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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Venerável Serva de Deus María del Carmen González-Valerio, Criança e Alma Vítima.



Maria del Cármen González-Valerio, a pequena
menina que, por amor, ofereceu sua vida pela
conversão dos pecadores, especialmente, pelos
assassinos de seu pai, entre eles, o ex-presidente
comunista da Espanha. 
A menina María del Carmen González-Valerio, também conhecida como Mari Carmen, tinha apenas nove anos quando morreu. Mas, apesar de sua pouca idade, atualmente é Venerável Serva de Deus. Seu processo de canonização foi aberto em 1996, durante o pontificado de São João Paulo II.

Desde que nasceu, María del Carmen sofreu graves problemas de coração. Era a segunda filha de cinco irmãos. Seu pai morreu durante a perseguição religiosa da Guerra Civil Espanhola, quando ela tinha apenas 6 anos.

Antes de morrer, seu pai pediu a sua mãe que dissesse aos filhos quando estivessem maiores que ele havia lutado e “entregado a sua vida por Deus e pela Espanha, para que fossem educados em uma Espanha católica, onde o crucifixo estivesse presente em todas as escolas”.

A pequena Mari Carmen rezava todos os dias pelos assassinos do seu pai e especialmente pelo presidente da Segunda República espanhola, Manuel Azaña.



Seu pai foi martirizado na Guerra Civil Espanhola. 


A Segunda República é o regime político espanhol a partir de abril de 1931, durante a Guerra Civil (1936-1939) até o fim da mesma. Durante o período de governo de Azaña, a perseguição religiosa foi muito cruel.
Segundo contam os que seguem a causa de beatificação, um dia Mari Carmen estava na Missa e perguntou à sua avó o que significava “entregar-se”, ela respondeu que era “dar-se por inteiro a Deus e pertencer completamente a Ele”.

Pouco depois, a menina adoeceu de escarlatina. A doença foi piorando com o passar do tempo. A pequena não pediu em nenhum momento a Deus para salvar-se, mas repetia “que seja feita a Sua vontade”. Mari Carmen sofreu muito durante sua doença.

Os responsáveis pela causa de beatificação/canonização assinalam que a pequena afirmou que “a Virgem Maria iria procurá-la no dia do seu aniversário, 16 de julho. Mas quando soube que uma das suas tias se casaria nesse dia, anunciou que morreria no dia seguinte”.

E aconteceu exatamente assim. Em 17 de julho de 1939, sentada na cama, embora não pudesse estar naquela posição desde que ficou doente, anunciou: “Eu vou morrer hoje, vou ao Céu!”.

Junto com a sua mãe e seus irmãos, a pequena disse antes de morrer: “Amem-se uns aos outros” e, em seguida, morreu.

Patrícia Gómez Acebo, da Associação de Amigos da Causa de Beatificação de Mari Carmen González-Valerio, disse ao Grupo ACI que nos últimos dias de vida, a menina pressentia a presença próxima da Mãe de Deus e dos anjos.

Alguns afirmam inclusive que no momento da sua morte podiam escutar o canto dos anjos e que partiu para a casa do Pai acompanhada pela Virgem Maria.

Apesar da doença ter deixado a menina deformada, um dos seus tios apontou como seu rosto ia voltando ao normal no momento da sua morte e que o seu corpo exalava um doce aroma.

Quando Manuel Azaña morreu, em 03 de novembro de 1940, um ano e quatro meses após a morte de Mari Carmen, o Bispo de uma diocese francesa estava com o ex-presidente da Segunda República espanhola. Segundo declarações do Prelado, “Azaña recebeu com toda lucidez o sacramento da penitência, recebeu o amor de Deus e tinha a esperança de encontrá-lo” – intenção pela qual a pequena havia rezado e oferecido suas dores até a morte.


Atualmente, a causa de canonização de Mari Carmen González-Valerio está aberta e a difusão de sua devoção chega aos cinco continentes.


sábado, 29 de outubro de 2016

SANTO AFONSO MARIA FUSCO, Presbítero e Fundador. Canonização em 16 de outubro de 2016.




Afonso Maria Fusco, primogênito de cinco filhos, nasceu aos 23 de março de 1839, em Angri, Província de Salerno, diocese de Nocera-Sarno, do casal Aniello Fusco e Giuseppina Schiavone, ambos de origem camponesa, mas educados desde o nascimento com sadios princípios de vida cristã e no temor de Deus.

Casaram-se na Colegiada de São João Batista, no dia 31 de janeiro de 1834 e por quatro longos anos o berço preparado com amoroso cuidado, ficou desoladamente vazio.

Em Pagani, pouco distante de Angri, estão guardadas as relíquias de Santo Afonso Maria de Ligório. Em seu túmulo, no ano de 1838, chegaram para rezar, Aniello e Giuseppina. Nessa ocasião ouviram profeticamente do Redentorista Francisco Saverio Pecorelli: «Tereis um filho, o chamareis Afonso, será sacerdote e repetirá a vida do Beato Afonso».

O menino logo revelou um caráter manso, humilde, amável, sensível à oração e aos pobres. Teve como mestres na casa paterna sábios e santos sacerdotes, que o instruíram e o prepararam ao primeiro encontro com Jesus. Aos sete anos recebeu a Primeira Comunhão e logo em seguida a Crisma.

Aos onze anos comunicou aos pais o desejo de ser sacerdote e aos 5 de novembro de 1850 «espontaneamente e apenas para servir a Deus e a Igreja», como ele mesmo declarou muito tempo depois, entrou no Seminário de Nocera dei Pagani.

No dia 29 de maio de 1863 foi ordenado sacerdote pelas mãos do Arcebispo de Salerno, Dom Antonio Salomone, entre a exultação de seus familiares e o entusiasmo do povo.

Distinguiu-se logo entre o clero da Colegiada de São João Batista de Angri pelo zelo, pela assiduidade no serviço litúrgico e pela diligência na administração dos sacramentos, especialmente da reconciliação, na qual demonstrava toda a sua paternidade e compreensão pelos penitentes.

Dedicava-se à evangelização do povo com uma pregação profunda, simples e eficaz.

A vida cotidiana de Padre Afonso era apenas aquela de um sacerdote zeloso, que, porém guardava no coração um antigo sonho. Nos últimos anos de seminário, uma noite, tinha sonhado com Jesus de Nazaré, que lhe havia pedido para fundar, logo que fosse ordenado sacerdote, um Instituto de Irmãs e um orfanato masculino e feminino.

Foi o encontro com Madalena Caputo de Angri, mulher de caráter forte, aberto e simples, desejosa de se consagrar a Deus na vida religiosa, que impulsionou Padre Afonso a acelerar os tempos para a fundação do Instituto.

No dia 25 de setembro de 1878, a Caputo e outras 3 jovens durante a noite, entraram na pobre casa Scarcella, no rione de Ardinghi em Angri. As jovens desejavam dedicar-se à própria santificação através de uma vida de pobreza, de união com Deus, de caridade empenhada no cuidado e na instrução das órfãs pobres.

A Congregação das Irmãs Batistinas do Nazareno estava fundada; a semente tinha caído na terra fecunda de quatro corações ardentes e generosos; as privações, as lutas, as oposições, as provas se desabaram, mas o Senhor a fez desenvolver abundantemente. A casa Scarcella recebeu logo o nome de Pequena Casa da Providência.

Começaram a vir outras postulantes e as primeiras órfãs, e com elas, também as primeiras dificuldades. O Senhor, que faz sofrer muito a quem muito ama, não podia poupar penas e sofrimentos ao Fundador e às suas filhas.

Padre Afonso aceitou as provas, e às vezes muito duras, manifestando um total conformidade com a vontade de Deus, uma heroica obediência aos superiores e uma ilimitada confiança na Providência.

A injusta tentativa do Bispo diocesano, Dom Saverio Vitagliano, de demitir, por acusações infundadas, Padre Afonso da função de diretor da Obra; a recusa de abrir-lhe a porta da casa da Rua Germanico em Roma, por parte de suas próprias filhas, por uma ideia de separação; as palavras do Cardeal Respighi, Vigário de Roma: «Você fundou uma Congregação de Irmãs dedicadas que fazem o seu dever. Agora se retire!», foram para ele momentos de grandes sofrimentos, que o viram rezar com o coração angustiado, como Jesus no horto, na capelinha da Casa Mãe em Angri e na igreja de São Joaquim nos Prati, em Roma.

Padre Afonso não deixou muitos escritos. Amava falar com o testemunho de vida. As breves frases ricas de sabedoria evangélica, que se podem retirar dos seus escritos e dos testemunhos de quem o conheceu, são reflexos que iluminam a sua vida simples, o seu grande amor pela Eucaristia, pela Paixão de Jesus e a sua filial devoção à Virgem das Dores. Repetia com frequência às suas Irmãs: «Façamo-nos santos seguindo de perto Jesus... Filhinhas, se viveis na pobreza, na pureza e na obediência, resplandecereis com estrelas no céu».

Dirigia o Instituto com grande sabedoria e prudência e, como pai amoroso, vigilava sobre as Irmãs e sobre as órfãs. Era de uma ternura quase materna para com todas, especialmente pelas orfãzinhas mais necessitadas; para elas tinha sempre um lugar na Pequena Casa da Providência, mesmo quando o alimento era escasso ou até faltava. Então Padre Afonso tranquilizava suas filhas temerosas, dizendo: «Não vos preocupeis, minhas filhas, agora vou a Jesus e ele nos pensará». E Jesus respondia com prontidão e grande generosidade. A quem crê tudo é possível!

Em um tempo no qual a instrução era privilégio de poucos, proibida aos pobres e às mulheres, Padre Afonso não poupava sacrifícios para dar às crianças uma vida serena, o estudo e uma pequena profissão aos maiores, de modo que, uma vez crescidos, pudessem viver como cidadãos honestos e como cristãos convictos. Quis que suas Irmãs iniciassem logo a estudar, para estarem habilitadas a ensinar aos pobres e, através da instrução e da evangelização, preparar os caminhos de Jesus nos corações, sobretudo das crianças e dos jovens.

A tenacidade da sua vontade, totalmente ancorada na divina Providência, a colaboração sábia e prudente de Madalena Caputo, que se torna a primeira superiora do nascente Instituto, com o nome de Irmã Crucifixa, o estímulo contínuo do amor a Deus e ao próximo, permitiram, em breve tempo, o desenvolvimento extraordinário da obra.

O aumento de pedidos de assistência para um número sempre maior de órfãs e de crianças, impulsionaram Padre Fusco a abrir novas casas, primeiro na Companhia, depois em outras regiões da Itália.

Aos 05 de fevereiro de 1910 se sentiu mal durante a noite. Pediu e recebeu com piedade e fervor os Sacramentos e na manhã do dia 6 de fevereiro, depois de abençoar com a mão tremendo suas filhas que choravam em volta do seu leito, exclamou: «Senhor, vos agradeço, fui um servo inútil». Depois, voltando-se às Irmãs: «Do céu não vos esquecerei, e rezarei sempre por vós», e se adormentou placidamente no Senhor.

Logo se espalhou a notícia da sua morte e, por toda a jornada daquele domingo, foi uma contínua procissão, e as pessoas chorando diziam: «Morreu o padre dos pobres, morreu o santo!».

O seu testemunho é uma fonte de vida e de graças, de modo particular para as suas Irmãs espalhadas hoje em quatro Continentes.

No dia 12 de fevereiro de 1976, o Papa Paulo VI reconheceu suas virtudes heroicas e o Papa João Paulo II, no dia 7 de outubro de 2001, proclamando-o beato o entrega como exemplo aos sacerdotes e o indica a todos como educador e protetor, especialmente dos pobres e dos necessitados.
Foi canonizado solenemente em 16 de outubro de 2016 pelo Papa Francisco.



domingo, 23 de outubro de 2016

Servo de Deus Lafayette da Costa Coelho, presbítero e pároco. Modelo para os sacerdotes.



Lafayette da Costa Coelho nasceu em Serro, interior de Minas Gerais em uma quarta feira, 10 de novembro de 1886, filho de José da Costa Coelho e Julia Felisbina de Jesus. Da família Coelho emergiu e emerge ainda hoje inúmeras vocações sacerdotais e religiosas.

O próprio Servo de Deus teve dois irmãos também consagrados à igreja: Monsenhor José da Costa Coelho, do clero diamantinense e Irmã Apoline Coelho, Filha da Caridade de São Vicente de Paulo.

No ano posterior, em 30 de abril de 1887, foi batizado na igreja matriz Nossa Senhora da Conceição de Serro, pelo reverendíssimo padre José Alves de Mesquita. Neste dia, sob o olhar da doce e terna Senhora da Conceição, o menino Lafayette foi acolhido entre o ditoso número dos cristãos.

O menino Lafayette cresceu em virtude, em um ambiente essencialmente religioso como era a cidade de Serro em sua época, marcada por uma grande devoção mariana, pois a cidade era marcada pela fé na Santa Virgem Maria, presentes na Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (na época, viva e atuante em serro).

Lafayette teve uma infância comum na cidade de Serro, crescendo e se tornando um jovem virtuoso. Foi professor primário na fazenda de Teotônio Magalhães, respondendo ao chamado sacerdotal mais tarde do que era de costume aos jovens da época, que ingressavam no seminário ainda na adolescência.

Padre Layette, recém ordenado.
Aos vinte e dois anos, ingressou no seminário provincial de diamantina, para dar início à sua formação presbiteral.

Após dez anos de formação presbiteral, Lafayette escreve a próprio punho o pedido para ser incorporado definitivamente ao clero, como era de costume, e se encontra até hoje nos arquivos episcopais de diamantina. Segue abaixo a transcrição:






"La­fa­yet­te da Cos­ta Coe­lho, nas­ci­do, ba­ti­za­do e mo­ra­dor na Freguesia de Nos­sa Se­nho­ra da Con­cei­ção do Ser­ro, des­te Bis­pa­do de Dia­man­ti­na, fi­lho le­gí­ti­mo de Jo­sé da Cos­ta Coe­lho e Jú­lia Fe­lis­bi­na de Je­sus, na­tu­rais da di­ta fre­gue­sia, ne­to pa­ter­no de Ro­gé­rio da Cos­ta Coe­lho e Ma­ria Eu­frá­sia de Je­sus, e ma­ter­no de Ber­nar­di­no da Cos­ta Coe­lho e Ma­ria Eu­lá­lia da Luz, com vin­te e no­ve ­anos de ida­de, de­se­jan­do ser pro­mo­vi­do às or­dens sa­cras até o pres­bi­te­ra­to, vem ro­gar a V. Ex.a Rev.ma se dig­ne ad­mi­ti-lo à ha­bi­li­ta­ção de ge­ne­re, man­dan­do pro­ce­der as di­li­gên­cias de es­ti­lo. Nes­tes ter­mos, pe­de a V. Ex.a Rev.ma be­nig­no de­fe­ri­men­to e E.R.M. Dia­man­ti­na, 22 de mar­ço de 1916."


Foi ordenado diácono em 08 de abril de 1915 e sacerdote no dia 15 de abril de 1917 (o mesmo ano das aparições de Fátima, em Portugal) por imposição das mãos de dom Joaquim Silvério de Souza aos 30 anos de idade, sendo o único de sua turma a ser ordenado presbítero. Sendo enviado logo após para santa Maria de São Félix (atual santa Maria do Suaçuí).


 
Os dois filhos religiosos da Sra. Julia Felisbina de Jesus:
monsenhor José Coelho (a esquerda) e
o Cônego Lafayette Coelho (a direita).



Também seu irmão mais velho, José da Costa Coelho, era sacerdote da arquidiocese de Diamantina e professor de língua portuguesa no seminário provincial.
Diferente do irmão que era introspectivo e sério, o jovem Lafayette era mais extrovertido e sorridente, característica que manteve durante seu exercício pastoral.

Após a morte do antigo pároco, Pe. José Maria dos Reis em 1919, o jovem padre Lafayette assumiu definitivamente a paróquia de santa Maria eterna em santa Maria do Suaçuí onde exerceu seu ministério pastoral por 44 anos, com a simplicidade que lhe era própria, mas marcado por uma extrema fé. O santo cônego cativou e evangelizou gerações de fiéis, sendo nas suas celebrações eucarísticas, seja no seu atendimento pastoral que lhe era peculiar, em cima de um burro a ir pelas áreas rurais ou até mesmo a pé pelas terras do Suaçuí.


Cônego Lafayette junto ao clero diamantinense. Ele está indicado pelo número 08, e seu irmão monsenhor José Coelho ao número 13.


Em 1927 o padre Lafayette criou em Santa Maria do Suaçuí a guarda de honra, da qual fazia parte também em diamantina na época de seminarista, neste ano convocou para a paróquia as missões redentoristas.

Em 1930 criou na paróquia de Santa Maria eterna a associação das filhas de Maria, como fruto de sua grande devoção mariana.

Em 1947, já sentindo a velhice, o padre Lafayette consagrou a paróquia da cidade ao imaculado coração de Maria a pedido de dom serafim gomes jardim, e neste mesmo ano é nomeado cônego titular da catedral de diamantina.

Em 1949, foi nomeado vigário forâneo da comarca das sete dores.

À semelhança do Beato Pe. Eustáquio, era conhecido principalmente através da sua benção da saúde, e que era fonte de prodígios advindos do Servo de Deus ainda em vida como constam em muitos dos relatos dos fieis que ainda vivem em santa Maria do Suaçuí. As pessoas vinham de longe para recebê-la.

O santo cônego sempre tinha uma palavra de reconciliação, apaziguando situações de desavença que ocorriam na cidade. Era e ainda é a referência da cidade.



Seu ministério sacerdotal foi fortemente voltado para a evangelização. Promoveu diversas missões populares em sua imensa paróquia e também colaborou com estas missões em outras paróquias. Foi um grande promotor das vocações sacerdotais na arquidiocese de diamantina, sendo cônego catedrático do cabido diamantinense, vigário forâneo na arquidiocese e inspetor escolar em santa Maria do Suaçuí.

Homem de intensos jejuns, orações e sacrifícios, atraía o povo pela sua santidade e piedade. Sua fama ultrapassou os limites paroquiais. Diariamente era procurado em sua residência (e até mesmo por cartas) para conceder sua benção da saúde para as pessoas, atendendo a todas com a mesma paciência e presteza. São inúmeros casos de pessoas beneficiadas com a bênção recebida.

Em 1961, falece após vários dias de enfermidade na casa paroquial de santa Maria do Suaçuí em uma quinta feira, dia 21 de setembro. Seu sepultamento foi no dia seguinte, sendo as exéquias celebradas pelo seu irmão, monsenhor José Coelho.

Cônego Lafayette foi um sacerdote fiel á igreja e ao seu ministério, tornando-se in persona christi para todos aqueles que procuravam ver a deus e o encontravam em seu olhar sereno, e na sua grandeza demonstrada e vivida na simplicidade.


Homem de humildade e obediência
"Sua obediência aos superiores era extrema. Certa vez passou mal em uma reunião do clero, para qual o arcebispo convocou todos os padres e não queria que nenhum faltasse, em especial o decano. Embora estivesse com a saúde abalada, em nome da obediência, o cônego compareceu, mas sofreu um desmaio em plena reunião".


Homem de paciência e doação
"Na véspera das primeiras sextas-feiras atendia confissões na matriz até às 23 horas. Dona Madalena, encarregada dos serviços da casa na época, contou que o vigário rezou o breviário até os últimos dias de vida. Certa vez ele deixou o livro cair e ela o aconselhou a deixar de rezá-lo e ouviu como resposta: 'minha filha, desde a ordenação sacerdotal, nunca deixei de rezar o breviário."


Homem de fé
"A semelhança entre São João Maria Vianney (o Santo Cura de Ars) e o Cônego Lafayette de Santa Maria é que ambos agiam com a mesma fé no Cristo ressuscitado, a mesma paciência com as pessoas, a mesma serenidade face às intempéries ou ao cansaço físico, os dois viviam o mesmo amor a Deus e a mesma caridade para com aqueles e aquelas em favor dos quais exerciam o ministério da salvação".

Homem da simplicidade
"As crianças não viam barreira que as separassem do pastor. Ele interrompia o que estivesse fazendo para atendê-las com alegria e carinho. Dava-lhe santinhos e também biscoito de polvilho, os seus preferidos. Em santa Maria há muitos adultos que se recordam dos biscoitos e dos "santinhos" dados pelo cônego, que gostava de ver os pequeninos correndo pelo assoalho da casa paroquial, como se ali fosse a casa deles."


Homem de oração, jejuns e sacrifício
"O povo sabia, mais ou menos, que cônego Lafayette era um homem de austeras penitências. A família que o hospedava em São Sebastião do Maranhão afirmava que frequentemente ele deixava a cama e se estirava no chão duro do quarto de dormir, após longas horas de oração, noite ou madrugada adentro."


Homem da caridade
"Cônego Lafayette enfrentava longas viagens de carro ou a cavalo para fazer-se presente às numerosas comunidades de sua paróquia ou para colocar à cabeceira de enfermos que residiam longe de Santa Maria e solicitavam sua presença confortadora que os dispusesse para comparecer diante do Senhor."

Homem da missão
"Sempre interessado em oferecer aos seus fieis toda assistência espiritual e catequética, em agosto de 1919, o Servo de Deus convocou as missões populares pregadas pelos padres lazaristas. Essas missões populares sempre representavam um novo despertar da fé no coração do povo de Deus. Era uma grande benção."


Homem das vocações
Cônego Lafayette teve a alegria de ver quatro de seus paroquianos chegarem ao sacerdócio. Muitas também foram as moças da paróquia de santa Maria do Suaçuí que se consagraram à vida religiosa. Por ser leitor atento dos padres da igreja, o Servo de Deus passava ao povo uma verdadeira catequese sobre a Virgem Maria, celebrada na paróquia no dia 15 de agosto, sob o título de Santa Maria eterna.


Homem da benção

"O Servo de deus era um homem de intensa oração pessoal, fazia frequentes jejuns e sacrifícios e tinha um grande amor ao povo. Seu grande carisma era a benção da saúde: benção para salvar as pessoas da doença física, das compleições morais, do alcoolismo, através da sua fé. Sua oração e benção sacerdotal realizaram e realizam mudanças extraordinárias na vida das pessoas”. 

Oração ao Servo de Deus

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Beato Luís Magaña Servín, Leigo, pai de família e Mártir (México, 1928).



Nasceu em Arandas - Jalisco, no dia 24 de agosto de 1902. Foi um cristão íntegro, esposo responsável e solícito; manteve suas convicções cristãs sem negá-las, mesmo em tempos de prova e perseguição.

Foi membro ativo da Associação Católica da Juventude Mexicana e da Arquiconfraria da Adoração Noturna ao Santíssimo Sacramento, na paróquia de Arandas. Contraiu matrimônio com Elvira Camarena Méndez no dia 6 de janeiro de 1926; teve dois filhos, Gilberto e Maria Luisa (não chegou a conhecer a filha, pois foi executado antes dela nascer). 

No dia 9 de fevereiro de 1928, um grupo de soldados do Exército Federal, comandado pelo general Miguel Zenón Martínez ocupou o povoado de Arandas. Quando chegaram à sua residência, não puderam prendê-lo pois conseguiu se esconder; Como não o encontraram acabaram levando seu irmão menor. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Luis se apresentou diante do mesmo general Martínez, solicitando a liberdade de seu irmão em troca da sua. Essas foram suas palavras:

"Eu nunca fui rebelde ou cristero como vocês me intitulam, mas, se por acaso, me acusam de ser cristão, sim, isso eu sou! E, se por isso devo ser executado, muito bem, que assim seja. Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe"! 
Sem qualquer trâmite ou burocracia, o militar decretou a morte de Luis, que antes de entregar sua alma à Cristo, com um potente brado exclamou:

"Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe"! 


Suas palavras foram interrompidas por uma rajada de fuzil... Eram três horas da tarde de 9 de fevereiro de 1928.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Beato Jerzy Popieluszko, presbítero e mártir polonês. Morto pelos comunistas ateus, em ódio à fé católica.



“Rezemos para que fiquemos livres do medo e da intimidação, mas principalmente do desejo de vingança e violência.” Pe. Popieluszko
Em seu processo de beatificação lemos esta bela declaração: “a morte dele abre-nos os olhos: os olhos do nosso coração, do nosso entendimento e da nossa fé. Mesmo depois de morto, o Padre Jerzy Popieluszko fala às consciências”.
Considerado um dos mártires do movimento pela democratização da Polônia, o sacerdote Jerzy (George, em português) Popieluszko, morto pelo governo comunista em 1984, foi alguém que “somente com as armas espirituais da verdade, da justiça e da caridade, procurou reivindicar a liberdade de consciência dos cidadãos e dos sacerdotes”, disse o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Dom Ângelo Amato, que presidiu sua beatificação, por indicação do Papa Bento XVI.


O Padre Jerzy (George, em português) nasceu em 14 de setembro de 1947, na aldeia Okopy da região de Białystok. Seus pais, Mariana e Vladislau, trabalhavam na agricultura. As condições de vida eram difíceis, mas os pais criaram os filhos com muito cuidado. Em primeiro lugar estava o Senhor Deus, a Santa Missa e a oração da família reunida. A decisão sobre a escolha do sacerdócio foi tomada após a graduação no segundo grau. Em 1965, ingressou no Seminário Arquidiocesano, em Varsóvia. Foi ordenado sacerdote em 28 de maio de 1972.

Durante o seu ministério sacerdotal executou muitas tarefas. Em fevereiro de 1979, recebeu a função de pastor do grupo médico em Varsóvia. Dedicou muita atenção às questões da defesa da vida dos nascituros e da necessidade de prestação de assistência concreta às mulheres grávidas, que se encontravam em situações difíceis.

No domingo memorável de 31 de agosto de 1980, quando o país inteiro estava tomado por uma onda de greves, os trabalhadores dos estaleiros de Huta que estavam protestando em Varsóvia, estavam à procura de um sacerdote que pudesse celebrar as santas missas em suas instalações. O Cardeal Wyszyński enviou o seu capelão. Sem qualquer plano prévio, o Cardeal parou em frente à Igreja de São Estanislau Kostka. Lá descobriu que apenas o padre Popiełuszko poderia ir. Desta forma, pareceria um acaso, mas começou a grande aventura do ministério espiritual para o povo trabalhador. Após a missa o padre Jerzy permaneceu no estaleiro até a noite e desde então vinha várias vezes por semana.

Desde o início da guerra, o Pe. Popiełuszko foi “alvo” do Serviço Secreto da República Popular da Polônia (Służba Bezpieczeństwa PRL). Os oficiais invadiram o presbitério. Foi por milagre que escapou da prisão. Ao ficar em liberdade ocupou-se, com devoção, à organização de ajuda aos presos, às suas famílias e todos que se encontravam em situação difícil.

O Pe. Popiełuszko simplesmente gostava das pessoas. Sem imposição e obsessão podia realmente interessar-se com profundidade pelo homem, sua vida, sua perspectiva, seus problemas. Atraía-as para si porque sentiam a sua bondade. Era mestre em fazer contatos, construir relacionamentos, criar ligações. Era um patrono para todos aqueles que individualmente estavam em busca de realizações, sofrendo de isolamento e mesmo com tratamentos caros em psicoterapeutas não eram capazes de superá-lo. Sem contar com os empecilhos, interferia por aqueles que eram os mais oprimidos. Era defensor de sua dignidade humana. Como escreveu João Paulo II na Encíclica Veritas Splendor os mártires são os guardiões “da fronteira entre a verdade e a mentira”. O Pe. Popiełuszko defendeu durante toda a sua vida uma fronteira clara entre a verdade e a mentira. Falava do valor da verdade e da mediocridade das mentiras apoiadas em muitas palavras que, mesmo assim, desvanecem rapidamente.

Em seus sermões, falou muito sobre a liberdade. Ressaltava que a liberdade não significa anarquia, isto é, fazer toda e qualquer coisa que o homem deseje e o que é viável, mas que seja pela livre busca do bem. Vencer o mal com o bem. Permanecer livre do ódio, da repressão e da vingança. O Pe. Popiełuszko levava café quente para os policiais gelados, que durante o inverno em plena lei marcial vigiavam sua casa.

Desde fevereiro de 1982, assumiu a celebração de Santas Missas pela Polônia. Elas eram celebradas regularmente no último domingo do mês, e logo começou a reunir multidões de fiéis. Ouviam-no os trabalhadores e professores, opositores e até mesmo aqueles pertencentes ao partido da oposição. As pessoas vinham de toda a Polônia, de mês a mês vinham mais e mais pessoas. Não é de admirar que logo por parte das autoridades aparecessem provocações e tentativas de intimidação.

Nas Santas Missas pela Pátria ocorriam muitas conversões, muitos voltaram para a Igreja depois de muitos anos ou até depois de dezenas de anos, e muitos pediam para ser batizados. Os trabalhadores se opunham ao comunismo sem portar armamentos além do Santo Rosário em suas mãos e com imagens da Virgem e do Papa polaco João Paulo II.

Tomou solidariamente parte nos processos penais contra os dirigentes do Sindicato Solidariedade, assegurou a proteção dos seus filhos e suas famílias, organizou para eles assistência jurídica e médica, provendo o necessário aos que eram expulsos de seus postos de trabalho, vítimas da repressão. Sua casa se converteu em um lugar de encontro e de reunião para os obreiros perseguidos, para os que sofriam, para os que eram vítimas da repressão comunista, reuniu homens de todas as gerações e classes sociais. Fazia exposições da Doutrina Social da Igreja, citava as Encíclicas Sociais e os Discursos do Papa João Paulo II.

Mês após mês, a atmosfera em torno Pe. Popiełuszko tornava-se cada vez mais tensa. Sempre era seguido, sabia que sua moradia era vigiada e o telefone gravado. Não escapou de artigos difamatórios na imprensa e muitas horas de oitivas no posto policial.

Em setembro de 1983, junto com Lech Walesa organizou a primeira peregrinação de trabalhadores para Jasna Góra (para o santuário de Częstochowa – e esta ideia mantêm-se até hoje). Um ano mais tarde recebia telefonemas anônimos: “Se fores novamente para Jasna Góra – vais morrer”.

Os lugares associados com o martírio do padre Jerzy Popiełuszko tornaram-se, de modo muito rápido, alvo de peregrinações. Milhares de pessoas rezavam, depositavam flores e ascendiam velas no local do rapto do padre George. Em 6 de Novembro de 1984, no local do sequestro do padre George Popiełuszko foi construída uma cruz fundada pelos paroquianos de Bydgoszcz. Durante vários meses depois do funeral vinham multidões de peregrinos que, em fila até o túmulo, tinham que esperar várias horas.

Muitas pessoas oram por intercessão do Padre George e muitos recebem uma graça especial. No túmulo do padre George as pessoas redescobrem a fé, retornando à Igreja, e depois de muitos anos se confessam.

Entre seus diversos ofícios, destacou-se também na pastoral da saúde, sobretudo, como capelão dos médicos católicos. Merece destaque também na breve vida deste jovem sacerdote, o seu trabalho na preparação das duas visitas do Papa João Paulo II em sua terra natal.

Gravemente enfermo e com a saúde comprometida, foi lhe dada como residência em 1980 a Igreja de Santo Estanislau Kostka na periferia de Varsóvia em um lugar chamado Zoliborz. Ali não era nem pároco, nem capelão; porém ajudava nas confissões e na assistência aos doentes. Contudo neste período, a pedido do Cardeal, foi trabalhar com os operários, por quem doou o melhor de suas forças espirituais e físicas. Organizava a cada mês a chamada “Missa pela Pátria”, onde reunia milhares de pessoas. O conceito e a realidade da solidariedade cristã e da esperança eram quase sempre o núcleo de suas inspiradas homilias que em muito incomodavam o sistema comunista, que por diversas vezes, através de suas autoridades, começaram a fazer diversos protestos a Cúria acusando o sacerdote de atividade antiestatal, e portanto, um perigoso perturbador da ordem pública.

Em dezembro de 1983 o Padre foi chamado a juízo diante das autoridades polonesas. Magistrados começaram a acusá-lo de criminoso. Os meios de comunicação também começaram a denunciá-lo como revolucionário. As autoridades eclesiásticas o defenderam sempre, mas sem sucesso. No dia 13 de outubro de 1984, três oficiais do serviço secreto causaram-lhe um acidente automobilístico. Providencialmente, dele o padre sobreviveu. Alguns dias depois, afirmaria: “A vida deve ser vivida com dignidade, porque temos apenas uma. Peçamos que sejamos libertos do medo, do terror, mas sobretudo, do desejo de vingança. Devemos vencer o mal com o bem, mantendo intacta a nossa dignidade de homens, e por isso não podemos fazer uso da violência”.

No mesmo dia em que dissera estas palavras acima foi sequestrado por aqueles mesmos três homens. Pronunciamentos a favor de sua libertação foram feitos por bispos e sacerdotes. Até mesmo João Paulo II a favor dele se pronunciou na Audiência do dia 24 e no Angelus do dia 28.

Finalmente, no dia 30, seu corpo foi encontrado. Uma morte desumana: Espancado por mais de 14 vezes, com chutes na cabeça. Enforcado e afogado, e ainda enterrado vivo.

O corpo do mártir é encontrado em estado deplorável. Sofreu
morte cruel por sua fidelidade à Igreja e à Pátria polonesa.

Mas a consciência não morre. O seu enterro transforma-se numa manifestação. Milhares de pessoas, incluindo os pais, participam profundamente desgostosos. Para todos é evidente: o Padre Jerzy sacrificou a sua vida pela verdade.

A notícia de seu sequestro e assassinato, aos 37 anos, deu a volta ao mundo. Seu funeral foi em 03 de novembro de 1984, e atraiu cerca de 600 a 800 mil pessoas de todo o país. Já dois dias depois chegaram à Cúria de Varsóvia os primeiros pedidos de sua beatificação.

Em 06 de junho de 2010, na praça Piłsudski em Varsóvia, ocorreram as cerimônias de colocar nos altares uma foto do padre. Jerzy Popiełuszko, capelão do movimento Solidariedade e pastor dos funcionários da saúde, assassinado pelo Serviço Secreto, em 19 de outubro de 1984.

Estavam também presentes à cerimônia de beatificação em Varsóvia a mãe do beatificado, Marianna Popieluszko, que comemorou recentemente 100 anos, seus irmãos e irmãs. “Deus lhe concedeu a graça de estar presente em 1984 no funeral de seu filho e agora poder se alegrar com a sua subida à glória dos altares”, afirmou, ao fim da cerimônia, o arcebispo da capital polonesa, Dom Kazimierz Nycz.

Entre milhões de peregrinos que veneraram a memória do mártir, houve alguém muito especial que visitou o túmulo do Pe. Jerzy no dia 14 de Junho de 1987. Era do conhecimento geral que João Paulo II desejava rezar junto do túmulo do Pe. Popieluszko durante a sua visita à Polónia. Inúmeras referências aos ensinamentos e exemplo do Pe. Popieluszko, presentes nas homilias do Santo Padre, não deixam dúvidas acerca da sua estima pelo sacerdote martirizado.

A beatificação está associada com a decisão de autêntica santidade cristã, cujas virtudes praticadas em grau heroico ou martírio foram confirmadas por meio de um processo. A morte de padre Jerzy Popiełuszko foi claramente reconhecida, no entendimento teológico, como martírio autêntico. Foi uma morte causada pela fé e o ódio contra a fé. O padre foi considerado perseguidor do regime comunista, com todos os seus fatores determinantes que afetam os autores diretos dos crimes. Este, de modo inerente, era um sistema hostil à Igreja e à fé, sobre o que escreveu, em 1937, o Papa Pio XI na encíclica Divini Redemptoris (carta encíclica sobre o comunismo ateu).

O Papa Bento o apresentou, no último Angelus do Ano Sacerdotal, como modelo para os sacerdotes no dia 13 de junho de 2010, ocasião que encerrava uma longa série de ensinamentos a respeito do Ano Sacerdotal afirmou: “Padre Jerzy Popieluszko, Servo da Verdade e do Perdão”. 

A ele, o Papa Bento dedicou dois Angelus. O primeiro, no dia de sua beatificação, assim dizia: “Dirijo cordial saudação a Igreja na Polônia, que hoje rejubila com a elevação aos altares do presbítero Jerzy Popieluszko. O seu serviço zeloso e o martírio são sinais particulares da vitória do bem sobre o mal. O seu exemplo e a sua intercessão façam aumentar o zelo dos sacerdotes e inflamem de amor os fieis leigos”.

 
A santa mãe de Pe. Popieluszko, Sra. Marianna.

Palavras da Sra. Marianna Popieluszko, mãe do Pe. Popieluszko:

“Ofereci meu Filho a Deus.”

“Havia pedido a Deus a graça de ter um filho sacerdote. Quando estava grávida dele o ofereci a Deus.”

“Pouco antes de nascer o ofereci a Virgem Maria.”

Meu filho dizia: “Vence o mal com o bem”. Se pusermos em prática estas palavras, seria o melhor e se nós estamos melhores o mundo também estará melhor.

“Meu filho recebeu a primeira lição de oração em casa.”

“Em qualquer estação, em qualquer clima, se levantava as cinco da manhã todos os dias para ir a Igreja e caminhava quatro quilômetros cruzando o Bosque desde Okopy até Suchowola. Mesmo pequenino nunca perdia a Santa Missa, nem mesmo uma vez. Nunca se queixava de estar cansado, nunca o fez, ele era assim.”

“Desde pequeno se manifestou como ele era. Por exemplo, amava as pessoas, o atraía o próximo.”

“Ele sempre visitava uma anciã que morava ao lado de nossa casa, mesmo quando já estava no Seminário e vinha nos visitar, a acompanhava para conversar com ela, quando levava suas vacas para pastar. Ele dizia: ‘O amor a Deus e ao próximo é o que conduz ao Céu’.”

“Ele era um estudante muito aplicado.”

“Jerzy passava muito tempo rezando o Rosário na Igreja, depois da escola ia para a Igreja e rezava o Santo Rosário todos os dias.”

“Foi ao Seminário de Varsóvia para entregar seus documentos. Naquela ocasião subiu em um trem pela primeira vez, mas não se perdeu. No local do Seminário cujo nome significa povo da Imaculada Conceição, onde o Padre Maximiliano Kolbe estabeleceu uma importante Comunidade Franciscana, estava profundamente ligado a este local, porque quando esteve um tempo com sua avó encontrou muitas revistas do Cavaleiro da Imaculada. Falava muito do padre Kolbe, o considerava como um exemplo. Quando vinha para casa, trazia imagens do Padre Maximiliano, mostrava a todas as pessoas da aldeia que se reunião em nossa casa para esta ocasião. Contou-nos a vida do Pe. Kolbe e se emocionou quando falou de sua prisão e martírio no campo de concentração. Meu filho era muito sensível.”

“Lamentavelmente era propenso a se enfermar, em particular porque tinha sido operado de tireóides depois do serviço militar, sua saúde havia piorado no Exército. Sofreu muitas injustiças, nunca nos contou nada, nunca se queixou. Ele era assim. Depois de sua morte, seus companheiros, os soldados, nos contaram do abuso que havia sofrido. Um dia foi forçado a permanecer descalço na neve porque havia se negado a entregar seu Rosário.”

“Um dia me disse: ‘Mamãe, terei que dar contas a Deus de meus filhos (Espirituais).”

“A última vez que veio em casa me deixou sua batina dizendo: ‘A levarei da próxima vez. Do contrário terá uma recordação minha’. A tenho conservado até agora.”


“Era valente, era forte, ainda que fisicamente débil. Sabia que havia eleito a Deus e lhe seria fiel até o fim.”




Beato Jerzy Popieluszko, herói da Pátria e
da Igreja Católica na Polônia.
(painel de sua beatificação)