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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

SANTA ROSA FAN HUI, Leiga, Catequista e Mártir (na China) *

 

Nós católicos, mesmo os latino-americanos, demos um costume (talvez por causa de padre missionários vindos da Europa) de cultuar mais santos e santas de origem européia: italianos, franceses, espanhóis, portugueses, alemães, etc. Desconhecemos, às vezes, por completo que já temos muitos santos e santas latino-americanos, mexicanos, africanos e asiáticos (chineses, japoneses e coreanos). Hoje, o site santos, beatos, veneráveis e servos de Deus traz um resumo da história de Santa Rosa Fan Hui, uma santa virgem e mártir chinesa.

A jovem Wang Hoei (mais tarde Rosa) vivia feliz na província chinesa de Hebei, na sua aldeia, relativamente próxima de Pequim, quando o século XX lhe restavam já dois telejornais.

Ficou feliz porque tinha acabado de ouvir alguns missionários falar de Liaoshi (Deus) e de Xishi (Jesus) e de construir uma “miao” (igreja). Assim ela conheceu os missionários lazaristas, vindos de uma congregação que havia fundado São Vicente de Paulo no século XVI.

Wang Hoei estava tão feliz e ouvia tão concentrada estes pobres e santos homens que mal sabiam a língua e vestiam-se tão estranhos que pouco depois decidiu se batizar e mudar de nome. Agora era Fan Hui, Rosa Fan Hui, e tornou-se catequista de crianças na sua aldeia.

Eu já tinha decidido que não ia se casar, porque não havia um cristão de verdade para fazê-lo, então ele se dedicou a ajudar os lazaristas com a língua, a traduzir-lhes termos para não misturar as coisas com o budismo e ensinar as crianças quem era esse Jesus.

Ei, nada mau, certo?

Alguns anos se passaram e, de repente, ocorreu uma espécie de revolução nos arredores de Pequim (que são muito grandes) comandada por fãs de artes marciais, especialmente de uma brutal, que vamos chamar boxe chinês para nos entendermos. Os ingleses chamaram-lhes, por isso, "boxers" (de quem falei antes)

Os boxers acreditavam que as balas não podiam prejudicá-los e achavam que tinham superpoderes, parece uma piada mas a imperatriz Ci Xi, surpreendentemente, ficou do seu lado. Os boxers eram profundamente anticristãos.

O império chinês já não se sustentou. Tinha perdido, nessa época, e sucessivamente, guerras com o Japão e com a Inglaterra e a França (as chamadas guerras do ópio). Isso o obrigou a assinar um pacto comercial pelo qual potências ocidentais podiam manobrar com produtos de todo o tipo em território chinês.

Pequim era um chaleiro de diplomatas, comerciantes, missionários e soldados vindos de qualquer lugar. Isto é o que fez os boxers subirem de posição perante a imperatriz Ci Xi, que apoiou suas ações anticatólicas, desde que servissem a ela.

Quem mais pagou foram os missionários católicos das aldeias. Para as potências estrangeiras foi uma chatice ter que lutar com estes ninjas malucos e assim que eles se uniram minimamente reduziram-lhes simplesmente.

Santa Rosa Fan Hui, como outros tentaram se esconder, estava indo de um lado para o outro. De uma cidade para outra, procurando que os boxers não estivessem por aí. Mas havia muitos e Rosa, um dia que passava por uma pequena ermida construída pela missão dos lazaristas, disse a si mesma:

"Já está. Há dias que não faço o que deu sentido à minha vida: rezar. Eu fico aqui porque não posso ficar eternamente fugindo."

Ficou o dia todo e a noite toda rezando, esperando o que viria.

De manhã, na saída da ermida, um grupo de boxers estava esperando por ela. Os boxers atacaram implacavelmente Rosa, que sem resistência continuava a rezar, o que enfureceu mais os perseguidores. Eles pegaram suas espadas e fizeram várias feridas por todo o corpo para, pouco depois, seguir seu caminho abandonando-a às margens de um canal. Pouco tempo depois, outro grupo de boxers passou e acabaram com ela.

Foi 16 de agosto de 1900. Um novo século estava começando. Muitos testemunhos de camponeses chineses que testemunharam a morte destes mártires, abandonados à sua sorte por todos.

Isso possibilitou que, cem anos mais tarde, em 2000, se realizasse em Roma uma celebração realizada pelo Papa São João Paulo II para canonizar 119 mártires chineses da perseguição desses anos. Entre eles estava Santa Rosa Fan Hui, catequista.

Santa Rosa Fan Hui, virgem, leiga e catequista católica, rogai por nós!


* Pesquisa do grande professor, pesquisador, escritor e irmão em Cristo, professor José Eduardo, membro da Academia Brasileira de Hagiologia. Com a permissão do mesmo. 


terça-feira, 22 de agosto de 2023

A batalha entre Miguel e seus anjos e Satanáse seus anjos.


E vamos caminhando na "Quaresma de São Miguel", preparação para a Festa do dia 29/09.

Sobre a "batalha" de Miguel e seus anjos fiéis a Deus contra Satanás e seus anjos decaídos, é importante que compreendam que não foi uma luta na qual esses espíritos angélicos usaram socos, pontapés, empurrões, espadas, lanças, flechas ou raios... Nada disso!

Os anjos foram criados com sua natureza angélica, portanto, portadores, em graus muito perfeitos, de acordo com suas hierarquias, com os dotes das criaturas livres, como o ser humano, criadas à imagem e semelhança de Deus: com inteligência, liberdade, razão e vontade.

Não tinham as fraquezas que nós, seres humanos, depois da queda de nossos primeiros pais, passamos a ter.

Eram espíritos puros, todos criados e bons e santos, porém, gozavam do dom da liberdade, do livre arbítrio, e de uma vontade plenamente livre.

E eram essas vontade e liberdade que precisavam serem postas à prova por Deus, que não quer ser servido e nem amado obrigatoriamente, de forma forçada, de forma involuntária: formas imperfeitas, contrárias ao próprio Deus, Ser Eterno, plenamente feliz, amoroso e livre em sua Unidade e Trindade.

A "batalha" foi travada entre as inteligências e vontades dos anjos bons contra as inteligências e vontades dos anjos maus. Argumentos de fervor, amor, submissão e humildade dos anjos bons com relação a Deus, contra argumentos de revolta, insubmissão, rebeldia e ódio contra Deus.

Os anjos bons entenderam que sua liberdade estava na servidão a Deus. Os maus colocaram em suas mentes que serem livres era afastarem-se de Deus e seguirem suas próprias vontades.

Obviamente que, com isso, os Anjos bons foram admitidos à visão beatífica da Trindade, à glória do paraíso, à recompensa eterna. E os maus, afastando-se de Deus, afastaram-se do amor, da humildade, da paz, da alegria e da vida, mas, mesmo assim, preferiram isso a serem "escravos de Deus".

Por isso que o pecado dos demônios foi imenso e irreversível. A decisão deles não foi movida por fraqueza:  eles escolheram livremente isso. Foi uma decisão bem pensada. Definitiva. Só não sabiam quão terrível seria o inferno: lugar e estado de atrozes sofrimentos: o fogo eterno, o "verme que não morre" e gritam, berram e urram constantemente as dores de suas condenações e destilam seu ódio contra Deus e contra tudo que Deus ama, significa e quer.

Os demônios sabem que Deus é bom e misericordioso para com os seres humanos, mas, não creem que Deus foi bom com eles, pois, interpretam que Deus não era para ter criado eles para serem servos dEe, do Filho feito homem, de Maria Imaculada: uma mulher santíssima, mas, uma criatura humana, de natureza inferior à deles, e nem de nós, filhos e filhas adotivos de Deus. 

Daí que toda a sua obsessão está voltada em ofender a Deus, a quem odeiam com todas as suas forças e a atrapalhar os planos de Deus, especialmente, tentando os homens, para que se sintam "livres como eles" e optem, como eles, por uma vida fora da vontade de Deus, afundados em vícios, maldades, libertinagens, ateísmo prático, e, como eles, caiam no fogo eterno...

Giovani Carvalho Mendes
(Irmão João Maria da Encarnação, ocds)