Páginas

Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sexta-feira, 28 de junho de 2019

Serva de Deus Cunegunda Siwiec, virgem e leiga, da Ordem Carmelita Descalça Secular.



A vida nas montanhas: cercados por uma natureza incontaminada, um pouco selvagem, longe do frenesi, mas, também, do conforto da vida urbana: estamos na Polônia, no final do século XIX, em Siwcowka, diocese de Cracóvia. Ali há poucas casas apegadas à montanha, onde se trabalha a terra para cultivar batatas... Um lugar simples e ermo, onde a escola não existe e a igreja fica a três horas de distância. Isso, obviamente, no verão, porque quando neva só é alcançada depois de quatro ou cinco horas. Aqui nasceu, em 1876, a pequena Cunegunda, nona dos dez filhos da família Siwiec, chamados por todos com o carinhoso diminutivo de Kundusia. Seus pais foram Victoria e João Siwiec. Deles recebeu sólida educação humana e católica.


Sintamos agora a serenidade da paisagem e de sua família, cujo pai, mesmo na velhice, ia trabalhar no pasto assobiando e cantando e, à noite, ficava encantado ao admirar as nuances do pôr-do-sol em frente à casa. Kundusia aprende a ler e assinar participando, nos meses de inverno, de uma espécie de "escola noturna", na qual seus professores são os habitantes mais educados da aldeia. Cunegunda cresce com um caráter determinado, forte e profundamente religioso. Tem um namorado, com quem ela se preocupa muito e com quem já faz planos de casamento.

Foto de Cunegunda com alguns parentes. 
O ponto de virada em sua vida vem em 1896, participando da missão popular pregada por um padre redentorista: Kundusia, já com 20 anos e um casamento à vista, de repente descobre sua vocação: "viver no mundo, mas só para Cristo". Assim, ela reorganiza sua vida em torno desse ideal, dando prioridade absoluta às coisas espirituais.

Começa por se inscrever no Apostolado de Oração, depois participa de um curso de catequese para preparar as meninas e crianças da montanha para a primeira comunhão e para o matrimônio e, finalmente, une-se à Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo e de Santa Teresa (atualmente, Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares, OCDS), na fraternidade que se reunia em um salão cedido aos “terceiros” no convento carmelitano de Wadowice (a 30 km de seu povoado).

Em sua aldeia, seus concidadãos observam sua metamorfose: desde menina, "como todos", até, paulatinamente, ela se transformar em uma alma cada vez mais "de Jesus": não sabem, mas conseguem adivinhar que, por trás de tudo isso, existe uma grande intimidade com o paraíso, nascida e sustentada por longas horas de oração "de coração a coração" com Jesus.

Em 1929, oferece a terra que teria herdado para construir um "centro educacional": uma escola regular, em suma, a que ela nunca poderia assistir, administrado e conduzido por religiosas, que, cuidam da educação de crianças e de adultos. Anexo ao Centro também é construída uma capela e, somente a partir daquele ano, portanto, Kundusia tem a alegria e a oportunidade da Santa Missa diária. Tanto o centro educacional quanto a capela são consagrados a Santa Teresinha do Menino Jesus, recentemente canonizada (em 17 de maio de 1925) pelo Papa Pio XI.

A Sagrada Eucaristia dá asas à sua espiritualidade e faz crescer a sua intimidade com Jesus. Não se sabe exatamente quando, mas, na sua vida começam a ocorrer estranhos fenômenos, particularmente após a santa comunhão. Os "estudiosos em mística” os chamam de "locuções interiores", que são, basicamente, nada além de revelações internas de Jesus, da Virgem Maria e dos Santos. Kundusia revelou tais acontecimentos ao seu confessor apenas em 1942, com um pouco de vergonha, admitindo que isso vem acontecendo há algum tempo.

Esta "linha direta" com o paraíso gradualmente leva-a a amadurecer a decisão de oferecer sua vida em reparação pelos pecados do mundo e fazê-la desenvolver uma oblação completa, em união com o sacrifício de Jesus na cruz. Muitos passam a buscá-la: pessoas simples e cultas, sacerdotes e religiosos, para conselhos, ajuda espiritual, encorajamento ao bem: todos recebem dessa mulher analfabeta e “comum” o que precisam para o bem de suas almas.

Entrando em sua casa, eles a encontram envolvida com seus irmãos na leitura de obras místicas, que ela comenta com uma profundidade e competência que surpreendem até mesmo os mais sábios teólogos.

Sua união completa com Jesus alcança seu clímax com a alegre aceitação do sofrimento: em 1948 ela foi atingido por câncer ósseo com metástases generalizadas. Um sofrimento incalculável, escondido por trás de sua habitual atitude sorridente e brincalhona. Tudo é oferecido em reparação pelos pecados do mundo, todos vividos em união com o sacrifício da cruz. Em 1955, isto é, após sete anos de atrozes sofrimentos, ela morre pacificamente, com dores excruciantes.


De imediato, já era considerada “santa” por seus concidadãos. Nos anos 80 começaram a aparecer artigos e livros dedicados a sua vida e se foi divulgando a fama de sua santidade. Por último, em 21 de dezembro de 2007, o Cardeal Estanislao Dziwsz, arcebispo de Cracóvia, abriu oficialmente seu processo de beatificação.







Fontes:
www.santiebeati.it
Alguns fragmentos da Wikipedia polonesa. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário