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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Servo de Deus Padre Júlio Chevalier, Presbítero e Fundador




Júlio Chevalier nasceu em Turene (França), no pequeno povoado de Richelieu (Indre-et-loire), no dia 15 de março de 1824 e foi batizado no dia seguinte, com o nome de João Júlio. Seus pais eram cristãos e muito honestos, de uma família marcada por uma grande piedade. Sem serem ricos, gozavam de um modesto bem-estar, e o trabalho, a disciplina e a economia faziam prever dias ainda melhores. Já sonhavam com um futuro promissor para os filhos, mas infelizmente não contavam com a doença e os revezes. Deus, sem dúvida, tinha seus planos, pois tudo é regido por sua divina Providência.
Ele aprendeu muito com seus pais. Sua mãe era muito religiosa e o educou com valores humanos e cristãos, aprendeu dela o bom humor; já do pai herdou o gênio explosivo e impetuoso. Logo cedo começou a trabalhar como aprendiz de sapateiro, mas seu maior interesse era juntar dinheiro para seus estudos.
Ainda menino, mas com a responsabilidade de um homem, enfrentou a dupla tarefa de aprender um ofício e de se preparar para o sacerdócio. Era aproximadamente 7 quilômetros que Júlio Chevalier tinha que andar para poder frequentar as aulas. Aos 17 anos, um pouco tarde para a época, entra para o seminário e vai conviver com rapazes quatro ou cinco anos mais novos. Em seu tempo de seminário Júlio Chevalier foi considerado um seminarista “virtuoso, sincero, trabalhador e piedoso”. 
A caridade expressada pela amabilidade foi a característica de toda a vida de Chevalier, “tinha todo tempo disponível para quem dele se aproximava”, seu inefável sorriso iluminava todo seu semblante, cativava pelo encanto de sua pessoa e pela convicção de suas palavras, pois tinha a alma de um apóstolo. Um homem místico, com uma espiritualidade simples, atraído pelo amor do Coração de Cristo, envolto de ternura, compreendia muito bem a prática da caridade, e lucrava muito mais quando vinha temperada com uma dose de humor.
Foi um homem agradecido, não cessando nunca de dar graças à Divina Providência, sem esta ele não teria entrado no seminário e seu sonho em fundar os Missionários do Sagrado Coração não teria se concretizado. Sentia-se constrangido quando alguém o elogiava, preocupava-se muito pouco com a aparência, mesmo depois de um de seus paroquianos ter deixado um pente e graxa de sapatos à porta de seu confessionário (fato que ele relatava com muito humor). Em grandes solenidades misturava-se com visitantes ilustres, tendo o barrete sobre a orelha e vestido como simples pároco rural.
Tudo começou no século XIX, no ano de 1854, na pequena cidade de Issoudun, diocese de Bourges, na França, onde nasceu a Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, fundada pelo jovem sacerdote de 30 anos, Padre Júlio Chevalier.
Quando ele assumiu a Paróquia, percebeu que o povo estava abandonado e que havia uma grande indiferença religiosa nas pessoas. Descobriu no Coração misericordioso de Cristo a fonte inesgotável da verdadeira felicidade. Quis, então, que o Sagrado Coração de Jesus fosse amado por toda parte. Não mediu esforços para vencer todas as dificuldades e conseguiu viabilizar a nova Congregação. Contou com especial proteção de Nossa Senhora, a quem havia se consagrado desde a infância. O título dado a Maria, Nossa Senhora do Sagrado Coração é hoje conhecido no mundo inteiro.
Totalmente entregue à sua missão por Cristo e pelos outros, era um homem determinado e de uma extraordinária fortaleza que, baseado na confiança em Deus, pôde enfrentar dificuldades aparentemente insuperáveis Era muito mais que um simples homem de ação. Padre Júlio Chevalier era um homem místico; depois que ele ultrapassou a etapa de evidente esforço ascético, sua vida teve uma notável transformação quando descobriu o mistério de Cristo vivo nele e que amava e atuava através dele. Tinha profundamente presente o Cristo ante seus olhos durante sua meditação, Cristo em seu coração, em sua oração e na prática da caridade, estava consciente da presença de Cristo em toda a sua atividade. Por isso, escrevia nas Regras: “Os Missionários do Sagrado Coração terão uma terna devoção ao Coração Adorável de Jesus; não esquecerão de que ele é a fonte de todas as graças, uma fornalha de luz e de amor, um abismo de misericórdia; recorrerão a ele com frequência em suas provações, em suas tentações, desgostos e dificuldades”.

Chevalier estava convicto de que fora chamado a compartilhar esta missão de fazer com que o mundo conhecesse o amor de Deus. Três congregações religiosas devem sua origem ou sua inspiração ao Pe. Chevalier: os MSC (Missionários do Sagrado Coração), as FDNSC (Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração), e as Irs. MSC (Irmãs Missionárias do Sagrado Coração). Há nestas congregações as mesmas linhas convergentes, ainda que a importância dada a certos aspectos possa variar, encontramos três constantes: – o amor pela humanidade; – a confiança na soberana bondade de Deus revelada no Cristo; – o apoio a tornar conhecido este amor e esta bondade em suas obras.
Os primeiros documentos da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, refletem a preocupação que sentia Chevalier pelos “males de nossa época”, (correntes que atingiam as pessoas, oferecendo falsos valores). Chevalier viu na devoção ao Sagrado Coração “um remédio para os males de nosso tempo”, propondo combater o egoísmo e a indiferença em relação a Deus e aos direitos humanos.
Foi ele próprio que escolheu o termo dos “Missionários do Sagrado Coração”, num sentido muito mais amplo do que missão junto aos que desconhecem o Evangelho ou junto às Igrejas estrangeiras, tudo isso também, mas ia muito além: no sentido de serem enviados aos mais necessitados, para levar-lhes “os tesouros do amor e da misericórdia do Coração de Jesus”. Para ele a profissão religiosa é “uma consagração para a missão”. Ele queria companheiros que fossem mais que homens de ação, queria homens que se deixassem atrair pelo Cristo, para partilhar de seu amor pelos homens.
Nossa Senhora do Sagrado Coração
Pe. Júlio Chevalier faleceu no dia 21 de outubro de 1907, sendo confortado com os últimos sacramentos da Igreja, com seus amigos e irmãos e uma multidão de paroquianos que choravam por ele, como se chora por um pai, e rogavam a ele como a um santo. No ano de 2011 foi aberto oficialmente “o reconhecimento pela Santa Sé de que não há impedimento na Causa de beatificação e canonização do Servo de Deus Padre Júlio Chevalier”.
No dia 8 de dezembro de 1854, dia em que o Papa Pio IX declarava solenemente o dogma da Imaculada Conceição, nascia a Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, que teria que levar aos mais sofridos, espiritual e materialmente, o Amor revelado no Coração do Verbo de Deus, Jesus Cristo. Hoje, os Missionários do Sagrado Coração trabalham nos cinco continentes, em diversos países e nas mais diferentes frentes de ação missionária: colégios, santuários, paróquias, meios de comunicação, rádio, TV, obras sociais… sempre fazendo valer o seu lema:
Amado seja por toda parte o Sagrado Coração de Jesus”.



ORAÇÃO PARA OBTER A BEATIFICAÇÃO DO PADRE JÚLIO CHEVALIER

Deus, nosso Pai, Vós que nos amastes até entregar o vosso Filho pela salvação do mundo, nós vos agradecemos por terdes dado a vossa Igreja o Padre Júlio Chevalier para levar remédio aos males do seu tempo.
Contemplando com Nossa Senhora “Aquele que foi traspassado”, ele foi o apóstolo apaixonado do Sagrado Coração e do seu amor misericordioso que ele queria que fosse espalhado por toda parte!
Para levar remédio aos males do nosso tempo, as nossas violências, injustiças e rejeições, permiti, Senhor, que seja proposto à Igreja de hoje tal exemplo de amor para com o Cristo e de paixão pela salvação de todos.
Dai-nos, Senhor, o Padre Chevalier por intercessor junto de Vós, e companheiro pelos caminhos do mundo a fim de que chegue em toda parte o Reino de vossa justiça, de vosso amor e de vossa paz, e que o Coração de vosso Filho seja o Coração de um mundo novo. Amém.


Mensagens do Padre Júlio Chevalier

"... ninguém é estranho nem forasteiro, pelo contrário, todos somos irmãos no Coração de Cristo. Na comunidade, há de imperar grande caridade. Que uns e outros se respeitem; se tratem com bondade e cordialidade; evitem, o quanto possível, o que recenda à afetação e à auto-suficiência ; nunca procurem ser dominadores e espalhafatosos; esmerem-se em praticar as virtudes do Coração de Jesus: sua mansidão e sua humildade".

"Quando Deus quer uma obra, para ele os obstáculos são meios".

"Sem oração a aliança vira contrato. Sem oração é impossível viver o celibato, pois ele supõe uma solidão que só pode ser preenchida pelo amor de Cristo. Sem oração a solidão vira isolamento e a comunidade um clube. Sem oração a missão é apenas uma propaganda empresarial e a fidelidade se torna um rito vazio".

"Um carvalho leva muitos anos para atingir a perfeição. Por isso, não devemos nos admirar de nossas imperfeições".




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