Lafayette da
Costa Coelho nasceu em Serro, interior de Minas Gerais em uma quarta feira, 10
de novembro de 1886, filho de José da Costa Coelho e Julia Felisbina de Jesus. Da família Coelho
emergiu e emerge ainda hoje inúmeras vocações sacerdotais e religiosas.
O próprio Servo
de Deus teve dois irmãos também consagrados à igreja: Monsenhor José da Costa Coelho,
do clero diamantinense e Irmã Apoline Coelho, Filha da Caridade de São Vicente
de Paulo.
No ano
posterior, em 30 de abril de 1887, foi batizado na igreja matriz Nossa Senhora
da Conceição de Serro, pelo reverendíssimo padre José Alves de Mesquita. Neste
dia, sob o olhar da doce e terna Senhora da Conceição, o menino Lafayette foi
acolhido entre o ditoso número dos cristãos.
O menino Lafayette
cresceu em virtude, em um ambiente essencialmente religioso como era a cidade
de Serro em sua época, marcada por uma grande devoção mariana, pois a cidade
era marcada pela fé na Santa Virgem Maria, presentes na Irmandade de Nossa
Senhora do Rosário e a Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo (na época, viva
e atuante em serro).
Lafayette teve uma
infância comum na cidade de Serro, crescendo e se tornando um jovem virtuoso.
Foi professor primário na fazenda de Teotônio Magalhães, respondendo ao chamado
sacerdotal mais tarde do que era de costume aos jovens da época, que
ingressavam no seminário ainda na adolescência.
Padre Layette, recém ordenado. |
Aos vinte e dois
anos, ingressou no seminário provincial de diamantina, para dar início à sua
formação presbiteral.
Após dez anos de
formação presbiteral, Lafayette escreve a próprio punho o pedido para ser incorporado
definitivamente ao clero, como era de costume, e se encontra até hoje nos
arquivos episcopais de diamantina. Segue abaixo a transcrição:
"Lafayette
da Costa Coelho, nascido, batizado e morador na Freguesia de Nossa Senhora
da Conceição do Serro, deste Bispado de Diamantina, filho legítimo
de José da Costa Coelho e Júlia Felisbina de Jesus, naturais da dita
freguesia, neto paterno de Rogério da Costa Coelho e Maria Eufrásia
de Jesus, e materno de Bernardino da Costa Coelho e Maria Eulália da
Luz, com vinte e nove anos de idade, desejando ser promovido às ordens
sacras até o presbiterato, vem rogar a V. Ex.a Rev.ma se digne admiti-lo
à habilitação de genere, mandando proceder as diligências de estilo.
Nestes termos, pede a V. Ex.a Rev.ma benigno deferimento e E.R.M. Diamantina,
22 de março de 1916."
Foi ordenado
diácono em 08 de abril de 1915 e sacerdote no dia 15 de abril de 1917 (o mesmo
ano das aparições de Fátima, em Portugal) por imposição das mãos de dom Joaquim
Silvério de Souza aos 30 anos de idade, sendo o único de sua turma a ser
ordenado presbítero. Sendo enviado logo após para santa Maria de São Félix
(atual santa Maria do Suaçuí).
Os dois filhos religiosos da Sra. Julia Felisbina de Jesus: monsenhor José Coelho (a esquerda) e o Cônego Lafayette Coelho (a direita). |
Também seu irmão
mais velho, José da Costa Coelho, era sacerdote da arquidiocese de Diamantina e
professor de língua portuguesa no seminário provincial.
Diferente do
irmão que era introspectivo e sério, o jovem Lafayette era mais extrovertido e
sorridente, característica que manteve durante seu exercício pastoral.
Após a morte do
antigo pároco, Pe. José Maria dos Reis em 1919, o jovem padre Lafayette assumiu
definitivamente a paróquia de santa Maria eterna em santa Maria do Suaçuí onde
exerceu seu ministério pastoral por 44 anos, com a simplicidade que lhe era
própria, mas marcado por uma extrema fé. O santo cônego cativou e evangelizou
gerações de fiéis, sendo nas suas celebrações eucarísticas, seja no seu
atendimento pastoral que lhe era peculiar, em cima de um burro a ir pelas áreas
rurais ou até mesmo a pé pelas terras do Suaçuí.
Cônego Lafayette junto ao clero diamantinense. Ele está indicado pelo número 08, e seu irmão monsenhor José Coelho ao número 13. |
Em 1927 o padre
Lafayette criou em Santa Maria do Suaçuí a guarda de honra, da qual fazia parte
também em diamantina na época de seminarista, neste ano convocou para a
paróquia as missões redentoristas.
Em 1930 criou na
paróquia de Santa Maria eterna a associação das filhas de Maria, como fruto de
sua grande devoção mariana.
Em 1947, já
sentindo a velhice, o padre Lafayette consagrou a paróquia da cidade ao
imaculado coração de Maria a pedido de dom serafim gomes jardim, e neste mesmo
ano é nomeado cônego titular da catedral de diamantina.
Em 1949, foi
nomeado vigário forâneo da comarca das sete dores.
À semelhança do Beato Pe. Eustáquio, era conhecido
principalmente através da sua benção da saúde, e que era fonte de prodígios
advindos do Servo de Deus ainda em vida como constam em muitos dos relatos dos
fieis que ainda vivem em santa Maria do Suaçuí. As pessoas vinham de longe para
recebê-la.
O santo cônego
sempre tinha uma palavra de reconciliação, apaziguando situações de desavença
que ocorriam na cidade. Era e ainda é a referência da cidade.
Seu ministério
sacerdotal foi fortemente voltado para a evangelização. Promoveu diversas
missões populares em sua imensa paróquia e também colaborou com estas missões
em outras paróquias. Foi um grande promotor das vocações sacerdotais na
arquidiocese de diamantina, sendo cônego catedrático do cabido diamantinense,
vigário forâneo na arquidiocese e inspetor escolar em santa Maria do Suaçuí.
Homem de intensos
jejuns, orações e sacrifícios, atraía o povo pela sua santidade e piedade. Sua
fama ultrapassou os limites paroquiais. Diariamente era procurado em sua
residência (e até mesmo por cartas) para conceder sua benção da saúde para as
pessoas, atendendo a todas com a mesma paciência e presteza. São inúmeros casos
de pessoas beneficiadas com a bênção recebida.
Em 1961, falece
após vários dias de enfermidade na casa paroquial de santa Maria do Suaçuí em
uma quinta feira, dia 21 de setembro. Seu sepultamento foi no dia seguinte,
sendo as exéquias celebradas pelo seu irmão, monsenhor José Coelho.
Cônego Lafayette
foi um sacerdote fiel á igreja e ao seu ministério, tornando-se in persona
christi para todos aqueles que procuravam ver a deus e o encontravam em seu
olhar sereno, e na sua grandeza demonstrada e vivida na simplicidade.
Homem de humildade e obediência
"Sua
obediência aos superiores era extrema. Certa vez passou mal em uma reunião do
clero, para qual o arcebispo convocou todos os padres e não queria que nenhum
faltasse, em especial o decano. Embora estivesse com a saúde abalada, em nome
da obediência, o cônego compareceu, mas sofreu um desmaio em plena reunião".
Homem de paciência e doação
"Na véspera
das primeiras sextas-feiras atendia confissões na matriz até às 23 horas. Dona Madalena,
encarregada dos serviços da casa na época, contou que o vigário rezou o
breviário até os últimos dias de vida. Certa vez ele deixou o livro cair e ela
o aconselhou a deixar de rezá-lo e ouviu como resposta: 'minha filha, desde a ordenação sacerdotal, nunca deixei de rezar o
breviário."
Homem de fé
"A
semelhança entre São João Maria Vianney (o Santo Cura de Ars) e o Cônego Lafayette
de Santa Maria é que ambos agiam com a mesma fé no Cristo ressuscitado, a mesma
paciência com as pessoas, a mesma serenidade face às intempéries ou ao cansaço
físico, os dois viviam o mesmo amor a Deus e a mesma caridade para com aqueles
e aquelas em favor dos quais exerciam o ministério da salvação".
Homem da simplicidade
"As
crianças não viam barreira que as separassem do pastor. Ele interrompia o que
estivesse fazendo para atendê-las com alegria e carinho. Dava-lhe santinhos e
também biscoito de polvilho, os seus preferidos. Em santa Maria há muitos
adultos que se recordam dos biscoitos e dos "santinhos" dados pelo
cônego, que gostava de ver os pequeninos correndo pelo assoalho da casa
paroquial, como se ali fosse a casa deles."
Homem de oração, jejuns e sacrifício
"O povo
sabia, mais ou menos, que cônego Lafayette era um homem de austeras penitências.
A família que o hospedava em São Sebastião do Maranhão afirmava que
frequentemente ele deixava a cama e se estirava no chão duro do quarto de
dormir, após longas horas de oração, noite ou madrugada adentro."
Homem da caridade
"Cônego Lafayette
enfrentava longas viagens de carro ou a cavalo para fazer-se presente às
numerosas comunidades de sua paróquia ou para colocar à cabeceira de enfermos
que residiam longe de Santa Maria e solicitavam sua presença confortadora que
os dispusesse para comparecer diante do Senhor."
Homem da missão
"Sempre interessado
em oferecer aos seus fieis toda assistência espiritual e catequética, em agosto
de 1919, o Servo de Deus convocou as missões populares pregadas pelos padres
lazaristas. Essas missões populares sempre representavam um novo despertar da
fé no coração do povo de Deus. Era uma grande benção."
Homem das vocações
Cônego Lafayette
teve a alegria de ver quatro de seus paroquianos chegarem ao sacerdócio. Muitas
também foram as moças da paróquia de santa Maria do Suaçuí que se consagraram à
vida religiosa. Por ser leitor atento dos padres da igreja, o Servo de Deus
passava ao povo uma verdadeira catequese sobre a Virgem Maria, celebrada na
paróquia no dia 15 de agosto, sob o título de Santa Maria eterna.
Homem da benção
"O Servo de
deus era um homem de intensa oração pessoal, fazia frequentes jejuns e
sacrifícios e tinha um grande amor ao povo. Seu grande carisma era a benção da
saúde: benção para salvar as pessoas da doença física, das compleições morais,
do alcoolismo, através da sua fé. Sua oração e benção sacerdotal realizaram e
realizam mudanças extraordinárias na vida das pessoas”.
Oração ao Servo de Deus
Um comentário:
EU TIVE A HONRA E A FELICIDADE DE FAZER, COM ELE, A MINHA PRIMEIRA COMUNHÃO EM 1960.
NILO COSTA DE SANTA MARIA DO SUAÇUÍ-MG . GRAÇAS A DEUS.
Postar um comentário