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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

terça-feira, 27 de março de 2018

Venerável Tecla Merlo, Virgem e Religiosa Cofundadora das Filhas de São Paulo


Uma mulher de grande fé e audácia apostólica. Uma vida doada a serviço da comunicação do Evangelho, por meio da Congregação das Irmãs Paulinas.
Uma história alicerçada no amor a Deus e as pessoas, uma vida destemida e serena com pés firmes no chão, se envolvia na realidade social de sua época. Com um olhar sempre a sua frente, que a impulsionava a transformar a palavra, o som, os meios para comunicar ao mundo a notícia maravilhosa, a beleza de ser de Deus e viver para Deus, comunicar o amor supremo: Jesus Cristo.


Em 1915, os clérigos e os cooperadores espirituais do bem-aventurado Tiago Alberione celebraram o mês de maio com a intenção de que o Senhor providenciasse a família feminina (AD 241).
Concluído o mês, disseram a Alberione:
“Há em Castagnito de Alba uma jovem de boa família, que, pela piedade, inteligência, docilidade, bondade, serviria bem... Mas, há duas dificuldades: a pouca saúde e o ter frequentado só as escolas da sua terra.”
“Venha!” respondeu o Primeiro Mestre. “Receberá do Senhor saúde suficiente e a ciência necessária para o seu cargo: quando o Senhor quer...”
Em junho de 1915, Teresa Merlo entrou na comunidade de São Paulo.

Padre Tiago Alberione e Ir. Tecla Merlo
Teresa Merlo nasceu a 20 de fevereiro de 1894, em Castagnito d’Alba (Cuneo, Piemonte), ao norte da Itália. Única mulher entre os quatro filhos do casal Heitor e Vincenza Rolando Merlo. De saúde frágil, dedicou-se, desde adolescente, à arte da costura, num pequeno atelier da família. Quando o pai a envia para aprender costura e bordado, Teresa, está longe de imaginar que a sua ação viria a ser determinante para que a Igreja católica consolidasse a sua presença nos média e na área editorial.
Sua sensibilidade religiosa chamou a atenção de Padre Tiago Alberione, que a convidou para coordenar um grupo de jovens que se preparavam para trabalhar com a imprensa. Teresa abraça o projeto do sacerdote italiano e, com esse grupo de moças motivadas pelo mesmo ideal, relança um jornal diocesano e abre uma livraria cristã. Era o dia 15 de junho de 1915, quando encontra Pe. Tiago Alberione pela primeira vez em Alba, na igreja dos Santos Cosme e Damião, e segue o seu convite em permanecer na cidade e iniciar sua “aventura” de futura Filha de São Paulo.
Teresa intuiu logo que a proposta de Padre Alberione correspondia aos seus anseios de consagrar-se a Deus. Aceitou o convite, trocando o atelier de costura pela tipografia, tornando-se pioneira da evangelização na imprensa, cinema, rádio e televisão.
De fato, em 1918, Teresa com algumas de suas companheiras foram enviadas pelo Fundador a Susa, norte da Itália, onde o bispo lhes confiou a produção e divulgação do jornal diocesano La Valsusa. Esse momento marcou uma etapa significativa na vida de Teresa, que passará a considerar a experiência de Susa como o início da missão das Filhas de São Paulo.
Apoiada na fé, mais do que em recursos materiais, Irmã Tecla assumiu sem medo os meios modernos de comunicação, e contando apenas com a força de Deus, encorajou, no mundo inteiro, iniciativas até então inexploradas.
Desde o início, Teresa sentiu a força de Deus e, na pobreza absoluta, apenas com a bagagem da fé, da confiança e da humildade, ela começou, orientada por Alberione, a Congregação que veria florescer no mundo inteiro, a Congregação das Irmãs Paulinas, as mensageiras de Deus, ou andarilhas de Deus, como o fundador gostava de chamá-las.
No dia 22 de julho de 1922 pronuncia a profissão religiosa privada, juntamente com oito companheiras, e assume o nome programático de Tecla, o mesmo da primeira discípula de São Paulo, apóstolo dos gentios. Padre Alberione a nomeou Superiora geral do nascente Instituto. Em março de 1936 inicia a primeira de uma longa série de viagens nas várias partes do mundo, para encontrar-se com suas Filhas e confirmá-las no caminho da vocação paulina.
De São Paulo, mestra Tecla aprendeu o amor incondicional a Jesus e a todos os povos: moldou o seu coração à universalidade e abriu-se a todas as culturas e povos; como ele, foi mestra e formadora de outras irmãs; como ele, usou os novos meios de comunicação para que o Evangelho cumprisse a sua corrida gloriosa; como ele, viajou por terra, por mar e ainda pelo céu para iniciar comunidades em todos os continentes, para se encontrar com as irmãs e avaliar novas situações, encorajando novas iniciativas apostólicas para fazer o bem a muitas pessoas.
O nascimento da revista “Família Cristã”, que depressa se estendeu a outros países, a realização de curtas-metragens para a catequese e a gravação de discos para pessoas analfabetas constituem algumas das suas ações precursoras enquanto primeira superiora do atual Instituto Missionário Filhas de São Paulo.
A par da evangelização nos média, a irmã Tecla acompanha o padre Alberione na constituição de outros institutos, como as Discípulas do Divino Mestre, as Irmãs de Jesus Bom Pastor e as Irmãs da Rainha dos Apóstolos, ao mesmo tempo em que acompanhava o alargamento da congregação.
Em Tecla Merlo, padre Alberione encontrou a colaboradora sapiente e a fiel intérprete para a transmissão do carisma das Filhas de São Paulo. Sob a sua orientação, a congregação cresceu e deu início a obras inovadoras na edição de livros, revistas, discos, programas de rádio e de televisão, e chegou a todos os continentes.
As Filhas de São Paulo, que 16 anos após a fundação estavam implantadas no Brasil, Argentina e Estados Unidos, marcam hoje presença em 240 comunidades, distribuídas por 52 países dos cinco continentes.
Seus últimos anos de vida foram como uma oferta ao Pai, não se cansava de oferecer a própria vida pelo êxito da missão paulina e por cada Filha de São Paulo. “No dia 28 maio de 1961, em Ariccia (Itália), durante os Exercícios, na festa da Santíssima Trindade, Mestra Tecla ofereceu a vida para que todas as Filhas de São Paulo sejam santas. No dia 16 de Junho de 1963 foi atingida por um espasmo cerebral. Foi hospitalizada em Albano (Itália)”. Todas as Filhas de São Paulo sentiam fortemente sua serenidade e tão grande carinho que dedicava a cada uma. Não é por acaso que ela proferiu as seguintes palavras: “Se mil vidas eu tivesse, mil vidas eu daria por causa do Evangelho”.

Irmã Tecla retoma suas atividades e o seu desejo de fazer ainda mais pelo anúncio do Evangelho cresce dentro dela. “No dia 7 de julho do mesmo ano, restabelecida, volta para Roma para uma breve visita; reúne todas as irmãs na Via Antonino Pio para saudá-las e agradecê-las pela sua cura”. A sua serenidade e o abandono em Deus comovem a todas.
Em 22 agosto de 1963 experimenta grande alegria pelo encontro com o papa Paulo VI, na visita à casa de saúde Regina Apostolorum, de Albano Laziale. Em 22 novembro de 1963 foi acometida por um novo e mais grave espasmo cerebral. Pe. Alberione lhe administrou a unção dos enfermos.

E chega a hora de nossa querida irmã se despedir desse mundo, ela já havia cumprido sua missão aqui na terra, agora Deus a chamava para estar com Ele no paraíso. Em 05 fevereiro de 1964 morreu em Albano, na casa de saúde Regina Apostolorum, após uma hemorragia cerebral. Foi assistida espiritualmente por Pe. Alberione. Era uma quarta-feira. Assim, mais um anjo foi povoar o céu, ser uma estrela a iluminar todas as Filhas de São Paulo e demais membros da Família Paulina aqui na terra. No dia 22 de janeiro de 1991 é proclamada venerável.



UM IDEAL: Viver como São Paulo, o apóstolo das nações: com espírito universal, na caridade que se faz “tudo para todos”.

UMA PAIXÃO: Revelar a todos o Senhor Jesus, Caminho, Verdade e Vida.

UMA INTUIÇÃO: Trabalhar na evangelização com os meios modernos de comunicação: imprensa, cinema, rádio, televisão, discos, cassetes, vídeo, CR-ROM, internet…

UM PROGRAMA DE VIDA: A caridade da verdade.




Para pedir a intercessão de Mestra Tecla

Trindade Santíssima,
Pai, Filho e Espírito Santo,
eu te louvo pelas maravilhas que fizeste
na vida da Venerável Irmã Tecla Merlo.
Ela seguiu Jesus Mestre
Caminho, Verdade e Vida,
dedicando-se à missão de evangelizar
por meio da comunicação social.
A exemplo do Apóstolo Paulo,
ela queria ter mil vidas
para doá-las ao Evangelho.
Jesus Mestre, concede-me fé e coragem
para imitá-la em suas virtudes,
e, por sua intercessão, peço esta graça
tão necessária para mim... (pausa para pedido)

Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.

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sexta-feira, 23 de março de 2018

São Pedro Nolasco, Religioso fundador da Ordem dos Mercedários e Padroeiro dos encarcerados


Na história das deportações encontramos um capítulo tristíssimo e infelizmente não último, que se refere às devastações dos sarracenos ao longo das costas italianas e espanholas para saquear e capturar homens e mulheres, levados à força aos confins da África para serem vendidos como escravos e depois restituídos aos parentes mediante volumosa soma de resgate. Nesta calamidade insere-se um capítulo de exultante caridade e devoção mariana. Em Barcelona, na noite entre 1º e 2 de agosto de 1218, Nossa Senhora teria aparecido a Pedro Nolasco, um jovem de vinte e nove anos, para convidá-lo a fundar uma Ordem religiosa com o fim principal de resgatar os prisioneiros.
Pedro Nolasco nasceu no dia 29 de julho de 1183, no pequeno povoado de Mas-Saintes-Puelles da Diocese de Saint Paul, no sul da França, no antigo condado de Languedocentre Tolosa e Carcasona. Seu pai era um comerciante abastado e sua mãe dona de casa, ambos fervorosos cristãos o levaram para batizar e lhe impuseram o nome cristão de Pedro.
O pequeno Pedro manifestou sempre uma doçura como virtude específica. Conta a lenda do seu tempo que, certo dia estando no berço entrou um enxame de abelhas no quarto onde a criança repousava tranquila e deixaram um favo de mel nas suas mãozinhas. Sinal da doçura que destilaria Nolasco durante toda a sua vida.
A época de Pedro Nolasco foi para os países ao redor do mar Mediterrâneo uma época de guerras religiosas em que se digladiavam a cruz de Cristo e a meia lua de Mohamed. Semeando a desolação nos lares mais organizados, tanto de ricos abastados como de pobres, em que muita gente era aprisionada e feita cativa em nome de Alá (Deus). Algo parecido com o que acontece hoje com o chamado estado islâmico. Homens e mulheres, adultos, jovens e crianças, eram submetidos a um duro cativeiro, obrigados a realizarem trabalhos pesados. As mulheres eram usadas nos mais baixos instintos, principalmente jovens que eram violentadas. Seres humanos que se tornavam mercadoria em mãos daqueles que se diziam seus donos.

O pai de Pedro Nolasco transferiu-se para Barcelona, onde se estabeleceu como rico mercador. O jovem Nolasco acompanhava seu pai nesta tarefa de mercadejar nas cidades litorâneas onde o seu pai vendia a mercadoria e muitas vezes Pedro testemunhava os maus tratos dos infelizes cativos. Alguns desses cativos eram oferecidos também como mercadoria. A alma de Nolasco se afligia e ele prometia a Deus que aliviaria o sofrimento destes irmãos abandonados à sorte.
Em 1203, com 20 anos, encontramos Pedro Nolasco comprando cativos. Dava liberdade aos pobres infelizes, devolvendo-lhes às suas famílias. Com a morte de seus pais, o jovem Nolasco herdou toda a fortuna da família a qual renunciou em benefício da redenção dos cativos.
“Ninguém tem maior caridade do que aquele que dá a vida pelo irmão.” Estas palavras martelavam profundamente a alma do jovem Nolasco, que unido a outros jovens, moças e rapazes não se entregavam somente a redenção de cativos, mas gastavam suas horas entre os empestados no Hospital de Santa Eulália.
Além da invasão árabe entre os espanhóis, mais uma desgraça se abatia sobre o povo. Uma peste que dizimava as cidades afetava as multidões sendo insuficiente o atendimento hospitalar (como hoje o ebola ou a dengue). Então nossos jovens cheios de amor ao próximo sofredor cuidavam dos enfermos. Este Hospital mais tarde formou parte da estrutura das redenções, pois os cativos eram levados para uma quarentena e lá tratados com todo carinho.
Os recursos econômicos minguaram, as moedas guardadas nos cofres não davam mais para comprar tão rica mercadoria e o número de cativos cada vez crescia mais. Em certa noite, Nolasco não conseguia conciliar o sono e pôs-se a rezar e pedir à Mãe do Céu, de quem era profundamente devoto, que o auxilia-se. Eis que a noite se iluminou e lá estava Maria amorosa com um branco hábito em suas mãos. “Nolasco”, disse a Mãe de Jesus, “é vontade de meu filho e vontade minha que fundes uma Ordem religiosa para remir os cativos. Eis que nós estaremos sempre contigo”. Quando Pedro Nolasco voltou a si, a linda Senhora havia desaparecido.
Nolasco esperou amanhecer e correu para contar o sucedido ao seu confessor Raimundo de Penafort e ambos foram contar ao Rei Dom Jaime I de Aragão e ao bispo de Barcelona Dom Berenguer de Palau que aprovaram entusiasmados a inspiração de Pedro Nolasco. No dia 02 de agosto de 1218, o rei achou por bem ter uma Organização do reino para redenção dos cativos, desejo falido do rei Afonso II. Dez dias depois, no dia 10 de agosto do mesmo ano, a harmonia do órgão e os cantos enchiam a catedral de Barcelona.
Uma nova Ordem religiosa constituía-se oficialmente e um grupo de jovens de saiotes brancos proclamavam as grandezas de Deus por meio de Maria Santíssima e emitiam três votos comuns às ordens religiosas: dominicanos, franciscanos, servitas, agostinianos, trinitários e etc.
Mas a vontade daquele grupo movido pela caridade ainda gritara, perante os fieis reunidos no templo, um quarto voto: “daremos nossas vidas, se necessário for, para tirar do cativeiro um irmão necessitado”. A regra deles, redigida sob a direção de são Raimundo de Penafort, exigia o Voto heroico que custou à Ordem Mercedária alguns milhares de vidas e muito sangue derramado, imitando assim o Redentor dos homens, Jesus, que São Pedro Nolasco tão bem imitou durante toda a sua vida. Esse voto obrigava a oferecer-se como escravo dos muçulmanos, quando necessário, para livrar um cristão em perigo de apostasia. Dos vinte e seis mil prisioneiros libertados por mercedários, no seu primeiro século de vida, nada menos que 890 foram resgatados e reconduzidos à pátria por Pedro Nolasco. Mas ele não se limitava a estabelecer com os mouros o preço do resgate. A um preço bem mais árduo de sofrimentos, torturas, prisões, Pedro Nolasco pregava o Evangelho aos infiéis, arriscando a própria vida.


Esta Ordem recebeu muitos nomes. Chamou-se Ordem de Santa Eulália; Ordem das Mercês dos cativos, Ordem da Redenção dos cativos; Ordem das Mercês. Desde 1272 o verdadeiro nome é: Ordem da Virgem Maria das Mercês da Redenção dos Cativos.
Logo apareceu a Rama feminina, as freiras, fundada por Santa Maria de Cervellón, com um grupo de moças que ajudaram muito a Pedro Nolasco e a seus religiosos orando na capela pelo êxito da redenção.
São Pedro Nolasco preocupou-se sempre em ser fiel imitador de Cristo, não só na caridade, mas também nos gestos e atitudes. Este varão de Deus dedicou toda a sua vida a serviço do próximo vendo em cada sofredor o próprio Cristo. Os historiadores mais recentes dizem que ele morreu em Barcelona, no dia 06 de maio de 1245.
Para melhor realizar sua missão, sua “equipe” se constituía de clérigos, irmãos de obediência; donatos (leigos serventes de convento de frades e que usam hábito), amigos piedosos que permaneciam com os religiosos ajudando nos vários serviços domésticos e mais tarde emitiam os votos; terciários, leigos que viviam com sua família, mas participavam dos bens espirituais da Ordem, e em momentos determinados da história fez-se mister grupos armados para defender os navios ou outros transportes dos cativos da pirataria. Viviam em seus castelos e usavam armas. Às vezes eram requisitados pelo rei para exercer sua guarda.
A missão principal de todos era recolher esmolas para pagar o resgate de cativos. Que muitas vezes era insuficiente e, se o cativo estivesse numa situação grave, um ou dois redentores deveria ficar como refém até ser resgatado.
É grande o número de religiosos que deram a vida para salvar os cativos. São Raimundo Nonato, São Pedro Armengol, São Serápio, São Pedro Pascual, São Juán Gilaber Jofré, e alguns milhares dos quais desconhecemos os nomes, mas estão escritos no céu. Entre os anos 1302 e 1489 foram feitas aproximadamente 153 redenções em que foram resgatados 18.623, segundo dados do historiador Garí e Siumell.
Após a aparição da Virgem, num momento de encanto, Nolasco viu uma frondosa árvore. Mas logo chegaram uns desalmados com foices e machados e começaram a decepar os galhos, porém, quanto mais galhos eram derrubados, mais rebentos nasciam. Esta visão foi prenúncio da expansão no mundo do carisma do fundador que dividido em forma de associações e grupos religiosos, tornou-se presente na Igreja a obra redentora de Cristo.
São Pedro Nolasco foi um homem destemido, profundamente conhecedor das questões sociais e políticas do seu tempo, exímio articulador e organizador de expedições para resgatar cativos. Homem que sabia usar bem as estratégias do seu tempo para alcançar seus objetivos. Diz a história que quando seu dinheiro acabou, ele criou uma campanha de arrecadação de recursos pelas esquinas da cidade de Barcelona, colocando arcas de redenção, onde as pessoas depositavam doações. Nolasco havia conseguido também uma autorização do Bispo para sair pelas igrejas pregando e conseguindo mais recursos. Nolasco era um homem que transitava no palácio do Rei, nos ambientes mais ricos, sem deixar jamais de viver de forma humilde entre os mais pobres.
Em 1256, ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos espirituais e sua ordem – que foi abençoada pela Igreja e reconhecida pelo rei – já tinham resgatado muitos cristãos da escravidão.

Assim, era um santo, homem de profunda oração, muito mariano e com vocação heróica. Nunca foi ordenado sacerdote, morreu leigo (religioso), preferindo ser chamado de frei Pedro Nolasco, pela sua simplicidade. A Ordem também não recebeu seu nome, e sim o nome da Mãe de Jesus, com título de Mercês.


Os mercedários, como são chamados os que pertencem à Ordem fundada por São Pedro Nolasco, atualmente trabalham entre os encarcerados, nas missões e na ação pastoral junto ao povo e à juventude. São Pedro Nolasco é considerado protetor dos encarcerados.
Que São Pedro Nolasco nos ajude a viver o espírito do Cristo Redentor nos dias de hoje.



http://mercedarios.com.br/sao-pedro-nolasco
http://www.imaculadaconceicaoriopreto.com/listaprod.asp?lista=categoria&tipo_id=2&prod_id=300



terça-feira, 20 de março de 2018

Serva de Deus Madre Maria de Lourdes de Santa Rosa, religiosa concepcionista que viveu no Brasil.




A cidade de Guaratinguetá, duas vezes abençoada - por Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraíba em 1717, e Frei Galvão, o primeiro Santo Brasileiro, nascido em 1739 - assiste agora o processo de Beatificação de Madre Maria de Lourdes de Santa Rosa fundadora do Mosteiro da Imaculada Conceição em Guaratinguetá, aberto no dia 12 de Março de 2009. No Mosteiro tem mais de 500 graças alcançadas vindo do Brasil e do exterior e esse número aumenta a cada dia que passa.
A religiosa nasceu em Polignano a Mare, Itália, em 1910, recebendo o nome de Maria Joanna Laselva. Veio para o Brasil aos 02 meses de idade, junto com seus pais e sua irmã Filomena. Foram morar no bairro do Pari, em São Paulo, onde nasceram seus irmãos Paulo José e Domingos. Passado alguns anos a menina entrou em um colégio Salesiano, onde fez seus primeiros estudos. Foi aí que despertou o desejo de seguir a vida religiosa. 
No dia 11 de Fevereiro de 1931, ingressava no Mosteiro da Luz em São Paulo a menina Maria Joanna Laselva, com então 21 anos, e um forte desejo de seguir o exemplo de Santa Beatriz, fundadora da ordem das Irmãs Concepcionistas. Maria Joanna Laselva recebeu o hábito no dia 15 de Agosto de 1931, mudando o seu nome para Irmã Maria de Lourdes de Santa Rosa.
Depois de um noviciado fervoroso fez sua profissão solene a 15 de Agosto de 1935, desde então, o seu estilo de vida e seu modo virtuoso fez com que muitas pessoas a procurassem pedindo orações, estando ela sempre disposta a atender todos sem medir esforços. Por seu modo exemplar foi escolhida pela então Madre Abadessa para fundar um novo Mosteiro em Guaratinguetá, cidade natal de Frei Galvão, o santo conselheiro espiritual das primeiras irmãs Concepcionistas. A irmã Maria de Lourdes viveu aproximadamente 13 anos em São Paulo até que os seus caminhos começaram a se assemelhar com aquele que com muita dificuldade arquitetou e construiu o Mosteiro da Luz.
Logo que foi escolhida para empreender a árdua missão de fundar um novo mosteiro, a irmã veio para Guaratinguetá em 1944, junto com mais 05 irmãs, com os poucos recursos de que provinham. Então Padre Antônio Morais Júnior, pároco da Catedral de Santo Antônio e futuro arcebispo, assumiu a responsabilidade da construção do novo Mosteiro e a planta ficou a cargo dos franciscanos do Convento de Nossa Senhora das Graças.
Família de Madre Maria de Lourdes (ao centro).
Esse mosteiro ficava do lado da Igreja de Santa Luzia, no bairro do Campinho. Quando as irmãs se mudaram para lá ele ainda estava inacabado, então, Madre Maria de Lourdes junto com as outras irmãs tiveram que assentar os batentes e portas, rebocar paredes, cimentar o chão e ainda, por não permitir que estranhos entrassem no Mosteiro, tiveram que ser carpinteiro, eletricista, encanador, pintor, etc. E mesmo com todas as dificuldades que passaram, a vida das concepcionistas passa grande parte no altar, intercedendo por todos os guaratinguetaenses, e mesmo quando elas estavam com a mão na “obra” o pensamento estava em Deus. No meio dos trabalhos podemos citar a confecção das pílulas de Frei Galvão. 
Mesmo com as doações do povo o Mosteiro era muito pobre e pequeno faltando o necessário para as irmãs. Madre Maria de Lourdes começou então a angariar meios para construir um novo mosteiro maior e retirado do centro da cidade, onde elas teriam mais espaço para as plantações, conseguindo do prefeito a doação de uma parte de um terreno e a outra parte de sua própria mãe. Esse terreno ficava situado aproximadamente a 04 km do centro urbano da cidade, sendo grande e propício para o silêncio. As obras foram sendo realizadas com doações e sacrifícios no decorrer de quase 10 anos. 
As orações e penitências valeram a pena e o novo Mosteiro foi inaugurado em 1962, no dia 08 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, e foi consagrado também a São Miguel Arcanjo. A vida dessas religiosas sempre foi de muito sacrifício e uma constante penitência e, mesmo com todas as dificuldades, elas viviam felizes e em paz com a providência Divina.
 Depois de um longo período de paz, o Mosteiro entrou em uma crise de vocações e muita pobreza. Foi nessa ocasião que um Visitador Apostólico ordenou que fosse fechado e as irmãs transferidas. A então Abadessa, com a saúde já abalada por uma vida sofrida e um grave problema no pulmão, inconformada com a decisão, obteve a licença de defender o Mosteiro.
Procurou o apoio dos religiosos locais e não conseguiu, indo posteriormente atrás das autoridades religiosas do Brasil, mas não teve êxito por não serem da mesma diocese. Foi então que, com a saúde frágil, a Madre Maria de Lourdes de Santa Rosa partiu para Roma no dia 09 de Setembro de 1974, na companhia da Madre Maria Passiflora.
Essa extraordinária irmã, aparentemente frágil, impressionou a todos que a assistiram ao apresentar suas razões perante a Sagrada Congregação para os Religiosos. Por esse ato de heroísmo, o decreto foi suspenso e o Mosteiro pode seguir sua vida normal.  
Ainda em Roma, ela teve uma grave crise de saúde, tendo então que voltar a Guaratinguetá, sendo internada no Hospital Frei Galvão e mais tarde transferida para São Paulo. Veio a falecer no dia 19 de Novembro de 1974. No dia seguinte foi sepultada na capela do Mosteiro da Imaculada Conceição em Guaratinguetá, onde se encontra sua sepultura até hoje.
             Com essa pequena biografia podemos dizer que vamos ter em um futuro próximo outro reconhecimento de Santidade em terras de Guaratinguetá, o que vai aumentar e muito o turismo no Mosteiro da Imaculada Conceição. Isso vem enriquecer a nossa região, que posso dizer que é o maior centro de peregrinação religiosa do Brasil e um dos maiores do mundo.  



Túmulo da Serva de Deus.




Servo de Deus José Engling, Jovem Leigo, membro do Movimento de Schoenstatt






José Engling, um pioneiro de Schoenstatt

"A história do jovem herói constitui para a Família de Schoenstatt um exemplo de vida.”



José Engling ao lado do Pe. Kentenich.


Nascido em 05 de Janeiro de 1898, na aldeia de Prossitten, José Luiz Engling era o quarto filho do casal Augusto Engling e Maria Masuth. Tudo corria bem até o dia em que José Engling fora acometido de poliomielite, cujos sinais o marcariam pelo resto da vida. Ficou com os ossos da coluna levemente deformados e os ombros encolhidos, isso o faziam andar meio curvado. Além disso, tinha dificuldades em pronunciar algumas palavras.
José experimentou grande sofrimento, pois era uma figura de exterior pouco atraente, motivo de zombaria das outras pessoas. Com isso, ele possuía todos os motivos para ficar de lado. Porém, desde que se percebeu vocacionado para a grandeza, nada conseguiu detê-lo. Sem amargura, sem frustrações diante dos pesados tributos que a natureza lhe impunha, aceitou a luta em todos os campos, quebrando lanças com uma obstinação como poucos este mundo viu.
José Engling foi seminarista da Sociedade São Vicente Pallotti e aluno do Pe. José Kentenich. Pertencia à Congregação Mariana, mas não participou da fundação de Schoenstatt em 18 de outubro de 1914, pois chegou dias mais tarde das férias anuais. Mesmo assim, foi um dos que primeiro e mais profundamente compreendeu o sentido dessa consagração.
Engling captou muito bem as inspirações do Pe. Kentenich e foi quem iniciou o Horário Espiritual, procurando organizar seu dia organicamente e a auto educar-se. Nesse ponto Engling é exemplo para todos nós, pois nunca perdeu a sua dedicação e vontade em se educar. Ele costumava dizer: “O mundo todo é nosso campo de batalha”.

José Engling não esteve presente no dia da Fundação de Schoenstatt, em 18/10/1914, mas foi o primeiro a viver da Aliança de Amor com a Mãe de Deus, de maneira profunda, com todo seu coração. Anos mais tarde o Pe. José Kentenich diria sobre Engling: “José Engling foi o Documento de Fundação vivido!”.
É com José Engling que nasce a aspiração das “Flores de Maio”, tão cultivadas entre os filhos de Schoenstatt. No mês de Maria, muitos se inspiram em Engling para oferecer um ramalhete espiritual de flores, conquistadas por meio das contribuições ao Capital de Graças, para a Mãe e Rainha.
Juntamente com os primeiros congregados, Engling participou na conquista do Santuário Original. Ali buscou sempre um íntimo contato com a Mãezinha. Mesmo quando estava na frente da batalha, colocava-se espiritualmente no Santuário para rezar. Mantinha também um permanente contato com o Pe. Kentenich através de cartas e via nele um Pai a quem se entregou inteiramente.
A história do jovem herói constitui para a Família de Schoenstatt um exemplo de vida. Com efeito, José Engling oferece-nos um modelo de como assumir e viver de forma concreta o Documento de fundação e os três pontos de contato: A Mãe de Deus, o Santuário e o Pe. Kentenich.
O seu ideal pessoal era: “Ser tudo para todos como propriedade única e exclusiva de Maria”.
Como soldado na Primeira Guerra Mundial, deu testemunho de como a santidade pode ser vivida em ambientes totalmente adversos. Continuou, ali, seu esforço pela santificação e viveu fielmente a Aliança de Amor pelas contribuições ao Capital de Graças. Seu diário relata o heroísmo de uma vida entregue a Deus sob o cuidado e proteção de Maria.
José Engling foi fiel ao chamado de Deus. Mesmo na guerra, trabalhou sem cessar pela divulgação da devoção à Mãe de Deus; não descuidou de seus propósitos de autoeducação através do controle diário de seu Horário Espiritual e Exame Particular. Seu último Exame Particular foi: “Andar na presença de Deus, ajudar os companheiros a santificar o dia útil. ”
“Querida Mãezinha! Mater Admirabilis! A ti, novamente, me consagro como holocausto. A ti consagro tudo o que sou e tenho: meu corpo e minha alma, com todas as suas faculdades, meus bens e haveres, minha liberdade e minha vontade. Sou teu, inteira e indivisamente! Dispõe de mim e do que me pertence, como te aprouver. Se, no entanto, for compatível com teus planos, deixa-me ser um holocausto, pelas tarefas que propuseste à nossa Congregação. Em humildade, teu servo, José Engling.”

Dentro de uma trincheira, Engling escreveu esta oração, colocando tudo de si à disposição de nossa querida Mãe Maria. Esse compromisso tornar-se-ia mais tarde a nossa oração de consagração.
José Luiz Engling morreu em 04/10/1918 em Cambrai, vítima da explosão de uma granada. No dia 05/10/1918, a Alemanha pede rendição e a guerra termina. No local onde o jovem herói tombou, no território francês que faz divisa com a Alemanha, foi construído o Santuário da Unidade e é onde ele está sepultado. Atualmente seu processo de canonização segue na Congregação pela Causa dos Santos, em Roma.




Algo de seus apontamentos

Ideal pessoal: “Ser tudo para todos como propriedade única e exclusiva de Maria”

“A imagem sublime da Mãe está agora vivamente diante dos meus olhos”. Uma só coisa deve nortear a minha vida: Tudo por ti, querida Mãezinha.”

“Mãe, nenhum sacrifício quero considerar por demais pesado. Quando se trata de tua honra, não quero recusar nem o mais duro sacrifício. Mãe, dá-me força para me conservar fiel a esse propósito.”

“Cinco vezes ao dia – duas de manhã e três à tarde – quero lembrar-me que um filho de Maria não deve andar triste, e esforçar-me-ei por estar alegre. Se alguma vez estiver abatido, quero combater este sentimento e impor-me uma penitência”

“Mãe, esta semana faltei miseravelmente. Uma mentira deliberada. Como podes não te aborrecer comigo? Perdoa-me! Quero fazer penitência e trabalhar com mais afinco em teu serviço.”

“Querida Mãezinha, quero aproveitar as difíceis circunstâncias em que me colocaste, para me santificar o mais depressa possível. Na vida militar me deste ótima ocasião, embora espinhosa. Quero aproveitá-la. Chamaste-me a ser teu vassalo. Quero esforçar-me por aproximar todos de ti.”




Mês de Maria com José Engling – Os Exercícios Espirituais

Durante o mês e meio de férias de 1915, com apenas 17 anos, José interiorizou profundamente a sua condição de jovem Congregado Mariano e elaborou os seus propósitos de forma a integrá-los na vida.
José Engling torna-se mestre na arte da construção espiritual. De regresso a Schoenstatt, tenta sintetizar o seu ideal e o seu programa de vida. Schoenstatt era a grande ideia da sua vida. Escreveu no seu caderno: Quero tornar-me tudo para todos e ser propriedade especial de Maria. Para conquistar a santidade na vida diária tomou como propósito particular: Fidelidade nas pequenas coisas.
Ao trabalhar na prática a sua teoria, José Engling escreveu séries de perguntas agrupando-as por temas, a fim de controlar não apenas o cumprimento dos propósitos espirituais, mas o seu relacionamento com os outros e com as suas obrigações quotidianas.
Na prática, estes seus exames de consciência passaram a ser feitos não apenas sob o ponto de vista do dever, mas do grau de heroísmo que empregava nos trabalhos executados por iniciativa própria, evitando ocupar-se demais na investigação das suas faltas.
Mas desanimava frequentemente por não cumprir os seus propósitos. Só conseguiu a tranquilidade interior quando se abandonou à Mãe com ilimitada confiança. A partir daí os seus escritos revelam um tom filial, uma crescente confiança na vitória de Maria sobre a sua pessoa.
Por amor a Maria procurava aperfeiçoar sem descanso a sua vida, limando as arestas do carácter, vencendo os caprichos e os sentimentos de tristeza e desânimo.
Nos finais de 1915, o Padre Kentenich nomeia José Engling dirigente dos candidatos à Congregação o que lhe confere duas difíceis tarefas: Prefeito da Congregação e guia dos aspirantes. A este novo desafio José responde com o seu habitual empenho e procura realizar da melhor forma o seu trabalho.
Aproximou-se dos aspirantes e contagiou-os com o fogo do seu entusiasmo, conseguindo apoiar os que tinham maiores dificuldades, ajudando-os no estudo e no desenvolvimento da sua vida espiritual de forma individualizada.
Em Maio de 1916, José Engling resolve oferecer um ramo de flores espirituais a Maria e escreve:
Flores de Maio do jardim do meu coração, oferecidas à Rainha de Maio no seu mês de 1916.

Mãe, para ti quero plantar e cultivar:

A rosa do amor e da estima.
Assim como a rosa é a rainha das flores, sê tu a rainha do meu coração. À tua disposição, minha soberana, ponho tudo o que tenho, em especial:

Atos de entrega a ti
Promover a tua honra
Leituras referentes a ti
Conversações referentes a ti
Saudações à tua imagem
Visitar a capelinha da Congregação
Terço
Comunhão
Comunhão espiritual
Atos de apostolado
Fazer de ti o ponto central do meu dia
Jaculatórias

O miosótis da fidelidade ao teu serviço.
Quero ser-te fiel por estes meios:
Rezar bem as orações dos congregados
Preparar a reunião
Fazer com atenção a leitura espiritual
Estudar com afinco
Guardar silêncio na sala de estudos
Silêncio ao toque da campainha
Cumprir com exatidão os meus trabalhos
Fazer particularmente bem a minha cama
Ter ordem na carteira
Ser dócil às inspirações da graça e da consciência

A violeta da humildade e da modéstia, procurando:
Aceitar as correções com paciência
Perdoar as ofensas
Obedecer com alegria

A flor da paixão e do amor ao sacrifício desabrochará pelo:
Paciente aturar das coisas desagradáveis
Comportamento cheio de atenções
Cortesia
Domínio de mim mesmo à mesa
Cumprimento exato do exame particular
Leitura do livro de boas maneiras
Leitura do regulamento
Prestar favores
Outros sacrifícios

O lírio da pureza
Vigiar os olhos, especialmente no dormitório
Silêncio no dormitório
Implorar a pureza na santa comunhão