Páginas

Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

domingo, 2 de junho de 2019

Servo de Deus Juan González Arintero (Padre Arintero) , presbítero dominicano, apóstolo do amor misericordioso e diretor espiritual de muitas almas santas.



O P. Juan González Arintero (1860-1928), um frade dominicano de Salamanca, na Espanha, é conhecido, sobretudo como restaurador da mística tradicional, com seu grande livro intitulado “La Evolución Mística” (Salamanca 1908). Mas hoje, quero vos apresentar o P. Arintero como Apóstolo do Amor Misericordioso.
Mas, isso nos obriga a recuperar para história da Igreja do século XX, uma monja visitandina, Teresa Desandais (1876-1943), francesa que é a origem da devoção ao Amor Misericordioso, atualização do culto ao Sagrado Coração de Jesus.
Fruto estupendo dessa obra é a Beata Madre Esperança de Jesus (1893-1983), com seu famoso Santuário do Amor Misericordioso em Collevalenza (Perugia. Italia).
Em concreto, o P. Arintero foi o escolhido pela Providência Divina para fazer ressoar esta devoção e essa doutrina do Amor Misericordioso, sobretudo mediante a revista “La Vida Sobrenatural”, por ele fundada em 1921.




Servo de Deus Padre Arintero, O.P.

O P. Arintero nasceu em Lugueros, um pequeno povoado nas montanhas de Léon (Espanha), em 24 de junho de 1860. As pessoas das montanhas leonesas, dedicadas à agricultura e aà colheita, é indômita, tenaz, austera, prudente, enérgica, sóbria e muito religiosa. O clima é duro.

Arintero, depois de três anos passados na preceptoria de Boñar, chegou com 15 anos no Convento dos Frades Dominicanos de Corias (Asturias), em 14 de julho de 1875; nesse convento foi restabelecida a vida dominicana, depois da exclaustração dos religiosos espanhóis de 1834, no mesmo dia do nascimento de Arintero.

O jovem Juan começou o postulantado exercitando-se no latim e nas obras de piedade cristã. Em 10 de setembro de 1875 tomou o hábito de frade dominicano e dedicou o ano do noviciado a aprender de memória a Regra de Santo Agostinho e o estudo das Constituições da Ordem dos Dominicanos, as rubricas litúrgicas do rito próprio, o canto gregoriano e a prática dos exercícios piedosos.

Em 10 de setembro de 1876 fez a profissão religiosa simples, começando os estudos de filosofia e teologia. Em 20 de setembro de 1879 fez a profissão solene prometendo a Deus viver a vida religiosa segundo o espírito de São Domingos de Gusmão usque ad mortem.

No começo de agosto de 1881, encontramos o jovem Frei Arintero no celebérrimo convento de Santo Estevão de Salamanca; faltava-lhe um ano para finalizar os estudos de teologia; contudo, naquele momento, era necessário que alguns frades dominicanos alcançassem o doutorado em ciências naturais para a manutenção dos colégios próprios.

No convento de Salamanca habitava uma comunidade de dominicanos, integrada por alguns religiosos franceses de Toulouse, expulsos de seu país em 1880, e outros poucos religiosos espanhóis. O estudante Frei Arintero, aplicado nos estudos, fervoroso na oração e afável na vida comum, era apreciado por seus companheiros de universidade por sua dedicação e por sua boa índole pessoal, mas, não brilhante, porque carecia de uma fácil expressão verbal e era propenso à surdez. Passados cinco anos, obteve o doutorado na Faculdade de Ciências Físico-Químicas com um bom resultado. Em Salamanca, foi ordenado nas têmporas de setembro de 1883; tinha 23 anos.

No final de setembro de 1886, Arintero, terminados os estudos universitários, se encontrava no Colégio de Vergara (Guipúzcoa) onde ensinou diversas disciplinas de Ciências Naturais e cuidava do Museu de História Natural. Arintero, religioso científico, pensava que era urgente abandonar certas questões escolásticas e dedicar-se àquelas questões de atualidade que servem para defender a fé. Era um apologista e sonhava com cristianizar o tema da evolução.

Em 1892, foi destinado ao convento de Corias como professor de Ciências Naturais dos estudantes dominicanos filósofos; foi um destino providencial, pois, nomeado confessor das monjas dominicanas de Cangas de Narcea, em 1895, ali conheceu a Irmã Pilar Fernández Berdasco, uma noviça que faleceu três anos depois, em 29 de junho de 1898, graças a quem o Padre Arintero ficou fascinado pelo mundo da mística. Também nesses anos passados em Corias, Arintero advertiu que era necessário vencer seu temperamento que beirava a teimosia; era um “cabeça dura” (sic).

Em 1898, o P. Arintero foi destinado a Salamanca como professor de Apologética e depois, também, de Eclesiologia (os lugares teológicos de então); no convento de Santo Estevão já não residiam os frades dominicanos franceses, regressados à França em 1886, senão, um grupo numeroso de estudantes dominicanos teólogos desde 1892. Esse novo trabalho teológico lhe permitiu a entrada no mundo da teologia.

Em 1900, o P. Arintero é destinado ao convento de Valladolid, pois, o capítulo provincial daquele ano, ocorrido em Vergara, decidiu fundar um Centro de Estudos Superiores em Valladolid com uma finalidade apologética. Com a mesma intenção, o P. Arintero organizou em Valladolid a Academia de Santo Tomás. Mas, seu espírito girava, já não somente em torno da apologética, senão, também, em torno da vida mística, depois do conhecimento de algumas almas espirituais e da leitura do livro de Henri Joly (1839-1925): “La Psichologie des Saints” (Paris, 1897).

Em 1902 encontramos o P. Arintero de novo em Salamanca como professor de Apologética e Propedêutica, e, depois, de Sagrada Escritura. Na primavera de 1904, viajou à Itália para assistir ao capítulo geral de Viterbo, no convento da Virgem de la Quercia, como sócio do definidor, onde foi eleito Mestre Geral da Ordem o P. Jacinto Cormier, a quem havia conhecido em Salamanca.

Em 1908, o P. Arintero não somente foi honrado com o título de Mestre em Sagrada Teologia, senão também foi impresso o terceiro volume de sua obra mestra “El Desenvolvimiento y Vitalidad de la Iglesia”, “La Evolución Mística”, em cujas páginas mostra o desenvolvimento da expansão prodigiosa da divina graça nas almas.

A Ordem dos Frades Dominicanos inaugurou o Colégio Internacional Angelicum de Roma em 1909 e o P. Arintero foi chamado como professor de Eclesiologia. Mas, no final do primeiro ano de docência foi bruscamente despedido. Qual o motivo? Era suspeito de modernismo. Seu entusiasmo pela evolução mística foi motivo de contraste com alguns frades do Angélico.

O P. Arintero regressou, pois, à Espanha como delegado do Mestre Geral por motivo da festa de 50 aniversário da fundação do convento de Corias, no outono de 1910. E no princípio de 1911 foi designado de novo ao convento de Salamanca, onde permanecerá até sua morte. Mas, o ano de 1911 foi um calvário moral e físico para ele; inclusive, adoeceu gravemente. Os críticos foram seus próprios irmãos dominicanos, por exemplo, o P. Norberto del Prado, com um artigo na El Santíssimo Rosario 26 (1911) 706-714 e P. Emilio Colunga na revista La Ciencia Tomista 4 (1911) 175-177. Seus defensores foram, em Roma, seu grande amigo o P. Reginaldo Garrigou-Lagrange e, na, Espanha o P. Graín, com um artigo na La Ciencia Tomista 5 (1912) 74-76. Em 07 de junho de 1912, escrevia o P. Garrigou Lagrange ao P. Arintero: “No que se refere ao Index, vós podeis estar tranquilo. Por uma fonte seguríssima soube que no Index responderá que seu livro não pode ser condenado”.

Desde 1912 até 1918 foram seus últimos anos de magistério como professor de Exegese Bíblica em Salamanca. No estudo da Sagrada Bíblica, sem abandonar seu sentido crítico, ao final foi para ele um convite a buscar sempre o sentido místico da Palavra de Deus, que se converte em resplendor da vida eterna.  Em 1918, os superiores o liberaram do magistério e o P. Arintero pode dedicar-se por inteiro a suas coisas, a saber: a Deus e às almas.
A vida espiritual, na teoria e na prática, e a direção espiritual foram seus compromissos principais. O P. Arintero amava as almas e trabalhava para que recuperassem seu resplendor na presença de Deus. Foi diretor espiritual das monjas: Madre Maria Amparo do Sagrado Coração, clarissa e da Madre Maria Madalena de Jesus Sacramentado, passionista, conhecida com o pseudônimo de J. Pastor.

Conheceu também o pensador hispanista Ramiro de Maeztu em uma conferência sobre vida espiritual pronunciada por ele em Bilbao. Neste contexto, vale a pena recordar o encontro entre o Padre Arintero e Dom Miguel de Unamuno no Monte Olivete, no jardim do Convento de Santo Estevão de Salamanca: “D. Miguel, vós buscais a Deus pelo caminho da soberba. Mas, recorde que Deus resiste aos soberbos e se revela aos humildes. Bem, D. Miguel, quando decidir mudar de postura, volte a mim e estarei contentíssimo em acolhê-lo. Enquanto não, estamos aqui para perder tempo”.

Eis aqui os três amores do P. Arintero nos últimos anos de sua vida: a fundação do mosteiro de Clarissas de Cantalapiedra (Salamanca, 1920) com a M. Amparo; a revista “La Vida Sobrenatural” (Salamanca, 1921) e a Obra do Amor Misericordioso (Salamanca, 1922)

A Madre Amparo, nascida em Cantalapiedra em 30 de outubro de 1889, depois de uma experiência falida no mosteiro cisterciense de Arévalo (Ávila), entrou no mosteiro do Corpus Christi das clarissas de Salamanca, em 19 de maio de 1913, e já durante o noviciado se sentia impulsionada interiormente a fundar um mosteiro de estrita observância dedicado ao Sagrado Coração.

A M. Amparo desanimou diante de tantas dificuldades, mas achou sempre no P. Arintero um apoio moral. Finalmente, em 30 de maio de 1920, a M. Amparo com outra professa, uma noviça e uma aspirante conversa, acompanhadas pelo P. Arintero, chegaram a Cantalapiedra para fundar o novo mosteiro, sendo recebidos pelo senhor pároco. Apenas um mês antes de sua morte, em 24 de janeiro de 1928, o P. Arintero visitou pela última vez seu mosteiro, manifestando o desejo de repousar entre suas filhas. No mês de novembro de 1939, o bispo de Salamanca, escutando muitas críticas contra o mosteiro, fez pessoalmente a visita canônica e observando que tudo estava em ordem, disse: “verdadeiramente esta é a casa do Sagrado Coração”.
O P. Arintero foi sempre corajoso na defesa da verdade e da verdadeira vida mística; primeiro, colaborou na fundação da revista “La Ciencia Tomista” em 1910, e no mês de janeiro de 1921 teve entre suas mãos o primeiro número da “La Vida Sobrenatural”, cuja finalidade era ensinar às almas a vida de santidade; um apostolado universal, desenvolvido tanto pelo clero religioso como pelo clero secular e, inclusive, por um grupo de leigos competentes. A revista foi a pupila de seus olhos até a morte. No ano de 1921, a administração da revista esteve em Bilbao, graças a um bom grupo de seus admiradores leigos, mas, desde 1922, a direção, a secretaria e a administração da revista estiveram sempre em Salamanca.

Os primeiros sinais da Obra do Amor Misericordioso chegaram ao P. Arintero em fevereiro de 1922, mediante um opúsculo intitulado em francês “Les Petites etincelles”, em português “Centelhas”, sob a misteriosa assinatura de P.M (Pequena Mão) enviado a ele por uma Senhorita chilena Elvira Ortúzar, que morava na França. Em 15 de fevereiro de 1923, Ortúzar manifestou ao P. Arintero a identidade da autora, uma monja francesa, da mesma família religiosa de S. Margarida Maria Alacoque e Benigna Consolata, visitandina de Como (Italia), a secretária do Sagrado Coração, cujo nome era M. Maria Teresa Desandais (1876-1943).



O Padre Arintero e uma geração de Santos
A santidade foi a paixão, o motor da vida do Padre Arintero. A união com Deus foi o desejo mais profundo de sua alma. Toda sua obra escrita, mas também seu trabalho como diretor de almas, foi consagrada a “preparar os caminhos do Senhor”.
 Sua santidade, foi de alguma maneira, paternal. Deus lhe deu numerosos filhos e filhas espirituais[1], ou santas colaboradores, tal como a Madre Esperança de Jesus (1893-1983), fundadora do Santuário do Amor Misericordioso em Collevalenza (Itália), que foi beatificada em 31 de maio de 2014. Mas muitos outros exemplos podem ser acrescentados, como os que seguem:







Duas jovens

Sua descoberta da teologia mística esteve ligada a direção das monjas dominicanas de Cangas de Narcea [nas Astúrias, na Espanha] e particularmente da Irmã Pilar Fernández Berdasco, que morreu com só vinte e quatro anos. Sua descoberta da mística, cara a cara, foi para ele uma revelação, um chamado de Deus.

Mas tarde, ele encontrou àquela que foi chamada la Santina, Irmã Maria da Rainha dos Apóstolos, da Sociedade de Maria Reparadora, morta ela também com 24 anos. Ele acompanhou essa alma oferecida à Deus, em sua dolorosa noite, até a União. Essa jovem, que ele conheceu desde sua infância, e a obra da graça em sua alma, tocaram profundamente o Padre Arinteiro. Ele foi testemunha de seu profundo amor a Deus. Em toda sua obra escrita, ele faz várias referências a essa jovem religiosa.




 A italiana
A Venerável Madre Madalena de Jesus Sacramentado é certamente a maior escritora mística passionista do século XX, pela importância de sua obra escrita e pela variedade de estilos: artigos de espiritualidade publicados na Revista “La Vida Sobrenatural”, seus escritos íntimos, suas biografias e ainda muitos outros escritos .

Ela foi profundamente marcada pelo ambiente espiritual do mosteiro passionista de Lucca [na Toscana, na Itália], na qual entrou na vida religiosa, pela memória de Santa Gema Galgani (1878-1903), pela direção espiritual do Venerável Padre Germano de Santo Estanislau e a formação da Madre Josefa.

Na Espanha, ela encontrou no Padre Arintero, que foi o mesmo tempo, seu pai espiritual e o irmão de sua alma. Essa união foi tão forte que, em seus escritos, ela assina: “Passionista-dominicana”. O Padre Arintero abriu sua alma ao caminho que Deus tinha para ela, seu caminho de “Apóstola do Amor” e como escritora.

Ele a conduziu, não por seus próprios caminhos, mas pelos caminhos que Deus tinha traçado para ela. E ela mesma ajudou ao Padre Arintero a crescer nessa vida do Amor: “Minha missão sobre a terra e no céu será pedir pela santificação das almas”,  escreve ela. A Santidade é Amor, esse é o moto centro da espiritualidade da Madre Madalena.

Essas duas almas se uniram em um mesmo ideal: fazer conhecer a vocação universal a santidade. Ela escreveu em seu Testamento espiritual: “Todos os átomos do meu pobre ser sejam outras tantas vozes que gritam: Amor, Amor, Amor! Deus é amor.” Seu processo de beatificação está bem avançado. Após a declaração da heroicidade de suas virtudes, esperamos senão um milagre para beatificação.



A fundadora

A Venerável Madre Amparo do Sagrado Coração (1889-1941) foi uma das maiores místicas espanholas do século XX, e certamente uma das figuras mais importantes da Ordem de Santa Clara.

Alma chamada à grande união com Deus, após um doloroso período de busca de Sua vontade, entrou no mosteiro do Corpus Christi de Salamanca.

Ela teve que superar numerosas provas, e uma das mais difíceis foi a total incompreensão de que foi objeto. Ela encontrou o Padre Arintero durante um período muito difícil. Ele foi seu Pai espiritual, conduzindo-a no caminho da União. Madre Amparo viveu um caminho espiritual cheio de graças extraordinários, que ela soube sempre ocultar, tais como sua união a Paixão de Cristo, isto é, os estigmas.

O Padre Arintero foi, com a Madre Amparo, co-fundador do Mosteiro do Sagrado Coração de Cantalapiedra (Salamanca): um fundador dominicano de um mosteiro de clarissas. Esse mosteiro foi desejado por Nosso Senhor para oração, adoração e reparação. Ainda hoje, acolhe muitas vocações. As religiosas são atualmente cinquenta e cinco.

O Padre Arintero procurava simplesmente a vontade de Deus. Tal foi a união do Padre Arintero com esse mosteiro, que é onde se encontra seu sepulcro, ao lado da Venerável Madre Amparo. Após a declaração das virtudes heroicas dessa, esperamos igualmente somente um milagre para sua beatificação.



Os Santos

Uma das principais características do pensamento do Padre Arintero foi sua compreensão do papel da intuição dos santos para o desenvolvimento teológico. Em suas obras, ele cita abundantemente os grandes teólogos, mas também os grandes santos e santos e os grandes místicos.

Como diretor espiritual e como pregador de retiros, teve ocasião de encontrar muitas almas santas, como as que dissemos. Ele tirou do esquecimento numerosas figuras da tradição mística, mas igualmente estudou numerosas figuras contemporâneas. Muitas de seus filhos e filhas, nos claustros ou no mundo, foram publicados por ele sob um pseudônimo.



A Visitação
O Padre Arinterio teve vínculos muito estreitos com a Ordem da Visitação, seja como diretor espiritual, seja como propagador de sua espiritualidade. Em particular, foi propagador, na Espanha, da espiritualidade da Serva de Deus Irmã Benigna Consolata, visitandina italiana (1885-1916), que recebeu numerosas comunicações de Jesus. Esses foram publicados sob o título de Vade-mecum, com o pseudônimo [sugerido pelo próprio Jesus]: um Piedoso autor.




Uma atenção toda particular deve ser consagrada a Madre Maria Teresa Desandais (1876-1943) e a Obra do Amor Misericordioso. Essa mística visitandina francesa, de fato, influenciou muito a vida e os escritos do Padre Arintero, sobre o tema da Misericórdia e sobre aquele de Maria Medianeira.











A concepcionista
Resultado de imagem para Maria dos Anjos Sorazu y Aizpurúa
A Serva de Deus Madre Maria dos Anjos Sorazu y Aizpurúa (1873-1921), religiosa da Ordem da Imaculada Conceição, foi uma das maiores místicas do século XX.

Seus escritos foram comparados por D. Baldomero Jiménez Duque (1911-2007), ele mesmo considerado como uma das figuras mais importantes da espiritualidade de nosso tempo, aos textos de Santa Teresa de Ávila e de São João da Cruz. Ela é, diz ele, “sem disputa, o caso mais interessante da escritora mística da Espanha no tempo atual e uma das primeiras de todos os tempos” [in Revista Española de Teología, 12 (1952), p. 299].

“ A experiência espiritual da Madre Sorazu – segundo o P. M. Llamera, o.p. – é  mais importante que conhecemos desde Santa Teresa de Jesus até nosso dias” [in “Teología espiritual” 7 (1959), p. 166].

Ela foi filha espiritual do Padre Mariano de Vega de Espinareda (1871-1946), capuchinho, grande diretor espiritual, que dirigiu igualmente a Madre Celina do Menino Jesus (1910-1962), clarissa, cujo processo de beatificação foi aberto em 15 de novembro de 2012, pelo bispo de Astorga (Espanha).

Após diversas dificuldades e mal-entendidos, essa direção entre o Padre Mariano de Vega e a Madre Sorazu, foi interrompida contra a vontade deles. Ela se volta ao Padre Arintero a fim de pedir-lhe conselho.

O Padre Arintero a conhecia e admirava. Um dia, ele lhe entrega sua obra intitulada Cuestiones Místicas. À leitura do Prólogo desse livro, ela considerou que era necessário acrescentar um apêndice sobre a falsa mística, a fim de ajudar as almas. O Padre Arintero, convencido, então a convidou a escrever sobre esse tempo. Entretanto, ela não o fez.

O Padre Arintero escreveu o prólogo da edição da La Ovejita de Maria Inmaculada, um pequeno escrito sobre a vida religiosa e a consagração mariana.

A Madre Sorazu foi uma mística mariana e trinitária, que recebeu grandes luzes sobre a vida unitiva. Seus escritos sobre a Santíssima Virgem foram recolhidos pelo P. Nazario Pérez, s.j., sob o título Opúsculos marianos (Valladolid 1929)

 O Padre Arintero utilizou muito, em citações, suas luzes sobre a Sagrada Escritura, em particular em seu grande comentário El Cantar de los Cantares, exposición mística (Ed. San Esteban, 1925, 634 p.). os principais comentários bíblicos da Madre Sorazu foram publicados com o título Exposición de varios pasajes de la Sagrada Escritura (Salamanca 1926).

Assim, cheio de méritos e virtudes, após uma vida de amizade com Deus, apostolado da vida de oração e da vida mística, de devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao seu Amor Misericordioso, após uma vida dedicada à salvação das almas e à direção espiritual de muitos almas unidas a Deus e santas, faleceu em Salamanca, Espanha, em 1928, aos 68 anos de idade.


Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário