Francisco
Coll veio ao mundo em Gombrén, Espanha, aos 18 de maio de 1812.
Filho de pais piedosos, teve a graça altíssima de ser batizado já
no dia seguinte ao seu nascimento. Com apenas dez anos decide-se pela
vida sacerdotal. A partir daí sua trajetória será num crescente
constante, rumo ao cumprimento das palavras proféticas de sua mãe
que lhe dizia: “Filho, oxalá arrebentes de amor de Deus”. Belo
exemplo para algumas famílias dos tempos atuais, que, tantas vezes,
afundadas no materialismo, auguram para os seus um futuro marcado
pela mediocridade e mesquinharia.
No
seminário de Vic, apesar das muitas dificuldades, pois era um
estudante pobre e a instituição não lhe oferecia alojamento,
Francisco soube seguir firme em seu chamado vencendo todas as
tribulações. Ali, teve contato com pessoas providenciais; era a mão
de Deus a moldar-lhe lenta e gradativamente a personalidade. Em seu
primeiro ano escolar (1822-1823) vê assassinado o bispo da cidade,
Dom Ramón Strauch, conservador declarado, morto pelos liberais. Eram
tempos difíceis, de intensa perseguição à Igreja de Cristo.
Conhecera também o futuro Santo Antônio Maria Claret - do qual se
tornará grande amigo e colaborador –, o renomado pensador Jaime
Balmes, além do Beato Pedro Almató, dominicano e mártir. Deus,
porém, ainda lhe reservava outras surpresas.
Certo
dia, andando pela rua, encontra-se inesperadamente com um
desconhecido: "Tu, Coll, deves ser dominicano". Aquelas palavras
ficaram profundamente gravadas em seu coração e nunca mais se
apagariam. Após este episódio misterioso e providencial, Francisco
Coll baterá à porta do convento de São Domingos em Vic, lugar este
em que tantas outras vezes acorrera para obter por caridade um prato
de sopa quente, o mesmo que fazia no convento das monjas de Santa
Clara. No entanto, ali não permaneceria, pois era muito pobre e não
possuía recursos para arcar com os gastos do noviciado.
Aconselharam-lhe, então, o convento dominicano de Gerona, onde, com
a ajuda bondosa de mais um ilustre desconhecido, pôde ingressar
entusiasmado tornando-se noviço em 1830.
Durante
sua estada em Gerona, Maria Santíssima o viria visitar e os
primeiros sinais do aroma sobrenatural que acompanhará sua missão
começara a ser percebido pelos demais. Em 1835 é ordenado diácono
na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, Barcelona, poucos meses antes
dos tristes acontecimentos causados pelos liberais que viriam a
resultar na expulsão violenta de religiosos e seminaristas de suas
casas eclesiásticas. Em muitas regiões espanholas houve devastações
e saques de conventos; muitos sacerdotes e consagrados foram
assassinados, como, por exemplo, nos tristes fatos ocorridos em 25 de
julho de 1835. Francisco Coll, que havia profetizado todos esses
acontecimentos, será ordenado somente um ano depois, em 28 de maio
de 1836, como um exclaustrado pelo ódio anticlerical.
Doravante,
o Padre Coll surgirá ante os olhares admirados de milhares de
pessoas como um pregador incansável da palavra de Deus. Juntando-se
ao zelo admirável de Santo Antônio Maria Claret, na chamada
“Irmandade Apostólica”, arrastará incontáveis almas para a
penitência e a mortificação. Andará a pé, de localidade em
localidade, preocupando-se, tão somente, com a salvação das almas
e a propagação do reinado de Cristo sobre o mundo. Foi, de fato, um
homem de Deus, um herói, um santo! Belíssimo exemplo de missionário
e evangelizador ardoroso, grande defensor da doutrina católica.
Certa
feita, vindo de um povoado, encontrou-se pelo caminho com um condutor
de mulas, e este, vendo o servo de Deus a pé e tão humildemente
vestido, com toda zombaria e gesto sarcástico perguntou-lhe se
queria confessar os animais. O Pe. Coll, dissimulando o insulto e
ardendo de amor por aquela alma, disse-lhe com doçura: “Seria
melhor que você se confessasse, pois há vinte anos que não o faz”.
O moço, maravilhado e tocado pela graça de Deus, ajoelhou-se ali
mesmo, e com os olhos cheios de lágrimas e o coração contrito,
confessou seus muitos pecados.
Em
15 de agosto de 1856, Deus pede mais uma missão ao humilde
dominicano pregador do Evangelho: fundar uma nova congregação
religiosa. E assim ele o fez! Surge então as Irmãs Dominicanas da
Anunciata, sempre prontas para espalhar, segundo a vontade de seu
fundador, “o perfume da verdadeira doutrina” por todos os lugares
por onde vierem a passar. De acordo com o Pe. Coll, suas religiosas
deveriam ser mulheres idôneas para o ensino, brilhantes estrelas, à
imitação de seu pai São Domingos, para iluminar com sua doutrina
as inumeráveis crianças pobres que caminhavam nas densas trevas da
ignorância. São Francisco Coll, realmente, muito amava às
crianças!
Assim
foi, grosso modo, a vida heroica deste católico exemplar. O que
explica nele tanta fortaleza e entusiasmo pelas coisas de Deus? A
resposta é muito simples: sua profícua vida espiritual! O que nos
faz entender, por exemplo, o fato de haverem encontrado entre seus
objetos pessoais até mesmo cilícios e disciplinas, todos eles
vermelhos de sangue. Sabe-se, ademais, que desde seu tempo de
seminarista sempre destacou-se pela oração e terna devoção a
Nossa Senhora. De fato, não há santidade verdadeira sem uma intensa
vida espiritual, fora disso tudo é pieguice, enganação e
fingimento. Este modelo de virtudes morrerá santamente aos 2 de
abril de 1875, com 62 anos de operosa vida apostólica.
Poderíamos
destacar muitos fatos pitorescos da vida íntima de São Francisco
Coll, a fim de melhor conhecermos os aspectos de alma deste
missionário incansável, porém, este pequeno artigo não nos
empresta espaço suficiente. Entretanto, citemos alguma coisa para
satisfazermos uma santa e eficaz curiosidade.
Conta-nos um seu biógrafo que no processo canônico que precedeu sua beatificação foram recolhidos numerosos testemunhos de fenômenos sobrenaturais que acompanharam a atividade apostólica do Pe. Coll, como profecias, curas milagrosas, êxtases. Um dos fatos deste gênero que aparece como primordial é o de Barcelona: o Pe. Pablo Coma, do Oratório de São Felipe Neri, afirma que quando o Pe. Coll pregou uma novena na Igreja de Monte Sião, ele, espiando-o em seu quarto, o viu levantar extraordinariamente acima da terra enquanto orava, até chegar ao alto e beijar piedosamente a imagem da Virgem Maria pendurada na parede. Veja, caro leitor, que amor indescritível alimentava este homem pela Mãe de Deus! Possamos também nós, tão mesquinhos em nossa vida espiritual, alcançar de São Francisco Coll uma sempre maior devoção pela Santíssima Virgem Maria.
Conta-nos um seu biógrafo que no processo canônico que precedeu sua beatificação foram recolhidos numerosos testemunhos de fenômenos sobrenaturais que acompanharam a atividade apostólica do Pe. Coll, como profecias, curas milagrosas, êxtases. Um dos fatos deste gênero que aparece como primordial é o de Barcelona: o Pe. Pablo Coma, do Oratório de São Felipe Neri, afirma que quando o Pe. Coll pregou uma novena na Igreja de Monte Sião, ele, espiando-o em seu quarto, o viu levantar extraordinariamente acima da terra enquanto orava, até chegar ao alto e beijar piedosamente a imagem da Virgem Maria pendurada na parede. Veja, caro leitor, que amor indescritível alimentava este homem pela Mãe de Deus! Possamos também nós, tão mesquinhos em nossa vida espiritual, alcançar de São Francisco Coll uma sempre maior devoção pela Santíssima Virgem Maria.
Em
1930, o processo de beatificação começou em Vich. Em 1964, o
processo apostólico na cura milagrosa de Justa Barrientos foi
celebrado em Oviedo (Espanha). Em 1970, Paulo VI proclamou as
virtudes heroicas do Servo de Deus e, em 1977, o mesmo Pontífice
declarou a cura de Justa Barrientos milagrosa. Finalmente, Paulo VI
organiza a cerimônia de beatificação para 22 de outubro de 1978.
Dia Mundial das Missões. A morte do papa Montini fez, então, que
fosse adiada para o dia 29 de abril de 1979, através do Papa São João Paulo II. O Papa Bento XVI o canonizou em 11 de outubro de 2009.
Alguns pensamentos seus:
Alguns pensamentos seus:
“O
Rosário foi sua oração preferida. A alguém que lhe perguntava
onde adquiria os profundos e convincentes argumentos que expressava
em suas pregações, ele respondia: ‘ O Rosário é meu livro, é
tudo para mim...’”
“A
oração mental e a vocal são as duas asas que o Rosário de Maria
oferece às almas cristãs.”
“O
Santo Rosário com seus quinze mistérios nos quais se faz memória e
medita a reconciliação da natureza humana com Deus, é a escada
para subir aos céus.”
“Demorava-se
em dar uma resposta, mas tinha-se a impressão que depois de dá-la,
nunca mais voltaria atrás, apesar de ser muito humilde.”
Fonte:
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/1979-1990/ns_lit_doc_19790429_coll_sp.html
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/1979-1990/ns_lit_doc_19790429_coll_sp.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário