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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

SANTO ESTEVÃO, Leigo e Rei da Hungria (+ 1038)


   Santo Estevão foi o primeiro rei cristão da Hungria. Filho de Geisa, duque da Hungria, nasceu em 975, na cidade de Gran. Os pais do Santo, ouvindo em certa ocasião prisioneiros falarem da religão de Cristo, quiseram conhecê-la e nela se instruíram. Tanto por ela se entusiasmaram que, largando as superstições pagãs, se tornaram cristãos e receberam o batismo das mãos de Santo Adalberto, Bispo de Praga. 
         
    Santo Estevão foi educado cristamente para que um dai pudesse ser servidor de Cristo em verdade e príncipe modelar. Dotado de boa inteligência e possuindo vontade de instruir-se em tudo que era útil, natural era que fizesse grandes e rápidos progressos nos estudos. Sempre na companhia do bispo Adalberto, tendo diante de si o exemplo e as instruções deste santo homem, adquiriu a santidade que tanto o elevou acima dos colegas. Tendo apenas quinze anos, o pai convidou-o para tomar parte ativa no governo da nação. 

  Pela morte do pai, Santo Estevão tratou da conversão da conversão dos súditos ao cristianismo. Neste nobre intento encontrou tenaz resistência de uma grande parte dos húngaros, que se opuzeram à mudança de religião, do paganismo para o cristianismo. Estevão recorreu à oração. Não podendo, porém, quebrar a resistência dos rebeldes, pegou em armas*. Por muito tempo ficou indecisa a vitória.

   Neste estado de coisas, Estevão invocou os Santos - Jorge e Martinho, ambos de origem húngara, e fez a Deus o voto de fundar em todo o reino muitos conventos, e edificar igrejas, querendo com o dízimo sustentar os sacerdotes do Senhor. O inimigo foi vencido e o cristianismo nao mais encontrou resistência em sua entrada triunfal na Hungria. 
         
   Fiel ao que prometera, Estevão encetou logo a fundação de conventos, dos quais o mais célebre foi o de São Martinho, nas proximidades de Raab, convento esse cuja pedra fundamental fora lançada ainda por seu pai Geisa. Foram fundadas dez dioceses, cuja administração confiou a homens instruídos e virtuosos da Itália e da Alemanha. O Papa Silvestre II não só aprovou as nobres iniciativas do jovem monarca, mas, reconheceu-o oficialmente rei da Hungria e enviou-lhe uma coroa riquíssima e uma cruz de alto valor, com o privilégio de ser levada diante da pessoa do rei, em solene procissão. 

    Além dessas extraordinárias dádivas, o Papa distinguiu Estevão com o título de Apóstolo da Hungria. Desde aquele tempo os reis da Hungria convervaram o título de "majestada apostólica". A "santa coroa" de Estêvão é considerada o símbolo do poder monárquico na Hungria. Destruído o reino da Hungria (no advento do comunismo à região), a coroa, como preciosa relíquia, para não cair em mãos profanadoras, se acha guardada noutro lugar (estava guardada no Vaticano. Recentemente, voltou para a Hungria).





Relíquias de Santo Estevão: o cetro, a espada, a coroa e a cruz sobre o globo. 


   O ano de 1001 viu a solene unção de Estevão, pelo bispo portador da coroa mandada pelo Papa. No dia da coroação, Estevão colocou todo o reino debaixo da proteção da Santíssima Virgem Maria. 
Terna devoção tinha o Santo à Mãe de Deus, à qual dedicou duas catedrais - a de Gran e a de Stuhl-Weissenburg, nas quais os reis da Hungria eram coroados e sepultados. 

   Com louvável energia, Estevão atacou e aboliu os costumes supersticiosos de seu tempo e deu aos súditos leis sábias e severas. Um cuidado especial dispensava aos órfãto os e viúvas. Aos pobres, o santo rei, em pessoa, levava esmola e sustento. No seu apostolado civilizador e evangelizador, Estevão encontrou forte apoio na cooperação fiel e dedicada da esposa Gisela, princesa bávara e irmão de Santo Henrique, Imperador da Alemanha.

     Estevão cultivava, de um modo extraordinário, o espírito de penitência. Avarento com o tempo, não perdia hora, ocupando-se sempre de coisas úteis no cumprimento do dever. 
    
       Dedicação especial da parte do rei experimentaram os próprios filhos, dos quais o mais velho, Emérico, mais tarde, com o santo pai, recebeu as honras da canonização. 

       Nos três últimos anos de vida, Estevão foi visitado por muita doença. Sentindo a proximidade da morte, para ela se preparou com toda a piedade. Tendo em redor os representantes da corte e da alta nobreza do país, muito lhes recomendou a obediência aos representantes de Cristo sobre a terra e a prática das virtudes cristãs. 

        Munido dos Santos Sacramentos, morreu santamente, não sem ter novamente consagrado a Nossa Senhora sua amada pátria. Estevão entregou a alma ao Criador no dia 15 de agosto de 1038. A mão direita conservou-se incorrupta e é guardada com grandes honras. 








Fonte:
Padre João Batista Lehmann, "Na Luz Perpétua", Tomo II, páginas 241 a 242








sexta-feira, 9 de agosto de 2019

SANTA ADELAIDE, Imperatriz da Alemanha - Exemplo cristão de monarca e mãe

Santa Adelaide é Padroeira das vítimas de abuso, noivas, imperatrizes, princesas, exilados, problemas entre genros e sogros, maternidade, pais de famílias grandes, madrastas, viúvas.
Narrada por santo Odilo, abade de Cluny, que conviveu com ela, a vida de santa Adelaide emociona pelos sofrimentos que passou.
De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus-tratos e passou por diversas privações para, depois, finalmente, assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com os pobres e doentes.


Resultado de imagem para santa adelaideNascida em 931, Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual França, casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai aos seis anos. A Corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou três anos depois. Ele morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário. Então, a rainha Adelaide foi mandada para a prisão. Contudo, ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade.
Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oto, que, além de devolver-lhe a Corte, casou-se com ela. Assim, tornou-se a imperatriz Adelaide, caridosa, piedosa e amada pelos súditos. Durante anos tudo era felicidade, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O imperador morreu e Adelaide viu-se outra vez viúva. Assumiu seu filho Oto II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação. Os problemas reiniciaram quando ele se casou com a princesa grega Teofânia.
Como não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu fazê-lo brigar com a mãe por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse o reino. Escorraçada, procurou abrigo em Roma, junto ao papa. Depois, passou um período na França, na Corte de seu irmão, rei da Borgonha.
Resultado de imagem para santa adelaideMas a dor da ingratidão filial a perseguia. Viu, também, que ele reinava com injustiça, dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido à má influência de Teofânia. Nessa época, foi seu diretor espiritual o abade Odilo, de Cluny. Ao mesmo tempo, o abade passou a orientar Oto II. Após dois anos de separação, arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz voltou ao reino. Entretanto o imperador morreria logo depois.
Como o neto de Adelaide, Oto III, não tinha idade para assumir o trono, a mãe o fez. E novamente a vida de Adelaide parecia encaminhar-se para o martírio. Teofânia, agora regente, pretendia matar a sogra, que só não morreu porque Teofânia foi assassinada antes, quatro semanas depois de assumir o governo. Adelaide se tornou a imperatriz regente da Alemanha, por direito e de fato. Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a Corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção.
O seu reinado foi de obrigações políticas e religiosas muito equilibradas, distribuindo felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação. Nos últimos anos de vida, Adelaide foi para o Convento beneditino de Selz, na Alsácia, que ela fundara, em Strasburg. Morreu ali com oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999. Algumas de suas relíquias são preservadas em um santuário em Hanover. Com seu dia de festa a 16 de dezembro, Adelaide está incluída no elenco das “Grandes mulheres na História do Mundo – primeiro milênio”.
Exemplo cristão de princesa, rainha, imperatriz e mãe, sua vida é um exemplo para as mães de família. Santo Odilão de Cluny, seu biógrafo, nos informa que: “no seio da família mostrava soberana amabilidade, no trato com estranhos era de uma fidalguia prudente e reservada. Mãe dos pobres, era protetora das instituições eclesiásticas e religiosas. Boa e humilde para os bons, era severa em castigar os maus e os ímpios.
Resultado de imagem para santa adelaideHumilde na prosperidade, era paciente e conformada na adversidade; sóbria e modesta no comer e vestir; constante na prática dos exercícios de piedade, penitência e caridade, era o modelo de uma perfeita cristã. Colocada sobre o trono, o orgulho não lhe tomou posse do coração e das virtudes nenhum reclame fez.
A lembrança dos pecados não a entregou ao desânimo ou ao desespero, como também os bens deste mundo. Honra, magnificência e glória não conseguiram perturbar-lhe a paz da alma, pois em tudo se baseava sobre o fundamento de toda santidade: a humildade. Firme na fé, era imperturbável sua esperança”. Intitulava-se “Adelaide, por graça de Deus Imperatriz, e por si mesma pobre pecadora e deficiente serva de Deus".

Oração
Resultado de imagem para santa adelaideLembrai-vos, ó gloriosa Adelaide, fiel serva de Jesus Cristo e Maria Santíssima, que nunca se ouviu dizer que alguns dos que tendo recorrido a vós e implorado vossa proteção tenha sido abandonado. Animados de uma grande confiança, vimos pedir ajuda a vós, que sois consoladora e esperança dos aflitos. Pelo amor que por toda vossa vida dedicastes a Jesus Cristo e a Santíssima Virgem Maria, ajudai-me a conseguir (registra a graça a ser pedida, por três vezes). Protegei nosso trabalho e nossas famílias. Abençoai a todos que honram e invocam o seu nome, para sua glória eterna. Adelaide, bondosa serva de Jesus Cristo, rogai por nós e fazei com que alcancemos a graça para maior glória de Jesus Cristo, nosso pai e redentor. Que assim seja, amém.

Oração de Santa Adelaide
Faça, Senhor Deus, nosso Pai, que aspiremos incansavelmente ao descanso que nos preparastes em vosso reino. Dai-nos forças e inteligência nesta vida, para suportarmos as agruras que nos rodeiam; para promovermos o bem e a justiça e servirmos nossos irmãos. Amém.

Oração
Concedei-nos, Senhor, pela intercessão de Santa Adelaide, que nossas famílias sejam protegidas e livres de toda desunião e rancor. Por Cristo Senhor Nosso. Amém

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

SANTO ALBERTO DE TRÁPANI (ou da Sicília), presbítero carmelita (1250 a 1307). - DOIS TEXTOS BIOGRÁFICOS.



A Ordem Carmelita tem Santo Alberto como uma das mais belas preciosidades de seu relicário místico. Santo Alberto nasceu em meio à opulência na Sicília. Da parte de seu pai pertencia à família Alberti e, da parte de sua mãe, à família Palizi; duas famílias distintas da Sicília. Nasceu precisamente no Monte Trapani ou Eryx, hoje San Giuliano, no ano de 1250. A data e o mês exato não se tem informação.
Seus genitores consideram-no uma criança milagrosa, dado que o obtiveram-no de Deus, após vinte e seis anos de esterilidade. Consideravam também que um dia deveriam consagra-lo a Nossa Senhora, por uma promessa espontânea, feita quando os mesmos perderam toda humana esperança de perpetuar sua linhagem. Uma luz sobrenatural iluminará os primeiros passos do pequeno Alberto, que não permitirá que ele se contamine com as seduções do mundo.
Com apenas oito anos de idade, o Duque de Girgenti o queria desposar com sua filha. Mais tarde, o demônio vai aproveitar-se disso para abalar o seu propósito de guardar uma castidade ilibada, que este jovem tem em seu coração. Seu pai, embevecido com a preferência que o duque lhe dava, tinha ardente desejo de ver seu filho corresponder a este pedido. Sua mãe, porém, lembrando-se de sua promessa feita ao Senhor, traz à memória de seu esposo, o piíssimo compromisso e confia ao jovem o voto, que ela e seu pai haviam feito, de o dedicarem a Deus na Ordem do Carmo.

A essa revelação o Santo responde com entusiasmo, que quer ratificar a promessa de seus pais, solicitando logo sua entrada para o Convento do Carmo de Trápani.
Os frades Carmelitas, conhecendo o poder famoso do duque, o temiam, e querem retardar por algum tempo a entrada no convento do herdeiro dos Abatibus. A virtude da paciência do postulante não tarda em triunfar das hesitações, e abrir,  apesar de tudo, as portas do convento.
Como o jovem Samuel, este novo eleito vai crescendo cada dia na senda da santidade. A oração, o estudo, e, mais tarde, as austeridades de todo gênero, bem como o zelo apostólico abrasador, dividiram seu tempo.

A dignidade sacerdotal assusta sua humildade: são precisas ordens expressas das autoridades da Ordem para triunfar de sua resistência. É consumido pelo amor às almas no seu sacerdócio: escreve, prega, aplica-se de modo exímio a todas as funções sacerdotais com dedicação excepcional.
O caráter apostólico da vocação carmelitana revela-se inteiramente na vida deste santo. A população da ilha contava com católicos fervosos, mas, também, com judeus e maometanos. Santo Alberto queria trazer todos à luz da fé. Um milagre assoma-se a sua pregação. Perto de Agrigento, veem-se um dia alguns judeus em perigo de afogarem-se no rio Platani. Alberto, estando na margem, percebe o perigo e, inspirado pelo céu, promete-lhes salvação infalível, se eles quiserem crer em nosso Senhor Jesus Cristo. A proposta é aceita, e o santo, caminhando sobre as águas, como outrora fez Jesus com Pedro, Príncipe dos Apóstolos, vem tirar esses desditosos das garras da morte.

Tantas virtudes juntas, bem como as mais exuberantes qualidades naturais, conduzem-no ao cargo de provincial. Em seu apostolado, os milagres o seguiam a cada passo. Em certa viagem, seu companheiro quebra o vaso que contém sua modesta refeição. O santo manda trazer-lhe os fragmentos e restitui o vaso e a comida. Depois de ter dado às almas o Pão da Palavra Divina, Alberto lhe dará, no tempo da fome, o pão que sustentará a vida desfalecida.

    A história narra as guerras e ataques ao sul da Itália nesta época. A Sicília vivia uma série de devastações. Messina esperava a qualquer momento sua ruína. Foi quando então, inesperadamente, os cidadãos recorrem ao seu taumaturgo e vão em multidão implorar que ele interceda por eles junto a Deus. O amparo do céu não se faz demorar, cercada por seus inimigos, sem possibilidade nenhuma de comunicação com o exterior, vê entrar na sua baía três vasos de viveres (mantimentos). O rei reconhece a intervenção divina graças à intercessão de Santo Alberto e vem agradecer-lhe em nome de todos. A voz pública longe de enfraquecer a humildade de Alberto, fortifica-a ainda mais, e o santo taumaturgo deixa a cidade de Messina, ao ver-se cercado de tanta veneração, e vai para um deserto retirar-se na solidão entregando-se inteiramente a oração e a penitência. No ermo, Santo Alberto, qual “serafim ardente” de amor por Deus, é favorecido por êxtases e visões do Senhor e de sua Mãe Santíssima.
      Depois de um tempo aí passado, Santo Alberto anuncia a sua morte aos irmãos.  Sua previsão se realiza no dia 7 de agosto de 1307, onde sua inocentíssima alma, em forma de pomba, levantou voo ao paraíso celeste.

O Divino Salvador repetidas vezes dignara-se sob as feições de uma criança, escolher seu braço como altar. Proclamado santo já em vida pelo povo, igual triunfo está reservado nas iminências do evento de sua morte.
O povo desejava que a Missa de um santo confessor fosse cantada na Missa de suas exéquias, mas o clero não ousava desobedecer às normas eclesiásticas.
Santo Alberto é um dos mais renomados do Carmelo, dado sua taumaturgia antes da morte, sua memória é sempre rejuvenescida por causa dos interruptos milagres. Como foi, no século seguinte à fundação da Ordem Carmelita, seu maior expoente até então, foi proclamado "pai" ou "patrono" da Ordem do Carmo. 
Sua imagem traz sempre o menino Jesus em seus braços e o lírio. A cada ano, na sua festa, é abençoada solenemente a água em sua honra, a qual sendo usada como sacramental, com fé e piedade nos enfermos, obtém muitas curas.





Segundo texto biográfico

SUA VIDA

Nasceu em Trápani, na Sicilia (Itália). Seus pais - Benito degli Alberti e Joana Palizi – já eram casados há 26 anos e não tinham filhos. Fervorosos cristãos, tinham prometido à Virgem de Trápani consagrar ao serviço do Senhor o filho que lhes concedesse.
Ainda menino ingressou no Carmelo de Trápani com o propósito de servir a Deus e à Santíssima Virgem, a quem está consagrada a Ordem do Carmo. Era então a "idade de ouro" do Carmelo, na qual o ideal Eliano-Mariano da Ordem se mantinha vivo a base de um justo equilíbrio da contemplação e ação apostólica.
Desde que professou na Ordem, se distinguiu por seu fervor e austeridade de vida. Seus biógrafos nos dizem que seus jejuns eram contínuos, que nunca comeu carne e que mesclava seu parco alimento com cinzas. Sua cama era um saco de sarmentos e dedicava largas horas do dia e da noite à oração.
A obediência era nele pronta e alegre, a pobreza lhe distinguia entre todos por seu total desprendimento e a castidade foi sua flor preferida e melhor guardada, por isso, se lhe representa com um lírio e um crucifixo na mão, ou com o Menino Jesus nos braços.
Recebidas as sagradas ordens, se difundiu logo sua fama de religioso santo e de persuasivo orador.
Passou algum tempo no convento de Messina, cidade à qual livrou da fome causada por um cerco: alguns navios carregados de víveres conseguiram chegar milagrosamente à cidade apesar dos cercos.
Fervoroso pregador, percorreu a maior parte dos povos da ilha.
Foi nomeado provincial da Sicília em 1296, cargo que desempenhou com uma entrega total ao serviço de Deus e das almas.
Quando visitava os conventos, não levava outra coisa que um pouco de pão, um báculo e um cantil com água.
Fundou vários conventos e escreveu alguns tratados, que (infelizmente) não se conservaram até os nossos dias.
Recebeu do Senhor a graça de fazer milagres, chegando a ser um grande taumaturgo e apóstolo da Sicília.
Por isso seu culto tem sido sempre muito extenso e intenso em toda a Ordem, que o tem venerado em todas suas igrejas e conventos. Suas relíquias foram espalhadas por todo o mundo e com elas se abençoa a água para a cura de enfermos.
Sua morte ocorreu em 1307 e, ao celebrar suas exéquias, se disse que vozes misteriosas entoaram o hino “Os Justos” da Missa dos Confessores em vez da Missa de Réquiem.
Seu culto foi confirmado por bula do Papa Sixto IV, em 1476.
Sua memória obrigatória se celebra em 07 de agosto.

                   


 SUA ESPIRITUALIDADE
Soube plasmar em sua alma o verdadeiro espírito do Carmelo, vivendo-o no nada fácil equilíbrio entre a vida contemplativa e a ativa.
Pela vivência deste duplo espírito eliano, foi venerado como um dos primeiros e maiores santos da Ordem, da qual foi mais tarde considerado Patrono e Protetor.
Compartilhava seu zelo e todo o anelo de sua cândida alma entre a própria santificação e a do próximo, dirigindo tudo à maior glória de Deus.
Este mesmo zelo se fazia sentir em uma vocação forte e constante à pregação da divina palavra e Deus premiava visivelmente suas fadigas apostólicas com a conversão de muitos judeus e infiéis à fé de Jesus Cristo.
Em seus sermões fazia especial ênfase no amor de Deus e do próximo, no ódio ao pecado, na formosura da virtude e na fealdade do vício, nos espinhos e caducidade dos bens temporais e na segurança dos bens eternos.
No hino de Laudes (no espanhol) de sua festa se diz:
Com dura penitência / domando as paixões/ será sol que difunde/ sagrados esplendores./ Satanás pretende, astuto,/ que a oração encurte;/ Alberto persevera/ orando de dia e de noite...”


                             SUA MENSAGEM
· Que sejamos generosos com o Senhor desde o princípio.
· Que com zelo vivamos e propaguemos nosso carisma.
· Que o amor aos pobres e doentes arda em nosso coração.
· Que a pureza e a oração fortifiquem nossas almas.

Oração: 
Ó Deus, que de Santo Alberto fizestes modelo de pureza e de oração e fiel servidor da Virgem Maria, fazei que, revestidos de idênticas virtudes, mereçamos ser dignos do perene convívio de vossa glória, no Céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 



sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Venerável Serva de Deus Maria Paola Muzzeddu, virgem e fundadora.




“A Pureza foi a sua vocação, a sua missão e, na fase final da sua vida, a força secreta da sua imolação” (Mons. Paolo Carta, Arcebispo de Sassari, nas exéquias da Venerável Serva de Deus).

Paola Muzzeddu nasce em Aggius (na Sardenha, região da Itália), em 26 de fevereiro de 1913, numa família de agricultores modestos. É com a mãe que ela recebe uma fervorosa educação religiosa e o espírito de sacrifício. Na verdade, a vida é dura e, em 1937 , seus pais a mandam para Sassari para frequentar aulas de costura e trabalho doméstico, na esperança de encontrar uma vida melhor.
A sua vida foi logo caracterizada por particulares experiências místicas: “sentia a presença de Deus, como uma pessoa que fala!”.
Ela vive com uma certa Maria Lepori, com quem compartilha as mesmas aspirações espirituais. Uma ajuda a outra no progresso da vida cristã.

Nossa Senhora, em visão interior, no dia 23 de dezembro de 1943, em Viddalba, lhe revela que o Senhor quer dela uma comunidade de irmãs que se esforçariam por viver, com perfeição, um carisma único, a santa pureza, tendo como modelo a Imaculada: “sereis um sinal de minha pureza”. Praticariam, de forma profética no mundo, uma das bem-aventuranças: “bem-aventurados os puros de coração, pois, verão a Deus”.

A Virgem pede para ser invocada de um modo especial: “Um dia a senti passar como um vento e me disse: ‘invoca-me, Mater Purissima’”! E pede para ela difundir uma especial imagem mariana: “... vestida de azul celeste com cordão na cintura de onde penderá o terço branco; o véu branco, cercado de uma finíssima listra dourada. Os olhos voltados para as almas, na mão um buquê de lírios apoiados no peito e na outra mão o terço branco, fazendo um gesto que quer dizer: ‘Vinde a mim, vós todos que necessitais de Pureza’. A estátua será apoiada sobre um buquê de lírios”.

A partir de então, Paola redobra seu fervor e toma o exemplo da Virgem Maria, para a qual desenvolve sua devoção. A partir de 05 de outubro de 1947, Paola, Maria Lepori e mais quatro jovens mulheres se unem na vida, vivendo como freiras. Em 08 de dezembro de 1948, Dom Arcangelo Mazzoti, arcebispo de Sassari dá-lhes o hábito religioso. Este foi o nascimento da Sociedade das Filhas de Mater Purissima. Elas são comumente chamadas de “celestinas”, devido à cor azul de seu hábito religioso. Além de uma intensa vida de oração e de imitação da Virgem Maria, o seu apostolado centra-se na juventude feminina, com o objetivo de transmitir os valores do Evangelho e exortá-la à pureza da vida.

Madre Maria Paola assume a liderança da pequena comunidade, que ela administra como mãe, usando mais gentileza e exemplo do que autoridade. Nos anos que se seguiram, a pequena sociedade se desenvolveu, com a chegada de muitas vocações, levando à fundação de conventos. Falta-lhes meios financeiros e materiais, mas, Madre Maria Paola confia e as fundações são sempre realizadas. Sob as ordens de seu confessor, ela mantém um diário de 1927 a 1956, no qual ela traça aflições diabólicas, variando de inspirações de desânimo a agressões físicas.
Em 08 de dezembro de 1968, Paola percebeu que o Senhor aceitou a oferta total de sua vida pela santificação dos sacerdotes. Depois de três anos de sofrimentos, nasce para o Céu em 12 de agosto de 1971, na hora do Angelus.

Rumo à Beatificação e Canonização... 
A causa da beatificação e canonização de Maria Paola Muzzeddu começa em 11 de junho de 1992, em Sassari. A investigação diocesana que reúne os testemunhos de sua vida termina em 07 de outubro de 2004, depois foi enviada a Roma para ser estudada pela Congregação para as Causas dos Santos.

Após o relato positivo das diversas comissões sobre a santidade de Maria Paola Muzzeddu,  o Papa Francisco prosseguiu  no reconhecimento de suas virtudes heroicas em 11 de junho de 2019 , dando-lhe assim o título  “Venerável”.
Aquela que é conhecida como a Missionária da Pureza, continua a representar um límpido modelo de autêntica vida cristã para quem quer experimentar a beleza da pureza de coração.