. e abraçou com a cruz da enfermidade!
Na Carta de 17 de setembro de 1978, ao Padre Antonio, ela revela que "o meu polo de atração é a Trindade".
Seu caminho é a viver a inabitação trinitária. Assim, no ano seguinte, na Carta de 28 de setembro de 1979, escreve: 
"Gostaria de viver em contínua adoração da Trindade que vive em mim, mas ainda que permanecendo com a vontade e o desejo ardente do coração, não estou sempre também com a inteligência e o pensamento que permanecem ocupados no trabalho; veja, Antonio, como sou pobre e limitada, mas não me desanimo antes me abandono totalmente a Deus; um só pensamento e desejo me persegue: "Amar", mas também isso na serenidade, na alegria, na grande paz que tenho neste período, sim porque estou vivendo uma quietude profunda da alma, dom imenso do Pai à minha pequena alma". 
E no seu Diário em 24 de junho de 1988, escreve uma frase que para mim marca sua vocação: "Ser a pequena alegria da Trindade". 
Em 15 de setembro do mesmo ano, anota:
"A ocupação cotidiana seja o amor simples e puro como Ele me disse com a Sua vida feita um irrevogável 'AMÉM' ao Pai. Eis o valor do silêncio que me lança sempre mais e só n´Ele, e me faz viver no desejo do amor dos 'TRÊS'". 
Irmã Edda experimenta esta profunda vida trinitária em união com Maria. Assim escreve na carta de 4 de janeiro de 1988: 
"Estou convencida de que o Senhor exulta de alegria todas as vezes que nos ouve em colóquio com Nossa Senhora. Considero uma graça grande que Ele fez me enamorar de sua Mãe, Ela a Virgem em escuta, em oração, em adoração, a Disponível, a Aurora que anuncia o Cristo Amém do Pai, a Mulher por excelência, a Mãe! O Ostensório, o Tabernáculo vivo". 

        Aspecto histórico de sua vida

     Irmã Edda Roda nasceu em 30 de outubro de 1940 em Leno, província de Bréscia (…). Aos quinze anos começou a frequentar a escola secundária pública para a formação profissional, mas, no segundo trimestre do segundo ano desistiu por motivos de saúde (…) obteve o diploma depois de entrar no convento em 1965 em Varese. Em julho de 1959, porém, obteve o diploma de enfermeira geral no hospital Bolognini de Seriate (…).

     Edda conheceu as Irmãs Capuchinhas trabalhando na Clínica San Francesco em Bérgamo e em 24 de setembro de 1959 em Gênova, iniciou seu postulantado. Em 12 de junho de 1960 iniciou seu noviciado em Loano e recebeu o nome de Irmã Adalberta da Santíssima Trindade. Depois do Concílio, no início dos anos 1970, quando se deu a possibilidade, ela escolheria retomar o nome de Batismo, Edda (…).

     Em 2 de outubro de 1962, em Loano, berço do Instituto, emitiu a primeira profissão religiosa (…). Nas poucas notas do seu Diário encontramos também o sonho de ser missionária da caridade a pensar na África e nos leprosos, sonho que depois se concretizará. Porém, em obediência às superioras e também à fragilidade da sua saúde e da sua pessoa, foi designada para uma missão na Itália de evangelização do povo, que ocupará os últimos anos de sua existência de forma intensa e envolvente (…).

     Em setembro de 1965, a irmã Edda foi transferida para Brescia para ajudar na creche. Ali permaneceu até setembro de 1967, altura em que regressou a Varese para prosseguir os estudos que concluiu em Gênova em 1970, obtendo um diploma de habilitação docente em escolas de nível preparatório.  Em 16 de outubro de 1967 emitiu os votos perpétuos.

 

     Os anos de 1966 a 1973, e novamente com uma recaída em 1987, a viram várias vezes hospitalizada na casa de repouso de Bérgamo por síndrome astênica com quedas de humor que talvez levem suas irmãs a rotulá-la superficialmente como deprimida e hipocondríaca. Em outubro de 1974, Edda estava de volta a Gênova, sendo tratada de exaustão. Em 1977 obteve o diploma no Curso Superior de Teologia, e, do seu serviço pastoral, resultou uma intensa atividade no campo das Missões Populares, uma itinerância evangelizadora que fez crescer um entusiasmo cada vez mais forte no coração de Edda para o anúncio do Evangelho no encontro com as pessoas.

As pessoas que ela encontrava nas casas e nas paróquias continuavam a afeiçoá-la porque eram atraídas pelo bem. Era uma ocorrência comum". A afabilidade, a desenvoltura na fala capaz de atrair as pessoas, a preparação teológica, a simplicidade no aprofundamento da Palavra e no ensinar a ler o Evangelho de maneira nova, a rezar com o coração e a sabedoria para consolar os que sofriam.

     Em agosto de 1995, ela foi diagnosticada com câncer uterino. Foi ela própria quem comunicou discretamente o diagnóstico às freiras do refeitório, ao regressar do hospital onde tinha feito os exames. As religiosas que a acompanharam ou conheceram durante a sua doença são unânimes em recordar a sua grande paciência e serenidade em aceitar e suportar o sofrimento, as terapias, o grande mal-estar físico que sofria.

 

     Transferida para a clínica de Bérgamo, faleceu no dia 16 de junho de 1996, retornando ao Pai em silêncio e discrição, em um estilo de vida típico de esquecimento de si mesma, abandonada Àquele que tanto amava.

 

     Em 23 de setembro de 2017, foi aberto na Cúria de Bérgamo o processo diocesano para a causa de beatificação de Irmã Edda. No dia 20 de maio de 2023, o Papa Francisco, juntamente com outros sete Servos de Deus, reconheceu suas virtudes heróicas da Serva de Deus. No dia 20 de maio de 2023. Portanto, doravante, recebe o título de VENERÁVEL.

      Agora, sua postulação para a causa de beatificação e canonização aguarda que a Santíssima Trindade, a quem a Venerável Irmã Edda tanto amava e adorava no fundo de sua alma, se digne alcançar, por sua intercessão o (s) milagre (s) que a leve às honras dos altares.

      P. RESTA, Irmã Edda Roda. Missionário do povo e apóstolo da consolação, Gorle, 2016.

      Site oficial: https://www.archiviomrubatto.it/suor-edda-roda/