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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sábado, 22 de setembro de 2018

Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face, Virgem e Doutora da Igreja - a doutrina da Pequena Via


           1. Desça imediatamente de seu pedestal!
Reconheça a sua pequenez. Aceite suas próprias limitações. Se aceite como você é. Lembre-se de que você foi feito de barro. Veja o exemplo de Teresinha: ... Sei sempre encontrar o meio de ser feliz e de aproveitar de minhas misérias... Lembre-se de que Deus o fez assim, fraco e pecador. Diante d'Ele somos um nada. Dispa-se de toda vaidade e orgulho. Saiba exatamente quantos passos suas pernas podem dar. Desça do pedestal de sua arrogância. Seja humilde. Você é incapaz de atingir a santidade sozinho. Coloque-se diante de Deus como você é e não como gostaria de ser.



2. Sem Deus, você não é ninguém!
Quem o dirige nessa caminhada é Deus. Se você consegue exercer alguma virtude, não atribua a si mesmo o sucesso de seus empreendimentos espirituais. Procure fazer a vontade d'Ele, buscando-a pela oração e pela escuta de Sua palavra. Veja bem o que escreveu Teresinha: O Bom Deus continua me dirigindo pelo mesmo caminho; não tenho outro desejo senão o de fazer sua vontade. Renda-se aos encantos de Deus. Jogue-se em seus braços como uma criança. A Pequena Via é o caminho da entrega total, do abandono. Não resista. Melhor: desista de si mesmo e se refugie no único que pode trazer um sentido pleno à sua vida: O Deus de Misericórdia. Se você deseja ser santo, lembre-se que toda santidade vem do Senhor: Sede santos como eu sou santo.



3. Reconheça: Deus é rico em Misericórdia!
A felicidade que você usufrui, a paz que invade seu coração, nada disso existe por acaso, nem por seus mérito. Deus é rico em misericórdia e só dessa misericórdia você pode viver. Adore o Deus de Amor e Misericórdia, como Teresinha. Sinta-se invadido por este manancial de amor, como nossa santinha: Parece-me que o amor me penetra e me envolve, parece-me que, a cada instante, esse Amor Misericordioso me renova, purifica minha alma... Abandone para sempre aquela idéia do Deus vingativo e cruel que lhe foi imposta na infância. Ele é doce e misericordioso, quer o seu bem. Às vezes parece frio e distante, mas na verdade Ele nunca o abandona. Ele não o poupa de sofrimentos, porque o sofrimento faz parte da vida. Em compensação, Sua Misericórdia faz de você uma pessoa forte e destemida. Jamais tenha medo de Deus. Faça como Teresinha: Não posso temer um Deus que se fez por mim tão pequeno... eu o amo! ... pois ele só é amor e misericórdia! A Pequena Via o fará descobrir que o amor de Deus é absolutamente gratuito. Nosso Deus é um Deus que dá a vida, que se dá e que perdoa sempre!


4. Viva o momento presente!
Pense os momentos preciosos que você está perdendo em sua vida por não viver o momento presente deixando a imaginação vaguear pelo futuro ou preso pela memória ao passado. O agora é um presente de Deus. Tome consciência do valor único e insubstituível desse minuto que você tem o privilégio de viver, esteja chorando ou sorrindo. Este momento é o único em que, na verdade, você pode amar a Deus e ao próximo. Teresa d'Ávila, a grande reformadora do Carmelo, dizia: Quem tem o momento presente tem Deus. Quem tem Deus tem Tudo. Teresinha soube viver a mística do instante e isso está muito presente em uma de suas poesias: Minha vida é só um instante, uma hora que passa. Minha vida é um só dia que se esquiva e foge bem o sabeis, meu Deus! Para vos amar na terra só tenho hoje. Por que se atormentar com a idéia do prolongamento de seus sofrimentos? Aprende a sofrer minuto por minuto: De instante em instante, pode-se aguentar muito, confidenciou Teresinha a Madre Inês.


5. Não perca o ânimo!
Que sua confiança em Deus seja sem limites: A confiança faz milagres... É a confiança, e nada mais a não ser a confiança, que nos deve conduzir ao Amor. Os caminhantes da Pequena Via não desanimam quando a estrada está acidentada, tortuosa. Acha-se muito fraco e pecador? Não pare no meio do caminho. Levante sua cabeça e prossiga. Peça a Jesus para tomar posse de sua alma e fazê-lo forte. Teresinha nos garante que seu caminho é todo de confiança e de amor. Por isso ela não compreende que ainda existam pessoas que tenham medo de um amigo tão terno. Se está difícil viver o evangelho, saiba que ele existe para todos, não para uns poucos privilegiados. A santidade é para todos. Alegre-se em ser pequeno e fraco: Sou de tal natureza que o temor me faz recuar; com o amor não somente avanço, mas voo.


Está aí, brevemente, a grande linha da Pequena Via. Um projeto de vida simples e audacioso ao mesmo tempo.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Serva de Deus Catarina Szymon, leiga, virgem, terciária franciscana, estigmatizada e alma vítima.





Catarina Szymon, por muita gente chamada “Catarininha”, nasceu em 21 de Outubro de 1907 na aldeia de Studzienice, perto de Pszczyna. Antes de cumprir dois anos de idade viu morrer a sua mãe que deixou órfãos os seus seis filhos.

O seu pai, operário florestal, casou novamente pouco tempo depois. Para Catarina, a sua “segunda mãe” era uma má madrasta, a qual, sem piedade, forçava-a a fazer todos os trabalhos de casa. Apesar da infância difícil, Catarina aprendeu a rezar e, em cada momento livre, consagrava-se à oração, rezando, sobretudo, pela conversão do seu pai, que muitas vezes chegava à casa embriagado e maltratava as suas crianças. Com o tempo, as suas preces foram ouvidas: o seu pai converteu-se e, antes da sua morte, entrou na Terceira Ordem de São Francisco.


 Catarina Szymon viveu quase toda a sua vida na Silésia, terra marcada pelo duro trabalho dos mineiros que, desde tempos remotos, extraem dela o carvão. Os que moram e trabalham nessa região são conhecidos pela sua profunda piedade, ilustrada pelo antigo provérbio polaco que diz: “sem Deus nem passes da soleira!”.

 Catarina Szymon não tinha casa própria. Encontrava teto nas casas da gente bondosa e acolhedora. A maior parte da vida passou em Pszczyna, onde viveu desde o ano 1946. Os últimos anos da sua vida passou-os na casa da Sra. Marta Godziek em Katowice – Kostuchna. Catarina viveu aí, permanentemente, desde o ano 1981. Muitas pessoas vinham procura-la: médicos, sacerdotes, professores, vários clérigos e freiras. Ela oferecia-lhes todo o auxilio espiritual e dava conselhos como deviam viver, como sofrer...

Catarina era visitada e acompanhada por leigos, médicos, religiosas e sacerdotes. 


Catarina Szymon tinha profunda vida de oração, bem como vida litúrgica e sacramental. Todos os dias 13 e 29 de cada mês participava, com outras pessoas, de vigílias noturnas de oração. Nessas solenes vigílias adorava fervorosamente a Jesus Eucarístico, ao qual se sentia especialmente ligada, amando-O com toda a sua alma.


Uma das muitas comunhões místicas


A Sagrada Comunhão que lhe vinha à boca

Catarina teve experiências místicas extraordinárias. Quando, por causa dos sofrimentos atrozes que tinha, não conseguia ir à igreja, recebia a Santa Comunhão diretamente do Céu. Eram momentos maravilhosos! Jesus descia até Catarina sob a forma de uma linda Hóstia branca. Todos os presentes viam a hóstia e sentiam, também, um aroma maravilhoso, que superava os perfumes dos lírios ou das rosas. Quando Jesus descia à boca de Catarina, todos se ajoelhavam com alegria, porque viam o Senhor vivo ter com ela. Jesus permanecia muito tempo sobre a sua língua, para que todos O pudessem ver. Ninguém dos presentes via alguém colocando a hóstia. A mesma descia do ar até a língua de Catarina. Mais tarde, Catarina dizia aos presentes que Jesus a tinha trazido, que vinha descalço, com vestes brancas, compridas. Nenhum pedaço de seu Corpo se encontrava são: o mesmo ostentava como que pequenas “feridas de faca”. Tinha ferimentos maiores ou menores em todo o seu Corpo – como maiores ou menores são os pecados dos homens.


Encontro extraordinário

Durante a peregrinação do Papa São João Paulo II à Polônia, aconteceu na catedral de Katowice um breve encontro dele com Catarina. O Santo Padre levantou-se e foi ter com os doentes sem saber que Catarina Szymon estava na catedral. Ela estava sentada numa cadeira dobrável, muito baixa. O Papa aproximou-se e se ajoelhou perante ela dirigindo-lhe algumas palavras. Depois, o Papa dirigiu-se aos demais doentes e, quando voltava, se aproximou novamente de Catarina Szymon, ajoelhou-se outra vez e ofereceu-lhe um rosário e vários “santinhos”. Conversaram mais uma vez um pouco, porém, nenhum dos circundantes ouviu o que um disse ao outro.


Os estigmas

Catarina Szymon recebeu os estigmas das Cinco Chagas de Jesus no dia 08 de março de 1946, na primeira sexta-feira da Quaresma. Inicialmente as feridas eram pequenas e Catarina podia escondê-las facilmente. Com o passar dos anos, tornar-se cada vez maiores e sangravam ainda mais.


  Sra. Marta Godziek:


“O que era mais doloroso era que os perseguidores de Catarina diziam que ela própria que se feria com as unhas ou outros instrumentos. Fui testemunha durante seis anos em que a observei e via que as feridas eram verdadeiras. Todas as quartas e sextas-feiras sangravam espontaneamente. O sangue surgia de suas feridas: das mãos, do lado, da cabeça, dos olhos e dos pés”.







Testemunho do Dr. Włodzimierz Wojciechowski, médico:

“Conheci Catarina Szymon no outono de 1984. Como médico, posso pronunciar-me sobre os estigmas. Devo dizer que pela primeira vez na minha vida vi o fenômeno dos estigmas. Os estigmas de Catarina tinham a forma de ‘coágulos circulares’, achatados, visíveis dos dois lados: no dorso e na palma das mãos e de seus pés, com o diâmetro de mais ou menos 3,0 cm. A pele ao redor desses coágulos apresentava fendas e saliências. Do que me foi contado, os estigmas foram examinados de várias maneiras. Por exemplo: removendo os coágulos e por baixo aparecia a superfície característica de cicatrizes recentes. Uma vez presenciei o sangrar desses estigmas. Foi o seguinte: no contorno desses coágulos surgia uma borda de sangue e soro, surgindo de forma ‘raiada’ por baixo dos coágulos. Nesses momentos, senti o aroma de violetas ou rosas que enchiam todo o ambiente onde estávamos”...



A casa de Marta Godziek era uma casa aberta para todos os que desejavam encontrar-se com Catarina. Frequentemente vinha aqui Bárbara – estudante de medicina – atualmente, médica.

“Encontrei Catarina Szymon pela primeira vez no ano de 1982, quando cheguei aqui com o grupo de estudantes do Centro Pastoral Acadêmico. Viemos aqui porque tínhamos ouvido sobre este fenômeno extraordinário – os estigmas. Ela era uma mulher muito simples, porém, muito inteligente. Em breves palavras, conseguia apontar o âmago das questões que lhe fazíamos.
Os estigmas eram os seguintes: eram feridas grandes, com aberturas ensanguentadas. Das feridas emanavam um delicioso aroma. Era o aroma de flores. Durante os êxtases, Jesus Cristo e a Santíssima Virgem falavam através dela, ensinando-nos e sublinhando a dignidade humana. Por exemplo: a nós, estudantes de medicina, falou-nos a Santíssima Virgem dizendo que devemos tratar uma criança ou um homem doente como o próprio Jesus Cristo. Foi muito construtivo para nós. Vínhamos aqui e cantávamos e tocávamos. Catarina era uma mulher alegre e serena. Era cheia de amor por Deus e pelo próximo e isso era para nós uma extraordinária escola de vida.


Apesar das dores e sofrimentos, era uma pessoa sempre alegre e serena. 



Sua morte

Catarina Szymon faleceu no dia 24 de agosto de 1986. No momento de sua morte os estigmas que ostentara por mais de 40 anos começaram a cicatrizar de forma maravilhosa, confirmando o seu caráter sobrenatural (até porque, após a morte, as células não da pele não tem mais capacidade regenerativa).  


Dr. Włodzimierz Wojciechowski, médico:

“Se fossem falsos – picados com agulhas ou com uma faca – teriam permanecido depois de sua morte. Nesse caso, vi-a duas horas depois de sua morte e quatro dias depois – as feridas estavam a cicatrizar. Parecia que os coágulos se sublimassem, evaporassem. A pele voltou a ser macia e, no momento do enterro de Catarina, eram visíveis somente vestígios desses coágulos”.



Após sua morte os estigmas começaram a "sumir". 




No dia 16 de novembro de 1985, durante dia da Virgem da Misericórdia e, provavelmente, só devido a Ela, foi gravado com uma câmera de vídeo, um documento extraordinário e único: o êxtase de Catarina Szymon:

“Ó, Jesus! Ó, Jesus! Vês, bom Jesus? Estás muito torturado pelo povo dos pecadores. Crucificara-Te, Jesus e te cravaram na Cruz, meu Jesus. Jesus ama a todos os seus filhos. Ó! Jesus ama os que O abandonam e os aceita. Jesus, não chores, meu Jesus! Dá-me as tuas lágrimas, não chores, Jesus! Irão todos esses filhos para o Céu? Ó, Jesus! E os que Te estão a crucificar? Todo o mundo que está a Te crucificar, ó meu Jesus! Ó Jesus, tem piedade dos teus filhos! Guarda-os e leva-os para o Céu. Também os bêbados inveterados e os que cometeram pecados de impureza... E estes casamentos destruídos e os filhos por nascer... Ó Jesus, os aceita no Céu e perdoa-lhes tudo, Ó Jesus! Protege-os, Jesus...”.

“Minha filha... Se desejam ir para o Céu – muita expiação, muito sacrifício. Então, perdoarei. Não a todos, porque há muitos pecadores, muitas crianças inocentes mortas”.

“Amo-Te, Jesus. Não me abandonarás, ó Jesus, não deixarás os filhos que aqui tenham chegado. Protege-os”. 

“Minha filha, aceitá-los-ei: não perecerão. Devem fazer expiação. Abrir-lhes-ei o Céu. Precisam rezar muito o terço. Precisam fazer expiação e sacrifícios. Contemplai a minha Paixão. Compreendestes tudo? Quem não Me ama e não se entrega a Mim – não tem a vida em si! Quem me ama permanecerá sempre comigo. E eu os entregarei a meu Pai e não tereis vergonha perante meu Pai”.


Observação: pouquíssimo material consegui encontrar sobre esta Serva de Deus Catarina Szymon; e são informações algo desconexas. Na internet mesmo encontra-se muito pouca coisa e em línguas estrangeiras. O pouco que consegui “garimpar”, coloco nessas poucas páginas.
(Giovani Carvalho Mendes, editor do site).





quarta-feira, 19 de setembro de 2018

SANTA MARIA EMÍLIA DE RODAT, Virgem e Fundadora - 19 de setembro.




Maria Guilhermina Emília de Rodat nasceu no castelo de Druelle, situado a 8 k de Rodez, capital de Rouergue, no dia 6 de setembro de 1787, era a primogênita do casal João Luís Guilherme Amans de Rodat e Henriete de Pomairols. Além de Eleonora, modelo de virtude, Emília tinha mais três irmãos: Carlota, Luís Guilherme e Armando Henrique.

Aos 11 anos recebeu sua primeira comunhão clandestinamente, na capela de Ginals, sem nenhuma festa. Seus avós aproveitaram a presença de um dominicano, José Delbès, refugiado no castelo, para realizar a cerimônia, marcando uma etapa de sua vida interior. Era a época da infame Revolução Francesa, na qual os religiosos foram expulsos dos conventos, as igrejas foram profanadas, as relíquias quebradas e os túmulos violados.

     Em 1803, Emília era uma encantadora jovem, viva e graciosa, um pouco altiva e autoritária – notavam-se nela tendências para a vaidade e o orgulho. Apesar das crises próprias da adolescência, Emília conservou sempre vivo o atrativo pelos pobres. Em companhia de Maria Ana Gombert, uma humilde moça de Villefranche, visitava os pobres e doentes com frequência.

     Em 1804, na Festa do Corpo de Deus, as palavras de um missionário determinaram a sua total conversão. Começou a vestir-se com muita simplicidade desprezando as modas. Ia diariamente à Igreja de Ampiac, à meia hora de Druelle, onde assistia à Santa Missa. Ainda nesse ano, recebeu o sacramento da crisma com muito fervor.

     Deixou então Druelle a fim de voltar para Villefranche e foi morar na casa da Sra. Saint-Cyr, dona de um pensionato reservado às senhoritas da sociedade. O Pe. Antônio Marty era o confessor da casa e tornou-se seu diretor espiritual. Em 1806, a Sra. Saint-Cyr aproveitou a relativa instrução de Emília para lhe confiar aulas de Catecismo e de Geografia.
     Em 1809, aos 22 anos, Emília fez algumas tentativas de ingresso na vida religiosa, sem sucesso. Triste, mas não desanimada com esse fracasso, obteve de seu diretor a permissão para pronunciar os votos privados em 21 de novembro desse mesmo ano.

     Em maio de 1815, durante uma visita que fazia aos pobres, Emília ouviu várias mães de família lamentarem a ignorância de suas filhas, sobretudo quanto à instrução religiosa. Elas diziam que antes da Revolução Francesa as religiosas ursulinas ensinavam-nas gratuitamente, o que não tinham suas filhas.



    

Este lamento transpassou como um dardo a alma de Emília, que lhes disse: “Enviem-me suas filhas, eu as instruirei”. Sentiu o apelo irrecusável de Deus para socorrê-las numa fundação, em Villefranche, destinada à instrução das meninas pobres. Querendo iniciar sem demora a execução do seu projeto, Emília obteve da Sra. Saint-Cyr a permissão para dar aulas às crianças no seu exíguo quarto, tendo chegado rapidamente ao número de quarenta meninas.

     Com algumas companheiras, teve que enfrentar grandes dificuldades. Em um ambiente hostil e sem meios financeiros, era difícil achar um local para morar, mas a Providência veio enfim em auxílio delas: no início de 1816, uma antiga aluna da Sra. Saint-Cyr, a Srta. Vitória Alric, prometeu alugar a metade de um imóvel, embora insalubre e mal situado.

     No dia 30 de abril, com suas companheiras, começou a viver ali uma rigorosa vida religiosa e, no dia 1º de maio, vestiram um hábito muito simples. No dia 3 de maio, à sombra da cruz, abriram também uma classe denominada Santa Maria para as meninas de média condição. Três órfãs foram igualmente adotadas.

     Em junho de 1816, D. Grainville, Bispo de Cahors, que se encontrava em Villefranche, consentiu que as Irmãs tivessem uma capelinha com o Santíssimo Sacramento. A partir desse momento, as Irmãs julgaram-se ricas no meio de tanta pobreza. Na Páscoa de 1817, Emília fez seus primeiros votos temporários.

     O grande número de alunas tornara necessária a aquisição de um novo local. No dia 29 de junho de 1817, transferiram-se para a casa Saint-Cyr, abandonada pelos membros da frágil federação. O número das Irmãs dobrou, e o Pe. Marty, apesar de inúmeras ocupações, permaneceu como capelão oficial. A obra prosperava sempre.

     O Pe. Grimal, benfeitor do instituto e protetor das Irmãs, decidiu pela compra do antigo Convento dos Franciscanos, abandonado desde 1793, uma casa contínua e mais tarde, um jardim. Em 29 de junho de 1819, as Irmãs tomaram posse da moradia definitiva, atual Casa-Mãe das Religiosas da Sagrada Família, onde solenemente fizeram os primeiros votos.

     Em agosto de 1820, começaram para Madre Emília as terríveis tentações contra a fé, a esperança e a caridade, que duraram 32 anos, levando-a a um estado extraordinário de sofrimento interior. Além disso, as Irmãs, as postulantes e até mesmo as alunas foram atingidas por uma terrível epidemia. A maioria das meninas abandonou as classes, e as postulantes voltaram para suas famílias. Nenhuma candidata se apresentava por ter medo do contágio e da morte.

     No dia 29 de agosto de 1822, o Pe. Marty enviou Madre Emília a Aubin para consultar-se com um médico renomado. Ao mesmo tempo, a Sra. Constans, pensionista em Villefranche e originária da localidade, convidou Madre Emília para fundar um educandário para moças em Aubin. O Pe. Marty deu o seu consentimento.

     Chegando a Aubin, ela ocupou-se ativamente da nova fundação, primeira do instituto, que estava no seu sexto ano de existência. O projeto foi bem aceito pelas autoridades locais e pelos habitantes. Além do cuidado com as crianças, as Irmãs visitavam os doentes e os pobres. Em breve, várias jovens, atraídas pelos bons exemplos das Irmãs, pediram para serem admitidas na Sagrada Família.

     No dia 1º de agosto de 1832, Madre Emília, acompanhada de três Irmãs, viajou para Livinhac com a difícil missão de transformar uma pequena comunidade numa casa religiosa destinada à educação das jovens, como as de Villefranche e Aubin. A princípio, havia duas comunidades na mesma casa. Aos poucos, as Irmãs foram se adaptando ao novo estilo de vida, depositando em Madre Emília confiança e estima.
 
     Até 1834 a Congregação da Sagrada Família compunha-se exclusivamente de Irmãs clausuradas que se dedicavam ao ensino no interior do convento, e de Irmãs conversas que exerciam diversas funções fora do claustro, dedicando-se aos pobres e aos doentes. Foi naquele ano que ocorreu algo totalmente imprevisto: a fundação das casas não clausuradas. Em alguns meses, houve três fundações. A Providência aproveitou-se do fato para dar origem ao segundo ramo do instituto: as Irmãs das Escolas, que seguiam em tudo as mesmas diretrizes que as outras, com exceção da clausura.

     No dia 15 de novembro de 1834, o Pe. Marty faleceu aos 78 anos de idade. A madre, que o teve como diretor espiritual desde os 18 anos, sofreu profundamente com a perda. No dia 18 de novembro, o conselho escolheu o Pe. Blanc para substituí-lo no governo da congregação. A fundadora continuou abrindo escolas num ritmo bastante acelerado.

     Além das provações interiores e das doenças, Madre Emília carregou também com profunda humildade e paciência a cruz da incompreensão que teve de suportar da parte de várias Irmãs da comunidade. Acusavam-na de arruinar a congregação com sua caridade exagerada, foi submetida à vigilância de uma ecônoma. Abriam suas cartas, vigiavam-na para impedi-la de conversar com as Irmãs que sofriam com essas humilhações e que pareciam auxiliá-la.
     Apesar de tantas provações, a Madre vivia na mais inalterável paz. Na sua profunda humildade, dizia: “Peço a Deus que suscite alguém para reparar meus erros”.

     No início de julho, sentindo-se livre das tentações que há anos a martirizavam, pressentiu estar perto o seu fim. Na madrugada de 04 de setembro, sofreu um desmaio que a impediu de descer para a Missa. A partir desse dia, não deixou mais o seu quarto. Dedicou seus últimos dias às suas filhas: falou com cada uma em particular para lhes dar seus derradeiros avisos. Apesar de sua fraqueza, permaneceu lúcida até o fim.

     No dia 19 de setembro de 1852, às 13h30m, na presença do Pe. Faber e de algumas Irmãs, num último esforço, tomou seu crucifixo, que nunca deixava, fitou-o, colocou os lábios nas chagas do Salvador e, inclinando a cabeça, exalou o último suspiro.

     Quando a triste notícia do falecimento de Madre Emília espalhou-se pela cidade, o povo, chorando e lastimando a grande e irreparável perda, exclamava: “Morreu a Santa!”.
     Madre Rodat foi beatificada em 09 de junho de 1940; e canonizada em 23 de abril de 1950.






Fontes:      
“Heroínas da Cristandade” (http://heroinasdacristandade.blogspot.com/2013/09/santa-emilia-maria-g-de-rodat-fundadora.html


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Venerável Serva de Deus Madre Amparo do Sagrado Coração, virgem, fundadora e mística.





No povoado de Cantalapiedra (Salamanca), na Espanha, nascia Maria Amparo em 30 de outubro de 1889. Era filha de Bernardino Delgado e Ângela García. Este casal cristão e exemplar teve um total de oito filhos, cinco dos quais morreram em idade muito precoce. Maria Amparo veio a unir-se, como um presente do céu, a suas duas irmãs maiores: Ascensión e Amalia.

Desde muito pequena, se manifestaram nela carismas extraordinários: via a Santíssima Virgem e os anjos; era conduzida pelo Senhor a levar uma vida de intensa oração e de austeridade, compatível com sua pouca idade.

Um marco importante em sua vida foi o dia de sua Primeira Comunhão: 06 de janeiro de 1899. Em sua Autobiografia diz: “Creio que ainda que passassem muitos séculos não poderia esquecer o momento de receber Jesus na Primeira Comunhão; foi um momento divino que não posso recordar sem glorificar a Deus por tanta misericórdia. Se introduziu na minha alma e tomou posse de todo meu ser, como meu Senhor e Dono. Senti-me toda de Jesus e toda para sempre. Só fiquei com o desejo e o pensamento de ser toda e exclusivamente de Jesus, e ser religiosa”.

Esse mesmo ano 1899 vai ser marcado por outro evento de todo singular na vida de Maria Amparo. Na tarde de sábado, 11 de novembro, enquanto orava diante do Santíssimo Sacramento, teve uma visão:






Mosteiro do Sagrado Coração de Cantalapiedra

“Era uma casa semelhante a um convento, mas estava fundado sobre um rio de graças […] Me pareceu ver como chegavam as almas em figura de pombas a apagar a sede de perfeição que o Senhor punha naquelas suas prediletas, mas não bebiam no rio sobre o que estava edificava a casa, senão no próprio Coração de Jesus que lhes acolhia com amor afetuosíssimo […] Me pareceu que Jesus me dizia: “Tu serás a mãe casta desta geração também casta”.

A primeira pedra espiritual do Mosteiro do Sagrado Coração tinha sido assentada no coração de Maria Amparo. O tempo irá dispondo as demais.

A vida espiritual se fez cada vez mais intensa, mais profunda: acudia a Missa diariamente e dedicava longas horas a oração. Levava, igualmente, uma vida muito austera e penitente.

Aos 19 anos consegue realizar seu desejo de consagrar-se a Deus ingressando no Mosteiro de Santa María la Real de Arévalo (Ávila), de monjas cistercienses. Mas, sua falta de saúde a obrigou a abandoná-lo cinco meses mais tarde.
 
Outra data que não pode passar despercebida na vida da jovem Maria Amparo é a de 15 de agosto de 1912. Copiamos novamente de sua Autobiografia:

“Era dia da Assunção da Santíssima Virgem do ano de 1912. Esta Mãe de minha alma, a quem quero com todo meu coração, quis que neste seu dia perdesse eu minha própria vida e começasse a viver a vida de seu divino Filho Jesus. Às três da tarde aproximadamente fui para meu aposento com ânimo de fazer oração. Sentia-me morta, morta completamente e sem ânimo nem forças para levantar os olhos ao Céu. Virgem Santíssima – disse – se sou tão infeliz que não poderei amar a Deus na eternidade, ajuda-me para que ao menos agora possa fazê-lo. Notei em seguida que meu interior ia ficando em uma paz profunda e se fez uma serenidade tão suave e tão divina, que me pareceu ressuscitar para uma nova vida. Senti depois um fogo abrasador que penetrava todo meu ser e purificava minha alma deixando-a como um cristal ou espelho puríssimo e transparente, onde parecia reverberava a claridade do próprio Deus Uno e Trino. Pareceu-me ver este divino mistério em minha alma com uma luz que não sei como era. Pareceu-me conhecer as Três Divinas Pessoas na essência divina: ao Pai gerando o Filho, ao Vergo gerado do Pai, e ao Espírito Santo expirado do Pai e do Filho, e entendi, por um modo admirável, o que a fé nos ensina deste mistério incompreensível. Contemplava estas coisas abismada em um mar imenso de felicidade e de doçura, e me pareceu que toda a Santíssima Trindade ficava para sempre na minha alma, assegurando-me isso com suavíssimas palavras e singular complacência”.

Eram os místicos desposórios com que a Santíssima Trindade abraçava para sempre a alma de Maria Amparo, e que ela rubricou reiterando seu voto de castidade e fazendo voto de não cometer pecado venial deliberado, de obedecer ao diretor espiritual e de fazer sempre o mais perfeito.

Decidida a tentar de novo consagrar-se a Deus na vida religiosa, ingressa no Mosteiro do Corpus Christi de Salamanca, de Irmãs Clarissas, em 19 de maio de 1913, onde vestiu o hábito de Clarissa e realizou suas Profissões, Simples e Solene.

Resultado de imagem para padre arinteroEm dito Mosteiro tomou como diretor espiritual ao Padre Frei Juan González Arintero, OP, que havia de dirigir com acerto sua alma e os caminhos da nova fundação. As contradições não se fizeram esperar, como é de se supor, pois as obras de Deus sempre levam consigo contradições e são realizadas com pobres elementos humanos, para que se veja que a obra é d´Ele e não nossa. Assim havia manifestado Jesus a M. Maria Amparo: “Não fazes tu a fundação, senão Eu; não é obra de criaturas, senão Minha”.


Vencidas todas as dificuldades, em 31 de maio de 1920, partiam três irmãs do Mosteiro do Corpus Christi rumo a Cantalapiedra, para iniciar a caminhada do novo Mosteiro de Clarissas do Sagrado Coração. Dentro da espiritualidade franciscana nascia dito Mosteiro, com o particular carisma de amor e reparação do Sagrado Coração de Jesus, e com duas constantes muito fortes, virtudes franciscanas sólidas que deviam reinar na Comunidade: a caridade e união entre todas, e uma pobreza e minoridade bem enraizada.

O primeiro convento foi habilitado em uma casa na praça do vilarejo; o novo e amplo mosteiro foi inaugurado em 23 de fevereiro de 1929.

Outro momento ápice da vida de Madre Maria Amparo foi sua plena configuração com Cristo ao fazer-se visíveis nas mãos, pés e lado, os estigmas da Paixão do Senhor, em 05 de junho de 1931, ainda que anteriormente já sentisse as dores correspondentes a ditos estigmas.

Madre Maria Amparo falecia em 06 de julho de 1941, quando contava apenas 51 anos de idade, deixando como continuadoras de sua missão, uma numerosa comunidade, formada por cerca de cinquenta irmãs.

Suas virtudes e carismas extraordinários atraíram a admiração de muitas pessoas: sacerdotes, religiosas e leigos, que acudiam a ela em busca de conselho e orientação espiritual. E esta fama seguiu estendendo-se depois de sua morte, de maneira que em 20 de fevereiro de 1977, se abria, na igreja conventual, o Processo diocesano de Beatificação da Serva de Deus, junto com a do Padre Arintero, seu diretor espiritual e co-fundador do Mosteiro de Clarissas de Cantalapiedra. O dito processo alcançou uma meta importante em 02 de julho de 1994, ao assinar o Papa São João Paulo II o decreto de heroicidade das virtudes da Madre Maria Amparo do Sagrado Coração.

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Venerável Serva de Deus Madre Joana Carlota de Bréchard, virgem da Ordem da Visitação (Visitandinas).


Venerável Madre Joana Carlola, companheira de
fundação de Santa Joana de Chantal.
A Venerável Serva de Deus Madre Joana Carlota foi a segunda companheira de Santa Joana Francisca de Chantal na fundação da Ordem da Visitação de Santa Maria.

Nasceu em Vellerot (Côte-d’Or) em 1580. Bem educada para viver em sociedade, era dotada de um coração extremamente generoso. E na vida religiosa Deus a conduziu pela via dos sofrimentos que ela recebia humildemente, com alegria e paciência das mãos de nosso Senhor.

Era ardente em praticar a caridade para com os pobres, sendo-lhes uma verdadeira mãe e protetora. Foi muito zelosa pela salvação das almas, dedicando longas horas de oração, bem como penitências e mortificações para obter a conversão dos pecadores.  Faleceu em Riom (França), em odor de santidade. Seu corpo ficou incorrupto durante muitos anos exalando suave perfume. Por sua intercessão, foram registrados vários milagres e inúmeras graças alcançadas.

O Processo de beatificação, iniciado pouco após a sua morte, foi interrompido por ocasião da Revolução francesa. As religiosas da Visitação, buscando a continuidade desse processo, pedem às pessoas que obtiverem graças por seu intermédio, comunicá-las ao Mosteiro da Visitação - São Paulo.

Pensamentos da Serva de Deus:

“Lancemo-nos cm todas as nossas preocupações nos braços da Divina Providência porque ela governa com suavidade aqueles que se lhe confiam”.

“Não vos compareis a ninguém. Deixai que cada um siga o seu próprio caminho. E vós, segui o vosso segundo a vontade de Deus”.

“Ventos e tempestades passam, mas Deus e suas obras permanecem para sempre”.

Oração:
Santíssima Trindade, pela intercessão de São Francisco de Sales e Santa Joana de Chantal, dignai-vos glorificar a vossa Serva Joana Carlota de Bréchard, que, ardendo em caridade divina, tanto se dedicou aos pobres e trabalhou pela extensão da vida religiosa contemplativa. Concedei-nos por sua valiosa proteção, e seguindo seu exemplo, amar-vos acima de tudo e dispor de nossos bens e de nosso tempo, indo em socorro de nossos irmãos mais necessitados. E, se for para vossa maior glória, a graça que solicito (dizer o pedido).
Pai Nosso, Ave Maria e Glória. 


Fonte: 
http://www.monjasvisitandinas.com.br/mosteiro/irma/4


terça-feira, 11 de setembro de 2018

CRIANÇAS SANTAS: três maravilhosos testemunhos





As vidas de três meninas espanholas, já proclamadas Veneráveis, seguem os passos de várias outras crianças, como Maria Goretti, Laura Vicuña, Domingos Sávio, Jacinta e Francisco, já reconhecidas como beatas ou como santas, pela Igreja.




“Como você é bom, Jesus!”
Um tumor no ouvido desencadeia o calvário de Mari Carmen González Valerio. Em 6 de abril de 1939, quando a menina tinha apenas 9 anos, ela anotou, com faltas ortográficas próprias da sua idade: “Eu me entreguei na paróquia do Bom Pastor”.

Este acontecimento é levado a sério no céu, afirma Javier Paredes, autor do livro: “Al cielo con calcetines cortos” (San Román, 2014), porque, 15 dias depois, veio a doença.

Os descendentes de familiares de Mari Carmen afirmam que ela nunca disse por quem se entregou. Mas, manifestada a doença, todas as suas dores eram oferecidas pela conversão dos assassinos do seu pai (fuzilado no início da Guerra Civil).

O tumor deformou seu rosto, fizeram-lhe uma trepanação na orelha e a ferida, pela septicemia, não cicatrizava. A isso é preciso acrescentar as inúmeras injeções que ela recebia cada dia (até 20) o que lhe gerava flebite (inflamação das veias) e dores insuportáveis, inclusive ao encostar no lençol.

Mas Mari Carmen não deixava de exclamar: “Como você é bom, Jesus, como você é bom!”. E cada vez que sua mãe a convidava a rezar para que Jesus a curasse, ela respondia: “Não, mamãe, eu peço para que se faça a vontade dele”.

Mas essa menina não mostrou indícios de santidade só durante a doença. Desde muito pequena, destacava-se nela a pureza, a caridade e o amor à verdade, virtudes que sempre defendeu com firmeza.


  
Pilina, a “brava”.
María del Pilar Cimadevilla y López Dóriga nasceu em fevereiro de 1952, em Madri.

Tinha olhos grandes e temperamento forte, razão pela qual seus irmãos a apelidaram de “a brava”.

Magali, sua irmã, recorda que Pilina era uma menina normal, de uma família normal em quem a graça de Deus se manifestou de maneira especial – em seu caso, por meio do linfoma de Hodgkin.

“Minha irmã literalmente quebrou a cabeça!”, exclama Magali. É que a doença debilita tanto os ossos, que a morte chega após a ruptura das vértebras cervicais.

Mas, em todo momento, Pilina, com 9 anos, mostrou muita alegria, porque se encontraria com Jesus. Esse amor extraordinário foi transmitido pela sua mãe, que fez o mesmo com seus irmãos, mas nela era diferente.

Magali recorda que, enquanto sua irmã adorava Jesus sacramentado de joelhos, ela se dedicava a apagar as velas da igreja.

É que Pilina teria uma grande missão. Foi a irmã Gabriela (uma das enfermeiras que a atendeu) quem a ajudou a entender sua doença: “Você vai sentir um pouquinho de dor, mas você oferece a picada e eu ofereço o trabalho, e assim ajudamos as missões”. E a freira lhe propôs ser a doente missionária.

Desde aquele dia, ela oferecia suas dores pelos missionários e pela conversão dos infiéis. Até que, nove meses depois, pediu que abrissem a janela, porque o Menino Jesus viria para buscá-la.




“Jesus, que sempre seja feito o que você quiser”

“Aléxia adorava viver!” exclamou seu irmão Alfredo no documentário “Aléxia” (European Dreams Factory, 2011).

Ela gostava de dançar, pintar, brincar, enfim, o normal para uma menina da sua idade, segundo recordam suas professoras. “A diferença é que ela era muito piedosa”, explicam. Ainda ressoa na capela do centro a oração que acompanhou Aléxia durante seus 14 anos de vida.

Ela apresentava uma grandeza espiritual peculiar para a sua idade. De fato, Javier Paredes fala de três forças que a impulsionaram ao céu: O Espírito Santo, o ambiente cristão da sua família e sua liberdade. Sem elas, Aléxia não teria podido responder como respondeu diante da morte.

Em 1984, teve fortes dores nas costas, que demoraram para ser diagnosticadas, mas finalmente descobriram um tumor que lhe fraturou a coluna.

Uma menina como Aléxia, que demonstra em todo momento um imenso amor a Jesus é o alvo perfeito para o demônio que, como constatou Paredes, tentou arrancar sua fé no último momento.

Um exorcista conta, em uma carta enviada aos pais da menina, que, durante uma das sessões, quando caiu do seu missal um santinho com a foto da Aléxia, a pessoa possuída ficou muito agitada. O sacerdote lhe perguntou o porquê da agitação e com voz cavernosa, Satanás deu sua resposta: Apesar do que eu lhe ofereci, ela preferiu Ele, não a mim”.