Foi a primeira
flor de santidade a desabrochar na Congregação das Filhas de Jesus fundada por
Santa Cândida Maria de Jesus Cipitria em Salamanca, em 1871.
Maria Antonia Bandrés y Elósegui nasceu em
Tolosa (Guipúzcoa, Espanha), no dia 6 de maio de 1898, a segunda de 15 filhos
do advogado Raimundo Bandrés e de Teresa Elósegui, em família era chamada
Antoninha.
Naquele lar a fé e a caridade eram vividas
com empenho. Dona Teresa era uma mulher exemplar e santa que soube ajudar seus
filhos a crescer em tudo, porém especialmente no amor a Deus, a Maria
Santíssima e aos pobres e necessitados.
A saúde de Antoninha era um pouco frágil;
seus pais tiveram com ela cuidados especiais. A debilidade e o excessivo zelo
dos seus parentes ajudaram a acentuar naquela menina um caráter sensível até a
suscetibilidade, que nos primeiros anos chegou a preocupar Dona Teresa: “Que
menina fastidiosa! Quanto vai sofrer com esse caráter”! E sofreu mesmo, porém
sem que o sorriso se apagasse de seus lábios.
Recebeu os primeiros estudos com as irmãs
de seu confessor o Pe. Ilario Oscoz. Frequentou depois o Colégio das Filhas de
Jesus, fundado em Salamanca em 6 de janeiro de 1874 pela Madre Cândida Maria de
Jesus.
Maria Antonia foi um admirável exemplo de virtude especialmente para seus numerosos
irmãos mais novos. A família usufruía de todo conforto, mas ela sentia como
suas as preocupações e as necessidades dos pobres. Assim sendo, desde muito
jovem dedicou-se a um trabalho
voluntário nos subúrbios de Tolosa, e ao trabalho social e de evangelização
junto aos operários, bastante raro naqueles dias.
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Santa Cândida Maria e beata Maria Antônia, a funda- dora e sua filha espiritual. Foram beatificadas no mesmo dia. |
Em 1913, durante um retiro em Loyola, ela
se lembrou do que alguns anos antes Madre Cândida lhe havia dito: “Tu serás
Filha de Jesus” e, em seguida, tomou a decisão de ser integral e inteiramente
de Nosso Senhor.
Ingressou na Congregação das Filhas de
Jesus no dia 8 de dezembro de 1915 aos 17 anos e em 31 de maio de 1918 fez os
votos religiosos em Salamanca. Antoninha sentia um profundo amor por seus pais
e irmãos, e ao ingressar no noviciado separar-se deles lhe custou muito, por
isto ouviram-na dizer: “Só por Deus eu os deixei”.
Pouco tempo depois a sua saúde, que já não
era boa, começou a enfraquecer ainda mais. As várias biografias não dizem qual
era a doença, mas logo se soube que era inexorável.
A evolução do mal foi acompanhada pelo Dr.
Filiberto Villalobos, que confessou ficar “comovido por aquela serenidade de
espírito e por aquela fé que a faziam tão feliz em suas últimas horas de vida”.
Segundo seu depoimento, o médico
confidenciou suas impressões a dois amigos intelectuais agnósticos, exclamando:
“Quão errada é nossa vida! Isto sim que é morrer”, provocando na mente daqueles
homens um impacto emocional vendo Maria Antonia morrer, na idade de apenas 21
anos, com a certeza de quem “sabe para onde vai".
Poucos meses antes, movida por um impulso
do Espírito Santo, Irmã Maria Antonia havia oferecido sua vida pela salvação de
seu tio, padrinho de batismo, que começou a trilhar um mau caminho. Ele havia
manifestado desacordo quando ela entrou no noviciado, por ter uma postura
agnóstica. Entretanto, esse tio, entendendo a espiritualidade da sobrinha, num
momento de graça voltou ao bom caminho.
Irmã Maria Antonia faleceu no dia 27 de
abril de 1919, em Salamanca, dia da festa de Nossa Senhora de Montserrat, um
ano depois de sua profissão. Ela morreu
invocando Maria, Mãe de Misericórdia. Nos últimos instantes, foram-lhe
concedidas graças de paz e de consolação. Ela exclamou: “Isto é morrer? Que doce é morrer
na vida religiosa! Sinto que a Virgem está a meu lado, que Jesus me ama e eu O
amo”...
Ela foi beatificada em 12 de maio de 1996
juntamente com a Fundadora, Madre Cândida Maria de Jesus. Sua celebração
litúrgica é 27 de abril.
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