O P. Juan
González Arintero (1860-1928), um frade dominicano de Salamanca, na Espanha, é
conhecido, sobretudo como restaurador da mística tradicional, com seu grande livro
intitulado “La Evolución Mística” (Salamanca 1908). Mas hoje, quero vos
apresentar o P. Arintero como Apóstolo do Amor Misericordioso.
Mas, isso nos
obriga a recuperar para história da Igreja do século XX, uma monja visitandina,
Teresa Desandais (1876-1943), francesa que é a origem da devoção ao Amor Misericordioso,
atualização do culto ao Sagrado
Coração de Jesus.
Fruto estupendo
dessa obra é a Beata Madre Esperança de Jesus (1893-1983), com seu famoso
Santuário do Amor Misericordioso em Collevalenza (Perugia. Italia).
Em concreto, o
P. Arintero foi o escolhido pela Providência Divina para fazer ressoar esta
devoção e essa doutrina do Amor Misericordioso, sobretudo mediante a revista
“La Vida Sobrenatural”, por ele fundada em 1921.
Servo de Deus Padre Arintero, O.P.
O P. Arintero
nasceu em Lugueros, um pequeno povoado nas montanhas de Léon (Espanha), em 24
de junho de 1860. As pessoas das montanhas leonesas, dedicadas à agricultura e
aà colheita, é indômita, tenaz, austera, prudente, enérgica, sóbria e muito
religiosa. O clima é duro.
Arintero, depois
de três anos passados na preceptoria de Boñar, chegou com 15 anos no Convento
dos Frades Dominicanos de Corias (Asturias), em 14 de julho de 1875; nesse convento
foi restabelecida a vida dominicana, depois da exclaustração dos religiosos
espanhóis de 1834, no mesmo dia do nascimento de Arintero.
O jovem Juan
começou o postulantado exercitando-se no latim e nas obras de piedade cristã.
Em 10 de setembro de 1875 tomou o hábito de frade dominicano e dedicou o ano do
noviciado a aprender de memória a Regra de Santo Agostinho e o estudo das
Constituições da Ordem dos Dominicanos, as rubricas litúrgicas do rito próprio,
o canto gregoriano e a prática dos exercícios piedosos.
Em 10 de
setembro de 1876 fez a profissão religiosa simples, começando os estudos de filosofia
e teologia. Em 20 de setembro de 1879 fez a profissão solene prometendo a Deus
viver a vida religiosa segundo o espírito de São Domingos de Gusmão usque ad mortem.
No começo de
agosto de 1881, encontramos o jovem Frei Arintero no celebérrimo convento de
Santo Estevão de Salamanca; faltava-lhe um ano para finalizar os estudos de
teologia; contudo, naquele momento, era necessário que alguns frades dominicanos
alcançassem o doutorado em ciências naturais para a manutenção dos colégios
próprios.
No convento de
Salamanca habitava uma comunidade de dominicanos, integrada por alguns
religiosos franceses de Toulouse, expulsos de seu país em 1880, e outros poucos
religiosos espanhóis. O estudante Frei Arintero, aplicado nos estudos, fervoroso
na oração e afável na vida comum, era apreciado por seus companheiros de universidade
por sua dedicação e por sua boa índole pessoal, mas, não brilhante, porque
carecia de uma fácil expressão verbal e era propenso à surdez. Passados cinco
anos, obteve o doutorado na Faculdade de Ciências Físico-Químicas com um bom
resultado. Em Salamanca, foi ordenado nas têmporas de setembro de 1883; tinha
23 anos.
No final de
setembro de 1886, Arintero, terminados os estudos universitários, se encontrava
no Colégio de Vergara (Guipúzcoa) onde ensinou diversas disciplinas de Ciências
Naturais e cuidava do Museu de História Natural. Arintero, religioso
científico, pensava que era urgente abandonar certas questões escolásticas e
dedicar-se àquelas questões de atualidade que servem para defender a fé. Era um
apologista e sonhava com cristianizar o tema da evolução.
Em 1892, foi
destinado ao convento de Corias como professor de Ciências Naturais dos
estudantes dominicanos filósofos; foi um destino providencial, pois, nomeado
confessor das monjas dominicanas de Cangas de Narcea, em 1895, ali conheceu a
Irmã Pilar Fernández Berdasco, uma noviça que faleceu três anos depois, em 29
de junho de 1898, graças a quem o Padre Arintero ficou fascinado pelo mundo da
mística. Também nesses anos passados em Corias, Arintero advertiu que era
necessário vencer seu temperamento que beirava a teimosia; era um “cabeça dura”
(sic).
Em 1898, o P.
Arintero foi destinado a Salamanca como professor de Apologética e depois,
também, de Eclesiologia (os lugares teológicos de então); no convento de Santo
Estevão já não residiam os frades dominicanos franceses, regressados à França
em 1886, senão, um grupo numeroso de estudantes dominicanos teólogos desde
1892. Esse novo trabalho teológico lhe permitiu a entrada no mundo da teologia.
Em 1900, o P.
Arintero é destinado ao convento de Valladolid, pois, o capítulo provincial
daquele ano, ocorrido em Vergara, decidiu fundar um Centro de Estudos
Superiores em Valladolid com uma finalidade apologética. Com a mesma intenção, o
P. Arintero organizou em Valladolid a Academia de Santo Tomás. Mas, seu
espírito girava, já não somente em torno da apologética, senão, também, em
torno da vida mística, depois do conhecimento de algumas almas espirituais e da
leitura do livro de Henri Joly (1839-1925): “La Psichologie des Saints” (Paris,
1897).
Em 1902
encontramos o P. Arintero de novo em Salamanca como professor de Apologética e
Propedêutica, e, depois, de Sagrada Escritura. Na primavera de 1904, viajou à
Itália para assistir ao capítulo geral de Viterbo, no convento da Virgem de la
Quercia, como sócio do definidor, onde foi eleito Mestre Geral da Ordem o P.
Jacinto Cormier, a quem havia conhecido em Salamanca.
Em 1908, o P.
Arintero não somente foi honrado com o título de Mestre em Sagrada Teologia,
senão também foi impresso o terceiro volume de sua obra mestra “El Desenvolvimiento y Vitalidad de la
Iglesia”, “La Evolución Mística”,
em cujas páginas mostra o desenvolvimento da expansão prodigiosa da divina
graça nas almas.
A Ordem dos
Frades Dominicanos inaugurou o Colégio Internacional Angelicum de Roma em 1909
e o P. Arintero foi chamado como professor de Eclesiologia. Mas, no final do
primeiro ano de docência foi bruscamente despedido. Qual o motivo? Era suspeito
de modernismo. Seu entusiasmo pela
evolução mística foi motivo de contraste com alguns frades do Angélico.
O P. Arintero
regressou, pois, à Espanha como delegado do Mestre Geral por motivo da festa de
50 aniversário da fundação do convento de Corias, no outono de 1910. E no
princípio de 1911 foi designado de novo ao convento de Salamanca, onde
permanecerá até sua morte. Mas, o ano de 1911 foi um calvário moral e físico para ele; inclusive, adoeceu gravemente. Os
críticos foram seus próprios irmãos dominicanos, por exemplo, o P. Norberto del
Prado, com um artigo na El Santíssimo Rosario 26 (1911) 706-714 e P. Emilio
Colunga na revista La Ciencia Tomista 4 (1911) 175-177. Seus defensores foram,
em Roma, seu grande amigo o P. Reginaldo
Garrigou-Lagrange e, na, Espanha o P. Graín, com um artigo na La Ciencia
Tomista 5 (1912) 74-76. Em 07 de junho de 1912, escrevia o P. Garrigou Lagrange
ao P. Arintero: “No que se refere ao
Index, vós podeis estar tranquilo. Por uma fonte seguríssima soube que no Index
responderá que seu livro não pode ser condenado”.
Desde 1912 até
1918 foram seus últimos anos de magistério como professor de Exegese Bíblica em
Salamanca. No estudo da Sagrada Bíblica, sem abandonar seu sentido crítico, ao
final foi para ele um convite a buscar sempre o sentido místico da Palavra de
Deus, que se converte em resplendor da vida eterna. Em 1918, os superiores o liberaram do
magistério e o P. Arintero pode dedicar-se por inteiro a suas coisas, a saber:
a Deus e às almas.
A vida espiritual, na teoria e na prática, e a
direção espiritual foram seus compromissos principais. O P. Arintero
amava as almas e trabalhava para que recuperassem seu resplendor na presença de
Deus. Foi diretor espiritual das monjas: Madre Maria Amparo do Sagrado Coração,
clarissa e da Madre Maria Madalena de Jesus Sacramentado, passionista,
conhecida com o pseudônimo de J. Pastor.
Conheceu também
o pensador hispanista Ramiro de Maeztu em uma conferência sobre vida espiritual
pronunciada por ele em Bilbao. Neste contexto, vale a pena recordar o encontro
entre o Padre Arintero e Dom Miguel de Unamuno no Monte Olivete, no jardim do
Convento de Santo Estevão de Salamanca: “D.
Miguel, vós buscais a Deus pelo caminho da soberba. Mas, recorde que Deus
resiste aos soberbos e se revela aos humildes. Bem, D. Miguel, quando decidir
mudar de postura, volte a mim e estarei contentíssimo em acolhê-lo. Enquanto
não, estamos aqui para perder tempo”.
Eis aqui os três
amores do P. Arintero nos últimos anos de sua vida: a fundação do mosteiro de
Clarissas de Cantalapiedra (Salamanca, 1920) com a M. Amparo; a revista “La
Vida Sobrenatural” (Salamanca, 1921) e a Obra do Amor Misericordioso
(Salamanca, 1922)
A Madre Amparo, nascida em Cantalapiedra
em 30 de outubro de 1889, depois de uma experiência falida no mosteiro
cisterciense de Arévalo (Ávila), entrou no mosteiro do Corpus Christi das
clarissas de Salamanca, em 19 de maio de 1913, e já durante o noviciado se
sentia impulsionada interiormente a fundar um mosteiro de estrita observância dedicado ao Sagrado Coração.
A M. Amparo desanimou
diante de tantas dificuldades, mas achou sempre no P. Arintero um apoio moral.
Finalmente, em 30 de maio de 1920, a M. Amparo com outra professa, uma noviça e
uma aspirante conversa, acompanhadas pelo P. Arintero, chegaram a Cantalapiedra
para fundar o novo mosteiro, sendo recebidos pelo senhor pároco. Apenas um mês
antes de sua morte, em 24 de janeiro de 1928, o P. Arintero visitou pela última
vez seu mosteiro, manifestando o desejo de repousar entre suas filhas. No mês
de novembro de 1939, o bispo de Salamanca, escutando muitas críticas contra o
mosteiro, fez pessoalmente a visita canônica e observando que tudo estava em ordem,
disse: “verdadeiramente esta é a casa do
Sagrado Coração”.
O P. Arintero
foi sempre corajoso na defesa da verdade e da verdadeira vida mística;
primeiro, colaborou na fundação da revista “La Ciencia Tomista” em 1910, e no
mês de janeiro de 1921 teve entre suas mãos o primeiro número da “La Vida Sobrenatural”, cuja finalidade
era ensinar às almas a vida de santidade; um apostolado universal, desenvolvido
tanto pelo clero religioso como pelo clero secular e, inclusive, por um grupo
de leigos competentes. A revista foi a pupila de seus olhos até a morte. No ano
de 1921, a administração da revista esteve em Bilbao, graças a um bom grupo de
seus admiradores leigos, mas, desde 1922, a direção, a secretaria e a
administração da revista estiveram sempre em Salamanca.
Os primeiros
sinais da Obra do Amor Misericordioso
chegaram ao P. Arintero em fevereiro de 1922, mediante um opúsculo intitulado
em francês “Les Petites etincelles”, em português “Centelhas”, sob a misteriosa
assinatura de P.M (Pequena Mão) enviado a ele por uma Senhorita chilena Elvira
Ortúzar, que morava na França. Em 15 de fevereiro de 1923, Ortúzar manifestou
ao P. Arintero a identidade da autora, uma monja francesa, da mesma família
religiosa de S. Margarida Maria Alacoque e Benigna Consolata, visitandina de
Como (Italia), a secretária do Sagrado Coração, cujo nome era M. Maria Teresa
Desandais (1876-1943).
O Padre Arintero e uma geração de
Santos
Sua santidade, foi de alguma maneira,
paternal. Deus lhe deu numerosos filhos e filhas espirituais[1], ou santas
colaboradores, tal como a Madre Esperança de Jesus (1893-1983), fundadora do
Santuário do Amor Misericordioso em Collevalenza (Itália), que foi beatificada
em 31 de maio de 2014. Mas muitos outros exemplos podem ser acrescentados, como
os que seguem:
Duas jovens
Sua descoberta da teologia mística
esteve ligada a direção das monjas dominicanas de Cangas de Narcea [nas
Astúrias, na Espanha] e particularmente da Irmã
Pilar Fernández Berdasco, que morreu com só vinte e quatro anos. Sua
descoberta da mística, cara a cara, foi para ele uma revelação, um chamado de
Deus.
Mas tarde, ele encontrou àquela que foi
chamada la Santina, Irmã Maria da Rainha
dos Apóstolos, da Sociedade de Maria Reparadora, morta ela também com 24
anos. Ele acompanhou essa alma oferecida à Deus, em sua dolorosa noite, até a
União. Essa jovem, que ele conheceu desde sua infância, e a obra da graça em
sua alma, tocaram profundamente o Padre Arinteiro. Ele foi testemunha de seu
profundo amor a Deus. Em toda sua obra escrita, ele faz várias referências a
essa jovem religiosa.
A italiana
A Venerável
Madre Madalena de Jesus Sacramentado é certamente a maior escritora mística
passionista do século XX, pela importância de sua obra escrita e pela variedade
de estilos: artigos de espiritualidade publicados na Revista “La Vida
Sobrenatural”, seus escritos íntimos, suas biografias e ainda muitos outros
escritos .
Ela foi profundamente marcada pelo
ambiente espiritual do mosteiro passionista de Lucca [na Toscana, na Itália],
na qual entrou na vida religiosa, pela memória de Santa Gema Galgani
(1878-1903), pela direção espiritual do Venerável Padre Germano de Santo
Estanislau e a formação da Madre Josefa.
Na Espanha, ela encontrou no Padre
Arintero, que foi o mesmo tempo, seu pai espiritual e o irmão de sua alma. Essa
união foi tão forte que, em seus escritos, ela assina: “Passionista-dominicana”.
O Padre Arintero abriu sua alma ao caminho que Deus tinha para ela, seu caminho
de “Apóstola do Amor” e como escritora.
Ele a conduziu, não por seus próprios
caminhos, mas pelos caminhos que Deus tinha traçado para ela. E ela mesma
ajudou ao Padre Arintero a crescer nessa vida do Amor: “Minha missão sobre a
terra e no céu será pedir pela santificação das almas”, escreve ela. A Santidade é Amor, esse é o
moto centro da espiritualidade da Madre Madalena.
Essas duas almas se uniram em um mesmo
ideal: fazer conhecer a vocação universal a santidade. Ela escreveu em seu
Testamento espiritual: “Todos os átomos do meu pobre ser sejam outras tantas
vozes que gritam: Amor, Amor, Amor! Deus é amor.” Seu processo de beatificação
está bem avançado. Após a declaração da heroicidade de suas virtudes, esperamos
senão um milagre para beatificação.
A fundadora
A
Venerável Madre Amparo do Sagrado Coração (1889-1941) foi uma das maiores
místicas espanholas do século XX, e certamente uma das figuras mais importantes
da Ordem de Santa Clara.
Alma chamada à grande união com Deus,
após um doloroso período de busca de Sua vontade, entrou no mosteiro do Corpus Christi
de Salamanca.
Ela teve que superar numerosas provas, e
uma das mais difíceis foi a total incompreensão de que foi objeto. Ela
encontrou o Padre Arintero durante um período muito difícil. Ele foi seu Pai
espiritual, conduzindo-a no caminho da União. Madre Amparo viveu um caminho
espiritual cheio de graças extraordinários, que ela soube sempre ocultar, tais
como sua união a Paixão de Cristo, isto é, os estigmas.
O Padre Arintero foi, com a Madre
Amparo, co-fundador do Mosteiro do Sagrado Coração de Cantalapiedra
(Salamanca): um fundador dominicano de um mosteiro de clarissas. Esse mosteiro
foi desejado por Nosso Senhor para oração, adoração e reparação. Ainda hoje,
acolhe muitas vocações. As religiosas são atualmente cinquenta e cinco.
O Padre Arintero procurava simplesmente
a vontade de Deus. Tal foi a união do Padre Arintero com esse mosteiro, que é
onde se encontra seu sepulcro, ao lado da Venerável Madre Amparo. Após a
declaração das virtudes heroicas dessa, esperamos igualmente somente um milagre
para sua beatificação.
Os Santos
Uma das principais características do
pensamento do Padre Arintero foi sua compreensão do papel da intuição dos
santos para o desenvolvimento teológico. Em suas obras, ele cita abundantemente
os grandes teólogos, mas também os grandes santos e santos e os grandes
místicos.
Como diretor espiritual e como pregador
de retiros, teve ocasião de encontrar muitas almas santas, como as que
dissemos. Ele tirou do esquecimento numerosas figuras da tradição mística, mas
igualmente estudou numerosas figuras contemporâneas. Muitas de seus filhos e
filhas, nos claustros ou no mundo, foram publicados por ele sob um pseudônimo.
A Visitação
O Padre Arinterio teve vínculos muito
estreitos com a Ordem da Visitação,
seja como diretor espiritual, seja como propagador de sua espiritualidade. Em
particular, foi propagador, na Espanha, da espiritualidade da Serva de Deus Irmã Benigna Consolata,
visitandina italiana (1885-1916), que recebeu numerosas comunicações de Jesus.
Esses foram publicados sob o título de Vade-mecum, com o pseudônimo [sugerido
pelo próprio Jesus]: um Piedoso autor.
Uma atenção toda particular deve ser
consagrada a Madre Maria Teresa
Desandais (1876-1943) e a Obra do Amor Misericordioso. Essa mística
visitandina francesa, de fato, influenciou muito a vida e os escritos do Padre
Arintero, sobre o tema da Misericórdia e sobre aquele de Maria Medianeira.
A concepcionista
A Serva
de Deus Madre Maria dos Anjos Sorazu y Aizpurúa (1873-1921), religiosa da
Ordem da Imaculada Conceição, foi uma das maiores místicas do século XX.
Seus escritos foram comparados por D.
Baldomero Jiménez Duque (1911-2007), ele mesmo considerado como uma das figuras
mais importantes da espiritualidade de nosso tempo, aos textos de Santa Teresa
de Ávila e de São João da Cruz. Ela é, diz ele, “sem disputa, o caso mais interessante da escritora mística da Espanha
no tempo atual e uma das primeiras de todos os tempos” [in Revista Española
de Teología, 12 (1952), p. 299].
“ A experiência espiritual da Madre
Sorazu – segundo o P. M. Llamera, o.p. – é
mais importante que conhecemos desde Santa Teresa de Jesus até nosso
dias” [in “Teología espiritual” 7 (1959), p. 166].
Ela foi filha espiritual do Padre
Mariano de Vega de Espinareda (1871-1946), capuchinho, grande diretor
espiritual, que dirigiu igualmente a Madre
Celina do Menino Jesus (1910-1962), clarissa, cujo processo de beatificação
foi aberto em 15 de novembro de 2012, pelo bispo de Astorga (Espanha).
Após diversas dificuldades e
mal-entendidos, essa direção entre o Padre Mariano de Vega e a Madre Sorazu,
foi interrompida contra a vontade deles. Ela se volta ao Padre Arintero a fim
de pedir-lhe conselho.
O Padre Arintero a conhecia e admirava.
Um dia, ele lhe entrega sua obra intitulada Cuestiones
Místicas. À leitura do Prólogo desse livro, ela considerou que era
necessário acrescentar um apêndice sobre a falsa mística, a fim de ajudar as
almas. O Padre Arintero, convencido, então a convidou a escrever sobre esse
tempo. Entretanto, ela não o fez.
O Padre Arintero escreveu o prólogo da
edição da La Ovejita de Maria Inmaculada, um pequeno escrito sobre a vida
religiosa e a consagração mariana.
A Madre Sorazu foi uma mística mariana e
trinitária, que recebeu grandes luzes
sobre a vida unitiva. Seus escritos sobre a Santíssima Virgem foram
recolhidos pelo P. Nazario Pérez, s.j., sob o título Opúsculos marianos
(Valladolid 1929)
O
Padre Arintero utilizou muito, em citações, suas luzes sobre a Sagrada
Escritura, em particular em seu grande comentário El Cantar de los Cantares,
exposición mística (Ed. San Esteban, 1925, 634 p.). os principais comentários
bíblicos da Madre Sorazu foram publicados com o título Exposición de varios
pasajes de la Sagrada Escritura (Salamanca 1926).
Assim, cheio de méritos e virtudes, após
uma vida de amizade com Deus, apostolado da vida de oração e da vida mística,
de devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao seu Amor Misericordioso, após uma
vida dedicada à salvação das almas e à direção espiritual de muitos almas
unidas a Deus e santas, faleceu em Salamanca, Espanha, em 1928, aos 68 anos de
idade.
Fonte:
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