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Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

BEATO JOÃO PELINGOTTO, Penitente da Ordem Terceira Franciscana


Penitente da Terceira Ordem (1240-1304).

O Papa Bento XV aprovou seu culto no dia 13 de novembro de 1918




Nasceu em Urbino no ano de 1240. O pai, um rico negociante de tecidos, começou a iniciá-lo no seu ramo de negócios desde muito cedo, pelo menos desde os 11 anos. Mas não tardou a ter de lhe permitir outro modo de vida, deixando-o dedicar-se livremente a exercícios de piedade.
Vestiu o hábito da TOF (Terciários da Ordem Franciscana) na igreja de Santa Maria dos Anjos, a primeira igreja franciscana de Urbino, e como fiel imitador do Pai Seráfico, passou a viver em maior austeridade. O amor aos pobres levava-o a privar-se por vezes até do necessário a fim de os socorrer. E quando notou que os seus conterrâneos começavam a apreciá-lo demais, a sua humildade levou-o a tentar despistá-los, fazendo-se de louco, ao mesmo tempo que se ocultava aos olhos do mundo, de modo a só Deus testemunhar as suas virtudes.
Em 1300 foi a Roma para ganhar o jubileu decretado por Bonifácio VIII. Era a primeira vez que visitava a cidade eterna, e julgava que ninguém ali o reconheceria. No entanto, alguém de um grupo que se cruzava com ele, o apontou e perguntou:
<<Não é este o santo homem de Urbino?>>.
Esta e outras ocorrências mostravam claramente que o Senhor não queria uma luz tão brilhante escondida debaixo dum alqueire.
De regresso à sua terra, intensificou a vida espiritual e suspirou mais ardentemente pela pátria celeste. Foi acometido por doença muito grave que quase acabou com ele, a ponto de até perder a fala, que só veio a recuperar nos últimos dias da vida terrena. Até na maneira de suportar os sofrimentos imitou o Seráfico Pai. Por outro lado, o demônio não cessava de molestar, até no leito da morte, com tentações torpes, este irmão terceiro que sempre conservara intacta a pureza do coração. Por isso ele se interrogava:
<<Porque é que me afliges? Porque me trazes à memória coisas que eu nunca fiz, tentações em que nunca consenti?>>.
E abandonando-se nos braços da misericórdia divina, disse em voz alta:
<<E agora, vamos para a frente com toda confiança!>>.
Perguntou-lhe um dos presentes, que o ouvira:
<<Vamos, para onde?>>.
<<Para o céu!>>, respondeu ele.
Dito isto, o rosto começou a irradiar um fulgor celeste, relaxaram-se-lhe os membros, e expirou em paz, no primeiro de junho de 1304, com 64 anos de idade.
Embora tivesse manifestado desejo de ser sepultado na igreja de São Francisco, num primeiro momento não lhe fizeram a vontade: teve exéquias solenes e foi sepultado no cemitério franciscano, no claustro do convento.
Bem depressa Deus glorificou o seu fiel servidor. Foram tantas as graças recebidas por sua intercessão, e tal a correria dos fiéis ao seu sepulcro, que os irmãos houveram por bem exumar os seus restos mortais e levá-los para a igreja de São Francisco. Perante a acumulação de mais prodígios, sobre o seu túmulo foi erigido um altar para se celebrarem missas em sua honra. O seu culto continuou através dos séculos.

Retirado de: "Santos franciscanos para cada dia”, de Frei Giuliano Ferrini e Frei José Guillermo Ramirez, OFM, edição Porziuncola.






quinta-feira, 14 de setembro de 2017

BEATOS DOM JESÚS EMILIO JARAMILLO MONSALVE E PE. PEDRO MARÍA RAMÍREZ RAMOS, Mártires colombianos beatificados pelo Papa Francisco





BEATO JESÚS EMILIO JARAMILLO MONSALVE




Dom José Emilio Jaramillo Monsalve nasceu em 14 de fevereiro de 1916 em Santo Domingo, Antioquia, Em 1940 foi ordenado sacerdote dos Missionários Xaverianos de Yarumal, quando tinha 24 anos. Em 11 de novembro de 1970 foi designado pelo Papa Paulo VI como Vigário Apostólico de Arauca. Recebeu a ordenação episcopal em 10 de janeiro de 1971.
Foi designado Bispo de Arauca em 19 de julho de 1984, missão que cumpriu até ser sequestrado, torturado e assassinado por membros do Exército de Libertação Nacional, da Colômbia, em 2 de outubro de 1989, numa zona rural, onde se encontrava em ação missionária.
Antonio Marrazzo, postulador da causa de canonização do bispo martirizado em 1989 fala do novo beato como alguém “que nunca teve medo das ameaças, das difamações ou da morte”.
Com heroico zelo apostólico, exerceu o seu ministério episcopal num contexto social e eclesial particularmente difícil, marcado pela violência e a injustiça”, referiu ao jornal do Vaticano, ‘L’Osservatore Romano’.











BEATO PEDRO MARÍA RAMÍREZ RAMOS




Padre Pedro María Ramírez Ramos, conhecido como o “Cura de Armero”, nasceu no município de La Plata, Departamento de Huila, em 23 de outubro de 1899.
Ingressou no Seminário de Maria Imaculada de Garzón em 4 de outubro de 1915. Sua formação sacerdotal foi realizada no Seminário de Ibagué, tendo sido ordenado em 1931. Em 1948 foi nomeado pároco de Armero, Tolima. Em meio às manifestações e revoltas causadas pelo assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán, em 10 de abril um grupo irrompeu na igreja do sacerdote, assassinando-o a golpes de facão.










Imagens do Google

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

SANTA EUFRÁSIA, Virgem






Os registros narram inúmeras graças e fatos prodigiosos ocorridos através de Eufrásia. Consta que curou um menino à beira da morte com o sinal da cruz.

Eufrásia, cujo nome em grego significa alegria, nasceu no ano 380, na Ásia Menor e cresceu durante o reinado do imperador Teodósio, de quem seus pais eram parentes. Portanto, foi educada para viver na corte, rodeada pelos prazeres e luxos. Mas nunca se sentiu atraída por nada disso, mesmo porque seus pais também viviam na humildade, apesar da fortuna que possuíam.
Depois que ela nasceu, filha única, o casal decidiu fazer voto de castidade. Desejavam viver como irmãos, para melhor se dedicarem a Deus. Quanto à jovem, desde pequena fazia jejuns e orações que chegavam a durar alguns dias. Com a morte de seu pai, a sua mãe que começou a ser cortejada, resolveu se retirar para o Egito. Lá, com sua fortuna, também intensificou a caridade da família, levando com frequência Eufrásia em suas visitas aos conventos e hospitais que ajudava a manter.
Numa dessas visitas a um convento, quando Eufrásia tinha apenas sete anos, ela pediu para não voltar para casa. Queria ficar definitivamente ali. Os registros mostram que, apesar da pouca idade, acompanhava as religiosas em todos os seus afazeres com disciplina e pontualidade, que chegavam a impressionar por sua maturidade. O tempo passou, sua mãe faleceu e Eufrásia continuava no convento.
Vendo-a assim órfã, o imperador, seu parente, procurou por ela e lhe ofereceu a proposta que recebera de um senador, que a desejava desposar. O que, além de lhe dar estabilidade social aumentaria consideravelmente sua já enorme fortuna. Contudo Eufrásia recusou, confirmando que desejava continuar na condição de virgem e seguir a vida religiosa. Aliás, não só recusou como pediu ao governante para distribuir todos seus bens entre os pobres, libertar os escravos de sua família e perdoar as dívidas que alguém pudesse ter com sua família.
Os registros narram inúmeras graças e fatos prodigiosos ocorridos através de Eufrásia. Consta que curou um menino à beira da morte com o sinal da cruz.
Certo dia sua superiora teve uma visão, onde era avisada da morte de Eufrásia e sua futura proclamação como santa. A jovem nada sentia, mas mesmo assim fez questão de receber os sacramentos e como previsto, no dia seguinte, foi acometida de uma febre fortíssima e ela morreu. Era o ano 412 e Eufrásia foi sepultada no convento que tanto amava.
O culto à Santa Eufrásia é muito difundido no Oriente e Ocidente, pela singeleza de sua vida e pelas graças que até hoje ocorrem por sua intercessão. Sua festa litúrgica acontece no dia 13 de março, data provável de sua morte.

Fontes:
http://www.oyemagazine.org/es/articulos/article-type/03/13/2013/13-de-marzo-santa-eufrasia
http://franciscanosconventuais.org.br/santa-eufrasia.html


SÃO LIBERATO DE LORO, Presbítero Franciscano


São Liberato de Loro vivia em plena comunhão com Deus

Liberato nasceu na pequena Loro Piceno, província de Macerata, na Itália. Pertencia à nobre família Brunforte, senhores de muitas terras e muito poder. Mas o jovem Liberato ouvindo o chamado de Deus e por sua grande devoção à Virgem Maria, abandonou toda a riqueza e conforto, para seguir a vida religiosa. Renunciou às terras e o título de Senhor de Loro Piceno, que havia herdado de seu tio em favor de seu irmão Gualterio, e foi viver no Convento de Rocabruna, em Urbino.
Ordenado sacerdote e desejando consagrar sua vida à penitência e às orações contemplativas se retirou ao pequeno e ermo convento de Sofiano, não distante do castelo de Brunforte. Ali vestiu o hábito da Ordem dos frades menores de São Francisco, onde sua vida de virtudes lhe valeu a fama de santidade.
Em “Florzinhas de São Francisco” encontramos o seguinte relato sobre ele: “No Convento de Sofiano, o frade Liberato de Loro Piceno vivia em plena comunhão com Deus. Ele possuía um elevado dom de contemplação e durante as orações chegava a se elevar do chão. 

Por onde andava os pássaros o acompanhavam, pousando nos seus braços, cabeça e ombros, cantando alegremente. Amigo da solidão, raramente falava, mas quando perguntado, demonstrava a sabedoria dos anjos. Vivia alegre, entregue ao trabalho, penitência e à oração contemplativa. Os demais irmãos lhe dedicavam grande consideração. Quando atingiu a idade de quarenta e cinco anos, sua virtuosa vida chegou ao fim. Ele caiu gravemente enfermo, ficando entre a vida e a morte. Não conseguia beber nada, por outro lado, se recusava a receber tratamento com medicina terrena, confiando somente no médico celestial, Jesus Cristo, e na Sua abençoada Mãe. Ela milagrosamente o visitou e consolou, quando estava em oração se preparando para a morte. Acompanhada de três santas virgens e com uma grande multidão de anjos, se aproximou de sua cama. Ao vê-la, ele experimentou grande consolo e alegria de alma e de corpo, e lhe suplicou em nome de Jesus, que o levasse para a vida eterna, se tivesse este merecimento. Chamando-o por seu nome a Virgem Maria respondeu: ‘Não temas, filho, que tua oração foi ouvida, e eu vim para te confortar antes de tua partida desta vida’.”. Assim frei Liberato ingressou na vida eterna, numa data incerta do século XIII.
No século XV o culto à Liberto de Loro era tão vigoroso, que as terras dos Brunforte, recebeu autorização para se chamar São Liberato. Inclusive o novo convento construído por ocasião da sua morte, ao lado do antigo de Sofiano. E construíram também uma igreja para conservar as suas relíquias, atualmente Santuário de São Liberato. Porém, só no século XIX, após um complicado e atrapalhado processo de canonização, é que o seu culto foi reconhecido pelo Papa Pio IX, que lhe deu a autorização canônica de ser chamado de Santo. A festa de Santo Liberato de Loro foi mantida na data tradicional de 06 de setembro, quando suas relíquias foram solenemente transferidas para o altar maior do atual Santuário de São Liberato, na sua terra natal.
São Liberato de Loro, rogai por nós!



Segundo relato biográfico
Lê-se, no martirológio, no dia 06 de setembro: “Na Marca de Ancona, na Itália, o bem-aventurado Liberato, franciscano”.
Um Liberato, da família Brunforte, retirou-se, contrita e humildemente, a uma caverna das muitas que há em Soffiano, e ali faleceu por volta do ano de 1258, ao que se crê.
Ao que tudo indica, este Liberato é o frade de que trata os Fioretti, no capítulo XLVII, companheiro de Frei Humilde, a que o capítulo precedente se refere.
No sobredito convento de Soffiano viveu antigamente um frade menor, de tão grande santidade e graça, que parecia todo divino e frequentes vezes ficava este frade todo absorto em Deus e enlevado, porque tinha notavelmente a graça da contemplação, que vinham ter com ele passarinhos de diversas espécies e domesticamente pousavam-lhe nas espáduas e na cabeça, nos braços e nas mãos, e cantavam maravilhosamente. Era ele solitário e raras vezes falava; mas quando lhe perguntavam alguma coisa, respondia tão graciosamente e tão sabiamente, que mais parecia um anjo do que homem, e era de grandíssima oração e contemplação, e os frades o tinham em grande reverência.
Acabando este frade o curso de sua vida virtuosa, segundo a disposição divina enfermou de morte, de modo que nenhuma coisa podia tomar, e com isto não queria receber nenhuma medicina carnal, mas toda a sua confiança era no médico celestial Jesus Cristo bendito e na sua bendita Mãe; da qual ele mereceu pela divina clemência de ser misericordiosamente visitado e consolado.
Pelo que, estando uma vez no leito e dispondo-se à morte com todo o coração e com toda a devoção, apareceu-lhe a gloriosa Virgem Maria, Mãe de Cristo, com grandíssima multidão esplendor e se aproximou do seu leito: e ele, olhando-a, recebeu grandíssimo conforto e alegria quanto à alma e quanto ao corpo; e começou a pedir-lhe, humildemente, que ela pedisse ao seu divino Filho para que, pelos seus méritos, o tirasse da prisão da mísera carne. E perseverando neste pedido com muitas lágrimas, a Virgem Maria, respondeu-lhe, chamando-o pelo nome, e disse-lhe:
– Não duvideis, filho, porque tua oração foi atendida, eu vim para confortar-te um pouco, antes de te partires desta vida.
Estavam ao lado da Virgem Maria três santas virgens, as quais traziam nas mãos três caixas de eletuário de desmesurado odor e suavidade. Então a Virgem glorioso tomou e abriu uma daquelas caixas e toda a casa ficou cheia de odor: e tomando com uma colher daquele eletuário o deu ao enfermo; o qual tão depressa o saboreou, sentiu tanto conforto e tanta doçura que sua alma parecia não poder mais ficar no corpo; pelo que começou a dizer:
– Não mais, ó Santíssima Mãe virgem bendita, ó médica bendita e salvadora da humana geração, não mais; porque eu não posso suportar tanta suavidade.
Mas a piedosa e benigna Mãe, apresentando outra vez daquele eletuário ao enfermo e fazendo-o tomar, esvaziou toda a caixa. Depois, vazia a primeira caixa, a Virgem bendita toma a segunda e nela pôs a colher para dar-lhe, pelo que ele docemente se queixava, dizendo:
– Ó Beatíssima Mãe de Deus, se minha alma quase toda está liquefeita pelo ardor e a suavidade do primeiro eletuário, como poderei eu suportar o segundo? Peço-te, bendita sobre todos os santos e sobre todos os anjos, que não me queirais dar mais.
Respondeu Nossa Senhora:
– Saboreia, filho, ainda um pouco desta segunda caixa. E dando-lhe um pouco, disse-lhe:
 – Hoje, filho, tomastes tanto, que já chega. Conforta-te, filho, que depressa virei por ti e levar-te-ei ao reino de meu Filho, o qual tu sempre buscaste e desejaste.
E dito isto, separando-se dele, partiu, e ele ficou tão consolado e confortado pela doçura daquele confeito, que por muitos dias sobreviveu saciado e forte, sem nenhum alimento corporal. E depois de alguns dias, alegremente falando com os frades, com grande Letícia e júbilo, passou desta vida mísera à bem-aventurada vida. Amém.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 83 à 85)

Fontes:
http://santo.cancaonova.com/santo/sao-liberato-de-loro/
http://www.padrerodrigomaria.com.br/santo-do-dia-06-de-setembro-sao-liberato-de-loro/
Imagens: Google imagens

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

SÃO NICOLAU OWEN, Mártir Jesuíta






        O carpinteiro que salvou centenas de católicos perseguidos

Durante as perseguições na Inglaterra, dedicou-se à construção de esconderijos para os católicos. Ingressou como irmão converso na Companhia de Jesus. Foi encarcerado, cruelmente torturado e morto no reinado de Jaime I.


        Nicolau Owen (c 1550-1606) era um dos quatro filhos de Walter Owen, um carpinteiro que viveu em Oxford. Herdando as habilidades do pai, ele se especializou na construção de esconderijos-de-padres (priest-holes). Foi responsável pela salvação de centenas de pessoas, eclesiásticas e leigas, que teriam sido condenadas se os sacerdotes fossem encontrados em suas casas.
          Owen é citado pela primeira vez em 1581 em conexão com o martírio de Edmund Campion, de quem deve ter sido um dos criados. Defendeu a inocência de Campion diante da acusação de traição com tanta veemência que, ao final, acabou sendo preso.
        Em 1586 Owen estava a serviço do Padre Henry Garnet, o Provincial dos Jesuítas, com quem fez extensas viagens, hospedando-se em casas de católicos, onde ele construiu esconderijos extremamente bem disfarçados. Alguns deles se conservam até hoje.
        Para manter a segurança Owen nunca falava sobre o trabalho. Enquanto construía um esconderijo, ele ostensivamente se dedicava a reparos em alguma outra parte da casa durante o dia e trabalhava em seus abrigos durante a noite.
        Em 1594, Owen acompanhou outro sacerdote, Pe. Gerard, a Londres, para ajudá-lo na compra de uma casa. Enquanto lá estavam, foram traídos por um criado da família Wiseman, para a qual Owen tinha construído um esconderijo.
        As autoridades, cientes de que Owen conhecia muitos segredos dos recusantes (aqueles que se negavam a professar o anglicanismo e eram perseguidos pela lei), torturaram-no barbaramente, mas não obtiveram qualquer informação comprometedora. Após a sua libertação, ele ajudou o Pe. Gerard a escapar da Torre de Londres por meio de uma corda estendida sobre o fosso.
        A Conspiração da Pólvora de 1605 novamente fez de Owen um homem procurado. Com três outros jesuítas, ele se refugiou em Worcestershire. Quando a casa foi invadida, 100 homens se dedicaram a buscá-los, mas não conseguiram encontrar o esconderijo-de-padre.
        Depois de oito dias, o faminto Owen saiu do esconderijo e tentou escapar sem ser visto, a fim de salvar o Padre Garnet. A tentativa falhou, e Owen foi impiedosamente torturado na Torre de Londres, até que em 22 de março de 1606 seu corpo se rompeu na mesa de torturas, e ele expirou.

Fontes:
http://missaaosdomingos.blogspot.com.br/2012/03/santo-do-dia-outro-carpinteiro.html


Revista dos Arautos do Evangelho; Número 183, Março 2017.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

SÃO LEONARDO DE PORTO MAURÍCIO, Presbítero Franciscano


Imortal tornou-se o nome deste franciscano, missionário da Itália, que por espaço de 44 anos pregou 326 missões em 84 dioceses, apresentando-se assim como instrumento escolhido da Providência Divina, para a salvação de muitas almas.
O resultado estupendo que lhe coroava os trabalhos de missionário, tem sua explicação na grande santidade deste humilde filho do Patriarca de Assis. São Leonardo de Porto Maurício é uma figura extraordinária, entre os grandes pregadores de penitência e, dos missionários que Deus tem dado à Igreja, é ele um dos maiores. 
O grande orador sacro Barberini, homem de muita experiência e virtude, disse no relatório ao Papa Clemente XII, em referência à pregação de Leonardo, que nunca ouvira um pregador mais eloquente e zeloso, orador algum que, como ele, tanto o impressionasse.
Bento XIV assistiu a diversas missões dirigidas por Leonardo, para ouvir-lhe as práticas. Nos lugares onde pregava, um dos cuidados do missionário era implantar na alma do povo, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da Sagrada Paixão de Nosso Senhor, a adoração perpétua do Santíssimo Sacramento e o culto de Nossa Senhora. 
Um dos mais ardentes desejos seus era ver proclamado o dogma da Imaculada Conceição.
Grande pregador, era também modelo perfeito das virtudes, que procurava implantar nos corações dos ouvintes. Possuidor do espírito de São Francisco, era Leonardo, como seu pai espiritual, amigo apaixonado da pobreza.







Textos de São Leonardo de Porto Maurício (aqui)



São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura e com 26 anos foi ordenado sacerdote.

Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.

Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo: “que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Pádua, de São Bernardino de Sena e de São João de Capistrano.


O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia a dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco. 

Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.



Breve biografia: 

Origens
Seu nome de batismo era Paulo Jerônimo. Nasceu no ano 1676, em Porto Maurício, cidade conhecida hoje como Impéria, na Itália. Era filho de um capitão da marinha chamado Domingos Casanova. Porém, sendo ainda muito pequeno, ficou órfão. Por isso, foi levado para Roma, a fim de terminar seus estudos no famoso Colégio Romano. Concluída essa fase, foi para um convento franciscano chamado Retiro de São Boaventura. Lá, ingressou na Ordem Franciscana. Quando fez os votos, assumiu o nome de Frei Leonardo.

Pregador empolgante
Ordenado sacerdote, Frei Leonardo exerceu a maior parte de seu ministério na cidade de Florença, Itália. Era um pregador empolgante, principalmente nas vezes em que pregava sobre a Paixão de Cristo. Multidões acorriam para vê-lo e ouvi-lo. Percorreu a Itália inteira como missionário e pregador. Escreveu inúmeras obras de valor inestimável tanto para pregadores quanto para os fiéis. O Santo Afonso Maria de Ligório, que viveu na mesma época, afirmava que Frei Leonardo de Porto Maurício era o maior missionário a pregar naquele século.

Promotor da paz
Na ilha de Córsega havia uma enorme divisão entre os cidadãos. Era uma situação grave. Por isso, o Papa foi inspirado a usar os dons de Frei Leonardo para beneficiar o povo, enviando-o para lá com a difícil missão de promover a paz. E qual não foi a surpresa geral quando o sábio e humilde frade franciscano conseguiu restabelecer a paz e a reconciliação na ilha através de um acordo de paz.

Salvador do Coliseu
São Leonardo de Porto Maurício é conhecido também como “O Salvador do Coliseu” e não é à toa. Num tempo em que o antigo edifício estava abandonado, depredado e suas pedras eram retiradas para serem usadas em outras construções, ele realizou ali, pela primeira vez, uma Via Sacra. Na celebração ele definiu aquele lugar como sagrado, santificado, por causa do sangue dos mártires derramado ali. A medida foi tão impactante que tornou-se tradição. Depois disso, o Coliseu passou a ser conservado. Tal Tradição permanece até hoje. Em toda Sexta-Feira da Paixão, o Papa celebra a Via-Sacra no Coliseu de Roma.

Anjo da Eucaristia
São Leonardo devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus, especialmente, através do culto ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia, à qual era ardente e fervoroso defensor. Praticava e ensinada a adoração eucarística, no intuito de reparar e desagravar ao Sagrado Coração de Jesus. Era zeloso quando à seriedade que deve ser praticada o culto eucarístico, vindo dele, em suas pregações, preciosas palavras de advertência e exortação àqueles que ousam desrespeitar a presença real de Jesus no Santíssimo Sacramento. 


Profeta Mariano
São Leonardo foi também um grande devoto de Nossa Senhora. Desejava ardentemente que a Igreja proclamasse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Chegou a convencer Papa de então, Bento XIV, sobre a necessidade de convocar um concílio com o fim de discutir tal tema e, em seguida, proclamar o dogma. Ele não viveu para ver a proclamação, mas escreveu uma carta profecia na qual previu que o dogma seria proclamado um dia, como, de fato, o foi, no ano 1854.


       Morte
Frei Leonardo faleceu no ano 1751, quando estava no Retiro de São Boaventura de Palatino, em Roma. Sua fama de santidade era tão grande que até mesmo o Papa Bento XIV ajoelhou-se em frente ao seu corpo. São Leonardo recebeu vários títulos como o “Santo da Via Sacra”, “Santo da Imaculada Conceição”, “Salvador do Coliseu” e “Pregador da Paixão de Cristo”. Mais tarde, o Papa Pio XI conferiu a ele o título de “Padroeiro de todos os sacerdotes que se entregam às missões no mundo.” São Leonardo de Porto Maurício é ainda festejado como padroeiro da cidade deImpéria, antiga Porto Maurício.



Oração a São Leonardo de Porto Maurício

Ó Deus todo-poderoso e cheio de bondade, que fizestes de São Leonardo notável mensageiro do mistério da cruz, concedei, por sua intercessão, que, reconhecendo na terra as riquezas da cruz de Cristo, mereçamos alcançar nos céus os frutos da redenção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Leonardo, rogai por nós.”



A Via Sacra
Também chamada  Via Crucis, é, segundo o Diretório da Piedade Popular e Liturgia (DPPL 131-135), o mais apreciado exercício de piedade em louvor da Paixão de J. C., pelo que se pratica sobretudo nos tempos penitenciais. Consiste em acompanhar espiritualmente o trajeto de Jesus desde a agonia no Getsêmani até a morte e sepultura no Calvário, com momentos de meditação e oração em várias estações. 
Síntese de várias devoções, a sua prática desenvolveu-se a seguir às Cruzadas, promovida pelos Franciscanos e particularmente por S. Leonardo de Porto Maurício (+1751). Presentemente conta 14 estações baseadas em passagens dos Evangelhos ou em tradições populares: 
1) Jesus é condenado à morte; 
2) Jesus toma sua cruz. 
3) Jesus cai pela primeira vez; 
4) Jesus encontra sua Santíssima Mãe; 
5) O Cireneu ajuda-o a levar a cruz; 
6) A Verônica enxuga-lhe o rosto; 
7) Jesus cai pela segunda vez; 
8) Jesus consola as filhas de Jerusalém; 
9) Cai pela terceira vez; 
10) É despojado das vestes; 
11) É pregado na cruz; 
12) Morre na cruz; 
13) É descido da cruz e entregue a sua Mãe; 
14) É depositado no sepulcro. 

Os títulos das estações podem ser criteriosamente alterados, como o fez várias vezes São João Paulo II na Via Sacra de Sexta-Feira Santa no Coliseu, p.ex., em 1992: 
1) Jesus no Horto das Oliveiras; 
2) Traído por Judas, é preso; 
3) É condenado; 
4) É negado por Pedro; 
5) É levado a Pilatos; 
6) É flagelado e coroado de espinhos; 
7) Carrega a cruz; 
8) É ajudado pelo Cireneu; 
9) Fala às mulheres de Jerusalém; 
10) É crucificado; 
11) Fala ao bom ladrão; 
12) Tem Maria e João ao pé da cruz; 
13) Morre na cruz; 
14) É deposto no sepulcro.
http://www.portal.ecclesia.pt/catolicopedia/artigo.asp?id_entrada=1962







A Via-Sacra e São Leonardo de Porto-Maurício


Uma popularização dessa devoção só se deu, efetivamente, no século XVI, quando o Papa Inocêncio XI (1686) concedeu a possibilidade de se conseguir as grandes indulgências _ já concedidas aos peregrinos que visitavam Jerusalém _ também àqueles que, nas igrejas dos Franciscanos, fizessem o exercício da Via-sacra. Mais tarde (1731), Clemente XII permitiu que, em todas as igrejas seculares, se erigissem as Estações, fixando o número em 14.
Foram os Franciscanos, fiéis guardiões dos Lugares Santos, que muito colaboraram para a difusão dessa devoção em toda a Igreja. Entre eles se destaca São Leonardo de Porto Maurício (falecido em 1751). Por sua sugestão o Papa Bento XIV, em 1750, determinou a instituição das estações no Coliseu e que ali, a cada sexta-feira, fosse praticada a Via-sacra. Daí a tradição _ a cada Sexta-feira Santa _ dos fiéis de Roma, de se juntarem ao Pontífice romano para, juntos, ali celebrarem a Via-sacra. (MZ)





São Leonardo de Porto Maurício deu origem a esta devoção no século XIV no Coliseu de Roma, pensando nos cristãos que se viam impossibilitados de peregrinar à Terra Santa para visitar os Santos lugares da paixão e morte de Jesus Cristo. Tem um caráter penitencial e está acostumado a rezá-los dias sexta-feira, sobre tudo na Quaresma. Em muitos templos estão expostos quadros ou baixos-relevos com ilustrações que ajudam os fiéis a realizar este exercício.




   
    Segundo texto biográfico
       São Leonardo foi proclamado pela Igreja como Padroeiro das missões entre fiéis, pela orientação particular que deu ao seu apostolado e pela amplidão da sua obra missionária, que se estendeu a todas as cidades da península itálica. Nasceu em Porto Maurício, na Ligúria, e frequentou em Roma o colégio gregoriano. Entrou ainda jovem na ordem dos frades menores, e desde o noviciado propôs imitar o mais fielmente possível a vida de São Francisco. Veio a conseguir o seu intento, sobretudo na penitência, que raiava pelo heroísmo, na altíssima contemplação e no zelo apostólico.
Ordenado sacerdote, dedicou-se por mais de 40 anos à pregação, com grande proveito para os fiéis, escolhendo como temas as mais importantes verdades cristãs, seguindo também  neste pormenor a exortação de São Francisco.

A simples apresentação da sua figura já constituía um bom princípio de pregação: austero, magro, ardente de fé e de amor. O seu estilo retórico, em conformidade com o costume da época valia-se de sinais exteriores destinados a causar impacto e mover à contrição e às lágrimas, apelando à sensibilidade. Neste clima se situa a grande devoção da Via Sacra, de que foi eminente divulgador. Deixou algumas obras escritas, desde simples esboços até tratados de ascética e de pregação.

A pregação de São Leonardo caracterizava-se por algo de dramático e até trágico. Multidões imensas acorriam a escutá-lo, e ficavam impressionadas pela sua palavra ardente, convidando à penitência e à piedade cristã. Dizia dele Santo Afonso Maria de Ligório, que era “o maior missionário do século”. Não era raro durante a sua pregação o auditório inteiro prorromper em pranto e em soluços. Pregou por toda a Itália, mas a região favorita foi a Toscana, por causa do jansenismo, que ele se propôs combater com todo o empenho, abordando para isso os temas que lhe pareceram mais eficazes: o nome de Jesus, a Virgem Maria e a Via Sacra. Quando ele fazia uma missão na Córsega, os bandidos desta atormentada ilha deram tiros para o ar gritando: “Viva Frei Leonardo! Viva a Paz!”.

Bastante desgastado pelos constantes trabalhos apostólicos, foi chamado a Roma, onde, em apaixonados sermões a que o próprio papa por vezes assistia, preparou o clima espiritual para o jubileu de 1750. Foi nessa altura que erigiu a Via Sacra no Coliseu, declarando sagrado aquele lugar onde muitos mártires tinham vertido o sangue por Cristo. No ano seguinte ainda se deslocou à região de Bolonha, para as suas últimas pregações.

Regressando a Roma, ao convento de São Boaventura no Palatino, a 26 de novembro, com 75 anos de idade, terminou a carreira terrena este incomparável missionário do povo cristão. As autoridades tiveram de recorrer às forças de segurança para controlarem a multidão dos devotos que queriam ver o Santo e levar relíquias dele. Foi a respeito dele que disse o Papa na época: “Perdemos um amigo na terra, mas ganhamos um Santo no céu”.










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