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sábado, 27 de maio de 2017

SANTA MARIA ALFONSINA DANIL GHATTAS, Virgem e Co-Fundadora.


Em Aïn-Karem, Palestina, Santa Maria Alfonsina Danil Ghattas, cofundadora da Congregação das Irmãs Dominicanas do Santíssimo Rosário de Jerusalém. († 1927)

     Desde pequena Maryam Soultaneh Danil Ghattas, seu nome civil, que nasceu em Jerusalém em 04 de outubro de 1843, sentia uma devoção especial pela Virgem Maria e a recitação do Rosário. “Que Mãe bela, Maria! Não a posso descrever; nenhuma imagem se assemelha sequer um pouco a sua imensa beleza. Bem-aventurado quem goza eternamente”, diz ela em um de seus escritos divulgados por sua comunidade.
     Foi batizada em 19 de novembro de 1843 e recebeu o Sacramento da Confirmação das mãos do primeiro Patriarca latino de Jerusalém, José Valerga, depois da restauração do patriarcado em 18 de julho de 1842.
     Foi graças a seu estreito relacionamento com Maria que pode ver com clareza, quando tinha apenas 14 anos, seu chamado para a vida religiosa. Seu amor à Virgem ajudou-a também a enfrentar algumas dificuldades, como a oposição de seu pai à sua vocação. Finalmente, em 1860, vestiu o hábito no instituto das Irmãs de São José da Aparição, tomando o nome de Maria Alfonsina.
     “Sobressaia-se por sua profunda piedade e firme adesão à fé católica. Fundou a associação das Filhas de Maria e também outra orientada às mães cristãs. Continuou seu trabalho apostólico em Belém”, assegura o postulador para sua causa, Pe. Vitor Tomás Gomez, OP.
     A Irmã Maria Alfonsina era favorecida com várias aparições de Nossa Senhora, que lhe revelou seu desejo de que ela fundasse a Congregação do Santo Rosário de Jerusalém. Numa dessas visões, Alfonsina viu, em sonhos, freiras portando um hábito azul, ao mesmo tempo em que ouvia a Virgem Maria censurar-lhe a lentidão em responder ao seu apelo.
As aparições de Nossa Senhora fizeram com que ela ficasse absolutamente sedenta, ansiosa para se entregar totalmente a Deus. "Eu sentia um grande desejo de suportar as dificuldades. Achava delicioso tudo o que era amargo e doloroso. A solidão era o paraíso do meu coração e a obediência, o céu do meu espírito. Achava as ordens das Superioras fáceis de serem seguidas”, escreveu em seu diário.
Um dia, em visão, a Virgem Maria lhe fala do Pe. José Tannus, um santo sacerdote do patriarcado latino, sugerindo que ele seja seu diretor espiritual e administrador da Congregação que desejava que fosse fundada . Foi ele que encontrou em Jerusalém, não longe do patriarcado, a modesta casa na qual entram as cinco primeiras postulantes, entre elas Irmã Maria Alfonsina, em 24 de julho de 1880. O Patriarca Vicente Bracco impõe o hábito às postulantes em 15 de dezembro de 1881.
     A Irmã Maria Alfonsina teve que enfrentar várias dificuldades para obter de Roma a dispensa do instituto das Irmãs de São José da Aparição para se dedicar à Congregação do Santo Rosário. Esta permissão ela obteve em 1880, depois de muitas dificuldades e com a ajuda do Pe. José Tannus Yammin.
     Em 06 de outubro de 1883, a Irmã Maria Alfonsina, que quis conservar o mesmo nome na nova fundação, recebeu o hábito da Congregação do Rosário. Em 1885, foi admitida à profissão e pronunciou seus primeiros votos.
     A 25 de julho de 1885 foi viver em uma nova casa da Congregação, em Jaffa de Galileia, perto de Nazaré, com outra Irmã, para dar apoio à paróquia local.
     Foi ali que se deu um milagre: um dia, Nathira I'd, uma menina, cai em um poço profundo cheio de água. Irmã Maria Alfonsina teve então a inspiração de lançar o seu rosário no poço, e se dirigiu em seguida à igreja para invocar Nossa Senhora e rezar o Rosário com outras meninas. Passado um tempo, Nathira sai do poço são e salva, dizendo que viu uma grande luz e uma escada em forma de rosário que a ajudou a sair.




     Em 1886 fundou uma escola feminina em Beit Sahour, pequena localidade de pastores, perto de Belém, dando trabalho às jovens pobres da cidade.
     Em 1887, com três Irmãs, deixou Beit Sahour e foi para Salt, a primeira missão na Transjordânia. Dois anos mais tarde, foi enviada a Naplouse, porém voltou para a casa central de Jerusalém por razões de saúde. Uma vez restabelecida, foi enviada para Zababdeh. Em 1892, viaja a Nazaré onde cuida do Pe. Tannus até sua morte.
     Em 1893, a Irmã Maria Afonsina abriu em Belém uma oficina para dar trabalho às jovens pobres da cidade. Passou ali 15 anos de zelo e entusiasmo.
     Em 1909 foi enviada a casa central de Jerusalém, onde fundou um orfanato, permanecendo naquela cidade até 1917, ocasião em que foi enviada para fundar um orfanato em Aïn-Karem. Ali pode voltar a sua vida de oração e cumprir o desejo da Virgem Maria: que o Rosário seja rezado perpetuamente. Ali permaneceu até sua morte, em 25 de março de 1927. Madre Maria Alfonsina exala o último suspiro rezando o rosário com sua irmã, Hanneh Danil Ghattas.
     “Ó Senhor! É assim que te mostras generoso e consolas aos pecadores que não te suplicam! Do que é feita tua caridade para com teus amigos e eleitos? Ó Maria, minha mãe! Quem te pode compreender? Que pode dar-se conta de tua compaixão para com as filhas de tua raça, especialmente aquelas que se sentem desorientadas em sua vida?”, escreveu a Santa.

     Irmã Maria Afonsina passou 42 anos a serviço de seu instituto. Em todos os lugares onde morava concentrava sua ação em ensinar a ler e a escrever, a fazer trabalhos manuais, fundava associações para as mulheres, ensinava o catecismo, e, obviamente, difundia a recitação do Rosário.
     “A mortificação de si mesmo atrai graças imensas, assim como a oração e a modéstia”, repetia constantemente.

Duas grandes santas da Terra Santa
canonizadas no mesmo dia: Santa Maria
de Jesus Crucificado e Santa Maria
Alfonsina. 
     Atualmente há cerca de 300 Irmãs da Congregação do Santo Rosário presentes na Palestina e Israel, Jordânia, Líbano, Síria, Emirados Árabes Unidos, Egito e Roma. A congregação apenas aceita moças árabes e segue o rito latino.
     “Dei-me como uma oferenda total por tudo o que a Divina Providência queria de mim. Não encontro nenhum mal naquilo que sofro, porque sou uma oferenda do Rosário”, dizia Santa Maria Alfonsina.
     Foi beatificada em 22 de novembro de 2009, na Basílica da Anunciação de Nazaré; canonizada em 17 de maio de 2015 na Basílica de São Pedro, pelo Papa Francisco.








Livramento da morte certa alcançado por Santa Maria Alfonsina: o MARAVILHOSO relato do padre franciscano Abuna (Frei) Nirwan, no Iraque.

Abuna Nirwan, frade franciscano, miraculado e libertado
graças à intercessão de Santa Maria Alfonsina (foto do site
Aletéia)


O Frei (Abuna, em árabe) Nirwan (foto acima) é um franciscano que nasceu no Iraque e, antes de ser ordenado sacerdote, estudou medicina. Foi destinado à Terra Santa e, em 2004, ganhou das Irmãs Dominicanas do Rosário uma relíquia da sua fundadora e um terço usado por ela. O padre passou a trazer a relíquia e o rosário sempre consigo.

A fundadora em questão é Santa Maria Alfonsina Danil Ghattas, cristã palestina canonizada em 2015 pelo Papa Francisco. Em 2009, quando o Papa Bento XVI aprovou o milagre para a sua beatificação, a Santa Sé pediu a exumação do corpo da religiosa. Esta missão costuma caber ao bispo local, que, para realizá-la, designa um médico. E esse médico foi justamente o Frei Nirwan.

Em 2004, a relíquia e o rosário.  Em 2009, a exumação. E esses dois fatos extraordinários não foram os únicos que ligaram o padre Nirwan àquela santa fundadora.

Dois anos antes da aprovação do Papa Bento à beatificação da religiosa, mais um fato simplesmente arrepiante envolvendo o pe. Nirwan e a madre Maria Alfonsina tinha sido relatado pelo padre Santiago Quemada no seu blog “Un sacerdote en Tierra Santa”.


Eis o relato:

A história que vamos contar aconteceu em 14 de julho de 2007. Abuna Nirwan foi visitar a sua família no Iraque e, para isso, precisou contratar um táxi. Ele mesmo relatou o caso na homilia de uma missa que celebrou em Bet Yalla. O padre Nirwan contou:

Não havia possibilidade de ir de avião para visitar a minha família. Era proibido. O meio de transporte era o carro. Meu plano era chegar a Bagdá e ir de lá para Mossul, onde viviam os meus pais.

O motorista tinha medo por causa da situação no Iraque. Uma família, formada pelo pai, a mãe e uma menininha de dois anos, pediu para viajar conosco. O taxista me falou do pedido e eu não vi nenhum inconveniente. Eram muçulmanos. O motorista era cristão. Ele disse que havia lugar no carro e que eles podiam ir conosco. Paramos num posto de combustível e outro homem jovem, muçulmano, também pediu para ir junto até Mossul. Como ainda restava um assento, ele também foi aceito.

A fronteira entre a Jordânia e o Iraque só abre quando amanhece. Quando o sol se levantou, uma fila de cinquenta ou sessenta carros foi avançando lentamente, todos juntos.

Seguimos a viagem. Depois de mais de uma hora, chegamos a um lugar onde estavam fazendo uma inspeção. Preparamos os passaportes. O motorista nos disse: “Tenho medo desse grupo”. Antes era um posto militar, mas uma organização terrorista islâmica havia matado os militares e tomado o controle do local.

Quando chegamos, eles nos pediram os passaportes sem nos fazer descer do carro. Levaram os passaportes a um escritório. A pessoa voltou, se dirigiu a mim e disse: ‘Padre, vamos continuar a investigação. Podem ir até o escritório mais à frente. Depois já é o deserto”. “Muito bem”, respondi. Caminhamos uns quinze minutos até chegar à cabana a que eles se referiam.

Quando chegamos à cabana, saíram dois homens de rosto coberto. Um deles tinha uma câmera em uma mão e um facão na outra. O outro era barbudo e estava segurando o alcorão. Chegaram até nós e um deles perguntou: “Padre, de onde está vindo?”. Respondi que vinha da Jordânia. Depois ele perguntou ao motorista.

Depois se dirigiu ao rapaz que vinha conosco, o agarrou por trás com os braços e o matou com o facão. Amarraram as minhas mãos por trás das costas e disseram:

“Estamos gravando isto para a Al-Jazeera. Quer dizer algumas palavras? Tem menos de um minuto”.

Eu respondi:

“Não, só quero rezar”.

Eles me deram um minuto para rezar.

Depois um deles me empurrou pelo ombro para baixo até eu ficar de joelhos e me disse:

“Você é clérigo. É proibido que o seu sangue caia no chão porque é sacrilégio”.

Por isso ele foi pegar um balde e voltou com ele para me degolar. Não sei o que rezei naquele momento. Senti muito medo e disse à Madre Maria Alfonsina:

“Não pode ser por acaso que eu trago você comigo. Se é preciso que nosso Senhor me leve ainda jovem, estou pronto. Mas, se não é, eu te peço que ninguém mais morra”.

Ele pegou a minha cabeça, segurou meu ombro com força e levantou o facão. Uns instantes de silêncio e de repente ele perguntou:

“Quem é você?”

Respondi:

“Um frade”.

E por que eu não consigo mexer o facão? Quem é você?”.

E, sem me deixar responder, prosseguiu:

“Padre, você e todos voltem para o carro”.

Fomos de volta até o veículo.

Daquele momento em diante, eu perdi o medo da morte. Sei que um dia morrerei, mas agora é mais claro que vai ser só quando Deus quiser. Desde aquele momento, eu não tenho medo de nada nem de ninguém. O que vier a me acontecer é porque é vontade de Deus e Ele vai me dar a força para acolher a Sua cruz. O importante é ter fé. Deus cuida dos que acreditam n’Ele”.




Fontes:
Blog Heroínas da Cristandade (http://heroinasdacristandade.blogspot.com.br/2017/03/santa-maria-alfonsina-religiosa-e.html?m=1) Com alguns enxertos no texto. 

Site Aletéia (https://pt.aleteia.org/2017/05/15/o-jihadista-nao-conseguiu-me-degolar-quem-e-voce-eu-nao-consigo-mexer-o-facao/)






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