"A história do
jovem herói constitui para a Família de Schoenstatt um exemplo de vida.”
José Engling ao lado do Pe. Kentenich. |
Nascido em 05 de Janeiro de 1898, na aldeia de Prossitten, José Luiz Engling era o quarto filho do casal Augusto Engling e Maria Masuth. Tudo corria bem até o dia em que José Engling fora acometido de poliomielite, cujos sinais o marcariam pelo resto da vida. Ficou com os ossos da coluna levemente deformados e os ombros encolhidos, isso o faziam andar meio curvado. Além disso, tinha dificuldades em pronunciar algumas palavras.
José experimentou grande sofrimento,
pois era uma figura de exterior pouco atraente, motivo de zombaria das outras
pessoas. Com isso, ele possuía todos os motivos para ficar de lado. Porém,
desde que se percebeu vocacionado para a grandeza, nada conseguiu detê-lo. Sem
amargura, sem frustrações diante dos pesados tributos que a natureza lhe
impunha, aceitou a luta em todos os campos, quebrando lanças com uma obstinação
como poucos este mundo viu.
José Engling foi seminarista da
Sociedade São Vicente Pallotti e aluno do Pe. José Kentenich. Pertencia à
Congregação Mariana, mas não participou da fundação de Schoenstatt em 18 de
outubro de 1914, pois chegou dias mais tarde das férias anuais. Mesmo assim,
foi um dos que primeiro e mais profundamente compreendeu o sentido dessa
consagração.
Engling captou muito bem as inspirações
do Pe. Kentenich e foi quem iniciou o Horário Espiritual, procurando organizar
seu dia organicamente e a auto educar-se. Nesse ponto Engling é exemplo para
todos nós, pois nunca perdeu a sua dedicação e vontade em se educar. Ele
costumava dizer: “O mundo todo é nosso campo de batalha”.
José Engling não esteve presente no dia
da Fundação de Schoenstatt, em 18/10/1914, mas foi o primeiro a viver da
Aliança de Amor com a Mãe de Deus, de maneira profunda, com todo seu coração.
Anos mais tarde o Pe. José Kentenich diria sobre Engling: “José Engling foi o
Documento de Fundação vivido!”.
É com José Engling que nasce a aspiração
das “Flores de Maio”, tão cultivadas entre os filhos de Schoenstatt. No mês de
Maria, muitos se inspiram em Engling para oferecer um ramalhete espiritual de
flores, conquistadas por meio das contribuições ao Capital de Graças, para a
Mãe e Rainha.
Juntamente com os primeiros congregados,
Engling participou na conquista do Santuário Original. Ali buscou sempre um
íntimo contato com a Mãezinha. Mesmo quando estava na frente da batalha,
colocava-se espiritualmente no Santuário para rezar. Mantinha também um
permanente contato com o Pe. Kentenich através de cartas e via nele um Pai a
quem se entregou inteiramente.
A história do jovem herói constitui para
a Família de Schoenstatt um exemplo de vida. Com efeito, José Engling
oferece-nos um modelo de como assumir e viver de forma concreta o Documento de
fundação e os três pontos de contato: A Mãe de Deus, o Santuário e o Pe. Kentenich.
O seu ideal pessoal era: “Ser tudo para
todos como propriedade única e exclusiva de Maria”.
Como soldado na Primeira Guerra Mundial,
deu testemunho de como a santidade pode ser vivida em ambientes totalmente
adversos. Continuou, ali, seu esforço pela santificação e viveu fielmente a
Aliança de Amor pelas contribuições ao Capital de Graças. Seu diário relata o
heroísmo de uma vida entregue a Deus sob o cuidado e proteção de Maria.
José Engling foi fiel ao chamado de
Deus. Mesmo na guerra, trabalhou sem cessar pela divulgação da devoção à Mãe de
Deus; não descuidou de seus propósitos de autoeducação através do controle
diário de seu Horário Espiritual e Exame Particular. Seu último Exame
Particular foi: “Andar na presença de Deus, ajudar os companheiros a santificar
o dia útil. ”
“Querida
Mãezinha! Mater Admirabilis! A ti, novamente, me consagro como holocausto.
A ti consagro tudo o que sou e tenho: meu corpo e minha alma, com todas as suas
faculdades, meus bens e haveres, minha liberdade e minha vontade. Sou teu,
inteira e indivisamente! Dispõe de mim e do que me pertence, como te aprouver.
Se, no entanto, for compatível com teus planos, deixa-me ser um holocausto,
pelas tarefas que propuseste à nossa Congregação. Em humildade, teu servo, José
Engling.”
Dentro de uma trincheira, Engling
escreveu esta oração, colocando tudo de si à disposição de nossa querida Mãe
Maria. Esse compromisso tornar-se-ia mais tarde a nossa oração de consagração.
José Luiz Engling morreu em 04/10/1918
em Cambrai, vítima da explosão de uma granada. No dia 05/10/1918, a Alemanha
pede rendição e a guerra termina. No local onde o jovem herói tombou, no
território francês que faz divisa com a Alemanha, foi construído o Santuário da
Unidade e é onde ele está sepultado. Atualmente seu processo de canonização
segue na Congregação pela Causa dos Santos, em Roma.
Ideal pessoal: “Ser tudo para todos como propriedade única e exclusiva de Maria”
“A imagem sublime da Mãe está agora
vivamente diante dos meus olhos”. Uma só coisa deve nortear a minha vida: Tudo
por ti, querida Mãezinha.”
“Mãe, nenhum sacrifício quero considerar
por demais pesado. Quando se trata de tua honra, não quero recusar nem o mais
duro sacrifício. Mãe, dá-me força para me conservar fiel a esse propósito.”
“Cinco vezes ao dia – duas de manhã e
três à tarde – quero lembrar-me que um filho de Maria não deve andar triste, e
esforçar-me-ei por estar alegre. Se alguma vez estiver abatido, quero combater
este sentimento e impor-me uma penitência”
“Mãe, esta semana faltei miseravelmente.
Uma mentira deliberada. Como podes não te aborrecer comigo? Perdoa-me! Quero
fazer penitência e trabalhar com mais afinco em teu serviço.”
“Querida Mãezinha, quero aproveitar as
difíceis circunstâncias em que me colocaste, para me santificar o mais depressa
possível. Na vida militar me deste ótima ocasião, embora espinhosa. Quero
aproveitá-la. Chamaste-me a ser teu vassalo. Quero esforçar-me por aproximar
todos de ti.”
Mês
de Maria com José Engling – Os Exercícios Espirituais
Durante o mês e meio de férias de 1915,
com apenas 17 anos, José interiorizou profundamente a sua condição de jovem
Congregado Mariano e elaborou os seus propósitos de forma a integrá-los na
vida.
José Engling torna-se mestre na arte da
construção espiritual. De regresso a Schoenstatt, tenta sintetizar o seu ideal
e o seu programa de vida. Schoenstatt era a grande ideia da sua vida. Escreveu
no seu caderno: Quero tornar-me tudo para todos e ser propriedade especial de
Maria. Para conquistar a santidade na vida diária tomou como propósito
particular: Fidelidade nas pequenas coisas.
Ao trabalhar na prática a sua teoria,
José Engling escreveu séries de perguntas agrupando-as por temas, a fim de
controlar não apenas o cumprimento dos propósitos espirituais, mas o seu
relacionamento com os outros e com as suas obrigações quotidianas.
Na prática, estes seus exames de
consciência passaram a ser feitos não apenas sob o ponto de vista do dever, mas
do grau de heroísmo que empregava nos trabalhos executados por iniciativa
própria, evitando ocupar-se demais na investigação das suas faltas.
Mas desanimava frequentemente por não
cumprir os seus propósitos. Só conseguiu a tranquilidade interior quando se
abandonou à Mãe com ilimitada confiança. A partir daí os seus escritos revelam
um tom filial, uma crescente confiança na vitória de Maria sobre a sua pessoa.
Por amor a Maria procurava aperfeiçoar
sem descanso a sua vida, limando as arestas do carácter, vencendo os caprichos
e os sentimentos de tristeza e desânimo.
Nos finais de 1915, o Padre Kentenich
nomeia José Engling dirigente dos candidatos à Congregação o que lhe confere
duas difíceis tarefas: Prefeito da Congregação e guia dos aspirantes. A este
novo desafio José responde com o seu habitual empenho e procura realizar da melhor
forma o seu trabalho.
Aproximou-se dos aspirantes e
contagiou-os com o fogo do seu entusiasmo, conseguindo apoiar os que tinham
maiores dificuldades, ajudando-os no estudo e no desenvolvimento da sua vida
espiritual de forma individualizada.
Em Maio de 1916, José Engling resolve
oferecer um ramo de flores espirituais a Maria e escreve:
Flores de Maio do jardim do meu coração,
oferecidas à Rainha de Maio no seu mês de 1916.
Mãe, para ti quero plantar e cultivar:
A rosa do amor e da estima.
Assim como a rosa é a rainha das flores,
sê tu a rainha do meu coração. À tua disposição, minha soberana, ponho tudo o
que tenho, em especial:
Atos de entrega a ti
Promover a tua honra
Leituras referentes a ti
Conversações referentes a ti
Saudações à tua imagem
Visitar a capelinha da Congregação
Terço
Comunhão
Comunhão espiritual
Atos de apostolado
Fazer de ti o ponto central do meu dia
Jaculatórias
O miosótis da fidelidade ao teu serviço.
Quero ser-te fiel por estes meios:
Rezar bem as orações dos congregados
Preparar a reunião
Fazer com atenção a leitura espiritual
Estudar com afinco
Guardar silêncio na sala de estudos
Silêncio ao toque da campainha
Cumprir com exatidão os meus trabalhos
Fazer particularmente bem a minha cama
Ter ordem na carteira
Ser dócil às inspirações da graça e da
consciência
A violeta da humildade e da modéstia, procurando:
Aceitar as correções com paciência
Perdoar as ofensas
Obedecer com alegria
A flor da paixão e do amor ao sacrifício
desabrochará pelo:
Paciente aturar das coisas desagradáveis
Comportamento cheio de atenções
Cortesia
Domínio de mim mesmo à mesa
Cumprimento exato do exame particular
Leitura do livro de boas maneiras
Leitura do regulamento
Prestar favores
Outros sacrifícios
O lírio da pureza
Vigiar os olhos, especialmente no
dormitório
Silêncio no dormitório
Implorar a pureza na santa comunhão
Fontes: http://schoenstatt50aveiro.blogspot.com.br/2009/10/jose-engling-um-pioneiro-de-schoenstatt.html
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