Páginas

Encontre o (a) Santo (a), Beato (a), Venerável ou Servo (a) de Deus

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Beato Luís Magaña Servín, Leigo, pai de família e Mártir (México, 1928).



Nasceu em Arandas - Jalisco, no dia 24 de agosto de 1902. Foi um cristão íntegro, esposo responsável e solícito; manteve suas convicções cristãs sem negá-las, mesmo em tempos de prova e perseguição.

Foi membro ativo da Associação Católica da Juventude Mexicana e da Arquiconfraria da Adoração Noturna ao Santíssimo Sacramento, na paróquia de Arandas. Contraiu matrimônio com Elvira Camarena Méndez no dia 6 de janeiro de 1926; teve dois filhos, Gilberto e Maria Luisa (não chegou a conhecer a filha, pois foi executado antes dela nascer). 

No dia 9 de fevereiro de 1928, um grupo de soldados do Exército Federal, comandado pelo general Miguel Zenón Martínez ocupou o povoado de Arandas. Quando chegaram à sua residência, não puderam prendê-lo pois conseguiu se esconder; Como não o encontraram acabaram levando seu irmão menor. Ao tomar conhecimento do ocorrido, Luis se apresentou diante do mesmo general Martínez, solicitando a liberdade de seu irmão em troca da sua. Essas foram suas palavras:

"Eu nunca fui rebelde ou cristero como vocês me intitulam, mas, se por acaso, me acusam de ser cristão, sim, isso eu sou! E, se por isso devo ser executado, muito bem, que assim seja. Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe"! 
Sem qualquer trâmite ou burocracia, o militar decretou a morte de Luis, que antes de entregar sua alma à Cristo, com um potente brado exclamou:

"Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe"! 


Suas palavras foram interrompidas por uma rajada de fuzil... Eram três horas da tarde de 9 de fevereiro de 1928.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Beato Jerzy Popieluszko, presbítero e mártir polonês. Morto pelos comunistas ateus, em ódio à fé católica.



“Rezemos para que fiquemos livres do medo e da intimidação, mas principalmente do desejo de vingança e violência.” Pe. Popieluszko
Em seu processo de beatificação lemos esta bela declaração: “a morte dele abre-nos os olhos: os olhos do nosso coração, do nosso entendimento e da nossa fé. Mesmo depois de morto, o Padre Jerzy Popieluszko fala às consciências”.
Considerado um dos mártires do movimento pela democratização da Polônia, o sacerdote Jerzy (George, em português) Popieluszko, morto pelo governo comunista em 1984, foi alguém que “somente com as armas espirituais da verdade, da justiça e da caridade, procurou reivindicar a liberdade de consciência dos cidadãos e dos sacerdotes”, disse o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Dom Ângelo Amato, que presidiu sua beatificação, por indicação do Papa Bento XVI.


O Padre Jerzy (George, em português) nasceu em 14 de setembro de 1947, na aldeia Okopy da região de Białystok. Seus pais, Mariana e Vladislau, trabalhavam na agricultura. As condições de vida eram difíceis, mas os pais criaram os filhos com muito cuidado. Em primeiro lugar estava o Senhor Deus, a Santa Missa e a oração da família reunida. A decisão sobre a escolha do sacerdócio foi tomada após a graduação no segundo grau. Em 1965, ingressou no Seminário Arquidiocesano, em Varsóvia. Foi ordenado sacerdote em 28 de maio de 1972.

Durante o seu ministério sacerdotal executou muitas tarefas. Em fevereiro de 1979, recebeu a função de pastor do grupo médico em Varsóvia. Dedicou muita atenção às questões da defesa da vida dos nascituros e da necessidade de prestação de assistência concreta às mulheres grávidas, que se encontravam em situações difíceis.

No domingo memorável de 31 de agosto de 1980, quando o país inteiro estava tomado por uma onda de greves, os trabalhadores dos estaleiros de Huta que estavam protestando em Varsóvia, estavam à procura de um sacerdote que pudesse celebrar as santas missas em suas instalações. O Cardeal Wyszyński enviou o seu capelão. Sem qualquer plano prévio, o Cardeal parou em frente à Igreja de São Estanislau Kostka. Lá descobriu que apenas o padre Popiełuszko poderia ir. Desta forma, pareceria um acaso, mas começou a grande aventura do ministério espiritual para o povo trabalhador. Após a missa o padre Jerzy permaneceu no estaleiro até a noite e desde então vinha várias vezes por semana.

Desde o início da guerra, o Pe. Popiełuszko foi “alvo” do Serviço Secreto da República Popular da Polônia (Służba Bezpieczeństwa PRL). Os oficiais invadiram o presbitério. Foi por milagre que escapou da prisão. Ao ficar em liberdade ocupou-se, com devoção, à organização de ajuda aos presos, às suas famílias e todos que se encontravam em situação difícil.

O Pe. Popiełuszko simplesmente gostava das pessoas. Sem imposição e obsessão podia realmente interessar-se com profundidade pelo homem, sua vida, sua perspectiva, seus problemas. Atraía-as para si porque sentiam a sua bondade. Era mestre em fazer contatos, construir relacionamentos, criar ligações. Era um patrono para todos aqueles que individualmente estavam em busca de realizações, sofrendo de isolamento e mesmo com tratamentos caros em psicoterapeutas não eram capazes de superá-lo. Sem contar com os empecilhos, interferia por aqueles que eram os mais oprimidos. Era defensor de sua dignidade humana. Como escreveu João Paulo II na Encíclica Veritas Splendor os mártires são os guardiões “da fronteira entre a verdade e a mentira”. O Pe. Popiełuszko defendeu durante toda a sua vida uma fronteira clara entre a verdade e a mentira. Falava do valor da verdade e da mediocridade das mentiras apoiadas em muitas palavras que, mesmo assim, desvanecem rapidamente.

Em seus sermões, falou muito sobre a liberdade. Ressaltava que a liberdade não significa anarquia, isto é, fazer toda e qualquer coisa que o homem deseje e o que é viável, mas que seja pela livre busca do bem. Vencer o mal com o bem. Permanecer livre do ódio, da repressão e da vingança. O Pe. Popiełuszko levava café quente para os policiais gelados, que durante o inverno em plena lei marcial vigiavam sua casa.

Desde fevereiro de 1982, assumiu a celebração de Santas Missas pela Polônia. Elas eram celebradas regularmente no último domingo do mês, e logo começou a reunir multidões de fiéis. Ouviam-no os trabalhadores e professores, opositores e até mesmo aqueles pertencentes ao partido da oposição. As pessoas vinham de toda a Polônia, de mês a mês vinham mais e mais pessoas. Não é de admirar que logo por parte das autoridades aparecessem provocações e tentativas de intimidação.

Nas Santas Missas pela Pátria ocorriam muitas conversões, muitos voltaram para a Igreja depois de muitos anos ou até depois de dezenas de anos, e muitos pediam para ser batizados. Os trabalhadores se opunham ao comunismo sem portar armamentos além do Santo Rosário em suas mãos e com imagens da Virgem e do Papa polaco João Paulo II.

Tomou solidariamente parte nos processos penais contra os dirigentes do Sindicato Solidariedade, assegurou a proteção dos seus filhos e suas famílias, organizou para eles assistência jurídica e médica, provendo o necessário aos que eram expulsos de seus postos de trabalho, vítimas da repressão. Sua casa se converteu em um lugar de encontro e de reunião para os obreiros perseguidos, para os que sofriam, para os que eram vítimas da repressão comunista, reuniu homens de todas as gerações e classes sociais. Fazia exposições da Doutrina Social da Igreja, citava as Encíclicas Sociais e os Discursos do Papa João Paulo II.

Mês após mês, a atmosfera em torno Pe. Popiełuszko tornava-se cada vez mais tensa. Sempre era seguido, sabia que sua moradia era vigiada e o telefone gravado. Não escapou de artigos difamatórios na imprensa e muitas horas de oitivas no posto policial.

Em setembro de 1983, junto com Lech Walesa organizou a primeira peregrinação de trabalhadores para Jasna Góra (para o santuário de Częstochowa – e esta ideia mantêm-se até hoje). Um ano mais tarde recebia telefonemas anônimos: “Se fores novamente para Jasna Góra – vais morrer”.

Os lugares associados com o martírio do padre Jerzy Popiełuszko tornaram-se, de modo muito rápido, alvo de peregrinações. Milhares de pessoas rezavam, depositavam flores e ascendiam velas no local do rapto do padre George. Em 6 de Novembro de 1984, no local do sequestro do padre George Popiełuszko foi construída uma cruz fundada pelos paroquianos de Bydgoszcz. Durante vários meses depois do funeral vinham multidões de peregrinos que, em fila até o túmulo, tinham que esperar várias horas.

Muitas pessoas oram por intercessão do Padre George e muitos recebem uma graça especial. No túmulo do padre George as pessoas redescobrem a fé, retornando à Igreja, e depois de muitos anos se confessam.

Entre seus diversos ofícios, destacou-se também na pastoral da saúde, sobretudo, como capelão dos médicos católicos. Merece destaque também na breve vida deste jovem sacerdote, o seu trabalho na preparação das duas visitas do Papa João Paulo II em sua terra natal.

Gravemente enfermo e com a saúde comprometida, foi lhe dada como residência em 1980 a Igreja de Santo Estanislau Kostka na periferia de Varsóvia em um lugar chamado Zoliborz. Ali não era nem pároco, nem capelão; porém ajudava nas confissões e na assistência aos doentes. Contudo neste período, a pedido do Cardeal, foi trabalhar com os operários, por quem doou o melhor de suas forças espirituais e físicas. Organizava a cada mês a chamada “Missa pela Pátria”, onde reunia milhares de pessoas. O conceito e a realidade da solidariedade cristã e da esperança eram quase sempre o núcleo de suas inspiradas homilias que em muito incomodavam o sistema comunista, que por diversas vezes, através de suas autoridades, começaram a fazer diversos protestos a Cúria acusando o sacerdote de atividade antiestatal, e portanto, um perigoso perturbador da ordem pública.

Em dezembro de 1983 o Padre foi chamado a juízo diante das autoridades polonesas. Magistrados começaram a acusá-lo de criminoso. Os meios de comunicação também começaram a denunciá-lo como revolucionário. As autoridades eclesiásticas o defenderam sempre, mas sem sucesso. No dia 13 de outubro de 1984, três oficiais do serviço secreto causaram-lhe um acidente automobilístico. Providencialmente, dele o padre sobreviveu. Alguns dias depois, afirmaria: “A vida deve ser vivida com dignidade, porque temos apenas uma. Peçamos que sejamos libertos do medo, do terror, mas sobretudo, do desejo de vingança. Devemos vencer o mal com o bem, mantendo intacta a nossa dignidade de homens, e por isso não podemos fazer uso da violência”.

No mesmo dia em que dissera estas palavras acima foi sequestrado por aqueles mesmos três homens. Pronunciamentos a favor de sua libertação foram feitos por bispos e sacerdotes. Até mesmo João Paulo II a favor dele se pronunciou na Audiência do dia 24 e no Angelus do dia 28.

Finalmente, no dia 30, seu corpo foi encontrado. Uma morte desumana: Espancado por mais de 14 vezes, com chutes na cabeça. Enforcado e afogado, e ainda enterrado vivo.

O corpo do mártir é encontrado em estado deplorável. Sofreu
morte cruel por sua fidelidade à Igreja e à Pátria polonesa.

Mas a consciência não morre. O seu enterro transforma-se numa manifestação. Milhares de pessoas, incluindo os pais, participam profundamente desgostosos. Para todos é evidente: o Padre Jerzy sacrificou a sua vida pela verdade.

A notícia de seu sequestro e assassinato, aos 37 anos, deu a volta ao mundo. Seu funeral foi em 03 de novembro de 1984, e atraiu cerca de 600 a 800 mil pessoas de todo o país. Já dois dias depois chegaram à Cúria de Varsóvia os primeiros pedidos de sua beatificação.

Em 06 de junho de 2010, na praça Piłsudski em Varsóvia, ocorreram as cerimônias de colocar nos altares uma foto do padre. Jerzy Popiełuszko, capelão do movimento Solidariedade e pastor dos funcionários da saúde, assassinado pelo Serviço Secreto, em 19 de outubro de 1984.

Estavam também presentes à cerimônia de beatificação em Varsóvia a mãe do beatificado, Marianna Popieluszko, que comemorou recentemente 100 anos, seus irmãos e irmãs. “Deus lhe concedeu a graça de estar presente em 1984 no funeral de seu filho e agora poder se alegrar com a sua subida à glória dos altares”, afirmou, ao fim da cerimônia, o arcebispo da capital polonesa, Dom Kazimierz Nycz.

Entre milhões de peregrinos que veneraram a memória do mártir, houve alguém muito especial que visitou o túmulo do Pe. Jerzy no dia 14 de Junho de 1987. Era do conhecimento geral que João Paulo II desejava rezar junto do túmulo do Pe. Popieluszko durante a sua visita à Polónia. Inúmeras referências aos ensinamentos e exemplo do Pe. Popieluszko, presentes nas homilias do Santo Padre, não deixam dúvidas acerca da sua estima pelo sacerdote martirizado.

A beatificação está associada com a decisão de autêntica santidade cristã, cujas virtudes praticadas em grau heroico ou martírio foram confirmadas por meio de um processo. A morte de padre Jerzy Popiełuszko foi claramente reconhecida, no entendimento teológico, como martírio autêntico. Foi uma morte causada pela fé e o ódio contra a fé. O padre foi considerado perseguidor do regime comunista, com todos os seus fatores determinantes que afetam os autores diretos dos crimes. Este, de modo inerente, era um sistema hostil à Igreja e à fé, sobre o que escreveu, em 1937, o Papa Pio XI na encíclica Divini Redemptoris (carta encíclica sobre o comunismo ateu).

O Papa Bento o apresentou, no último Angelus do Ano Sacerdotal, como modelo para os sacerdotes no dia 13 de junho de 2010, ocasião que encerrava uma longa série de ensinamentos a respeito do Ano Sacerdotal afirmou: “Padre Jerzy Popieluszko, Servo da Verdade e do Perdão”. 

A ele, o Papa Bento dedicou dois Angelus. O primeiro, no dia de sua beatificação, assim dizia: “Dirijo cordial saudação a Igreja na Polônia, que hoje rejubila com a elevação aos altares do presbítero Jerzy Popieluszko. O seu serviço zeloso e o martírio são sinais particulares da vitória do bem sobre o mal. O seu exemplo e a sua intercessão façam aumentar o zelo dos sacerdotes e inflamem de amor os fieis leigos”.

 
A santa mãe de Pe. Popieluszko, Sra. Marianna.

Palavras da Sra. Marianna Popieluszko, mãe do Pe. Popieluszko:

“Ofereci meu Filho a Deus.”

“Havia pedido a Deus a graça de ter um filho sacerdote. Quando estava grávida dele o ofereci a Deus.”

“Pouco antes de nascer o ofereci a Virgem Maria.”

Meu filho dizia: “Vence o mal com o bem”. Se pusermos em prática estas palavras, seria o melhor e se nós estamos melhores o mundo também estará melhor.

“Meu filho recebeu a primeira lição de oração em casa.”

“Em qualquer estação, em qualquer clima, se levantava as cinco da manhã todos os dias para ir a Igreja e caminhava quatro quilômetros cruzando o Bosque desde Okopy até Suchowola. Mesmo pequenino nunca perdia a Santa Missa, nem mesmo uma vez. Nunca se queixava de estar cansado, nunca o fez, ele era assim.”

“Desde pequeno se manifestou como ele era. Por exemplo, amava as pessoas, o atraía o próximo.”

“Ele sempre visitava uma anciã que morava ao lado de nossa casa, mesmo quando já estava no Seminário e vinha nos visitar, a acompanhava para conversar com ela, quando levava suas vacas para pastar. Ele dizia: ‘O amor a Deus e ao próximo é o que conduz ao Céu’.”

“Ele era um estudante muito aplicado.”

“Jerzy passava muito tempo rezando o Rosário na Igreja, depois da escola ia para a Igreja e rezava o Santo Rosário todos os dias.”

“Foi ao Seminário de Varsóvia para entregar seus documentos. Naquela ocasião subiu em um trem pela primeira vez, mas não se perdeu. No local do Seminário cujo nome significa povo da Imaculada Conceição, onde o Padre Maximiliano Kolbe estabeleceu uma importante Comunidade Franciscana, estava profundamente ligado a este local, porque quando esteve um tempo com sua avó encontrou muitas revistas do Cavaleiro da Imaculada. Falava muito do padre Kolbe, o considerava como um exemplo. Quando vinha para casa, trazia imagens do Padre Maximiliano, mostrava a todas as pessoas da aldeia que se reunião em nossa casa para esta ocasião. Contou-nos a vida do Pe. Kolbe e se emocionou quando falou de sua prisão e martírio no campo de concentração. Meu filho era muito sensível.”

“Lamentavelmente era propenso a se enfermar, em particular porque tinha sido operado de tireóides depois do serviço militar, sua saúde havia piorado no Exército. Sofreu muitas injustiças, nunca nos contou nada, nunca se queixou. Ele era assim. Depois de sua morte, seus companheiros, os soldados, nos contaram do abuso que havia sofrido. Um dia foi forçado a permanecer descalço na neve porque havia se negado a entregar seu Rosário.”

“Um dia me disse: ‘Mamãe, terei que dar contas a Deus de meus filhos (Espirituais).”

“A última vez que veio em casa me deixou sua batina dizendo: ‘A levarei da próxima vez. Do contrário terá uma recordação minha’. A tenho conservado até agora.”


“Era valente, era forte, ainda que fisicamente débil. Sabia que havia eleito a Deus e lhe seria fiel até o fim.”




Beato Jerzy Popieluszko, herói da Pátria e
da Igreja Católica na Polônia.
(painel de sua beatificação)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Beatos João Tomáki e seus filhos Domingos, Miguel, Tomás e Paulo, leigos e mártires no Japão (13 de outubro)

Muitos foram os leigos e leigas, famílias inteiras
que corajosamente deram sua vida pela fé no
Cristo no Japão. 
Hoje, mais uma vez, desejo recordar alguns mártires. Esses mártires são do Japão do século XVII. Trata-se de uma família inteira que, fiel à sua fé, não tiveram medo de testemunhar o Evangelho até a morte.

João Tomáki e seus filhos Domingos, Miguel, Tomás e Paulo. Todos inscritos na Ordem Terceira de São Francisco. Viúvo, recebera da esposa a incumbência de educar os filhos na fé cristã. Sempre apoio os missionários franciscanos e dominicanos em sua missão. Pego em flagrante, foi preso juntamente com seus quatro filhos.

Condenados à morte, João assistiu à degola de seus quatro filhos, atado a um poste. O juiz fez várias tentativas de levar os filhos à negação da fé, mas nenhum fracassou. Domingos tinha 16 anos, Miguel, 13; Tomás, 10; e Paulo, 7. O pequeno Paulo respondeu ao juiz: “Meu papai e os meus irmãos disseram-me que me ias dar a morte, e é o que eu quero, porque vou para o Céu, onde a mamãe está à minha espera com uma bela coroa. E no Céu também vou encontrar Jesus, que gosta muito de crianças e lhes dará um Reino maior do que o Japão. Também eu quero ir para lá!

A espada feriu as quatro vítimas, e esses anjos voaram da terra ao céu. João, consolado pela coragem dos filhos, deu graças a Deus, e não tardou a seguir no encalço dos filhos. Pai e filhos foram beatificados por Pio IX a 07 de julho de 1867.



Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.


Beatos João, genitor, Domingos, Miguel, Tomás e Paulo Tomáki, filhos, leigos e mártires no Japão (13 de outubro)

Muitos foram os leigos e leigas, famílias inteiras
que corajosamente deram sua vida pela fé no
Cristo no Japão. 
Hoje, mais uma vez, desejo recordar alguns mártires. Esses mártires são do Japão do século XVII. Trata-se de uma família inteira que, fiel à sua fé, não tiveram medo de testemunhar o Evangelho até a morte.

João Tomáki e seus filhos Domingos, Miguel, Tomás e Paulo. Todos inscritos na Ordem Terceira de São Francisco. Viúvo, recebera da esposa a incumbência de educar os filhos na fé cristã. Sempre apoio os missionários franciscanos e dominicanos em sua missão. Pego em flagrante, foi preso juntamente com seus quatro filhos.

Condenados à morte, João assistiu à degola de seus quatro filhos, atado a um poste. O juiz fez várias tentativas de levar os filhos à negação da fé, mas nenhum fracassou. Domingos tinha 16 anos, Miguel, 13; Tomás, 10; e Paulo, 7. O pequeno Paulo respondeu ao juiz: “Meu papai e os meus irmãos disseram-me que me ias dar a morte, e é o que eu quero, porque vou para o Céu, onde a mamãe está à minha espera com uma bela coroa. E no Céu também vou encontrar Jesus, que gosta muito de crianças e lhes dará um Reino maior do que o Japão. Também eu quero ir para lá!

A espada feriu as quatro vítimas, e esses anjos voaram da terra ao céu. João, consolado pela coragem dos filhos, deu graças a Deus, e não tardou a seguir no encalço dos filhos. Pai e filhos foram beatificados por Pio IX a 07 de julho de 1867.



Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Beata Carolina Közka, Virgem e Mártir - 18 de novembro.


     Carolina nasceu na aldeia de Wal-Ruda, próximo de Tárnow, Polônia, no dia 02 de agosto de 1898. Era uma dos onze filhos de Jan e Maria Borzecka Közka. De 1904 a 1912 Carolina frequentou a escola local, tendo feito apenas o curso elementar, pois seus pais eram muito pobres.
     A piedade e a devoção ela recebeu em casa, onde o Rosário era rezado diariamente e a Missa dominical era a forma da família agradecer a Deus os dons que dEle recebia. Com frequência Carolina reunia vizinhos e parentes, especialmente as crianças, e liam as Sagradas Escrituras sob uma pereira próximo de sua casa. Ela gostava de rezar o Rosário usando o terço que sua mãe lhe dera. Devido às suas orações, ela geralmente dormia menos do que precisava. “Durante o dia ela sempre sussurrava as palavras ‘Ave Maria’, pois, como ela mesma dizia, estas palavras faziam-na ‘sentir uma grande alegria no coração’”.

     Ela rezava o Rosário constantemente e mesmo no seu trajeto para ir a igreja assistir à Missa; além da Missa dominical, ela a assistia também durante a semana. O tio de Carolina, Franciszek Borzecki, era uma inspiração para sua fé. Ela o auxiliava na biblioteca e na organização de outras coisas na paróquia; também ensinava catecismo para seus irmãozinhos e para as crianças da vizinhança. Desde a adolescência ela era dirigida pelo Padre Ladislao Mendrala, que a acompanhava na sua ativa vida no núcleo paroquial da aldeia.
     Com o início da 1ª. Guerra Mundial (1914-1918) a Polônia foi invadida pelo exército soviético. A situação em Tárnow era cada dia mais difícil devido aos abusos e a brutalidade dos soldados. Em novembro de 1914 eles controlaram Wal-Ruda. Seis meses antes, no mês de maio de 1914, Carolina recebera o sacramento da Crisma.

          O martírio 
     Na noite de 18 de novembro de 1914, um soldado bêbado irrompeu na casa da família Közka exigindo alimento. Como não ficou satisfeito, obrigou o pai e Carolina a acompanhá-lo para reportar a conduta da família às autoridades.
     Nas proximidades da floresta, o soldado obrigou o pai, sob as ameaças de matá-lo e à sua família, a voltar para casa, ficando em poder de Carolina. Dois rapazes que voltavam para casa foram testemunhas do que aconteceu em seguida. O soldado tentou violentá-la, mas ela defendeu-se lutando com ele. Enfurecido, o homem feriu-a várias vezes com sua baioneta. Carolina correu em direção ao pântano, que a salvou de mais ataques, pois a caça ali era difícil para o soldado. Mas era tarde demais para Carolina: as feridas que ele fizera causaram muita perda de sangue. Ela morreu no pântano, mas com sua pureza intacta. Ela tinha somente 16 anos.
     Dezesseis dias depois, no dia 4 de dezembro, o seu corpo foi encontrado. Ele estava mutilado apresentando feridas de baioneta na cabeça, pernas, costas e peito. Suas mãos ensanguentadas demonstravam a resistência que opôs.

       O reconhecimento de seu heroísmo
     Toda a aldeia compareceu ao seu enterro; Carolina foi sepultada no cemitério da paróquia. Ela passou a ser conhecida como “a Estrela de Tárnow”. Após o seu sepultamento, os habitantes da região vinham rezar no seu túmulo e no local de sua morte. Seu martírio causara muita comoção nos habitantes da região e, no dia 18 de junho de 1916, um monumento em sua memória foi construído próximo à igreja de Zabawa, e no local do delito foi erguida uma cruz.
     Em fevereiro de 1965, o Bispo Jerzy Ablewicz submeteu à apreciação a causa de sua beatificação e canonização (também de seu martírio). Em 10 de junho de 1987, ela foi beatificada em Tárnow. Ao beatificá-la, São João Paulo II disse: “A morte de Carolina nos diz que o corpo humano tem um valor e uma dignidade imensa que não se pode baratear. Carolina Közka tinha consciência desta dignidade. Consciente desta vocação, ela entregou sua jovem vida, quando foi necessário entregá-la, para defender sua dignidade de mulher”.

     Após sua beatificação, suas relíquias foram colocadas no altar mor e veneradas pelos paroquianos e peregrinos. Sua casa foi transformada em um museu onde os visitantes podem conhecer mais sobre esta corajosa jovem.
     Carolina ainda não foi canonizada, mas milagres têm sido alcançados por sua intercessão. No 10º dia de cada mês há uma cerimônia junto às suas relíquias pedindo que ela seja canonizada.

     Conhecida como a “Maria Goretti da Polônia”, a Beata Carolina é vista como um grande exemplo de pureza para os jovens do terceiro milênio, devido à sua humildade, coragem e fé em Deus. Ela é patrona da juventude e dos agricultores.

(fonte: blog "Heroínas da Cristandade") 

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Serva de Deus Nellie Organ, criança, alma vítima e mística. A "Violeta do Santíssimo Sacramento".

É tão extraordinária a vida desta criança que faleceu aos 4 anos e cinco meses, que os céticos certamente vão dizer que é impossível uma tão pequena criatura ter tais sentimentos e princípios. Mas estes mesmos céticos “babam” vendo seus filhos, netos ou sobrinhos manuseando smartphones, celulares e outras coisas do tipo aos dois, três anos de idade; colocam nas mídias filmes que mostram seus pequenos imitando os trejeitos e as danças despudoradas de pops stars...
     Mas, as pessoas de Fé se edificarão com o relato que segue e procurarão se tornar mais sérias em vista de uma santidade tão precoce.




    


Quase um século depois de sua morte, a memória da pequena Nellie Organ é mantida viva por uma página internacional na Internet, onde também são citados dois livros de edição recente, enquanto que na Europa ainda circulam páginas devocionais em recordação da "Pequena Violeta do SSmo. Sacramento", com uma foto da época, em que ela aparece a com seu vestidinho branco da 1ª. Comunhão, divulgada pela "Maison du Bon Pasteur" de Paris e impresso na Tipografia Pontifícia no Instituto Pio IX, de Roma.

     Nellie Organ, nasceu em Cork, na Irlanda católica, em 24 de agosto de 1903. Seu pai, William Organ e sua mãe Mary Aherne Organ se casaram em 4 de julho de 1896 e seu casamento foi logo abençoado com quatro filhos: Tomas, David, Mary e Ellie, a mais nova. Os nomes sagrados foram as primeiras palavras que Ellie (Nellie) aprendeu, e à noite a família rezava o rosário. Sua mãe a ensinara a beijar o crucifixo e as contas maiores, um hábito que Nellie conservou.

     Sua mãe morreu de tuberculose, deixando seu pai, que ganhava muito pouco, com quatro filhos menores de nove anos aos que mal alimentava. Ellie (que era carinhosamente conhecida como Nellie) mostrava sinais de incapacidade: uma séria queda quando era um bebê a havia deixado com a cervical encurvada, afetando sua coluna, o que lhe proporcionava fortes dores e a impedia, segundo ia crescendo, poder sentar-se direita.
     Seu pai, assumindo finalmente que não podia cuidar de seus filhos como era devido, decidiu deixá-los ao cuidado das instituições. Tomas foi enviado para a Escola dos Irmãos da Caridade em Upton; David ao convento escola das Irmãs das Mercês, Passage West; Nellie, junto com sua irmã Mary, foi enviada às Irmãs da Misericórdia, e ali descobriram que ambas padeciam de tosse ferina por isso foram trasladadas para o orfanato das Irmãs do Bom Pastor, onde foram recebidas e cuidadas. Ali a pequena Nellie tinha todo o cuidado, assistida pelas Irmãs e pela enfermeira, Srta. Hall, que ela começou a chamar carinhosamente de "mamãe".

     As religiosas ficaram logo surpresas com a inteligência precoce da criança e da extraordinária disposição para as coisas de Deus; um instinto misterioso de graça a atraia especialmente à SSma. Eucaristia e à Paixão de Jesus. Para entender esses dons espirituais de Nellie Organ é preciso considerar uma precocidade extraordinária de Fé, que Deus certamente suscita ao longo do tempo a algumas de suas criaturas, enviando-as para o mundo quase como um anjo de passagem, indicando os mistérios do amor e da grandeza de Deus aos seus contemporâneos, para voltar velozmente ao amor infinito do Pai. E acreditamos que essa foi a pequena Nellie, que tanta admiração, devoção, causou na Irlanda e na Europa no início do século XX, tanto assim que cem anos depois de sua morte prematura, estamos aqui falando sobre isso, considerando-a uma tocha acesa que ainda ilumina o caminho para a compreensão do dom de Jesus Eucaristia para a humanidade.

     Transportadas em uma cadeira de rodas ou em uma maca, ela permanecia na igreja como um anjo, com os olhos fixos no Tabernáculo e com as mãos unida. Ela solicitava a cada instante para ser levada pela Irmã enfermeira para tão perto do altar quanto possível, especialmente quando era exposto o SSmo. Sacramento.

     Naqueles nove meses que passou no Instituto do Bom Pastor, o desejo da Eucaristia tornou-se mais intenso: ela via as religiosas, as enfermeiras e as meninas mais velhas receberem a Santa Comunhão durante a celebração da Missa, enquanto a ela, assim tão pequena, não era concedido. De resto, devemos nos lembrar que a Primeira Comunhão, antes de 1910, não podia ser dada, a menos que a criança tivesse pelo menos 12-13 anos e sempre sob o julgamento do padre sobre a sua preparação e disposição.

     A "Pequena Nellie", embora tão doente que não podia ser deixada sozinha, inventava tudo, com imaginação e um desejo muito mais velho do que ela, para se aproximar de alguma forma do seu "Santo Deus", e assim uma manhã, voltando-se para a Srta. Hall, enfermeira, que tinha de assistir à Missa, disse que assim que ela recebesse a Sagrada Comunhão, que retornasse imediatamente a ela e lhe desse um beijo, o que para Nellie, assim, tornou-se o beijo de Jesus.

     Sua insistência junto às religiosas para receber a Eucaristia também tornou-se diária; as religiosas consternadas por não serem capazes de agradá-la, procuravam explicar a ela que não era possível.

     Um dia chegou ao Instituto um padre idoso que foi informado dos pedidos insistentes da pequena doente, e ele então quis conhecê-la; permaneceu no orfanato por algumas semanas, visitando-a todos os dias e interrogando-a sobre seu conhecimento das coisas de Deus e sobretudo do seu desejo da Eucaristia, se maravilhando pela bondade, inteligência e amor ao "Santo Deus, da pequena enferma. Ele conversou com a Madre Superiora das Irmãs, dando um parecer favorável para que Nellie pudesse receber a sua Primeira Comunhão, ele prometeu para isto falar com o bispo.

     O Bispo de Cork ficou muito espantado diante deste caso incomum, mas depois de uma longa oração na capela, ele escreveu uma carta à Superiora: "Sim! Eu abençoo a menina cheia de graça com todo o meu coração. Queira rezar por seu bispo na hora mais feliz de sua vida, que agora está perto", e enviou para a menina um santinho representando São João Evangelista que ternamente descansava a cabeça sobre o Coração de Jesus, na Última Ceia.

     De acordo com as regras da época, o bispo administrou antes o Sacramento da Confirmação, em seguida, no dia 6 de dezembro de 1907, primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, com uma solene celebração na igreja do Instituto que teve a participação de todas as irmãs e as crianças, Nellie, transportada em uma cadeira com almofadas, e precedida por sua irmã Maria com uma vela acesa, se aproximou do altar e finalmente recebeu a Sagrada Comunhão, o seu "Santo Deus".

     Foi indescritível a alegria experimentada pela criança, que uma vez transportada de volta para a cama de seu quarto, recebeu radiante os adultos e as crianças do Instituto que queriam ver a pequenina abençoado, trazendo-lhe pequenos presentes.

     Seus últimos dias transcorreram entre a resistência ao sofrimento físico cada vez mais em ascensão e o desejo diário de receber a Sagrada Comunhão, que ela recebeu 32 vezes em menos de dois meses.

     Toda vez que recebia o Pão dos Anjos, a face de Nellie se transfigurava, ficando várias horas absorvida em oração e ação de graças, com uma maturidade muito superior à sua idade, confortando todos aqueles que em torno de si sofriam, lembrando-lhes a Paixão de Jesus.

     Tudo isso acontecer com uma menina de quatro anos e meio parece incrível, especialmente quando visto com os nossos olhos modernamente racionais, mas é tudo verdade, e para isso devemos nos curvar à vontade de Deus que opera milagres através das almas mais simples

     Depois de uma longa agonia, também assistida por seu pai e irmã, Nellie Organ morreu em um domingo, 02 de fevereiro de 1908, Festa da "Candelária" (Purificação de Maria). Ela foi enterrada no Cemitério de São José, em Cork, porém um ano depois transladaram seus restos mortais, que encontraram intactos, para o Cemitério do Convento.


Jesus deixou bem claro seu profundo amor às
crianças e atrelou a salvação eterna à imitação
de suas qualidades e virtudes. 
     No ano seguinte, os alunos do orfanato tiveram a ideia de fazer uma Novena à "Pequena Nellie" para pedir-lhe para obter um "sinal" que inspirasse o Papa São Pio X a dar a todas as crianças do mundo a possibilidade de receber a Primeira Comunhão. Alguns meses mais tarde, com o decreto "Quam singulari", o Papa concedeu a primeira comunhão a todos as crianças que chegaram ao uso da razão. O mesmo Papa, informado sobre a história da menina irlandesa, em 21 de novembro de 1910, enviou a Bênção Apostólica, escrevendo de próprio punho "Nellie, ainda menina, foi chamada para o Céu".
       À intercessão da "Violeta da SS. Sacramento" foram atribuídas curas instantâneas e graças extraordinárias, que propagaram sua fama de pequena santa.


Adendo:
     1) A enfermeira, Srta. Hall, relatou uma atitude extraordinária de Nellie por ocasião de sua primeira visita à capela durante a Exposição do SSmo. Sacramento. Naquela manhã, a Srta. Hall levou Nellie para a capela. A menina nunca antes tinha visto a Sagrada Hóstia exposta no ostensório. Qual não foi a surpresa da Srta. Hall ao ouvir a criança dizer para ela sussurrando: “Mamãe, ali está Ele, ali está o Santo Deus!”  E com sua pequena mão apontava para o ostensório; depois disso, ela não tirava seus olhos da Hóstia, enquanto uma expressão de êxtase transfigurava sua face. Daquele dia em diante, por algum conhecimento interior, sem nenhum sinal exterior para guiá-la, Nellie sempre sabia quando havia Exposição no convento.
     2) Ela rezava frequentemente durante o dia, e seu recolhimento durante as orações era muito edificante. Ela rezava por todos que prezava: as Irmãs, o Bispo, as Enfermeiras, suas pequenas companheiras, pela Igreja de Cristo e pelo Papa. A forma como ela rezava o rosário era particularmente edificante. Ela beijava cada conta maior e o crucifixo, e recitava cada oração devagar, com clareza, e com um espírito de recolhimento muito marcante para alguém tão pequeno.
     A Reverenda Madre escreve: “Uma tarde, estando sentada ao lado de sua cama, eu disse: ‘Vamos conversar, ou devemos rezar o rosário?’ ‘Reze o rosário, Mamãe’, ela respondeu. Eu só tinha rezado algumas Ave-Marias quando eu a ouvi sussurrar: ‘Ajoelhe, Mamãe’. Eu não prestei atenção e continuei até o fim da primeira dezena, quando ela repetiu em um tom determinado: ‘Ajoelhe, Mamãe’, e eu tive que terminar o rosário ajoelhada”.
     Em 30 de janeiro de 1908, Madre Francisca foi vê-la. Sabendo que a vida da criança estava no fim, ela sobre o que ela sabia que a menina gostava. “Nellie, quando você foi para o Santo Deus, você vai pedir para Ele me levar? Eu desejo muito o Paraíso”. A criança olhou para a Madre perscrutando e seus belíssimos olhos pareciam brilhar com uma luz preternatural. Então ela respondeu solenemente: “O Santo Deus não pode levá-la, Mamãe, até a Sra. ficar melhor e fazer o que Ele deseja que a Sra. faça”. Madre Francisca Xavier Hickey viveu até os 99 anos de idade. Ela faleceu em 1960 no Instituto Bom Pastor de St. Paul, Minnesota.
     3) O Reverendo Dr. Scannell conta-nos como foi a exumação: “Estavam presentes: um padre (ele próprio, Pe. Scannell), a Enfermeira e duas outras testemunhas de credibilidade. Para grande espanto de todos, porque temos que ter em mente que a criança morreu de phthisis (um desgaste do tecido, usualmente a tuberculose pulmonar), o corpo foi encontrado intacto, exceto por uma pequena cavidade na mandíbula direita, que corresponde ao osso que foi destruído por caries quando a pequena ainda estava viva. Os dedos estavam bastante flexíveis e o cabelo tinha crescido um tanto. O vestido, a guirlanda e o véu da 1ª. Comunhão, com os quais ela havia sido sepultada, como fora seu desejo, estavam intactos. A medalha de prata de Filha de Maria estava tão brilhante como se tivesse sido polida recentemente; tudo, de fato, foi encontrado exatamente como no dia da morte de Nellie”.


(Fonte: blog Heroínas da Cristandade, com permissão da autora)


domingo, 2 de outubro de 2016

Servo de Deus Frank Duff, Leigo e Fundador da Legião de Maria.


Frank Duff nasceu no dia 7 de junho de 1889 que, dois dias mais tarde, recebia no batismo o nome de Francis Michel Duff. O batismo ocorreu no Domingo de pentecostes, na solene festa do Espírito Santo.

Frank teve seis irmãos, sendo que dois morreram bem novos. Quatro cresceram com Frank: o seu irmão John, as irmãs Isabel, Ailis e Sara Geraldine.

Os pais deram aos filhos o exemplo de uma fé viril e alegre, levando a família permanecer unida por toda a vida.

Ele gostava muito de esportes, entre eles tênis, corridas, natação e críquete.  Gostava muito de rir, revelando um profundo senso de humor.

Aos 19 anos, Frank terminou os estudos com distinção no colégio Blackrock e requereu emprego no funcionalismo civil, um passo normal dado a tradição da família. Em seguida, o pai de Frank ficou doente e teve de se aposentar, ficando Frank como principal arrimo da família.

Frank desempenhou cargos importantes no funcionalismo civil. Trabalhou nos serviços de estatística e trabalhou no Ministério das Finanças. Senso de disciplina, viva inteligência marcavam Duff como um homem de futuro promissor.

Embora absorvido pelo trabalho, Frank praticava a religião devotamente. Participava da missa comungando diariamente, sendo que esta prática ainda não era comum entre os católicos. Também visitava diariamente o Santíssimo Sacramento e rezava o Rosário. Para Frank era coisa natural nunca começar o dia sem a Sagrada Comunhão. Mais tarde, na vida, costumava participar diariamente em duas missas. Em 1913, com 24 anos de idade, decidiu rezar diariamente o Oficio Divino.

Em 1913 um colega de trabalho procurou levá-lo a participar da Sociedade São Vicente de Paulo, uma associação de leigos, fundada por Frederico Ozanan, em 1833. Dedicada ao serviço dos pobres, é composta por conferências e tratam-se uns aos outros como irmãos.

Frank associou-se à Conferência de N. Senhora do Monte Carmelo e começou visitando os habitantes dos cortiços. No ano seguinte, tornou-se secretário da conferência, cargo que ocupou até assumir a presidência da Conferência de S. Patrício, em Myra House.          Myra House funcionava como um centro social católico. As mulheres ajudavam os Vicentinos, servindo o café às crianças pobres, nas manhãs de Domingo. Mais tarde, as senhoras se juntaram a alguns vicentinos para formar uma Associação Pioneira de Abstinência Total, cujos membros, por amor a Cristo e em reparação do vício do alcoolismo, se comprometem a abster-se de bebidas alcoólicas durante toda vida. Frank foi fiel a esta promessa durante toda vida.

Quando o pai de Frank faleceu, e como filho mais velho, teve de ajudar a sustentar a família. No dia 07 de setembro de 1921 às 20 horas, horário que a igreja rezava as vésperas da festa da Natividade de Nossa Senhora, reuniram várias mulheres. Participaram desta reunião quinze pessoas que foram surpreendidas por um pequeno altar. “Frank Duff também tomou parte na reunião”. Sobre uma toalha branca, havia uma imagem de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, que Frank recebera de seu amigo Gabbet, ladeada de dois vasos de flores e duas velas. Este altar foi preparado pela jovem Alice Keogh. Invocado o Espírito Santo e rezado o terço, discutiu-se o trabalho a fazer. Foi decidido reunir semanalmente; o primeiro trabalho seria a visita, em pares, ao Hospital União.

Os homens não entrariam no grupo, por enquanto, exceção feita para Frank Duff, força motriz desde o começo, nem seria dado qualquer auxilio material.

Em alguns meses após a fundação, já participavam setenta irmãs. Frank participou de todas as reuniões. Ele tomou consciência de que Nossa Senhora lhe arrancara o leme das mãos e passara a orientar o pequeno grupo. Em novembro de 1925, a Associação de Nossa Senhora da Misericórdia tinha estabelecido outros grupos: Imaculada Conceição, Nossa Senhora do Sagrado Coração e Refugio dos Pecadores. Os líderes de cada equipe se reuniram em Myra House para escolher um título geral para a associação.    Na véspera deste encontro, Frank Duff estava no seu escritório e parou em frente de um grande quadro de Nossa Senhora que ornava uma das paredes e, de repente, surgiram espontaneamente as palavras Legião de Maria. Inicialmente este título não foi aceito. Finalmente, os delegados, incapazes de encontrar um título mais adequado, unanimemente aceitaram o “Legião de Maria” de Frank.




O termo Legião abriu novos horizontes, na mente de Frank.

Frank utilizou seu conhecimento sobre o latim, e escolheu nomenclaturas para a Legião. Também transformou o estandarte da Legião Romana, trocando a águia pela pomba, símbolo do Espírito Santo, e o comandante supremo por Nossa Senhora.

O compromisso legionário foi escrito por Frank Duff e dirigido ao Espírito Santo. Muitos anos mais tarde, Paulo VI declararia, que esta promessa encorajou milhares de legionários a aceitar a responsabilidade do martírio.

Também foram escritas as orações da legião e através das mãos do artista Hubert McGoldrick, desenhado o quadro da Legião de Maria que iria compor as orações da Legião. Frank Duff relata que ao se dirigir às legionárias, avisando de que um dia, seu movimento englobaria o mundo inteiro. “elas passaram quase cinco minutos em uma estrondosa gargalhada”, relembrou Frank após alguns anos.

Em 1927, com a expansão da Legião de Maria, tornava-se necessário elaborar um documento escrito para podre difundir a Legião. Frank senta-se e escreve. Depois de um breve relato sobre as origens da Legião, os seus objetivos e espiritualidade, apresenta as regras. A brochura daí resultante recebeu o nome de Manual da Legião de Maria.

O manual da Legião de Maria é a autobiografia de Frank Duff. É assim, não só no senso que ele escreveu isto, mas também porque encarna todos seus ideais básicos e atitudes, porque ele viveu isto antes de o escrever.

A Legião de Maria difunde-se na Escócia, em Londres, Paris e na Índia. Em novembro de 1931 a Legião se difundiu em Novo México e no ano seguinte, foi a vez do Canadá fundaram o primeiro Praesidium.

A Legião de Maria, não sem dificuldades, passava a receber aprovação em várias partes do mundo. Frank Duff conseguiu uma audiência com o Papa Pio XI para lhe pedir que o santo padre aprovasse a difusão do Movimento pelo mundo. Sua santidade disse a Frank Duff: “É com todo coração que manifesto esse desejo”. “Esta obra vem de Deus”. Pouco depois, Frank recebeu uma carta do Santo Padre, em que concedia uma benção especial a Legião de Maria, chamando-a de “uma bela e santa obra”.

A Legião de Maria cresceu tão rapidamente porque inspirava a seus membros uma atividade apostólica surpreendente. Muitos foram os enviados para expandir a Legião de Maria no mundo. A enviada pioneira da Legião de Maria, Celia Shaw, viajou para Los Angeles, em 1935. Dois enviados, Alfie Lambe, que trabalhou com muito êxito, na América do Sul, e Edel Quinn, que ganhou reputação de grande santidade, na África, são candidatos à canonização. Na partida de Edel Quinn para África, Frank Duff chorou. Contrariando a muitos, ele aceitou o pedido de Edel, para aceitá-la como enviada. Edel nunca mais voltou à Irlanda, morrendo na África. Entre os enviados ainda podemos citar: Joaquina Lucas, que trabalhou na América do Sul, Pacita Santos, enviada para a Espanha e Filipinas e Teresa Su, enviada para a Indonésia.
Frank amou seus enviados com um amor verdadeiramente paternal
Interrogado sobre a continuação da Legião após a sua morte, Frank respondeu: "Não sei. Uma coisa posso dizer: pervertei a sua espiritualidade no mínimo que seja e a Legião desmoronar-se-á como um castelo de cartas".

Frank Duff, faleceu, aos 91 anos de idade no dia 7 de novembro de 1980. No dia de Junho de 1996, foi assinada a introdução oficial do pedido de beatificação.


Oração para pedir a beatificação de Frank Duff


Deus Pai, Vós inspirastes ao vosso servo Frank Duff, um profundo discernimento do mistério de vossa Igreja, Corpo de Cristo, e do lugar de Maria, Mãe de Jesus, nesse mistério. Em seu imenso desejo de compartilhar esse discernimento com outros e, com filial confiança em Maria, ele fundou uma Legião, para ser um sinal do maternal Amor da Virgem pelo mundo e um meio de engajar todos os seus filhos no trabalho de evangelização da Igreja. Nós vos agradecemos, Pai, pelas graças a ele concedidas e pelos benefícios advindos à Igreja, por sua corajosa e radiante fé. Agora, confiadamente, rogamos que, por sua intercessão, nos concedais a graça que agora vos suplicamos.... Humildemente vos pedimos, também que, se de acordo com Vossa Vontade, a santidade de sua vida possa ser reconhecida pela Igreja, o mais breve possível, para a glória de Vosso Nome. É o que vos pedimos, por Cristo, Nosso Senhor, Amém! (Com aprovação eclesiástica)