São Mateus
afirma em seu Evangelho que São José “era um homem justo” (Mt 1,19). Isto, na
linguagem bíblica, significa um homem repleto de todas as virtudes, de
santidade completa, perfeito.
Jesus quis ter um pai na terra: O
anjo do Senhor, aparecendo-lhe em sonho, diz-lhe: “José, filho de Davi, não
temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito
Santo” (Mt. 1,20).
Coube a S. José dar o nome ao Filho
de Deus humanado. O Anjo lhe disse: “Ela dará à luz um filho, a quem porás o
nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados. Tudo isto
aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta” (Mt 1,
21-22).
Em uma aparição a Santa Margarida de Cortona, disse
Jesus: “Filha, se desejas fazer-me algo agradável, rogo-te não deixeis passar
um dia sem render algum tributo de louvor e de bênção ao meu Pai adotivo São
José, porque me é caríssimo”.
Santo Afonso de Ligório
(†1787), doutor da Igreja, garantia que todo dom ou privilégio que Deus
concedeu a outro Santo também o concedeu a São José.
São Francisco de Sales
(†1655), doutor da Igreja, diz que "São José ultrapassou, na pureza, os
Anjos da mais alta hierarquia".
São Jerônimo
(†420), doutor da Igreja, diz que: “José mereceu o nome de “Justo”, porque
possuía de modo perfeito todas as virtudes”.
São Bernardo
(†1153), doutor da Igreja: “De sua vocação, considerai a multiplicidade, a
excelência, a sublimidade dos dons sobrenaturais com que foi enriquecido por
Deus”.
Se São José foi escolhido para Esposo
de Maria, a mais santa de todas as mulheres, é porque ele era o mais santo de
todos os homens. Se houvesse alguém mais santo que José, certamente seria este
escolhido por Jesus para Esposo de Sua Mãe Maria. Nós não pudemos escolher
nosso pai e nossa mãe, mas Jesus pôde, então, escolheu os melhores que
existiam.
São Francisco de Sales:
“Oh! que divina união entre Nossa
Senhora e o glorioso São José; união que tornava José participante de todos os
bens de sua cara Esposa e o fazia crescer maravilhosamente na perfeição, pela
contínua comunicação com Ela, que possuía todas as virtudes em grau tão alto,
que nenhuma criatura o pode atingir”.
Testemunho de Santa Teresa de Ávila (†1582), doutora da Igreja, devotíssima de
São José. No “Livro da Vida”, sua autobiografia, ela escreveu:
“Tomei por advogado e senhor ao
glorioso São José e muito me encomendei a ele. Claramente vi que dessa
necessidade, como de outras maiores referentes à honra e à perda da alma, esse
pai e senhor meu salvou-me com maior lucro do que eu lhe sabia pedir. Não me
recordo de lhe haver, até agora, suplicado graça que tenha deixado de obter.
Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio
desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo
como da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graça para socorrer numa
determinada necessidade.”
“Ao glorioso São José tenho
experiência de que socorre em todas. O Senhor quer dar a entender com isso como
lhe foi submisso na terra, onde São José, como pai adotivo, o podia mandar,
assim no céu atende a todos os seus pedidos. Por experiência, o mesmo viram
outras pessoas a quem eu aconselhava encomendar-se a ele. A todos quisera
persuadir que fossem devotos desse glorioso santo, pela experiência que tenho
de quantos bens alcança de Deus...De alguns anos para cá, no dia de sua festa,
sempre lhe peço algum favor especial. Nunca deixei de ser atendida".
Cultos prestados pela Igreja:
1.
Latria = adoração – à Santíssima
Trindade.
2.
Dulia = veneração - aos Santos e
Anjos.
3.
Hiper Dulia = super veneração – a
Nossa Senhora Mãe de Deus
4.
Proto – Dulia = primeira veneração –
a São José.
No Evangelho consta que São José era
carpinteiro: “Não é este o filho do carpinteiro?” (Mt 13, 55). Mas a expressão
é mais genérica, pois diz “filius fabri”, quer dizer, filho de artesão.
Todo o povo judeu sabia que o
Messias viria da tribo de Judá, e seria descendente do grande rei Davi. “Um
renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele
repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento,
Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor.”
(Is 11, 1-2)
“Jacó gerou José, esposo de Maria,
da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo. Portanto, as gerações, desde Abraão
até Davi, são quatorze. Desde Davi até o cativeiro de Babilônia, quatorze
gerações. E, depois do cativeiro até Cristo, quatorze gerações.” (Mt 1, 16-17).
A vocação de São José foi a de
representante do Pai Eterno junto a seu Filho Unigênito na terra. Por isso os
autores místicos o chamam de “Sombra do Pai Celeste”; um privilégio especial só
a ele concedido. Isto nos faz lembrar a palavra que diz: “Eu sou o Senhor, esse
é meu nome, a ninguém cederei minha glória, nem a ídolos minha honra.” (Is
42,8).
São Basílio Magno
(330-369), doutor da Igreja, diz: "Ainda que José tratasse sua mulher com
todo afeto e amor e com todo o cuidado próprio dos cônjuges, entretanto se
abstiveram dos atos conjugais" (Tratado da Virgem Santíssima, BAC, Madri,
1952, p. 36).
O Papa Pio XI quando proclamou São
José Patrono universal da Igreja, disse: “Entre São José e Deus não vemos e não
devemos ver senão Maria, por sua divina Maternidade”. “São José, depois de
Maria, é o maior de todos os Santos”.
Papa Leão XIII disse na Encíclica
Quamquam pluries:
“Muitos Padres da Igreja, de acordo
com a Sagrada Liturgia, acreditam que o antigo José, filho do Patriarca Jacó,
tenha figurado a pessoa e o ministério do nosso São José, e simbolizado, com o
seu esplendor, a grandeza e a glória do futuro Custódio da Sagrada Família.”
Eis o que diz a respeito São
Bernardo, doutor a Igreja:
“Lembra-te do grande Patriarca
vendido para o Egito, e sabe que ele não só lhe herdou o nome, mas imitou-lhe
também a castidade, mereceu-lhe a inocência e a graça. E se aquele José,
vendido por inveja dos irmãos e conduzido ao Egito, prefigurou a venda de
Cristo, o nosso José, fugindo da inveja de Herodes, levou Cristo para o Egito”.
Beato João Paulo II:
“Precisamente em vista da sua contribuição para o mistério da Encarnação do
Verbo, José e Maria receberam a graça de viverem juntos o carisma da virgindade
e o dom do matrimônio. A comunhão de amor virginal de Maria e José, embora
constitua um caso muito especial, ligado à realização concreta do mistério da
Encarnação, foi todavia um verdadeiro matrimônio” (cf Exort. Apost. Redemptoris
custos, 7).
São José é o patrono da boa morte:
Santa Teresa, narrando a morte de suas filhas, devotas do Santo, dizia: “Tenho
observado que, no momento de exalar o último suspiro, gozavam inefável paz e
tranqüilidade; sua morte assemelhava-se ao doce repouso da oração. Nada
indicava que estivessem interiormente agitadas por tentações. Essas divinas
luzes me libertaram o coração do temor da morte. Morrer parece-me agora o que
há de mais fácil para uma alma fiel”.
Liturgia:
O Papa Pio IX, no dia 8 de dezembro
de 1870, declarou o glorioso São José, Padroeiro da Igreja Católica. Este mesmo
Papa, em 08/12/1854, já tinha proclamado solenemente o dogma da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora.
Em 1956, o papa Pio XII (1939-1958)
instituiu a festa de São José Operário, a ser celebrada em rito duplo de
primeira classe no dia 1º de maio, Dia Universal do Trabalho.
O Papa Leão XIII, no dia 15/8/1899,
assinava a Encíclica “Quanquam Pluries” sobre São José, nos tempos difíceis da
virada do século.
“Assim como Deus constituíra o
antigo José filho do antigo patriarca Jacó, para presidir em toda a terra do
Egito, a fim de conservar o trigo para os povos; assim, chegada à plenitude dos
tempos, estando para enviar a terra o seu Unigênito Filho para redenção do
mundo, escolheu outro José, de quem o primeiro era figura; constituiu-o Senhor
e Príncipe de sua casa e de sua possessão, e elegeu-o custódio de seus
principais tesouros.”
Orações a São José
COROA DAS SETE DORES E GOZOS DE SÃO
JOSÉ
1ª
Dor de pensar em deixar Maria, gozo
em receber a mensagem do Anjo. Pai Nosso e Ave Maria.
2ª
Dor de ver Jesus nascer na gruta de
Belém, gozo ao vê-Lo adorado pelos Anjos, pastores e reis magos. Pai Nosso e
Ave Maria.
3ª
Dor de derramar o sangue do Menino
Jesus na circuncisão; gozo ao dar-lhe o nome de Jesus. Pai Nosso e Ave Maria.
4ª
Dor ao ver a espada de Simeão apresentada
a Maria; gozo ao ver Ana e Simeão louvando o Menino. Pai Nosso e Ave Maria.
5ª
Dor do desterro para o Egito; gozo
ao ver os ídolos caírem dos pedestais. Pai Nosso e Ave Maria.
6ª
Dor de não poder voltar para
Jerusalém, gozo ao voltar para Nazaré. Pai Nosso e Ave Maria.
7ª
Dor da perda de Jesus em Jerusalém
aos 12 anos; gozo ao encontra-lo entre os doutores. Pai Nosso e Ave Maria.
Oração
Ó glorioso Patriarca São José,
animado de uma fé viva, chego ao vosso trono de glória, em que firmíssimamente
Deus vos colocou pelos méritos de Jesus e de Maria, por vossos especiais
méritos e virtudes. Eu vos peço que me alcanceis a graça de livrar-me dos sete
pecados capitais, e que fique firme e constante nas virtudes a eles contrárias,
e adornado dos sete dons do Espírito Santo, e que ame com fervor a Jesus e a
Maria. E para mais obrigar vosso compassivo coração, lembro-vos as sete maiores
dores.
Consagração a SÃO JOSÉ
Glorioso São José, digno de ser
entre os santos com especialidade venerado, amado e invocado, pelo primor de
vossas virtudes, eminência de vossa glória e poder de vossa intercessão,
perante a Santíssima Trindade, perante Jesus, vosso filho adotivo, e perante
Maria, vossa castíssima Esposa, minha Mãe terníssima, tomo-vos hoje por meu
advogado junto de ambos, por meu protetor e pai, proponho firmemente nunca
esquecer-me de Vós, honrar-vos todos os dias que Deus me conceder, e fazer
quanto em mim estiver, para inspirar vossa devoção aos que estão a meu encargo.
Dignai-vos vo-lo peço ó pai do meu coração, conceder-me vossa especial proteção
e admitir-me entre vossos mais fervorosos servos. Em todas as minhas ações
assisti-me, junto de Jesus e Maria favorecei-me, e na hora da morte não me
falteis, por piedade. Amém.