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terça-feira, 4 de março de 2014

SÃO SERAFIM DE MONTEGRANARO, Irmão Capuchinho.



São Serafim de Montegranaro, Capuchinho
São Serafim de Montegranaro
1540-1604

Batizado com o nome de Félix, nasceu em 1540, em Montegranaro, na região das Marcas, na Itália. De família numerosa e muito pobre, era o quarto filho de Jerônimo Rapagnano e Teodora Giovannuzzi, cristãos fervorosos. Desde a infância teve de buscar o seu sustento. Trabalhou como serviçal nas casas de camponeses e aprendeu a pastorear rebanhos, exercendo essa função até os dezoito anos. Era analfabeto e aprendeu, contemplando a natureza e na sua solidão, a elevar o espírito para Deus.
Nessa idade, ingressou no Convento dos capuchinhos de Tolentino como irmão leigo e recebeu o nome de frei Serafim de Montegranaro, fazendo o noviciado em Jesi. Percorreu quase todos os conventos da região porque, devido à sua falta de instrução, apesar da sua boa vontade e dedicação, não conseguia cumprir satisfatoriamente as tarefas que lhe confiavam os superiores e os frades da comunidade. Mas sempre lhe eram poupadas as repreensões e os castigos, por causa de sua extraordinária bondade, pobreza, humildade, pureza e mortificação.
Exerceu as mais simples funções, de porteiro e esmoleiro, sempre em contato com os mais diversos grupos de pessoas, para as quais sempre distribuía palavras piedosas, conduzindo os fiéis à misericórdia de Deus.
A exemplo do santo fundador da Ordem, são Francisco de Assis, amou a natureza e através dela seu coração era conduzido a Deus. Em 1590, finalmente, estabeleceu-se no Convento de Ascoli Piceno. Os habitantes da cidade afeiçoaram-se tanto ao singelo frade Serafim que, em 1602, quando souberam que seria transferido, as autoridades escreveram aos superiores capuchinhos e impediram a sua partida. E não foi só nessa ocasião, nas outras tentativas também. Assim, o querido e respeitado frade Serafim permaneceu em Ascoli Piceno até morrer.
Era um verdadeiro mensageiro da paz e do amor de Cristo, sua palavra ou a sua simples presença exercia uma ação enorme em todas as pessoas: acalmava os ânimos, extinguia ódios. Viveu em oração, humildade, penitência e trabalho.
Deus encarregou-se de o ajudar, suprindo-o, nas suas capacidades, com os dons da cura, de penetrar os corações, de confortar as almas de um modo especial. Enquanto Serafim se manteve sempre na fidelidade do amor a Deus, estudando como ninguém os seus dois livros: o crucifixo e o terço de Maria.
Aos sessenta e quatro anos de idade, morreu no dia 12 de outubro de 1604. A voz do povo começou a difundir a fama de sua santidade por toda a Itália e logo atingiu todos os locais onde os capuchinhos se fixaram.
O papa Paulo V autorizou, pessoalmente, que se acendesse uma lâmpada junto da sua sepultura, em 1605. Foi canonizado pelo papa Clemente XIII em 1767. A festa de são Serafim de Montegranaro ocorre na data de sua morte.


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Catequese de São João Paulo II, sobre São Serafim de Montegranaro, feita em 03 de junho de 2004.

São Serafim de Montegranaro faz plenamente parte do exército de Santos que, desde o princípio, enriqueceram a Ordem dos Frades Capuchinhos. Ele assimilou de maneira tão profunda a exortação evangélica a "rezar sempre, sem jamais desfalecer" (cf. Lc 18, 1; 21, 36), que a sua mente permanecia habitualmente mergulhada nas coisas do espírito, a tal ponto que muitas vezes chegava a tornar-se alheio a tudo aquilo que o circundava. Ele detinha-se para contemplar a presença divina na criação e nas pessoas, haurindo desta prática a inspiração para uma união constante com Deus.
A sua oração prolongava-se durante horas no silêncio da noite, à luz trémula da lâmpada que, na igreja conventual, ardia diante do Tabernáculo. Com que devoção o humilde frade participava na Celebração Eucarística! E por quanto tempo ele permanecia em adoração estática à frente do Santíssimo Sacramento, deixando que a sua oração se elevasse como um incenso agradável ao Senhor!
Animado por um amor intenso pela Paixão de Jesus Cristo, ele detinha-se para meditar sobre os sofrimentos do Senhor e da Santíssima Virgem. O frade gostava de repetir o Stabat Mater e, ao recitá-lo, desatava em lágrimas, suscitando a emoção da parte daqueles que se punham à sua escuta. Trazia sempre consigo o Crucifixo de ferro, que até hoje é conservado como uma relíquia preciosa; com este Crucifixo, ele habitualmente abençoava os enfermos, implorando para eles tanto a cura física como espiritual

3. O seu estilo de vida humilde e essencial, que passava num pequeno quarto despojado e angusto, as suas vestes miseráveis e remendadas, constituem testemunhos eloquentes do amor que ele nutria pela "Senhora Pobreza". O espírito de menoridade convicta, que para ele se tinha tornado conatural ao longo dos anos, deixava transparecer a verdadeira grandeza da sua alma. Ele compreendeu perfeitamente a página evangélica, que proclama: "Quem quiser ser grande entre vós, que se faça vosso servo, e quem quiser ser o primeiro entre vós, que se faça o servo de todos" (Mc 10, 43-44).
Às penitências incessantes, que ele escolhia livremente, entre as quais também o recurso ao cilício e à disciplina, o Santo unia a prática quotidiana de sacrifícios e de renúncias e, como mendigo, percorria caminhos empoeirados e assolados, compartilhava as dificuldades de numerosos dos seus contemporâneos. Ele gostava de frequentar as camadas menos abastadas e mais marginalizadas da população, para compreender até as exigências mais recônditas das mesmas e para aliviar os seus sofrimentos físicos e espirituais. E demonstrava a mesma disponibilidade para com quantos iam bater à porta do seu Convento. O Santo foi um grande pacificador das famílias porque, segundo as diversas circunstâncias, conseguia harmonizar com sabedoria as vigorosas exortações com gestos de solidariedade repletos de amor e com palavras de consolação encorajadora.

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