Em publicação anterior, havia anunciado a promulgação do decreto de Venerabilidade da Serva de Deus Maria Monteserrat Garcia Grases, leiga e virgem do Opus Dei. Hoje, trago aos leitores, mais detalhes sobre sua vida, tão especial, que pode ser vir de exemplo para todos nós, católicos, especialmente para os jovens.
Infância
Maria Montserrat
Garcia Grases (ou “Montse”, como era chamada, nasceu em Barcelona em 10 de
julho de 1941 em uma família profundamente cristã. Foi a segunda de nove filhos
do casal Manuel e Manolita García Grases. Foi batizada nove dias após o
nascimento, em 19 de julho, na paróquia de Nossa Senhora do Pilar, em
Barcelona.
No final de 1942
foi atingida por uma “bronquite capilar”, e, por causa dessa doença, a família
teve que se mudar temporariamente, mas não melhorou. Porque o médico aconselhou
a seus pais que levassem a criança a respirar ar puro, Montse passou o verão de
1943 na cidade de Seva, no sopé do maciço de Montseny. No mesmo local, na freguesia
de Santa Maria, Maria Montserrat recebeu o Sacramento da Confirmação em 11 de
junho de 1944, juntamente com seus irmãos Enrique e Jorge.
Educação e caráter
Em outubro de
1946, ela começou a escola primária no Colégio de Jesus e Maria. Em 27 de Maio
de 1948, fez sua Primeira Comunhão. Na escola tinha aulas de música e piano.
Depois, passou a estudar no Colégio del Niño Jesus.
Maria Montserrat
foi distinguida pela abertura do caráter, simpatia, bom gosto, paixão pela
dança, esporte e caminhadas. Às vezes seu temperamento forte a levou a reações
intempestivas, mas, sempre tentando se corrigir, como testemunhado por seus
parentes e professores.
Um encontro com o Opus Dei
Em 1954,
reuniu-se pela primeira vez em um curso de exercícios espirituais da
instituição (hoje uma prelatura pessoal) Opus Dei, fundada em 1928 pelo padre
Josemaría Escrivá, que foi canonizado em 2002. Seu ensinamento fundamental é
que atividades diárias, vividas com perfeição humana e com todo o amor de Deus,
podem determinar o alcance da santificação do cristão no meio do mundo.
Família García Graces: numerosa e cristã. |
Os pais Montse
eram membros do Opus Dei há alguns anos, por isso sua mãe a incentivou a
participar do centro Llar, que oferecia educação humana e cristã para meninas.
Ela mesma, com o tempo, percebeu que o Senhor a estava pedindo para segui-lo de
forma mais concreta, no sentido de pertencer somente a Ele. Enquanto isso,
depois de concluir a escola primária, em 1956, ela continuou seus estudos na
Escola Profissional de Mulheres da cidade de Barcelona.
Em 24 de
dezembro de 1957, portanto, pediu a admissão no Opus Dei como uma numerária, ou seja, dando a sua
virgindade a Deus, dedicando-se ao apostolado. Desde então, se comprometeu
ainda mais decisivamente nos deveres de cada dia, quer fossem eles um jogo de
tênis, de basquete ou os afazeres da vida familiar. Em primeiro plano, sempre
procurou estar na presença de Deus, fomentando ainda profunda e dedicada
devoção a Nossa Senhora, da qual que tinha o nome. Estava muito feliz. Mesmo
ela que tinha a virtude da comunicação, não conseguia expressar devidamente aos
amigos e parentes a esmagadora alegria que resultou de sua união com Deus.
Em sua luta para
alcançar a santidade, destacou sempre o amor à Humanidade Santíssima de Cristo,
a piedade eucarística, a devoção à Santíssima Virgem, uma profunda humildade e
o esforço por servir aos demais. Soube encontrar a Deus no cumprimento — por
amor — dos seus deveres de estudo e de trabalho, bem como nas coisas pequenas
de cada dia.
A doença como uma oportunidade de encontro entre
Deus e os homens.
Pouco antes de
completar dezessete anos, Montse ficou doente com câncer: um Sarcoma de Ewing, no
fêmur da perna esquerda. Ela já não podia assistir às aulas, mas, mesmo assim
continuou com o compromisso com o estudo, mostrando grande fortaleza e
determinação.
O diagnóstico
preciso foi realizado em janeiro de 1958. Durante nove meses sofreu muito
devido à dor severa, porém, em nenhum momento teve um único momento de
desespero. Esperava ansiosamente o momento
de encontro com Deus, sem perder o bom humor habitual.
Como aconteceu
com tantos outros casos de meninos e meninas marcadas por sofrimento, mas capaz
de transformá-lo em uma oportunidade de reunir Deus e o homem, o quarto de
Montse tornou-se um lugar de freqüentes visitas de meninas desejosas de
conhecer sua alegre espiritualidade. Sempre saudava a todas, incentivando,
aconselhando, estimulando à perfeição cristã, sempre com um sorriso e
repetindo: "Vale a pena" (frase tomada das reflexões de seu santo
fundador, Padre Josemaría Escrivá).
Montse, já doente, com sua mãe. Exemplo de fé perante a
vontade de Deus. |
Durante a sua
doença, mediante essa sua contagiante alegria, que apesar de tudo sempre esteve
com ela, e uma capacidade de amizade que brotava de um verdadeiro zelo pelas
almas, continuou aproximando de Deus a muitas amigas e companheiras de estudo.
Montse morreu na
casa de seu pai, em Barcelona, no dia 26 de março de 1959, Quinta-feira Santa,
depois de receber os sacramentos com alegria. Tinha dezessete anos. Foi
sepultada no cemitério do Sudoeste Barcelona.
Causa de Beatificação
Diante de sua
crescente reputação de santidade, que se espalhou por todo o mundo, foi dado
início a sua causa de beatificação. A fase diocesana, realizada em Barcelona, foi
aberta pelo Arcebispo Dom Gregório Modrego Casaus em 19 de dezembro de 1962,
tendo sido concluída em 26 de Março 1968, no 9º aniversário de morte de Montse,
sob o mandato do novo arcebispo, Dom Marcelo González Martín.
Devido a
mudanças na legislação das causas de beatificação e canonização do Beato Paulo
VI e de São João Paulo II, os trâmites tornaram-se mais céleres, no entanto, a
fama de santidade do Montse ajudou e muito o impulso dos trabalhos.
Em 15 de maio de
1992, a Congregação Vaticana para as Causas dos Santos declarou a validade do
processo diocesano. A decisão foi tomada para iniciar novas investigações, até mesmo
para implementar os documentos do processo anterior. O processo complementar, aberto
em seguida, teve lugar de 10 junho - 28 outubro de 1993 em Barcelona e foi
validado em 21 de janeiro de 1994. No mesmo ano, os restos de Montse foram
transladados para a capela do Colégio Mayor Bonaigua em Barcelona. A “positio” sobre as virtudes da Serva de
Deus foi apresentada em Roma em 21 de Novembro de 1999.
Em 10 de Junho
de 2015, consultores teológicos da Congregação para as Causas dos Santos pronunciaram-se
afirmativamente sobre o exercício das virtudes cristãs em grau heroico pela
menina; O parecer positivo foi confirmado pelos cardeais e bispos dos membros
da Congregação em 19 de Abril de 2016.
No dia 26 de
abril de 2016, após receber em audiência o cardeal Ângelo Amato, prefeito da
Congregação para as Causas dos Santos, o Papa Francisco autorizou a promulgação
do decreto pelo qual María Montserrat Garcia Grases foi declarada Venerável. A
notícia, por uma feliz coincidência, foi tornada pública no dia seguinte, 27 de
abril, memória litúrgica de Nossa Senhora de Montserrat e, portanto, seu dia de
onomástico.
A todos os que
obtiverem graças por intercessão da Serva de Deus Montserrat Grases, pede-se o
favor de comunicá-las à Prelazia do Opus Dei - Escritório para as Causas dos
Santos, Rua João Cachoeira, 1496, CEP 04535-007, São Paulo, SP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário