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quinta-feira, 18 de abril de 2019

SANTA JOANA DELANOUË, Virgem e Fundadora




Foi Joana Delanoue o último rebento de uma cadeia de doze filhos numa família modesta mas incansável no ofício de negociar, vendendo quinquilharias. Joana Delanouë nasceu em Saumur, cidade às margens do Rio Loire, no dia 18 de junho de 1668. Seus pais possuíam uma loja de armarinho perto do santuário de Nossa Senhora de Ardilliers. Ela perdeu o pai aos seis anos e apesar de sua pouca idade ajudava a mãe a tocar a loja para sustentar toda a família.

Já mocinha, faz o comércio prosperar, com a simpatia, gentileza e rapidez com que serve toda a clientela. Quando ia nos seus vinte e cinco anos, morre-lhe a mãe, ficando ela com a pequena loja. Aos 26 anos, Joana herdou o estabelecimento familiar e veio a mostrar-se nele comerciante habilidosa e ávida de ganhos. As suas qualidades são notáveis: inteligente, ativa, infatigável. Se até aí, o seu dia a dia era azáfama e corrupio, atividade e lufa-lufa, desde então multiplicaram-se as tarefas, com um público cada vez mais desejoso dos seus serviços.

No inverno de 1693, era um dia extraordinariamente frio, passa junto dela uma piedosa mulher, que, mui devota de peregrinações, passava o tempo a correr de igreja em capela, de santuário em basílica. Depois de uma longa conversa, onde ventilou o sentido da vida, fá-la interrogar-se acerca da sua contínua e tão grande labuta, sobre a partilha dos bens, no meio da sua relativa prosperidade, e convida-a a rever a sua relação com os pobres, deixando-lhe, no final, um surpreendente recado: “Joana, - diz-lhe ela – entrega-te à caridade. Em São Florêncio, esperam-nos seis crianças pobres num curral”. Atenta a esta notícia, fica espantada com tanta miséria e principia a tratar as crianças. Sem largar o seu negócio, mas tornada mais laboriosa e dedicada, entrega-se, com maior entusiasmo, a todos os indigentes. Joana recolheu-as em sua casa. Era o ponto de partida da sua vocação.

Apesar de suas responsabilidades acrescidas, ela passou a cuidar de alguns pobres; ela cuidava deles todos os dias, além de seus clientes. Durante cinco anos levou a sério os seus negócios, e se dedicou às obras de caridade cada vez mais numerosas. Passaram a chamá-la “mãe dos pobres”.

Aos trinta anos deu o passo decisivo: passou a loja a uma sobrinha e transformou a casa em asilo a que chama “a Providência”. Este asilo desaba, mas ela em breve cria três novos. Recolheu assim mais de cem crianças: órfãos, meninas abandonadas, velhos, indigentes.  

Em 1703 uma companheira passou a ajudá-la e em seguida outras duas, uma das quais é a sua sobrinha. São os princípios da Congregação de Santa Ana da Providência, cujas Constituições receberam a aprovação da Igreja em 1709.

A Irmã Joana da Cruz, assim passou a chamar-se, quer que as suas irmãs vivam numa casa semelhante à dos pobres, que se alimentem como eles e como eles sejam tratadas em caso de doença. Críticas não faltam à sua volta, sobretudo, quando a vizinhança, admirada por quanto vê, se sente obrigada a dar-lhe esmola: “É muito exagerada na austeridade para com as irmãs, a sua caridade é desmedida, o tratamento dado aos indigentes é principesco”.

A tenacidade de Irmã Joana, assistida por belos devotamentos, resultou na fundação do primeiro hospital de Saumur em 1715; ele tinha sido pedido pelo Rei Luís XIV em 1672. Seu amor transbordou rapidamente além dos limites da sua cidade de Saumur e de sua diocese. Ela já tem quarenta auxiliares, todas às suas ordens, e que haviam decidido seguir o seu exemplo de oração, dedicação e mortificação.

Provações não lhe faltaram: conforme mencionado, o desabamento da casa transformada em asilo; a falta de dinheiro, as críticas de pessoas qualificadas que acham exagerada sua austeridade e classificam de desordenada sua caridade. Quanto aos pobres, ela mostra-se para com eles cheia de atenções. Pobre com os pobres, não hesita em pôr-se a mendigar.

Quando de seu falecimento, em 17 de agosto de 1736, aos 68 anos, Joana Delanouë deixou uma dúzia de comunidades, asilos e escolas. "A Santa morreu!", dizem em Saumur.

Todos admiravam o seu zelo, a sua ação nas muitas visitas feitas ou recebidas, mas apenas seus amigos mais próximos conheciam sua mortificação, sua vida de oração e união com Deus. Uma palavra sua resume-lhe a vida: “Quero viver e morrer com os meus queridos irmãos, os pobres”.

As Irmãs de Joana Delanouë, como são chamadas agora, atualmente são cerca de 400 religiosas na França, Madagáscar e Sumatra, onde elas foram fundadas em 1979.

Em 5 de novembro de 1947 Pio XII colocou Joana Delanoue entre os Bem-Aventurados. Em 31 de outubro de 1982 o Papa João Paulo II acrescentou Santa Joana Delanouë, a “Mãe dos Pobres” no calendário dos Santos da França.






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