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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Beata Felipa de Gueldre, viúva e religiosa e Beata Francisca Ana da Dolorosa, virgem e religiosa (27 de fevereiro)



Como são admiráveis as obras de Deus! No dia 27 de fevereiro, entre outros tantos Santos, festejamos duas Beatas tão diferentes quanto ao berço, à época em que viveram, à cultura, às obras de suas vidas, mas tão semelhantes na busca da santidade. Fizemos questão de colocá-las juntas aqui, porque certamente estão gozando juntas da visão beatífica.


Felipa de Gueldre, duquesa da Lorena 
e de Bar, Rainha da Sicília 
e de Jerusalém, Clarissa Coletina.
 Beata Felipa de Gueldre
 Felipa nasceu em Grave, Brabante do Norte (atual Países Baixos), no dia 9 de novembro de 1467. Era filha de Adolfo d’Egmont, Duque de Gueldre e de Catarina de Bourbon,
Ela cresceu primeiro na corte dos duques de Borgonha, depois na corte da França. Por razões de estado, casou-se em 1485 com Renato II, Duque da Lorena e de Bar, príncipe generoso, piedoso e terciário da Ordem de S. Francisco, com quem teve 12 filhos, dos quais sete morreram jovens.
Quando seu esposo faleceu, em 1508, ela desejava tomar a regência do Ducado da Lorena, mas como seu filho mais velho tinha 19 anos, ele foi considerado apto a reinar.

No dia 15 de dezembro de 1519, ela entrou no convento das Clarissas de Pont-à-Mousson onde viveu 28 anos em oração e penitência. Ela favoreceu a reforma de Santa Coleta de Corbie em diversos mosteiros.
Quando, no dia 26 de fevereiro de 1547, uma sexta-feira, as freiras disseram que ela ia morrer, respondeu: «Não morro hoje, bem o sei, porque toda a felicidade que tive neste mundo me veio ao sábado. Foi num sábado que me casei com o bom Renato que Deus o haja; foi num sábado que vim para a Lorena; foi num sábado que fiz minha profissão religiosa; e será ainda num sábado que hei de entrar no Paraíso». Morreu efetivamente num sábado, 27 de fevereiro de 1547.
Felipa de Gueldre é considerada beata na família franciscana, embora ela jamais tenha sido beatificada oficialmente. Ela sofria em si os tormentos que afligiram Nosso Senhor na Paixão. Nos últimos sete anos de sua vida tais sofrimentos foram visivelmente constatados por aqueles que a conheciam. Esta Duquesa da Lorena e Rainha da Sicília e de Jerusalém morreu em odor de santidade como uma pobre Clarissa no pobre mosteiro de Santa Clara de Pont-à-Mousson.
 Nota: O mosteiro de clarissas de Pont-à-Mousson, fundado em 1447 por Santa Coleta, reformadora da Ordem, foi devastado pelos revolucionários em setembro de 1792, quando as monjas foram expulsas.



* * *



Beata Francisca Ana Cirer y Carbonell

Nasceu em Sencelles, Maiorca (Ilhas Baleares), Espanha, no dia 1 de junho de 1781, filha de João Cirer e Joana Carbonell, agricultores tão pobres que nunca puderam deixá-la frequentar a escola; mas tão fervorosos, que no mesmo dia do seu nascimento a levaram à fonte batismal, quando recebeu o nome de Francisca Ana Maria Boaventura.
Sem saber ler nem escrever, entretanto aprendeu a doutrina católica de viva voz e mereceu ser crismada aos sete anos por Mons. Pedro Rubio Benedetto, bispo da diocese, e em seguida, admitida à Primeira Comunhão.
Crescendo, adquiriu a sabedoria das virtudes católicas com tal perfeição, que a levava a praticá-las todas em grau heroico e a tornava capaz de ensinar o catecismo às crianças, o que fazia após as Missas do domingo.
     Ajudava aos pais nos trabalhos domésticos e agrícolas, mas, com a permissão dos pais, voltava à igreja no fim do dia para tomar parte no Rosário ou na Via Sacra.
     Francisca sentia desejo de se tornar religiosa, mas os pais se opunham, pois ela era o único amparo para a velhice deles. Assim, em 1798, aos 17 anos, ingressou na Ordem Terceira de S. Francisco e, em 1813, na Confraria do Santíssimo Sacramento.
     A Beata tinha grande devoção à Santíssima Trindade, à Paixão de Cristo e a Nossa Senhora das Dores, a quem honrava com o terço diário e o jejum sabatino. Rezava com frequência pelas almas do Purgatório.
     Em 2 de maio de 1815, a Beata, que compreendia a importância da conformidade com a vontade de Deus e obedecia sem lamentações, recebeu a revelação de que sua casa seria transformada em um convento das Filhas de Caridade de São Vicente de Paula.
     Aos 40 anos, Francisca ficou órfã de pai (sua mãe já havia falecido). Sendo praticamente impossível realizar seu desejo de se tornar religiosa pela idade, falta de instrução e sem dote, procurou viver como verdadeira religiosa no mundo, em companhia de uma prima, Clara Llabrés, e depois de alguns anos, de Madalena Cirer, sua sobrinha.
     Finalmente, aos 70 anos, no dia 23 de dezembro de 1850, com a aprovação de seu pároco, sua casa tornou-se convento das Irmãs da Caridade, que foi juridicamente aprovado no dia 7 de dezembro de 1851. Tinham por finalidade cuidar dos doentes e ensinar o catecismo em casa e nas paróquias. Naquele dia ela e as duas companheiras vestiram o hábito. Francisca foi eleita para ficar à frente do grupo: governou com sabedoria, prudência e humildade, cuidando da perfeita observância dos votos religiosos.
     A Beata faleceu repentinamente no dia 27 de fevereiro de 1855, aos 76 anos de idade, após ter recebido a Eucaristia. Seu funeral foi triunfal. Seus restos são venerados no Oratório da Casa de Caridade de Sencelles.

     Como se estendesse mais e mais a sua fama de santidade, deu-se início aos processos habituais para sua beatificação. Após a confirmação de um milagre obtido por sua intercessão, foi beatificada no dia 1 de outubro de 1989 por São João Paulo II.

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