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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

domingo, 10 de setembro de 2023

Beato Mario Borzaga, Presbítero da Congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, Místico da Cruz e Mártir.

Em 27 de agosto de 1932, nascia o referido Beato.

Desde o período formativo, compreende um íntimo chamado ao martírio. Assim escreve: 

“19 de fevereiro de 1957 – Na Via Sacra, fervoroso com meu crucifixo entre as mãos, considerei como Jesus escolheu a mim também para ser um continuador da sua Via Sacra: portador da cruz, sacerdote. Às vezes, sou tomado pela tristeza pensando como terei de sofrer, desde o momento que Jesus para isso me escolheu, mas, então, penso que não se trata de discutir uma possibilidade do amanhã, mas de estabelecer sólido um princípio: 'A vida inteira de Cristo foi cruz e martírio. Eu sou um outro Cristo, portanto...' O Cristo que me escolheu é o mesmo que deu Vida e Força aos mártires e virgens: eram homens como eu, amassados com nada e fraqueza; foram escolhidos para o combate, receberam as armas, lutaram e venceram. Eu também fui escolhido para o martírio. E, se quero ser um santo sacerdote, não devo desejar outra coisa, porque este é o mistério que todos os dias está em minhas mãos: o mistério do sangue, da imolação total, da doação completa de si mesmo, da inocência fruto da renúncia, da humildade diante das grandezas divinas”. 

Foi ordenado sacerdote em 24 de fevereiro de 1957.  

Será missionário no Laus, onde consumará sua oblação. Aqui viverá sua noite escura. A cruz da missão em si com suas dificuldades, adequar-se à outra cultura, aprender sua língua. Deus tem pressa. Durante anos, Mario tinha suplicado depois da Comunhão, ser “sacerdote, apóstolo, missionário, mártir”. E Deus realizará seus mais íntimos desejos. 

Em 25 de abril de 1960, parte com seu catequista Paul Thoj Xyooj, para uma vila vizinha. Nunca mais retornará. Deus realizará seu grande desejo: será mártir.

Fontes:

Postulatio OMI

Redes sociais do professor José Eduardo Câmara, hagiógrafo, pesquisador e escritor (com a permissão do mesmo)

Beato Gonzalo Barron Nanclares, Presbítero da Congregação dos Sagrados Corações e Mártir (Guerra Civil Espanhola)


Mártir em Madrid em 2 de setembro de 1936. Era natural de Ollauri (Logroño). Nascido em 20 de outubro de 1899. Professou em 5 de agosto de 1917. Ordenado sacerdote em 17 de março de 1923. (Reinado Social 1939, n. 186, faz um cálculo das homilias pregadas por ele nos 13 anos de seu profícuo sacerdócio de cerca de "15 mil" - não se sabe ao certo). Por mais que pareça exagerado, todas as notícias dizem que o seu ardente zelo lhe dava tempo e força para tudo.

Foi o apóstolo da Entronização do Sagrado Coração e da Adoração Noturna no Lar na Espanha. Chegou a reunir 40.000 adoradores noturnos. A guerra surpreendeu-o em Madrid na sua morada habitual.

Ele era muito conhecido em Madrid por causa de sua pregação no Morro dos Ángeles (Madrid), e foi muito procurado, por isso trocava de lugar de vez em quando. Não suportava ficar preso sabendo que havia tantos que sofriam ou precisavam de ajuda espiritual. Por isso saiu da Legação das Honduras, onde esteve algum tempo, e foi para uma família conhecida.

Em uma das suas saídas de casa, os milicianos comunistas seguiram-no pela rua até que o cercaram e prenderam. Era o dia 01 de setembro de 1936. Fizeram-lhe uma simulação de julgamento, no qual declarou, segundo uma testemunha amiga dele, que era padre e que tinha pregado várias vezes no Morro dos Ángeles, pois, essa era a sua missão. No dia seguinte, apareceu fuzilado nos altos do hipódromo, fora de Madrid. Tinha apenas 37 anos.

Foi beatificado em 13 de outubro de 2013, durante o pontificado de do Papa Francisco.


Fonte: redes sociais do professor José Eduardo Câmara, hagiógrafo (com a permissão do pesquisador). 

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

SANTA ROSA FAN HUI, Leiga, Catequista e Mártir (na China) *

 

Nós católicos, mesmo os latino-americanos, demos um costume (talvez por causa de padre missionários vindos da Europa) de cultuar mais santos e santas de origem européia: italianos, franceses, espanhóis, portugueses, alemães, etc. Desconhecemos, às vezes, por completo que já temos muitos santos e santas latino-americanos, mexicanos, africanos e asiáticos (chineses, japoneses e coreanos). Hoje, o site santos, beatos, veneráveis e servos de Deus traz um resumo da história de Santa Rosa Fan Hui, uma santa virgem e mártir chinesa.

A jovem Wang Hoei (mais tarde Rosa) vivia feliz na província chinesa de Hebei, na sua aldeia, relativamente próxima de Pequim, quando o século XX lhe restavam já dois telejornais.

Ficou feliz porque tinha acabado de ouvir alguns missionários falar de Liaoshi (Deus) e de Xishi (Jesus) e de construir uma “miao” (igreja). Assim ela conheceu os missionários lazaristas, vindos de uma congregação que havia fundado São Vicente de Paulo no século XVI.

Wang Hoei estava tão feliz e ouvia tão concentrada estes pobres e santos homens que mal sabiam a língua e vestiam-se tão estranhos que pouco depois decidiu se batizar e mudar de nome. Agora era Fan Hui, Rosa Fan Hui, e tornou-se catequista de crianças na sua aldeia.

Eu já tinha decidido que não ia se casar, porque não havia um cristão de verdade para fazê-lo, então ele se dedicou a ajudar os lazaristas com a língua, a traduzir-lhes termos para não misturar as coisas com o budismo e ensinar as crianças quem era esse Jesus.

Ei, nada mau, certo?

Alguns anos se passaram e, de repente, ocorreu uma espécie de revolução nos arredores de Pequim (que são muito grandes) comandada por fãs de artes marciais, especialmente de uma brutal, que vamos chamar boxe chinês para nos entendermos. Os ingleses chamaram-lhes, por isso, "boxers" (de quem falei antes)

Os boxers acreditavam que as balas não podiam prejudicá-los e achavam que tinham superpoderes, parece uma piada mas a imperatriz Ci Xi, surpreendentemente, ficou do seu lado. Os boxers eram profundamente anticristãos.

O império chinês já não se sustentou. Tinha perdido, nessa época, e sucessivamente, guerras com o Japão e com a Inglaterra e a França (as chamadas guerras do ópio). Isso o obrigou a assinar um pacto comercial pelo qual potências ocidentais podiam manobrar com produtos de todo o tipo em território chinês.

Pequim era um chaleiro de diplomatas, comerciantes, missionários e soldados vindos de qualquer lugar. Isto é o que fez os boxers subirem de posição perante a imperatriz Ci Xi, que apoiou suas ações anticatólicas, desde que servissem a ela.

Quem mais pagou foram os missionários católicos das aldeias. Para as potências estrangeiras foi uma chatice ter que lutar com estes ninjas malucos e assim que eles se uniram minimamente reduziram-lhes simplesmente.

Santa Rosa Fan Hui, como outros tentaram se esconder, estava indo de um lado para o outro. De uma cidade para outra, procurando que os boxers não estivessem por aí. Mas havia muitos e Rosa, um dia que passava por uma pequena ermida construída pela missão dos lazaristas, disse a si mesma:

"Já está. Há dias que não faço o que deu sentido à minha vida: rezar. Eu fico aqui porque não posso ficar eternamente fugindo."

Ficou o dia todo e a noite toda rezando, esperando o que viria.

De manhã, na saída da ermida, um grupo de boxers estava esperando por ela. Os boxers atacaram implacavelmente Rosa, que sem resistência continuava a rezar, o que enfureceu mais os perseguidores. Eles pegaram suas espadas e fizeram várias feridas por todo o corpo para, pouco depois, seguir seu caminho abandonando-a às margens de um canal. Pouco tempo depois, outro grupo de boxers passou e acabaram com ela.

Foi 16 de agosto de 1900. Um novo século estava começando. Muitos testemunhos de camponeses chineses que testemunharam a morte destes mártires, abandonados à sua sorte por todos.

Isso possibilitou que, cem anos mais tarde, em 2000, se realizasse em Roma uma celebração realizada pelo Papa São João Paulo II para canonizar 119 mártires chineses da perseguição desses anos. Entre eles estava Santa Rosa Fan Hui, catequista.

Santa Rosa Fan Hui, virgem, leiga e catequista católica, rogai por nós!


* Pesquisa do grande professor, pesquisador, escritor e irmão em Cristo, professor José Eduardo, membro da Academia Brasileira de Hagiologia. Com a permissão do mesmo. 


terça-feira, 22 de agosto de 2023

A batalha entre Miguel e seus anjos e Satanáse seus anjos.


E vamos caminhando na "Quaresma de São Miguel", preparação para a Festa do dia 29/09.

Sobre a "batalha" de Miguel e seus anjos fiéis a Deus contra Satanás e seus anjos decaídos, é importante que compreendam que não foi uma luta na qual esses espíritos angélicos usaram socos, pontapés, empurrões, espadas, lanças, flechas ou raios... Nada disso!

Os anjos foram criados com sua natureza angélica, portanto, portadores, em graus muito perfeitos, de acordo com suas hierarquias, com os dotes das criaturas livres, como o ser humano, criadas à imagem e semelhança de Deus: com inteligência, liberdade, razão e vontade.

Não tinham as fraquezas que nós, seres humanos, depois da queda de nossos primeiros pais, passamos a ter.

Eram espíritos puros, todos criados e bons e santos, porém, gozavam do dom da liberdade, do livre arbítrio, e de uma vontade plenamente livre.

E eram essas vontade e liberdade que precisavam serem postas à prova por Deus, que não quer ser servido e nem amado obrigatoriamente, de forma forçada, de forma involuntária: formas imperfeitas, contrárias ao próprio Deus, Ser Eterno, plenamente feliz, amoroso e livre em sua Unidade e Trindade.

A "batalha" foi travada entre as inteligências e vontades dos anjos bons contra as inteligências e vontades dos anjos maus. Argumentos de fervor, amor, submissão e humildade dos anjos bons com relação a Deus, contra argumentos de revolta, insubmissão, rebeldia e ódio contra Deus.

Os anjos bons entenderam que sua liberdade estava na servidão a Deus. Os maus colocaram em suas mentes que serem livres era afastarem-se de Deus e seguirem suas próprias vontades.

Obviamente que, com isso, os Anjos bons foram admitidos à visão beatífica da Trindade, à glória do paraíso, à recompensa eterna. E os maus, afastando-se de Deus, afastaram-se do amor, da humildade, da paz, da alegria e da vida, mas, mesmo assim, preferiram isso a serem "escravos de Deus".

Por isso que o pecado dos demônios foi imenso e irreversível. A decisão deles não foi movida por fraqueza:  eles escolheram livremente isso. Foi uma decisão bem pensada. Definitiva. Só não sabiam quão terrível seria o inferno: lugar e estado de atrozes sofrimentos: o fogo eterno, o "verme que não morre" e gritam, berram e urram constantemente as dores de suas condenações e destilam seu ódio contra Deus e contra tudo que Deus ama, significa e quer.

Os demônios sabem que Deus é bom e misericordioso para com os seres humanos, mas, não creem que Deus foi bom com eles, pois, interpretam que Deus não era para ter criado eles para serem servos dEe, do Filho feito homem, de Maria Imaculada: uma mulher santíssima, mas, uma criatura humana, de natureza inferior à deles, e nem de nós, filhos e filhas adotivos de Deus. 

Daí que toda a sua obsessão está voltada em ofender a Deus, a quem odeiam com todas as suas forças e a atrapalhar os planos de Deus, especialmente, tentando os homens, para que se sintam "livres como eles" e optem, como eles, por uma vida fora da vontade de Deus, afundados em vícios, maldades, libertinagens, ateísmo prático, e, como eles, caiam no fogo eterno...

Giovani Carvalho Mendes
(Irmão João Maria da Encarnação, ocds) 

sábado, 10 de junho de 2023

Beato Francisco García León, adolescente e mártir - o jovem que foi morto porque não jogou o escapulário do Carmo fora...



Francisco García foi morto selvagemente pela facção militante marxista que, durante a Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939), promoveu uma das mais sangrentas perseguições anticatólicas da história

O jovem de 15 anos martirizado por não jogar escapulário fora: este é o resumo do brutal e covarde assassinato de Francisco García, o “caçula” dentre os 127 mártires beatificados no último 16 de outubro na diocese espanhola de Córdoba.

Francisco foi morto selvagemente pela facção militante marxista que, durante a Guerra Civil Espanhola (1936 a 1939), promoveu uma das mais sangrentas perseguições anticatólicas da história.

Segundo a diocese de Córdoba, Francisco alimentava “especial piedade” e se destacava pela “disponibilidade para colaborar com a Igreja e praticar a caridade com os idosos e os mais necessitados”.

Quando a guerra civil explodiu em 1936, ele foi “um dos poucos jovens da cidade” a continuar frequentando a Missa diária e recebendo a Comunhão. A família fazia o mesmo. Em 20 de julho de 1936, militantes comunistas chegaram à casa dos García para prender o pai. Pouco depois, voltaram para levar também o tio.

O jovem de 15 anos martirizado porque não jogou o escapulário fora

Foi quando notaram o escapulário de Nossa Senhora do Carmo que Francisco usava. Os rebeldes ameaçaram prender o jovem se ele não jogasse fora o escapulário. Francisco afirmou que preferia ser preso. E foi.

Dois dias depois, outro bando de milicianos comunistas invadiu a prisão com machados e armas de fogo e assassinou covarde e selvagemente todos os detidos. Foi a culminação do testemunho de fé de Francisco García, o jovem de 15 anos martirizado por não jogar o seu escapulário fora.

Venerável Serva de Deus Odette Vidal Cardoso ("Odetinha"), leiga infante. A "menina santa" do Rio de Janeiro.


  A Venerável Serva de Deus Odette Vidal Cardoso nasceu no Rio de Janeiro (Brasil) em 18 de fevereiro de 1931, de pais portugueses que tinham emigrado para o Brasil.

Em 1939, a mãe da Serva de Deus, ficou viúva, casou com um rico comerciante, que acolheu a menina e a amou como se ela fosse sua filha.

A Serva de Deus participava todos os dias da Santa Missa com a sua mãe e rezava o Terço com a sua família todas as noites. Aos cinco anos, começou a frequentar o catecismo no Colégio da “Imaculada Conceição”. Desta forma aprendeu as verdades da fé e até ensinou catecismo às filhas das empregadas domésticas de casa. Considerando a extraordinária maturidade da Serva de Deus, o seu diretor espiritual, padre Alfonso Maria Germe, C.M., admitiu-a à Primeira Comunhão em 15 de agosto de 1937, com apenas seis anos de idade.

A Serva de Deus, com a ajuda e companhia de sua mãe, dedicava-se a obras de caridade ao serviço dos pobres da cidade, a quem tanto amava e queria, da forma como pudesse, ajudar e socorrer.


Desde tenra idade, já manifestava profunda
piedade e devoção a Jesus e Maria.

EXERCÍCIO HEROICO DAS VIRTUDES

Desde os primeiros anos da sua vida, a Serva de Deus teve uma profunda percepção da existência de Deus, Pai de infinita bondade. Ela nutriu um forte desejo de estar sempre unida a Jesus, a quem percebia como uma realidade viva e concreta. Entre os gestos que demonstram a experiência heroica da sua fé está a sua relação íntima com Jesus na Eucaristia; a contemplação do Crucifixo, a meditação sobre as dores da Paixão e o recolhimento quando recebia a comunhão. Ela teve uma devoção particular por Nossa Senhor, São José, Santa Teresa do Menino Jesus, Santa Bernadete e por São Tarcísio, mártir da Eucaristia. Foi a fé que sustentou a Serva de Deus nos seus momentos de sofrimento e na preparação para a sua morte.




Uma menina muito alegre e feliz
cheia de bondade e misericórdia
para com os mais necessitados

A sua curta vida foi animada pela esperança de viver sempre na presença de Deus. Ela enfrentou a morte com serenidade e alegria, esperando o momento de se unir ao seu amado Jesus. Ela morreu exclamando: “Jesus, leva-me para o céu”.

Falava de Deus e com Deus como que abandonada a Ele em êxtase e pedia aos outros que O amassem da mesma forma. Com a sua mãe, ela ia todas as semanas aos lares de idosos abandonados, aos orfanatos e especialmente ao leprosário.

Depois de ter adoecido com tifo em 1º de outubro de 1939, a Serva de Deus, durante os 49 dias de doença, mostrou uma fortaleza fora do comum; nunca se queixou e suportou todos os seus sofrimentos com serenidade e paciência. Tudo o que ela queria era receber diariamente a Comunhão. Nos últimos dias da sua vida recebeu também os Sacramentos da Crisma e da Unção dos Enfermos.




Odetinha já bem doente, mas, serena. Manteve-se sempre
unida a seu amado Jesus em oração, oferecendo a Ele suas
dores e sofrimentos



Faleceu no dia 25 de novembro de 1939 no Rio de Janeiro (Brasil), com apenas 8 anos e 9 meses de idade.



A doença (Tifo), naqueles tempos praticamente incuvável,
retirou sua inocente alma desta terra e fê-la entrar no Céu. 
Ao lado de seu leito de morte, vemos sua mãe que, apesar da 
tristeza, guardou firme esperança e praticamente certeza
que sua filha era uma santa no Céu. 

 

Em novembro de 2021, o Papa Francisco assinou o decreto sobre o reconhecimento das virtudes heroicas da Serva de Deus Odette Vidal Cardoso, Fiel Leiga, recebendo, portanto, o título de “Venerável”. Agora, é pedir a Deus que se digne que um milagre (uma cura instantânea e completa, inexplicável para a ciência médica) ocorra para que sua pequena serva tenha sua santidade reconhecida pela Igreja e seja elevada à honra dos altares.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

SANTA BLANDINA, Virgem e Mártir: grande exemplo de bravura perante o inimigo de Deus e da Fé.

 

     Santa Blandina, Virgem e mártir, pertence ao grupo dos mártires de Lyon, que, depois de alguns deles terem suportado as torturas mais terríveis, sofreram um glorioso martírio no reinado de Marco Aurélio.

Em Lyon, o fanatismo do povo pagão contra os cristãos tinha sido despertado, de modo que estes, quando se aventuravam a mostrar-se em público, eram perseguidos e maltratados. Enquanto o legado imperial estava ausente, o tribuno, um comandante militar, e o duúnviro, um magistrado civil, prenderam um número de cristãos que confessaram a sua fé. Quando o legado voltou, os crentes presos foram levados a julgamento.

Entre estes cristãos estava Blandina, uma escrava, que tinha sido detida juntamente com o seu mestre, também cristão. Seus colegas recearam que por causa da sua fragilidade corporal não pudesse permanecer firme sob tortura. No entanto, embora o legado a tenha mandado torturar de uma maneira horrível, então até os carrascos se esgotaram, pois não sabia o que mais lhe poderiam fazer, ela ainda se manteve fiel e repetia a cada pergunta: "Eu sou cristã e não cometemos nada de errado”.

Por medo da tortura, os escravos pagãos tinham testemunhado contra os seus mestres que quando os cristãos se reuniam cometiam atos escandalosos dos quais foram acusados pelo povo pagão, e o legado queria arrancar a confissão desta má conduta aos prisioneiros cristãos.

No seu relatório ao imperador, o legado declarou que aqueles que se agarravam às suas crenças cristãs seriam executados e aqueles que negassem a sua fé seriam absolvidos.

Portanto, Blandina e um número de colegas foram submetidos a novas torturas no anfiteatro na realização dos jogos públicos. Ela foi amarrada a uma estaca e as feras selvagens repararam nela; no entanto, não lhe tocaram. Depois disso, por vários dias, ela foi levada para a arena para ver o sofrimento dos seus companheiros. Finalmente, como a última dos mártires, foi chicoteada, colocada em uma grelha vermelha viva, fechada em uma rede e jogada diante de um boi selvagem que a lançou ao ar com seus chifres, e no final foi morta com um punhal.


Fonte: página do Pe. Reinaldo Bento, no Facebook. 

 

 

 

quinta-feira, 25 de maio de 2023

25 de Maio: A RESSURREIÇÃO E A ASSUNÇÃO DE SÃO JOSÉ, uma Festa que só existe no Céu, já que não é dogma de Fé...

 

“Os sepulcros se abriram, e os corpos de muitos santos que tinham morrido foram ressuscitados. E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.”(São Mateus 27,52-53).

Vários Santos afirmam, mas, entre os escritores sacros antigos temos Orígenes. Jesus é o Primogênito entre os mortos, pois nenhum antes tinha ressuscitado como Ele (numa ressurreição completa e imperecível, como Jesus disse no Apocalipse: ‘Não temas; Eu sou o primeiro e o último; E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.” (Ap 1, 17-18), 

Assim, na descrição de São Mateus, os corpos se reanimam na morte, mas, só ressuscitam (gloriosamente) depois da ressurreição de Jesus. São José morreu em Jerusalém em uma festa da Páscoa e ressuscita em vez de três dias, três anos depois e seu corpo sobe junto com as primícias da Ressurreição da qual fala São Paulo em uma das cartas, a mesma é usada na Missa da Assunção de Nossa Senhora.


Sobre a assunção de São José, um trecho de uma homilia de São João XXIII a respeito:

“Queridos irmãos e filhos, a luz da ascensão se irradia desde este vértice em um segundo aspecto de divina providencia e beneficio da humanidade regenerada; um novo encanto, um prodígio inefável da graça e da glória. Com Jesus que ascende a direita do Pai, se abrem as vias do céu para os filhos do homem, para seu primitivo destino de criatura espiritual nascida para os eternos bens. Em São Mateus, o primeiro dos evangelistas, contou-se que ao morrer Jesus sobre o Gólgota, também se rasgou o véu do templo em duas partes e removeu-se a terra e as pedras, se abriram também os sepulcros. Como não encontrar neste inesperado prodígio o primeiro esboço daquela procissão que depois de quarenta dias havia de ter lugar desde o Monte das Oliveiras, por via luminosa dos céus a acompanhar precisamente ao Redentor Divino Triunfante no momento de tomar, em sua forma humana, posse no Reino Eterno, que Ele, Cordeiro Sacrificado pelos pecados do mundo, havia assegurado pelo direito sacro e glorioso? Entre os Padres e Doutores que diversamente interpretam esta passagem de São Mateus, o Aquinate, em seu comentário, toma posição decididamente junto aos que sustentam que os corpo dos Santos que, dormindo, ressuscitaram, também foram introduzidos com Cristo no Céu. Corresponde, pois, aos mortos do Antigo Testamento, aos mais próximos a Jesus (nomeamos os mais íntimos de sua vida: São João Batista, o precursor, São José de Nazaré, seu Pai adotivo, nutrício e putativo), corresponde a eles (assim podemos piedosamente crer), a honra e o privilégio de abrir este admirável acompanhamento pelos caminhos do Céu; A proclamar as primeiras notas do interminável “Te Deum” das gerações humanas que ascendem seguindo as pegadas de Jesus Redentor, a Glória prometida aos fiéis por sua Graça".

 (Homilia pronunciada na festa da Ascensão, em 26 de Maio de 1960, por ocasião da Canonização de São Gregório Barbarigo)

Gerson, o grande devoto de São José, falou da ressurreição e da assunção de São José ao céu em corpo e alma no sermão proferido no Concílio de Constança em 8 de setembro de 1416.



O famoso italiano Isidoro de Isolano (+1528), chamado de profeta de São José, em sua obra: Suma de Dons de São José, escrito em 1522, diz: "O Evangelho testifica que os corpos de muitos santos ressuscitaram após a paixão do Salvador (Mateus 27,52-53). E estamos convencidos de que, entre eles, há, sem dúvida, São José … Além disso, é apropriado que o filho honre seu pai e cuide de seu corpo após a morte. Portanto, Cristo, ao ressuscitar os corpos de muitos santos, não poderia deixar na sepultura o corpo de seu pai putativoDa mesma forma, podemos acreditar que, se na vida ele honrou José mais que todos os outros, chamando-o de pai, ele também o exaltaria acima de tudo depois de sua morte".

 

São Pedro Damião (1007-1072) fala da Assunção de São José, no Sermão de São João Batista.


O venerável Bernardino de Bustis afirma que, enquanto São Bernardino de Siena (1444), pregando na cidade de Pádua sobre a Assunção de José em corpo e alma para o céu, os ouvintes viram, na cabeça do santo pregador, uma cruz de ouro cintilante, dispensando raios arrebatadores de luz.

Não era possível que esses Três Sagrados Corações, que, na Terra,
amaram tanto um ao outro e eram tão semelhantes, pudessem
ficar afastados um do outro no Céu... 



Ele estava dizendo o seguinte: "devidamente é necessário crer, mas não afirmar como de fé, que o benigno Jesus, Filho de Deus vivo, com igual privilégio adornou seu pai adotivo que sua Santa Mãe; e assim como, quando a Santíssima Virgem morreu, ela foi levada para o céu de corpo e alma, assim também no dia em que Jesus ressuscitou, ela levou com ela o Patriarca São José com a glória da ressurreição; de modo que, como aquela santa família, a saber, Cristo, Maria e José, viveram juntos na terra uma vida laboriosa e de acordo com a graça, assim com a glória amorosa reinam no céu em corpo e alma".




O grande teólogo espanhol Francisco Suarez (1548-1617) diz de São José: "Não deixarei de notar que, de acordo com uma opinião bastante aceita, é provável que nosso santo reine com Cristo em glória no corpo e na alma; porque, como ele morreu diante de Nosso Senhor, é provável que ele tenha sido um daqueles que foram ressuscitados no momento da morte ou ressurreição do Salvador, que foram ressuscitados para uma vida imortal de alma e corpo



A Venerável Serva de Deus Madre Maria de Jesus de Ágreda (1602-1665), autora do famoso livro "Mística Cidade de Deus", diz: "No dia da ressurreição, com toda beleza e glória, nosso Salvador ressuscitou da tumba e, na presença dos Santos e Patriarcas, prometeu à raça humana a ressurreição universal como o efeito dele na mesma carne e corpo de cada um dos mortais e que nele os justos seriam glorificados. Em promessas desta promessa e como reféns da ressurreição universal, Sua Majestade comandou as almas de muitos santos que estavam lá, para se unirem a seus corpos e ressuscitá-los para a vida imortal. Ao ponto, este império divino foi executado e os corpos ressuscitados, antecipando o mistério referido por Mateus (Mt 27, 52). E entre eles estavam Santa Ana, São José e São Joaquim, e outros dos antigos Profetas e Patriarcas, mais marcados na fé e na esperança da Encarnação e com maior anseio desejado e pedido ao Senhor. E, em troca dessas obras, a ressurreição e a glória de seus corpos foram apresentadas a eles.

São Francisco de Sales diz: "Não devemos duvidar de modo algum que este santo glorioso desfruta no céu muito crédito diante daquele que tanto o favoreceu a ponto de levantá-lo lá em cima, corpo e alma; o que é ainda mais provável porque não temos mais relíquia na terra; e parece-me que ninguém pode duvidar, porque como poderia negar a São José esta graça, Aquele que foi mostrado obediente durante toda a sua vida? … E, se é verdade, que devemos crer, que, em virtude do Santíssimo Sacramento que recebemos, nossos corpos ressuscitarão no dia do julgamento, como podemos duvidar que ele trouxe os céus, de corpo e alma, para o glorioso São José que tinha teve a honra e recebeu a graça de carregá-lo tão frequentemente em seus braços, em que Nosso Senhor estava tão satisfeito"! É inegável que São José está no céu em corpo e alma. Quão felizes seríamos se merecêssemos participar em suas santas intercessões! Porque nada lhe é negado por Nossa Senhora ou pelo seu esposo glorioso.

 

Pe. André Luiz Facchini

Legionário dos Três Sagrados Corações Unidos

Venerável Serva de Deus Irmã Edda Roda, Virgem. Uma alma trinitária.

 Sua vida interior

Irmã Edda foi uma alma trinitária do nosso tempo. Uma verdadeira alma contemplativa mas que viveu uma vida ativa e apostólica própria da sua congregação. e abraçou com a cruz da enfermidade!
Na Carta de 17 de setembro de 1978, ao Padre Antonio, ela revela que "o meu polo de atração é a Trindade".
Seu caminho é a viver a inabitação trinitária. Assim, no ano seguinte, na Carta de 28 de setembro de 1979, escreve: 
"Gostaria de viver em contínua adoração da Trindade que vive em mim, mas ainda que permanecendo com a vontade e o desejo ardente do coração, não estou sempre também com a inteligência e o pensamento que permanecem ocupados no trabalho; veja, Antonio, como sou pobre e limitada, mas não me desanimo antes me abandono totalmente a Deus; um só pensamento e desejo me persegue: "Amar", mas também isso na serenidade, na alegria, na grande paz que tenho neste período, sim porque estou vivendo uma quietude profunda da alma, dom imenso do Pai à minha pequena alma". 
E no seu Diário em 24 de junho de 1988, escreve uma frase que para mim marca sua vocação: "Ser a pequena alegria da Trindade". 
Em 15 de setembro do mesmo ano, anota:
"A ocupação cotidiana seja o amor simples e puro como Ele me disse com a Sua vida feita um irrevogável 'AMÉM' ao Pai. Eis o valor do silêncio que me lança sempre mais e só n´Ele, e me faz viver no desejo do amor dos 'TRÊS'". 
Irmã Edda experimenta esta profunda vida trinitária em união com Maria. Assim escreve na carta de 4 de janeiro de 1988: 
"Estou convencida de que o Senhor exulta de alegria todas as vezes que nos ouve em colóquio com Nossa Senhora. Considero uma graça grande que Ele fez me enamorar de sua Mãe, Ela a Virgem em escuta, em oração, em adoração, a Disponível, a Aurora que anuncia o Cristo Amém do Pai, a Mulher por excelência, a Mãe! O Ostensório, o Tabernáculo vivo". 

        Aspecto histórico de sua vida

     Irmã Edda Roda nasceu em 30 de outubro de 1940 em Leno, província de Bréscia (…). Aos quinze anos começou a frequentar a escola secundária pública para a formação profissional, mas, no segundo trimestre do segundo ano desistiu por motivos de saúde (…) obteve o diploma depois de entrar no convento em 1965 em Varese. Em julho de 1959, porém, obteve o diploma de enfermeira geral no hospital Bolognini de Seriate (…).

     Edda conheceu as Irmãs Capuchinhas trabalhando na Clínica San Francesco em Bérgamo e em 24 de setembro de 1959 em Gênova, iniciou seu postulantado. Em 12 de junho de 1960 iniciou seu noviciado em Loano e recebeu o nome de Irmã Adalberta da Santíssima Trindade. Depois do Concílio, no início dos anos 1970, quando se deu a possibilidade, ela escolheria retomar o nome de Batismo, Edda (…).

     Em 2 de outubro de 1962, em Loano, berço do Instituto, emitiu a primeira profissão religiosa (…). Nas poucas notas do seu Diário encontramos também o sonho de ser missionária da caridade a pensar na África e nos leprosos, sonho que depois se concretizará. Porém, em obediência às superioras e também à fragilidade da sua saúde e da sua pessoa, foi designada para uma missão na Itália de evangelização do povo, que ocupará os últimos anos de sua existência de forma intensa e envolvente (…).

     Em setembro de 1965, a irmã Edda foi transferida para Brescia para ajudar na creche. Ali permaneceu até setembro de 1967, altura em que regressou a Varese para prosseguir os estudos que concluiu em Gênova em 1970, obtendo um diploma de habilitação docente em escolas de nível preparatório.  Em 16 de outubro de 1967 emitiu os votos perpétuos.

 

     Os anos de 1966 a 1973, e novamente com uma recaída em 1987, a viram várias vezes hospitalizada na casa de repouso de Bérgamo por síndrome astênica com quedas de humor que talvez levem suas irmãs a rotulá-la superficialmente como deprimida e hipocondríaca. Em outubro de 1974, Edda estava de volta a Gênova, sendo tratada de exaustão. Em 1977 obteve o diploma no Curso Superior de Teologia, e, do seu serviço pastoral, resultou uma intensa atividade no campo das Missões Populares, uma itinerância evangelizadora que fez crescer um entusiasmo cada vez mais forte no coração de Edda para o anúncio do Evangelho no encontro com as pessoas.

As pessoas que ela encontrava nas casas e nas paróquias continuavam a afeiçoá-la porque eram atraídas pelo bem. Era uma ocorrência comum". A afabilidade, a desenvoltura na fala capaz de atrair as pessoas, a preparação teológica, a simplicidade no aprofundamento da Palavra e no ensinar a ler o Evangelho de maneira nova, a rezar com o coração e a sabedoria para consolar os que sofriam.

     Em agosto de 1995, ela foi diagnosticada com câncer uterino. Foi ela própria quem comunicou discretamente o diagnóstico às freiras do refeitório, ao regressar do hospital onde tinha feito os exames. As religiosas que a acompanharam ou conheceram durante a sua doença são unânimes em recordar a sua grande paciência e serenidade em aceitar e suportar o sofrimento, as terapias, o grande mal-estar físico que sofria.

 

     Transferida para a clínica de Bérgamo, faleceu no dia 16 de junho de 1996, retornando ao Pai em silêncio e discrição, em um estilo de vida típico de esquecimento de si mesma, abandonada Àquele que tanto amava.

 

     Em 23 de setembro de 2017, foi aberto na Cúria de Bérgamo o processo diocesano para a causa de beatificação de Irmã Edda. No dia 20 de maio de 2023, o Papa Francisco, juntamente com outros sete Servos de Deus, reconheceu suas virtudes heróicas da Serva de Deus. No dia 20 de maio de 2023. Portanto, doravante, recebe o título de VENERÁVEL.

      Agora, sua postulação para a causa de beatificação e canonização aguarda que a Santíssima Trindade, a quem a Venerável Irmã Edda tanto amava e adorava no fundo de sua alma, se digne alcançar, por sua intercessão o (s) milagre (s) que a leve às honras dos altares.

      P. RESTA, Irmã Edda Roda. Missionário do povo e apóstolo da consolação, Gorle, 2016.

      Site oficial: https://www.archiviomrubatto.it/suor-edda-roda/

SANTA MARIA FRANCISCA DE JESUS Rubatto (1844-1904), Virgem e Fundadora das Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto, a primeira santa do Uruguai.

        




      


Ana Maria Rubatto nasceu em Carmagnola, Itália, no dia 14 de fevereiro de 1844, penúltima de oito filhos de João Tomas Rubatto e Catarina Pavesio, pessoas notáveis pela piedade e de bons costumes cristãos. Quando tinha quatro anos, ficou órfã de pai.

Dotada de uma grande inteligência, embora não tivesse estudos alcançou um notável grau de cultura, que harmonizou constantemente com a vida prática. Cultivou desde pequena uma profunda espiritualidade.

Aos dezenove anos, em virtude do falecimento da mãe, Ana Maria se transferiu para Turim, para a casa de sua irmã mais velha, Madalena, onde ficou por cinco anos, dedicada as obras de caridade. Foi adotada por Mariana Scoffone, uma senhora riquíssima, de quem se tornou dama de companhia e colaboradora na administração de seu patrimônio, de 1864 até 1882. Nestes anos, visitava todos os dias o Cottolengo de Turim, servindo os doentes com alegria, ajudava os pobres, ensinava o catecismo às crianças. São João Bosco a teve entre seus colaboradores dos Oratórios.

Quando sua mãe adotiva faleceu, voltou para junto de sua irmã. No verão ia para Loano, na Riviera da Ligúria, onde ajudava os pescadores e os doentes, se interessava pelas crianças abandonadas. Neste local se uniu a um grupo de piedosas senhoras dedicadas às obras de caridade e de apostolado, sob a direção dos padres Capuchinhos.

No verão de 1883, ao sair da igreja, ouviu lamentos e prantos. Uma pedra havia caído de uma construção e havia ferido na cabeça um jovenzinho. Ana Maria socorreu o jovem, lavou e tratou a ferida e depois de lhe dar o equivalente a dois dias de trabalho, o enviou para casa para se recuperar.

A construção devia albergar uma comunidade feminina para a qual estavam procurando uma diretora. O padre capuchinho Angélico de Sestri Ponente, que apoiava esta iniciativa, pensou que Ana Maria Rubatto podia ocupar o cargo. E foi ele próprio quem convidou Ana Maria a colocar-se na direção do novo Instituto.

No dia 23 de janeiro de 1885, Ana Maria vestiu o hábito religioso franciscano, junto com algumas amigas, dando vida à família religiosa das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano, depois chamada Irmãs Capuchinhas de Madre Rubatto, com o fim de prestar assistência aos doentes, especialmente nas casas, e a educação cristã da juventude.

No dia 17 de setembro de 1886 emitiu os votos, ocasião em que adotou o nome de Maria Francisca de Jesus, tornando-se a primeira superiora do Instituto, cargo que manteve até a morte. Três anos depois, o Instituto estava presente em Gênova-Voltri, Sanremo, Gênova-Centro. Depois de organizar as casas da Itália, iniciou viagens para fundações na América.

Desde 1892, Madre Francisca transpôs sete vezes o Oceano para fundar casas da sua Congregação no Uruguai e na Argentina. Abriu dezoito casas nos vinte anos de seu governo. Durante os oito anos que permaneceu na América, foram incontáveis as viagens do Uruguai a Argentina, e de uma casa a outra. Em 1899, ela acompanhou um grupo de Irmãs à Missão do Alto Alegre, Maranhão, no Brasil, onde em 1901 morreram assassinadas pelos índios sete de suas filhas, junto com missionários capuchinhos e muitos fiéis.

Quando se encontrava em Montevidéu, adoeceu de câncer, ocasião que para todos foi um exemplo admirável de força católica e de plena resignação. Morreu naquela cidade no dia 6 de agosto de 1904, lamentada especialmente pelos doentes e pelos pobres.

Seus despojos repousam no Uruguai, no Colégio de Belvedere por ela fundado em 1895, no meio de seus amados pobres, como desejava. Sua Congregação também está presente na Etiópia desde 1964. A causa para sua beatificação foi introduzida em 1965. O decreto sobre a heroicidade de suas virtudes foi promulgado no dia 1º de setembro de 1988. Em 10 de outubro de 1993 foi beatificada solenemente em Roma por São João Paulo II. Em 15 de maio de 2022, o Papa Francisco a canonizou, junto com outros santos (entre eles São Charles de Foucauld).

 

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

Site oficial da Santa:  https://www.scmrubatto.org/


domingo, 21 de maio de 2023

Venerável Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, virgem carmelita descalça, "Nossa Mãe" (do Carmelo de Três Pontas, MG).

 

Maria Luíza nasceu em 24 de dezembro de 1915 na cidade de Borda da Mata, no estado de Minas Gerais, no Brasil, a quinta filha de Francisco Marques da Costa Júnior e D. Mariana Resende Costa.  Foi batizada na igreja de Nossa Senhora do Carmo em 10 de fevereiro de 1916.

Sua Primeira Comunhão


Os pais desejavam que os filhos pudessem estudar. Impôs-se a urgência de procurar uma residência em cidade maior. Assim a família transferiu-se para a cidade de Cruzeiro no Estado de São Paulo, com escolas maiores e com mais recursos.

Durante um retiro espiritual, realizado no Colégio, sentiu um primeiro toque do Senhor no seu coração para a vida de clausura do Carmelo. Depois em uma visita a Aparecida, estando na capela do Santíssimo da Basílica velha, sentiu novamente no seu coração o chamado do Senhor. Lendo as Memórias da Beata Elisabeth da Trindade veio a confirmação.

Vence a resistência paterna, e aos 29 de maio de 1937, como postulante entra no Carmelo de Mogi das Cruzes.  Em 20 de Junho, apenas vinte dias após a entrada no Carmelo, é atingida por uma grande dor por causa da morte de seu pai. Foi um período de grande sofrimento para Maria Luiza, por não poder ficar perto de sua mãe e seus irmãos.

Seu irmão João logo manifestou vocação ao sacerdócio e entrou nos Salesianos. Foi ordenado sacerdote em 1935 e em 1967 foi eleito Arcebispo de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas.


Nossa Mãe com seu irmão, que se tornou sacerdote salesiano
e, depois, foi ordenado bispo: Dom João. 


Ao receber o hábito de noviça recebeu o nome de Tereza Margarida Coração de Maria. Sua constante oração: “Mãe, que o vosso Coração, seja o lugar da união, de Jesus com Tereza Margarida”.

O período de noviciado transcorreu sereno.  Irmã Tereza Margarida era desejosa de prosseguir o caminho! Assumia tudo o que lhe era pedido dentro do processo de preparação para a vida carmelitana.  Aos 02 de fevereiro de 1942 emitiu os votos Solenes.

A vida no Carmelo Mogi das Cruzes era caracterizada de grande rigor, penitência, silêncio e trabalho A casa era improvisada, adaptou-se para isso uma antiga Igreja do lugar, porém as celas das Irmãs ficaram mal instaladas, de  sorte que não recebiam muita luz solar, estando sempre a casa úmida. De modo que prejudicava a saúde das Irmãs.

Em 1952, pela intervenção do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, a comunidade transferiu-se para o novo Carmelo especialmente construído em Aparecida: Carmelo Santa Teresinha. 

Depois de algum tempo, diversos bispos pediram ao Carmelo de Aparecida a fundação de um novo Carmelo em suas Dioceses. Entre estes estava o pedido insistente do Monsenhor João Rabelo de Mesquita, Vigário Geral da Diocese de Campanha. 

Foto de Nossa Mãe em um curso que fez
de formação para Mestras. 

Irmã Tereza é indicada e proposta para tal missão. O bispo de Campanha Dom Inocêncio Engelke concedeu a licença, sendo indicada primeiramente a cidade de Campanha (sede da Diocese) e depois Três Pontas para abrigar o novo Carmelo.  Dá-se início, na obediência ao desígnio de Deus os preparativos para a nova fundação, pois como afirmou, nunca pensou em empreender uma fundação. 

Uma vez decidida, e ao saber, que o novo Carmelo seria de São José, ela disse: “Para São José, eu nada posso recusar, porque Ele nunca me recusou nada”. Juntamente com sete Irmãs, aos 16 de julho de 1962, Solenidade de Nossa Senhora do Carmo e 400 anos da fundação do 1º. Carmelo São José, em Ávila, por Santa Teresa. 


Madre Tereza (sentada, ao centro) e demais irmãs fundadoras
do Carmelo de Três Pontas. 


As Irmãs chegaram em Três Pontas para começar a vida monástica no mosteiro novo. No início a comunidade habitou em casas provisórias, especialmente adaptadas à vida de clausura. Finalmente no dia 22 de janeiro de 1969, a comunidade mudou-se para a residência definitiva, construída nos moldes de um convento, adequado ao estilo de vida claustral. Por várias vezes foi Priora, sub-Priora e  Mestra de Noviças.






O mosteiro tornou-se cada vez mais um ponto de referência para os fiéis da região. Muitos procuravam a Nossa Mãe para pedir conselhos, orientação espiritual e ajuda. Logo as pessoas, como sinal de veneração e afeto começaram a chamá-la de Nossa Mãe. Possuía uma grande visão do futuro e desejo de viver a espiritualidade do Carmelo de modo vivo e atual. Empenhou-se em acompanhar com a comunidade o Concílio Vaticano II.


A Madre era referência de bondade, alegria, simplicidade, 
acolhimento e de sabedoria para todo o povo católico de
Três Pontas. Muitos encontraram nela o bom conselho, 
a orientação acertada e o discernimento de seus muitos
problemas, cruzes e dificuldades. 


Com idade avançada, acostumada com a fragilidade e a pouca saúde, mas não ouvindo muito a natureza, lutou sempre para realizar todos os seus compromissos de Carmelita. Um número cada vez maior de pessoas a procuravam para pedir um conselho e direção espiritual. Sua fraqueza ia aumentando, manifestando-se os primeiros sintomas da doença que a levou a um lento calvário de sofrimento até à morte.

Escreverá em suas memórias; “Como é bom estar nas mãos, no Coração de nosso Deus! Como saboreio o seu amor, a sua ternura!” Se assim foi sua vida, assim foi também nos últimos dias de sua existência terrena. Estes foram de um longo e profundo silêncio… silêncio adorador…silêncio reparador…silêncio de ação de graças…

No momento solene do abraço do Pai, estavam presentes sacerdotes amigos e a comunidade , aguardando a consumação do sacrifício.

Assistida por toda a comunidade, ao redor daquele leito que se transformou num Santuário sagrado, finalmente adormeceu no Senhor, no dia 14 de novembro de 2005.

O corpo de Nossa Mãe foi exposto junto à grade do coro e às primeiras horas do dia, o povo veio prestar a última homenagem. Devido à grande multidão e numerosos sacerdotes presentes, foi decidido celebrar o funeral na Igreja Matriz. O cortejo fúnebre assemelhava-se à procissão do enterro do Senhor morto na 6ª. Feira Santa.

Entrando o cortejo na Matriz de Nossa Senhora D’Ajuda, a urna carregada pelo clero, foi aplaudida pela multidão de fiéis que lotavam a Igreja.

Na verdade cada um que participou do cortejo sentia-se diante de uma pessoa amiga que partira para grande e aprazível viagem, mas deixando muito viva a sua lembrança. E cada um carregava a certeza de ser levado também no coração, por esta que tanto amava.


Quadro com a "foto oficial" da Madre Tereza Margarida, Nossa Mãe. 


Viver é iluminar durante a vida e depois dela! O tempo foi passando e sua memória não foi esquecida.

Devido à fama de santidade e de graças alcançadas por sua intercessão, nosso Bispo Dom Diamantino, de acordo com a Comunidade do Carmelo São José, introduziu em Roma o pedido para abertura do Processo de Beatificação.

Para abrigar os restos mortais de Nossa Mãe, foi construída uma Capelinha, para que à sombra do Carmelo, junto às suas filhas, ela continue intercedendo por todos aqueles que, nesse lugar de paz e oração, a invocam com confiança.

No dia 4 de março de 2012 realizou-se a abertura do Processo de Beatificação, cujo Postulador é o Dr. Paolo Villotta.

No dia 20 de maio de 2023, um sábado, no Vaticano, o Santo Padre e a Sagrada Congregação para a Causa dos Santos, aprovou a venerabilidade de suas virtudes. Isso significa que a Santa Sé reconhece que as virtudes da Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, carmelita descalça, foram vividas em grau heroico. São consideradas as virtudes teologais: fé, esperança e caridade, bem como as virtudes cardeais: justiça, prudência, fortaleza e temperança.

Resta-nos, agora, pedir ao bom Deus e ao Imaculado Coração de Maria, a quem a Venerável tanto amou na terra, que, conceda, por intercessão de sua alma, um grande milagre: uma cura instantânea, perfeita e inexplicável para a ciência médica, de uma grave doença.

Uma vez aprovado esse milagre, o Santo Padre marcará a data para sua beatificação. Se houver um segundo grande milagre, dar-se-á a canonização da Madre, se Deus quiser.

Roguemos ao Céu e peçamos-lhe a sua intercessão perante Jesus e Maria.


ORAÇÃO PELA BEATIFICAÇÃO DA VENERÁVEL SERVA DE DEUS MADRE TEREZA MARGARIDA, “NOSSA MÃE”


Trindade Santa, vós ornastes vossa serva,
Madre Tereza Margarida do Coração de
Maria, Nossa Mãe, com inúmeras virtudes.
Nutria profundo amor a Vós e ao próximo,
acolhia e escutava a todos que a ela
acorriam e, sorrindo, procurava fazer o bem.
Confiando em sua intercessão, peço-
vos a graça de que necessito (…) E se for

para vossa glória e o bem da Igreja,
suplico-vos que ela seja elevada à honra
dos altares. Por Cristo Nosso Senhor.
Amém!



Os servos de Deus Guido Schäffer e a Madre Tereza Margarida tornaram-se "Veneráveis" no mesmo dia. 




Uma foto raríssima:
o encontro entre dois "santos": a Venerável Madre Tereza Margarida (a monja carmelita) e o Venerável Guido Schäffer (jovem com camisa branca) que, com um grupo de jovens, visitou o Carmelo de Três Pontas, em Minas Gerais. Quem diria que, no mesmo dia: 20 de maio de 2023, ambos se tornariam "Veneráveis" para a Igreja Católica.