
Junius Tinarelli, nascido em Terni, Itália, em 27 de maio de 1912, é filho de Alfredo e Maria Giorgini. Entrou muito cedo no mundo do trabalho por causa das condições econômicas não brilhantes de sua família.
Junius, com 12
anos, começou a trabalhar em uma loja de impressão (gráfica), onde seu pai
também trabalhava.
Aos 14 anos,
deixou a casa de impressão e se especializa em fabricar fechaduras e chaves.
Pouco mais tarde, graças ao engenheiro Mandrelli, foi contratado por empresas
de engenharia mecânica em Terni. O compromisso e seriedade demonstrado no
trabalho, permitiram que Junius desse um “santo quântico” do ponto de vista
profissional. Ele é transferido para um setor altamente especializado, onde trabalha no ajuste e manutenção das
locomotivas estatais.
Tendo um bom
emprego e um futuro promissor a ser construído, planeja começar uma família.
Esses foram os fundamentos que animaram esse jovem trabalhador terniano. Até o
momento, tudo transcorria “às mil maravilhas” em sua vida.
A única queixa
de Junius era a falta de fé por parte do pai, homem “cabeça dura” e de difícil
trato, como qual as conversas nem sempre foram fáceis. Mas, muitas outras
nuvens densas estavam surgindo no horizonte...
Em 20 de março
de 1937 passou a sentir fortes dores na coluna vertebral, o que o forçou a
abandonar o trabalho. Esses foram os primórdios da terrível doença que viria a
manter Junius 18 anos restrito ao leito: poliartrite e espondilite deformante.
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Junius Tinarelli com sua irmã. Utiliza-se de um espelho para que seu rosto possa aparecer na foto. |
A doença tem
curso rápido e progressivo. Em 1940, também os braços perdem sua função,
forçando Junius à imobilidade absoluta. A perda dos movimentos e do uso dos
braços, desencadeia uma forte crise moral, sem gerar pouco desespero. Agora,
dependia dos outros em todos os sentidos. Rompe o noivado; os planos de
casamento caem por terra.
A proximidade de
um padre, Monsenhor Giuseppe Lombardi, fundador do Oratório de São Gabriel, do
qual Junior foi membro muito ativo e líder, conseguiu aliviar o enorme
sofrimento do jovem trabalhador terniano, que recuperou a serenidade interior
em um curto espaço de tempo.
Com a ajuda de
Deus e o firme propósito de maximizar esta sua condição existencial tão
dolorosa, Junius Tinarelli começou sua carreira como o “apóstolo dos doentes”,
sendo ele mesmo, um deles.
Em 1948,
organiza uma peregrinação a Loreto (famoso santuário mariano, onde está a casa
da Sagrada Família de Nazaré) envolvendo 60 pacientes. Também em 1948 (17 a 25
de setembro), vai a Lourdes, onde entrará em contato com o monsenhor Luigi
Novarese e o Centro dos Voluntários do Sofrimento (CVS), um vasto movimento apostólico
que trabalha juntamente com os Silenciosos Operários da Cruz (SODC).
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Junius Tinarelli recebe a benção apostólica do Papa Pio XII. |
Em 01 de
novembro de 1951, Junius confirma definitivamente sua agremiação à SODC,
emitindo os três votos evangélicos em particular. O entusiasmo e a energia
emitidos por Junius na realização do apostolado com pessoas que sofrem, faz com
que possa participar de todos os eventos organizados pelo CVS: 09 a 14 de
setembro de 1952, participou do primeiro Curso de Exercícios Espirituais para
os doentes no Santuário de Oropa. Em março de 1953, foi nomeado responsável
pelo setor masculino dos Silenciosos Operários da Cruz .
Mas, suas
condições físicas começam a piorar, acabando por tolher-lhe as forças e começando
a apresentar dificuldades em respirar. Tal condição forçou Junius a reduzir drasticamente
seus compromissos apostólicos.
Em 14 de janeiro
de 1956, sábado, aos 44 anos, 18 deles passados em imobilidade e em sofrimentos
indescritíveis, em grande paz interior, Junius retornou à casa do Pai. O fim na
terra de uma bela vida e de uma bela obra missionária e apostólica. Junius
Tinarelli, um homem que não se fechou em si mesmo, em seus próprios
sofrimentos, mas, soube doar-se aos demais sofredores. Mais do que isso, soube
reconhecer em seus sofrimentos uma forma de imitar mais perfeitamente a Jesus
Cristo Crucificado e participar mais intimamente de seus méritos.
Em 23 de
novembro de 1969, seus restos mortais foram transladados do cemitério municipal
para a catedral de Terni, onde atualmente aguardam a ressurreição da carne.
Em 25 de abril
de 1985, começou o processo para sua beatificação/canonização. Em 25 de
novembro de 2001, a cidade de Terni dedicou a Junius Tinarelli um monumento,
perto do Duomo, onde se destaca um oratório dedicado a São Gabriel, lugar onde
Junius começou a dar seus primeiros passos em direção à Pátria celeste. Suas virtudes já foram reconhecidas em grau heroico, o que levou a promulgação do decreto de venerabilidade do Servo de Deus, pelo Papa Bento XVI.
Um comentário:
Todos os enfermos têm um apostolado. Completando-se os seus sofrimentos com os de Cristo.
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