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terça-feira, 23 de maio de 2017

Beato João Schiavo, presbítero e religioso murialdino, fundador das Irmãs Murialdinas de São José.



Giovanni Schiavo nasceu em Santo Urbano, distrito de Montécchio Maggiore, província de Vicenza, norte da Itália, em 8 de julho de 1903. Seus pais, Luigi Schiavo e Rosa Faturelli, eram pobres de bens materiais, mas ricos de sólidas convicções e de moralidade íntegra.
O nosso João foi o primeiro de uma família de nove filhos. A fé e os princípios cristãos com que seus pais educaram sua prole prepararam-nos para a vida de plena confiança em Deus. A participação diária na Missa despertou no pequeno João a vocação religiosa, sem, no entanto fazer com que se esquecesse da ajudar no trabalho da casa e o cuidado com os irmãos, pois a profissão do pai, como sapateiro, era insuficiente para manter família tão numerosa.
Quando João terminou os estudos em sua cidade, foi preciso seguir para a cidade de Montecchio Maggiore para prosseguir seu aprendizado, tendo que percorrer a distância de cerca de 6 quilômetros, que fazia diariamente, normalmente a pé, com muito sacrifício.
Sua decisão de ser sacerdote era firme, inabalável. Apesar de sua saúde frágil – pois aos quatro anos a meningite quase o levou à morte –, enfrentou os percalços de se deslocar até o seminário Maria Imaculada, da Congregação dos Josefinos, pois esse era o seu objetivo.
Aos 18 anos recebeu proposta de um bom emprego na Prefeitura Municipal, mas, recusou: sua vocação estava em primeiro lugar. Para realizar seu intento teve a ajuda do Padre Giuseppe dalla Pria, que se encarregou de acompanhar seus estudos.
Ingressou então no noviciado, nos arredores de Turim. Sua índole afável e sincera tornou-o amigo de todos. Grande observador da Regra da Congregação, era fervoroso. Seus companheiros de estudo atestam seu caráter alegre e educado. Detinha-se durante longo tempo diante do Santíssimo Sacramento, em profunda meditação.
Finalmente, no dia 24 de agosto de 1927, foi ordenado sacerdote na Igreja da Santíssima Trindade, em sua cidade natal; foi uma grande festa para toda a comunidade.
Iniciou sua vida sacerdotal em sua própria cidade, mas sempre mostrando desejo de ser missionário: pediu e foi atendido na sua pretensão de partir para o Brasil. Após um retiro espiritual, em Albano, partiu em 04 de agosto de 1931, chegando no dia 05 de setembro a Jaguarão, Rio Grande do Sul.
Iniciou seus trabalhos como professor, função que exerceu até 1934, em Ana Rech, distrito de Caxias do Sul. Foi o primeiro mestre de Noviços da Missão Josefina. Em 1941 fundou o Seminário Josefino da Fazenda Souza, onde foi o primeiro Reitor, e a seguir fundou a Casa de Noviciado, em Conceição, em 1946. Depois desta, outras obras foram lançadas, como o Abrigo de Menores São José, em Caxias do Sul, internato com escola e diversas habilitações profissionais, que dirigiu de 1947 a 1953.



A partir da consolidação dos seminários da missão Josefina no país, em 1946 o governo central da congregação decidiu a criação da Província do Brasil, desmembrada da Argentina, e Pe. João foi eleito primeiro provincial, com a satisfação de todos.
Ao lado de tantas atividades, ainda iniciou no Brasil as atividades das Murialdinas de São José, congregação fundada um ano antes na Itália.  Com muitas dificuldades surgiu o núcleo brasileiro desta família religiosa. As primeiras irmãs fizeram profissão religiosa no dia 25 de março de 1956 na capela do Seminário, em cerimônia presidida pelo Pe. João.
Em 1955, fundou o Colégio Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá, Santa Catarina.
No entanto, apesar de todo o seu empenho, algumas obras por ele iniciadas não foram adiante, por motivos vários. Sua confiança em Deus era inabalável, não permitindo que desanimasse.
Deixando o cargo de superior provincial em 1957, foi nomeado Diretor Espiritual do Seminário Fazenda Souza, cargo que manteve até o fim de sua vida.
O excesso de atividades abateu-lhe a saúde, não sendo, entretanto, empecilho em sua atuação na Província dos Josefinos, sempre se colocando a disposição de todos: “Vontade de Deus e inspiração do Espírito Santo”.
Pe. João, que as religiosas chamavam carinhosamente de “pai nosso”, tinha espírito de iniciativa, trabalhava muito, mas, rezava mais ainda e com muito fervor.
Os últimos anos de vida de Pe. João foram minados por uma enfermidade que só mais tarde foi detectada. Em 15 de dezembro de 1966, após biópsia, foi diagnosticado câncer do fígado. A cirurgia não pode ser realizada, pois, como cardíaco, a anestesia poderia lhe apressar a morte. Após uma breve melhora, ainda pode retornar à fazenda Souza e despedir-se da Casa das Murialdinas, detendo-se diante do pomar e do jardim, sabendo que não mais voltaria vivo para lá, somente no cortejo fúnebre.



Quando não mais conseguiu celebrar a Missa, entregou-se plenamente nas mãos de Deus repetindo sempre a frase que lhe era característica: “Senhor, sou seu filho, sempre quis fazer sua Vontade”. Certo dia, perto da meia noite, após repetir com força muitas vezes “Meu Jesus, misericórdia!” , elevou o olhar, fixou-o no além e, com um lindo sorriso, que a todos impressionou, disse: “Obrigado, minha Mãe”. Parecia contemplar alguém do paraíso. No dia seguinte, prevendo seu fim, mandaram chamar os dois bispos de Caxias do Sul, como estes haviam pedido, que celebraram a Missa no quarto do moribundo. Presentes os bispos, que fizeram a encomendação, as irmãs vindas de Fazenda Souza, entregou sua alma ao Criador. Era o dia 27 de janeiro de 1967.
Foi sepultado em um terreno ajardinado, junto à casa das Irmãs Murialdinas. No mesmo dia começou a peregrinação junto ao seu túmulo e, segundo amigos e devotos que aí acorreram, muitas graças são alcançadas por intercessão daquele que passou a vida servindo e amando todos, sem distinção.
Podemos conhecer melhor a alma deste grande homem, lendo seus escritos, onde põe a descoberto sua profunda espiritualidade, seu amor a Cristo e ao próximo, e sua intensa devoção ao Santíssimo Sacramento. Os depoimentos de seus colegas de noviciado, seus alunos e superiores dão-nos conta de sua vida dedicada ao bem, à caridade, tendo sempre uma palavra de amor e conforto aos que sofrem e ânimo aos desesperançados.
“É vontade do Pai que me torne santo. Mas a santidade é impossível para o homem, tanto mais para mim, que sou o último dos homens. Como Deus não exige o impossível, Ele mesmo o fará para mim. Quais os meios? Os sacramentos...e para mim, o principal, o infalível meio é o filial abandono à vontade de Deus”.[1]


Oração
Deus de bondade e misericórdia, nós vos louvamos e vos bendizemos pela vida e santidade de vosso Servo, Padre João Schiavo. Dai-nos, por sua intercessão, a graça de vivermos como ele viveu, na total disposição à vossa vontade, num profundo amor e adoração à Eucaristia, grande devoção à Virgem Maria e a São José e na escuta delicada e atenta a todas as pessoas, especialmente as mais pobres e necessitadas. Fazei também que possamos viver com o coração alegre e generoso; concedei-nos por sua intercessão a graça de que tanto precisamos. Nós vos pedimos também, ó Deus, que Padre João Schiavo seja elevado à honra dos altares para o bem da Igreja e para vossa maior glória. Amém.
Glória ao Pai

Restos Mortais: no cemitério das Irmãs Murialdinas em Fazenda Souza, Caxias do Sul, RS.
Causa de Canonização: sediada na Diocese de Caxias do Sul, RS. Ator: Irmãs Murialdinas de São José (do Brasil).
Processo informativo diocesano iniciado em 15/agosto/2001 e encerrado em 18/out/2003. Postulador (em Roma): Pe. Orides Ballardin (Josefino de Murialdo); Vice Postuladora (no Brasil): Irmã Elisa Rigon (Murialdina de São José). Decreto das Virtudes Heroicas em 14/dezembro/2015. Desde 2009 encontra-se em Roma o processo de um presumido milagre obtido pela sua intercessão, que já foi aprovado pelo Papa Francisco em dezembro de 2016.
A beatificação se dará no dia 27 de outubro de 2017, em Caxias do Sul, RS.


Bibliografia sobre o SD. Pe. João Schiavo:
RIGON, Ir. Elisa. Padre João Schiavo – traços biográficos. Caxias do Sul, Postulação da Causa de beatificação e canonização do Pe. João Schiavo, 2000.(solicitar no endereço e telefone abaixo).
Para comunicar graças alcançadas pelo SD. Pe. João:
Postulação da Causa de beatificação e canonização do Pe. João Schiavo
CxP. 542
95001-970 Caxias do Sul – RS
Tel.: (54) 3267-1188
elisarigon@terra.com.br (Ir. Elisa Rigon)
ou
Pe. Agostino Montan
Via degli Etruschi, 3
00185  Roma – Itália




O milagre para a beatificação
O milagre aprovado pelo Vaticano foi a cura de Juvelino Carra, morador de Caxias do Sul (RS), que sofria de um grave problema intestinal, mas se recuperou completamente com a intercessão de Pe. Schiavo.

Tudo ocorreu em 1997. Em outubro, Juvelino Carra tinha uma forte dor intestinal e foi encaminhado para uma cirurgia de emergência. Dr. Ademir Cadore, médico cirurgião, diagnosticou que se tratava de uma trombose mesentérica superior aguda que causa necrose de praticamente todo o intestino delgado.

Após a avaliação, decidiu que seria melhor desistir da cirurgia. Assim, fechou o abdômen de Juvelino e o encaminhou para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) a fim de ser acompanhado até a morte iminente.

Diante dessa notícia, a esposa de Juvelino se apegou fortemente a um santinho de Padre João Schiavo e pediu: “Pe. João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa…”.

As orações logo alcançaram a cura do marido, que, para surpresa dos médicos e familiares, passou a apresentar sinais de melhora. Em sete dias, ele teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas.

Passados 12 anos deste fato, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal de Juvelino.


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