A revolução
francesa teve grande mérito em educação política, desenvolvimento moral e
social da idade moderna, mas como todas as revoluções que, de alguma forma,
pressupõem uma derrubada violento das classes dominantes com desordens, deixou
para trás um lago de sangue, mortes injustas, crimes e violência.
E a Igreja
Católica, em todas as revoluções ocorridas no mundo, independente do lugar onde
ocorreram, teve que pagar um tributo de sangue: isto é, teve muitos mártires
que morreram pelo simples fato de serem religiosos e fiéis à Igreja.
A Assembleia
Constituinte em 1789, após confiscarem de todos os bens os clérigos
(diocesanos), também confiscaram e suprimiram os institutos religiosos e
decreta a Constituição Civil do clero, para que os bispos e párocos, passassem
a ser eleitos por votação popular, forçando-os todos ao juramento de aderência
à constituição; Houve quem se juntou à revolução e os que não o fizeram (eram
chamados de “refratários”).
A Assembléia
Constituinte, perseguiu sem piedade ao clero e religiosos chegando a massacrar
em 1792 cerca de 300 “refratários”, entre religiosos, bispos e sacerdotes. A
isso seguiu-se uma ordem que mandava aos “refratários” que se apresentassem espontaneamente
para que fossem deportados, sob ameaça de pena de morte.
Foram assim
golpeadas 2412 testemunhas da fé, sacerdotes e religiosos, enviados para três zonas de deportação
da França, dos quais, 829 foram ficaram na baía de La Rochelle (ou "pontões" de Rochefort).
Entre esses
destacam-se os sacerdotes Pedro Aredio Labrouhe de Laborderie (canônico de Clermont-Ferrand),
João Battista Duverneuil, carmelita descalço, e companheiros, que na deportação, nos porões
dos navios, sofreram todo tipo de privações, condições de vida miseráveis e
maus tratos cruéis, no intuito que morressem antes mesmo de serem deportados. Assim
morreram, vítimas da inanição, da falta de higiene e por doenças, porém,
mantendo paciência heroica e fé, mesmo nesse terrível tormento.
Os padres Pedro
Aredio, João Battista Duverneuil, juntamente com outros 63 companheiros de
martírio, foram beatificados em 01 de outubro de 1995 pelo Papa São João Paulo II.
Esse reduzido número (menos de um décimo do total de prisioneiros) deve-se ao
fato de que foram os únicos cujos nomes ficaram conhecidos na documentação
encontrada.
Os demais,
obviamente que também são bem aventurados mártires da fé, portanto, gozam da
visão beatífica ao lado do Senhor, porém, seus nomes somente Deus os conhece.
Que rezem por
todos nós, nesses tempos tão difíceis para a Igreja, nos quais a perseguição e
o ódio contra a Fé ainda persistem e insistem, apesar de estarmos no século
XXI. Que rezem também por aqueles que apostaram a fé ou que não creem, em
especial na França, esse país que antes da Revolução Francesa, era um celeiro
de santos, de santas e de excelentes filhos e filhas da Igreja. Hoje em dia, a
França amarga a triste situação europeia, onde uma minoria ainda se diz
católica, cristã ou crente em Deus.
Obs: não encontrei em nenhum lugar uma figura ou estampa com a efígie do Beato Pedro Aredio. Uma pena... Coloco abaixo as estampas ou figuras que consegui encontrar na internet, com imagens de outros beatos. Coloco por primeiro os Beatos João Battista Duverneuil, Miguel Luis e Tiago de Rochefort, que são carmelitas descalços.
Bem Aventurados João Battista Duverneuil,
Miguel Luiz e Tiago de Rochefort, Carmelitas
Descalços, Mártires da Baía de Rochefort. |
Os mártires de Rochefort continham membros do clero secular bem como sacerdotes e religiosos de várias Ordens e Institutos Religiosos. |
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