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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Serva de Deus Cunegunda Siwiec, virgem e leiga, da Ordem Carmelita Descalça Secular.



A vida nas montanhas: cercados por uma natureza incontaminada, um pouco selvagem, longe do frenesi, mas, também, do conforto da vida urbana: estamos na Polônia, no final do século XIX, em Siwcowka, diocese de Cracóvia. Ali há poucas casas apegadas à montanha, onde se trabalha a terra para cultivar batatas... Um lugar simples e ermo, onde a escola não existe e a igreja fica a três horas de distância. Isso, obviamente, no verão, porque quando neva só é alcançada depois de quatro ou cinco horas. Aqui nasceu, em 1876, a pequena Cunegunda, nona dos dez filhos da família Siwiec, chamados por todos com o carinhoso diminutivo de Kundusia. Seus pais foram Victoria e João Siwiec. Deles recebeu sólida educação humana e católica.


Sintamos agora a serenidade da paisagem e de sua família, cujo pai, mesmo na velhice, ia trabalhar no pasto assobiando e cantando e, à noite, ficava encantado ao admirar as nuances do pôr-do-sol em frente à casa. Kundusia aprende a ler e assinar participando, nos meses de inverno, de uma espécie de "escola noturna", na qual seus professores são os habitantes mais educados da aldeia. Cunegunda cresce com um caráter determinado, forte e profundamente religioso. Tem um namorado, com quem ela se preocupa muito e com quem já faz planos de casamento.

Foto de Cunegunda com alguns parentes. 
O ponto de virada em sua vida vem em 1896, participando da missão popular pregada por um padre redentorista: Kundusia, já com 20 anos e um casamento à vista, de repente descobre sua vocação: "viver no mundo, mas só para Cristo". Assim, ela reorganiza sua vida em torno desse ideal, dando prioridade absoluta às coisas espirituais.

Começa por se inscrever no Apostolado de Oração, depois participa de um curso de catequese para preparar as meninas e crianças da montanha para a primeira comunhão e para o matrimônio e, finalmente, une-se à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e de Santa Teresa (atualmente, Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares, OCDS), na fraternidade que se reunia em um salão cedido aos “terceiros” no convento carmelitano de Wadowice (a 30 km de seu povoado).

Em sua aldeia, seus concidadãos observam sua metamorfose: desde menina, "como todos", até, paulatinamente, ela se transformar em uma alma cada vez mais "de Jesus": não sabem, mas conseguem adivinhar que, por trás de tudo isso, existe uma grande intimidade com o paraíso, nascida e sustentada por longas horas de oração "de coração a coração" com Jesus.

Em 1929, oferece a terra que teria herdado para construir um "centro educacional": uma escola regular, em suma, a que ela nunca poderia assistir, administrado e conduzido por religiosas, que, cuidam da educação de crianças e de adultos. Anexo ao Centro também é construída uma capela e, somente a partir daquele ano, portanto, Kundusia tem a alegria e a oportunidade da Santa Missa diária. Tanto o centro educacional quanto a capela são consagrados a Santa Teresinha do Menino Jesus, recentemente canonizada (em 17 de maio de 1925) pelo Papa Pio XI.

A Sagrada Eucaristia dá asas à sua espiritualidade e faz crescer a sua intimidade com Jesus. Não se sabe exatamente quando, mas, na sua vida começam a ocorrer estranhos fenômenos, particularmente após a santa comunhão. Os "estudiosos em mística” os chamam de "locuções interiores", que são, basicamente, nada além de revelações internas de Jesus, da Virgem Maria e dos Santos. Kundusia revelou tais acontecimentos ao seu confessor apenas em 1942, com um pouco de vergonha, admitindo que isso vem acontecendo há algum tempo.

Esta "linha direta" com o paraíso gradualmente leva-a a amadurecer a decisão de oferecer sua vida em reparação pelos pecados do mundo e fazê-la desenvolver uma oblação completa, em união com o sacrifício de Jesus na cruz. Muitos passam a buscá-la: pessoas simples e cultas, sacerdotes e religiosos, para conselhos, ajuda espiritual, encorajamento ao bem: todos recebem dessa mulher analfabeta e “comum” o que precisam para o bem de suas almas.

Entrando em sua casa, eles a encontram envolvida com seus irmãos na leitura de obras místicas, que ela comenta com uma profundidade e competência que surpreendem até mesmo os mais sábios teólogos.

Sua união completa com Jesus alcança seu clímax com a alegre aceitação do sofrimento: em 1948 ela foi atingido por câncer ósseo com metástases generalizadas. Um sofrimento incalculável, escondido por trás de sua habitual atitude sorridente e brincalhona. Tudo é oferecido em reparação pelos pecados do mundo, todos vividos em união com o sacrifício da cruz. Em 1955, isto é, após sete anos de atrozes sofrimentos, ela morre pacificamente, com dores excruciantes.


De imediato, já era considerada “santa” por seus concidadãos. Nos anos 80 começaram a aparecer artigos e livros dedicados a sua vida e se foi divulgando a fama de sua santidade. Por último, em 21 de dezembro de 2007, o Cardeal Estanislao Dziwsz, arcebispo de Cracóvia, abriu oficialmente seu processo de beatificação.







Fontes:
www.santiebeati.it
Alguns fragmentos da Wikipedia polonesa. 

quarta-feira, 26 de junho de 2019

SÃO FRANCISCO DE JERÔNIMO, Presbítero Jesuíta, Missionário e Taumaturgo. Apóstolo de Nápoles.




São Francisco de Jerônimo nasceu em Grottaglie, Itália, a 17 de Dezembro de 1642 e faleceu em Nápoles, 11 de Maio de 1716. Foi um padre jesuíta conhecido como o "Apóstolo de Nápoles".


Grande pregador em Nápoles
Tão logo entrou para a ordem, implorou aos seus superiores que fosse enviado ao Japão, onde desejava ser missionário. Eles, no entanto, lhe responderam que o Reino de Nápoles seria o seu Japão e a sua Índia, devendo ali empregar todos seus esforços evangelizadores.

Preparou, para auxiliá-lo, uma confraria de artesãos que se chamou Oratório da Missão; além de outros numerosos trabalhos, seus membros todos os domingos acompanhavam São Francisco em suas pregações pelas ruas e praças de Nápoles. Saíam cantando da Igreja de “Gesù Nuovo” e, em procissão, dirigiam-se aos locais mais frequentados.

Ao avistarem a procissão, os elementos de má vida abandonavam, sem cólera, o que estavam fazendo. Francisco subia, então, a um lugar mais elevado e falava ao povo. Começava descrevendo, com energia, os horríveis efeitos do pecado e os castigos que esperavam o pecador.

Quando o temor estava em todos os corações, ele falava sobre a misericórdia de Deus. Depois dizia aos presentes que faria penitência por si e por eles. Ajoelhava-se ante uma cruz e, com o rosto em lágrimas, flagelava-se com uma disciplina de ferro. Não era preciso mais para o povo segui-lo, cheio de arrependimento.

Grande devoto da Virgem, que frequentemente enviava-lhe os pecadores que desejava se convertessem. Tornou-se famoso o caso de um homem, há muito afastado da Igreja, que Nossa Senhora o protegeu por causa do respeito com que saudava as suas imagens. Apareceu-lhe três vezes, ordenando que procurasse Francisco para se confessar.

A paixão por converter pecadores o consumia. Enormemente popular na Itália central, atraia milhares para ouvir seus sermões e confessar-se com ele. Dele se diz que era um cordeiro quando falava, mas um leão quando pregava. Sua carinhosa misericórdia o compelia a procurar aqueles mais endurecidos pelos vícios e crimes. Frequentemente era visto nas prisões e ruas de má reputação pregando para os passantes. Conta-se que muitas vezes fazia várias destas pregações durante um dia, convidando as pessoas para converterem-se e ir a Eucaristia no Domingo. Eram sermões curtos e eloquentes, convidando os pecadores a examinarem suas consciências e se arrependerem. Numa missa especial que fazia no terceiro domingo do mês era comum haver até 15.000 presentes.

Certa noite, uma grande tempestade caia sobre a cidade, ele foi pregar em uma das ruas mais perigosas, já abandonada pelo povo comum. Uma mulher ouviu sua catequese e no dia seguinte foi procurá-lo para confessar-se e deixou sua vida de prostituição. Segundo relatos, converteu mais de 400 "piores casos" por ano. O mais famoso foi Maria Cassier. Ela assassinou seu pai, fugiu e passando-se por homem, serviu no exército espanhol. Sob a orientação de Francisco, não apenas mudou de vida, como morreu com fama de santidade.

A região do porto era uma área favorita de pregação. Navios que atracavam no porto, afamados pelo péssimo comportamento da sua tripulação, eram convertidos em exemplos para a cristandade. Muitos muçulmanos foram convertidos e batizados em cerimônias muito bem preparadas, para que tocassem seus corações e a imaginação dos espectadores.

Durante sua vida, escreveu basicamente apenas cartas, em especial para seus superiores, ou quando as circunstâncias da missão assim o pediam. A Ordem dos Jesuítas tem arquivado vários esquemas que ele utilizou para preparar seus sermões, sinal claro que estudava os textos bíblicos antes das celebrações. A carta a seguir ele escreveu para um adolescente que se revoltara contra seus pais e decidira sair de casa:

“Meu muito amado filho:
Hoje fui visitar seu pai e, ao não verte em casa como é usual, perguntei onde estavas. Imagine a tristeza que senti quando ouvi que havias saído de casa em circunstâncias que desnecessário descrever, pois sabes melhor do que eu. Eu não estou surpreso que tenhas seguido um impulso, pois somos todos humanos, sujeitos a muitas falhas, cheios de pecados. Mas sempre é tempo de olhar para dentro e reparar um erro cometido num momento impensado.
Deves lembrar que teu querido pai, ao repreendê-lo, não tem outro objetivo que não seja o teu bem. Portanto, peço-te que retornes para casa sem demora, e cumprindo o teu dever para com Deus e teu pai, que me prometeu para mim recebê-lo com carinho, como se nunca houvesses cometido tal afronta. Se te sentires embaraçado em aparecer em casa sozinho, venha aqui na casa dos padres, que eu te acompanharei.  Cometeste um erro, meu filho, e agora é hora de reparar tua falta. Tenho certeza que és capaz de atender este conselho e espero ter a alegria de vê-lo novamente antes do próximo Domingo”.

Painel da canonização de São
Francisco de Jerônimo
Francisco também trabalhou para melhor a vida material dos pobres. Organizou uma associação de trabalhadores, chamada 'Oratio della Missione' para ajudá-lo com orações e bens materiais. Por exemplo, dava emprego aos necessitados atribuindo-lhes a tarefa confeccionar rosários feitos com sementes de oliva.  Aos doentes que o procuravam, sempre dava um mínimo, para que pudessem alimentar-se. Aos falecidos, dava um enterro cristão digno. Mantinha uma casa para receber filhos de prostitutas, para que não caíssem numa mesma vida de desregramento. Teve a felicidade de contar 22 das crianças entrando para a vida religiosa.

Em Nápoles e região espalhou-se uma fama de realizar milagres, que foram fartamente descritos no processo de beatificação. Morreu após uma longa doença, aos 47 anos. A procissão de seu corpo pela cidade foi acompanhada por milhares de pessoas e exigiu a intervenção da Guarda Suíça, pois o povo queria tocar uma última vez em seu corpo. Em 1758, o Papa Bento XIV reconheceu as virtudes heroicas da sua vida e elevou-o a condição de beato. Em 26 de maio de 1839 foi solenemente canonizado. Sua festa litúrgica é celebrada em 11 de Maio.



Fontes:
-- Do livro Voices of the Saints
-- http://www.tfp.org.br



Um fato marcante na história do santo:

O fato não deixa nenhuma dúvida, pois está juridicamente provado no processo de canonização do santo, e atestado com juramento por muitas testemunhas oculares.

            No ano de 1707, São Francisco de Jerônimo (jesuíta) pregava, como de costume, nos arrabaldes de Nápoles, falando sobre o inferno e os terríveis castigos reservados aos pecadores obstinados. Uma mulher insolente, que morava na redondeza, aborrecida com aqueles sermões que lhe recordavam no coração amargos remorsos, procurou molestá-lo com gestos e gritos, desde a janela de sua casa. Uma vez, um santo lhe disse:

'Ai de ti, filha, se resistes à graça! Não passarão oito dias, sem que Deus te castigue.'

A desaforada mulher não se perturbou por aquela ameaça e continuou com suas más intenções. Passaram-se oito dias, e o santo foi pregar de novo perto daquela casa, mas desta vez as janelas estavam fechadas e ninguém o importunava. Os vizinhos que o ouviam, consternados, lhe disseram que Catarina (tal era o nome daquela péssima mulher) tinha morrido de improviso, pouco antes.

'Morreu? Disse o servo de Deus; pois bem, agora nos diga de que valeu zombar do inferno; vamos perguntar-lhe.'

Os ouvintes sentiram que o santo pronunciara aquelas palavras com inspiração, e por isso todos esperaram um milagre. Acompanhado da multidão subiu à sala, convertida em câmara ardente, e após breve oração, descobriu o rosto da morta e disse:

'Catarina, fala, diz-nos onde estás!'

A esta ordem, a defunta ergue a cabeça, abre os olhos tomas cor o seu rosto, e em atitude de horrível desespero profere, com voz lúgubre estas palavras:

'No inferno! Eu estou no inferno!'

Imediatamente cai e volta ao estado de frio cadáver.

'Eu estava presente ao fato, afirma uma das testemunhas que depuseram no tribunal apostólico, mas não saberia explicar a impressão que causou em mim e nos circunstantes; ainda hoje, passando perto daquela casa e olhando a tal janela, fico muito impressionado. Quando vejo aquela funesta moradia, parece-me ouvir a lúgubre voz: No inferno! Eu estou no inferno.' "




(BELTRAMI, Padre André. O inferno existe – Provas e exemplos. Artpress, São Paulo: 2007, p. 37-8)

terça-feira, 11 de junho de 2019

O CREDO DE MARIA, de acordo com a doutrina mariana de muitos santos (por São Gabriel da Virgem Dolorosa).

               Hoje, o site "Santos, Beatos, Veneráveis e Servos de Deus" trás aos nossos leitores este belíssimo "Credo de Maria", feito por São Gabriel da Virgem Dolorosa, passionista, com uma coletânea de citações, revelações, meditações e ditames mariológicos que servirão para aumentar ainda mais nossa devoção à Bem-Aventurada Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, e ver o quão grande e incomensurável é sua dignidade. Peço que o divulguem em suas famílias, rodas de amigos, grupos de oração, pastorais paroquiais e/ou diocesanas, em fim, a todos os católicos que, por o serem, tem por dever o amor e a honra da Virgem Santíssima. As citações vem acompanhada, dentro do possível, de belas imagens desses santos e santas. 


1.Creio, ó Maria, que, como Vós mesma revelastes a Santa Brígida, sois Rainha do céu, Mãe de misericórdia, alegria dos justos e guia dos pecadores arrependidos; e que não há homem tão perverso que, enquanto viva, não tenhais misericórdia dele; e que ninguém abandonou tanto a Deus, que, se vos invoca, não possa voltar a Deus e encontrar perdão, enquanto que sempre será um desgraçado aquele que, podendo, não recorra a Vós.



2.Creio que sois a Mãe de todos os homens, aos que recebestes como filhos, na pessoa de João, conforme o desejo de Jesus.

3. Creio que sois, como declarastes a Santa Brígida, a Mãe dos pecadores que querem corrigir-se, e que intercedeis por toda alma pecadora ante o trono de Deus, dizendo: Tende compaixão de mim.

4.Creio que sois nossa vida, e unindo-me a Santo Agostinho, vos aclamarei como única esperança dos pecadores depois de Deus.




5. Creio que estais, como vos via Santa Gertrudes, com o manto aberto, e que sob ele se refugiam muitas feras: leões, ursos, tigres, etc., e que Vós, em lugar de espantá-las, as acolheis com piedade e ternura.

6.Creio que através de Vós nós recebemos o dom da perseverança: se vos sigo, não me desencaminharei; se acudo a Vós, não me desesperarei; se Vós me sustentais, não cairei; se Vós me protegeis, não temerei; se vos sigo a Vós, não me cansarei; se vos alcanço, me recebereis com amor.

7.Creio que Vós sois o sopro vivificante dos cristãos, seu auxílio e seu refúgio, especialmente na hora da morte, como dissestes a Santa Brígida, pois não é costume vosso abandonar a vossos devotos na hora da morte, como assegurastes a São João de Deus.

8.Creio que Vós sois a esperança de todos, sobretudo dos pecadores; Vós sois a cidade de refúgio, em particular dos que carecem de ajuda e socorro.



9.    Creio que sois a protetora dos condenados, a esperança dos desesperados, e como ouviu Santa Brígida que Jesus vos dizia, até para o próprio demônio obterias misericórdia se humildemente vo-la pedisse. Vós não rejeitais a nenhum pecador, por carregado de desculpas que se encontre, se recorre à vossa misericórdia. Vós com vossa mão maternal o tiraríeis do abismo do desespero, como diz São Bernardo.



10.  Creio que Vós ajudais a quantos vos invocam e que mais solícita sois para alcançar-nos graças, que nós para vos pedi-las.

11.Creio que, como dissestes a Santa Gertrudes, acolheis sob vosso manto a quantos acodem a Vós, e que os Anjos defendem vossos devotos contra os ataques do inferno. Vós saís ao encontro de quem vos busca e também, sem que se vos peça, dispensais muitas vezes vossa ajuda e creio que serão salvos os que Vós queirais que se salvem.



12.Creio que, como revelastes a Santa Brígida, os demônios fogem, ao ouvir vosso nome, deixando a alma em paz. Associo-me a São Jerônimo, Epifânio, Antonino e outros, para afirmar que vosso nome desceu do céu, e vos foi imposto por ordem de Deus.





13.Creio, ó Maria, que vosso nome é fonte de alegria e graças. Sinto, com Santo Antônio de Pádua, inefáveis doçuras ao pronunciar vosso nome. Vosso nome, ó Maria, é melodia para os ouvidos, mel para o paladar, júbilo para o coração.






14. Creio que não há outro nome, fora do de Jesus, tão transbordante de graça, esperança e suavidade para os que invocam. Estou convencido com São Boaventura de que vosso nome não se pode pronunciar sem algum fruto espiritual. Tenho por certo que, como revelastes a Santa Brígida, não há no mundo alma tão fria em seu amor, nem tão afastada de Deus, que não se veja livre do demônio se invoca vosso santo nome.

15. Creio que vossa intercessão é moralmente necessária para salvar-nos, e que todas as graças que Deus dispensa aos homens passam por vossas mãos, e que todas as misericórdias divinas se dão por mediação vossa, e que ninguém pode entrar no céu sem passar por Vós, que sois a porta.

16.Creio que vossa intercessão é, não somente útil, mas moralmente necessária.

17. Creio que Vós sois a cooperadora de nossa justificação; a reparadora dos homens, corredentora de todo o mundo.

18.Creio que quantos não recorram a Vós, como arca de salvação, perecerão no tempestuoso mar deste mundo. Ninguém se salvará sem vossa ajuda.

19. Creio que Deus estabeleceu não conceder graça alguma a não ser por vosso conduto; que nossa salvação está em vossas mãos e que quem pretende obter graça de Deus sem recorrer a Vós, pretende voar sem asas.

20.Creio que quem não é socorrido por Vós, recorre em vão aos demais santos: o que eles podem convosco, Vós podeis sem eles; se Vós calais, nenhum santo intercederá; se Vós intercedeis, todos os santos se unirão a Vós. Proclamo-vos com Santo Tomás como a única esperança de minha vida, e creio com Santo Agostinho que somente Vós sois solícita por nossa eterna salvação.

21.Creio que sois a tesoureira de Jesus e que ninguém recebe nada de Deus, senão por vossa mediação: encontrando a Vós encontra-se todo o bem.


22.Creio que um de vossos suspiros vale mais que todos os rogos dos santos, e que sois capaz de salvar a todos os homens.

23.Creio que sois advogada tão piedosa, que não rejeitais defender aos mais infelizes. Confesso com Santo André de Creta que sois a reconciliadora celestial dos homens.





24.Creio que sois a pacificadora entre Deus e os homens e que sois o chamariz divino para atrair os pecadores ao arrependimento, como Deus mesmo revelou a Santa Catarina de Sena. Como o ímã atrai o ferro, assim atraís Vós aos pecadores, como assegurastes a Santa Brígida. Vós sois toda olhos, e toda coração para ver nossas misérias, compadecer de nós e socorrer-nos.




25.Chamar-vos-ei, pois, com Santo Epifânio: “A cheia de olhos”. E isto confirma aquela visão de Santa Brígida, na qual Jesus lhe disse: “Pedi-me, Mãe, o que quiserdes”. E Vós lhe respondestes: “Peço misericórdia para os pecadores”.

26.Creio que a misericórdia divina que tivestes com os homens quando vivíeis sobre a terra, inata em Vós, agora no céu se vos aumentou na mesma proporção que o sol é maior que a lua, como opina São Boaventura. E que, assim como não há no firmamento e na terra corpo que não receba alguma luz do sol, tampouco há no céu nem na terra alma que não participe de vossa misericórdia.

27. Creio também com São Boaventura, que não só vos ofendem os que vos injuriam, mas também os que não vos pedem graças. Quem vos obsequia não se perderá, por pecador que seja; ao contrário, como assegura São Boaventura, quem não é devoto vosso, perecerá inevitavelmente. Vossa devoção é o ingresso do céu, direi com Santo Efrém.



28.Creio que, como revelastes a Santa Brígida, sois a Mãe das almas do purgatório, e que suas penas são abrandadas por vossas orações. Portanto afirmo com Santo Afonso que são muito afortunados vossos devotos e com São Bernardino que Vós livrais a vossos devotos das chamas do pur




29.Creio que Vós, quando subíeis ao céu, pedistes, e obtivestes sem nenhuma dúvida, levar convosco ao céu todas as almas que então se achavam no purgatório. Creio também que, como prometestes ao Papa João XXII, livrais do purgatório no sábado seguinte à sua morte aos que portarem vosso escapulário do Carmo. Mas vosso poder vai introduzindo no céu a quantos queirais. Por Vós se enche o céu e fica vazio o inferno.


30.Creio que os que se apoiam em Vós não cairão em pecado, que os que vos honram alcançarão a vida eterna. Vós sois o piloto celestial, que conduzis ao porto da glória a vossos devotos na nacela de vossa proteção, como dissestes a Santa Maria Madalena de Pazzi. Afirmo o que assegura São Bernardo: O professar-vos devoção é sinal certo de predestinação, e também a afirmação do abade Guerrico: Quem vos tem um amor sincero, pode estar tão certo de ir ao céu, como se já estivesse nele.

31.Creio com Santo Agostinho que não há santo tão compassivo como Vós: dais mais do que se vos pede; vais em busca do necessitado, buscais a quem salvar: Muitas vezes salvais aos mesmos que a justiça de vosso Filho está a ponto de condenar, como ensina o Abade de Celes. Portanto, estou convencido da verdade que se contém na visão que teve Santa Brígida: Jesus vos dizia: “Se não se interpusessem vossas orações, não haveria neste caso nem esperança nem misericórdia”. Opino também com São Fulgêncio, que se não fosse por Vós, a terra e o céu teriam sido destruídos por Deus.


32.Creio, como revelastes a Santa Mechtildes, que éreis tão humilde que, apesar de ver-vos enriquecida de dons e graças celestiais inumeráveis, não vos preferiríeis a ninguém. E que, como dissestes a Santa Isabel, Beneditina, vos julgáveis vilíssima serva de Deus e indigna de sua graça.

33.Creio que por vossa humildade, ocultastes de São José vossa maternidade, ainda que aparentemente parecesse necessário manifestá-la, e que servistes a Santa Isabel e que na terra buscastes sempre o último lugar.

34.Creio que, como revelastes a Santa Brígida, tivestes tão baixo conceito de Vós mesma porque sabíeis que tudo havíeis recebido de Deus, por isso em nada buscastes vossa glória, mas a de Deus unicamente.

35.Creio com São Bernardo que nenhuma criatura do mundo é comparável convosco em humildade.

36.Creio que o fogo do amor, que ardia em vosso coração para com Deus era de tanto calor, que num instante poderia acender em fogo e consumir o céu e a terra, e que em comparação com vosso amor, o dos santos era frio.

37.Creio que cumpristes com perfeição o preceito do Senhor “Amar a Deus”, e que desde o primeiro instante de vossa existência, vosso amor a Deus foi superior ao de todos os anjos e serafins.

38.Creio que devido a este intenso amor vosso a Deus, jamais fostes tentada, e que nunca tivestes um pensamento que não fosse para Deus, nem dissestes palavra que não fosse dirigida a Deus.


39.Creio com Suárez, Ruperto, São Bernardino e Santo Ambrósio, que vosso coração amava a Deus, ainda quando vosso corpo repousava, de maneira que se vos pode aplicar o que diz a Sagrada Escritura: “eu durmo, mas meu coração vela”, e que enquanto vivíeis na terra, vosso amor a Deus nunca foi interrompido.



40.Creio que amastes ao próximo com tal perfeição, que não haverá quem o tenha amado mais, excetuando vosso Filho. E que ainda que se reunisse o amor de todas as mães para com seus filhos, dos esposos e esposas entre si, de todos os santos e anjos do céu, seria este amor inferior ao que Vós professais a uma só alma.




41.Creio que tivestes, como diz Suárez, mais fé que todos os Anjos e Santos juntos: ainda quando duvidaram os Apóstolos, Vós não vacilastes. Chamar-vos-ei, pois, com São Cirilo, “Centro da fé ortodoxa”.

42.Creio que sois a Mãe da Santa Esperança e modelo perfeito de confiança em Deus. Que fostes mortificadíssima, tanto que, como dizem Santo Epifânio e São João Damasceno, tivestes sempre o olhar abaixado, sem fixá-los jamais em pessoa alguma.

43.Creio no que dissestes a Santa Isabel, Beneditina: que não tivestes nenhuma virtude sem haver trabalhado para possuí-la, e com Santa Brígida creio que compartistes todas as vossas coisas entre os pobres, sem reservar-vos para Vós mais que o estritamente necessário.

44.Creio que desprezáveis as riquezas mundanas.

45.Creio que fizestes voto de pobreza.

46. Creio que vossa dignidade é superior a todos os anjos e santos e que é tanta vossa perfeição, que só Deus pode conhecê-la.

47.Creio que depois de Deus, é ser Mãe de Deus, e que, portanto, não pudestes estar mais unida a Deus sem ser o próprio Deus, como dizia Santo Alberto.

48.Creio que a dignidade de Mãe de Deus é infinita e única em seu gênero e que nenhuma criatura pode subir mais alto. Deus poderia haver criado um mundo maior, mas não pôde haver formado criatura mais perfeita que Vós.

49.Creio que Deus vos há enriquecido com todas as graças e dons gerais e particulares que conferiu a todas as demais criaturas juntas.

50. Creio que vossa beleza sobrepassa a de todos os homens e os Anjos, como revelou o Senhor a Santa Brígida.

51.Creio que vossa beleza afugentava todo movimento de impureza e inspirava pensamentos castos.

52. Creio que fostes menina, mas, de menina só tivestes a inocência, não os defeitos da infantilidade.

53.Creio que fostes virgem antes de dar a luz, ao dar a luz e depois de dar a luz; fostes mãe sem a esterilidade da virgem, sem deixar por isso de ser virgem. Trabalháveis, mas sem que a ação distraísse; oráveis, mas sem descuidar de vossas ocupações. Morrestes, mas sem angústia, nem dor nem corrupção de vosso corpo.


54.Creio que, como ensina Santo Alberto, fostes a primeira a oferecer, sem conselho de ninguém, vossa virgindade, dando exemplo a todas as virgens, que vos hão imitado, e que Vós, diante de todas, portais o estandarte desta virtude. Por Vós se manteve virgem vosso castíssimo esposo, São José.






55.Creio também que estáveis resolvida a renunciar à dignidade de Mãe de Deus, antes que perder vossa virgindade. Direi com o Beato Alano de la Roche, que praticar a devoção de saudar-te sempre com a Ave-Maria com o Rosário é um magnífico sinal de predestinação para a Glória.