Religioso ainda
jovem, Engelberto Kolland deu a vida por Cristo aos 33 anos. Nascera na Áustria
a 21 de setembro de 1827, de pais pobres de bens materiais, mas ricos de
virtudes cristãs. No verão, o pai ia para outras regiões de florestas e
bosques, a fim de ganhar um pedaço de pão como lenhador. A mãe ia com ele, e os
filhos ficavam a cargo da professora, senhora Brugger, que se esmerou em os
instruir e educar como fervorosos cristãos.
Engelberto
Kolland, embora por temperamento fosse uma criança viva e irrequieta, nos
tempos de oração ficava calmo e sossegado, numa atitude tão devota que parecia
um santo. Numa visita pastoral que o arcebispo de Salzburgo fez à paróquia, o
pequeno Engelberto despertou-lhe a atenção: vislumbrando nele indícios de vocação,
admitiu-o gratuitamente ao seminário diocesano, na esperança de ele chegar a
ser um ótimo sacerdote. Porém, ao cabo de quatro anos teve de ser despedido por
irrequieto. Ao voltar para casa, durante um ano trabalhou com o pai, mas não
tardou a retomar os estudos, por sentir no seu íntimo uma voz misteriosa a
chamá-lo ao serviço de Deus.
Um belo dia
encontrou-se na rua com um grupo de jovens franciscanos. Observou-os com
atenção, e ficou tão impressionado com a sua modéstia e recolhimento, que
decidiu seguir a mesma vida. Disse-o aos seus colegas, e cumpriu a palavra.
Passados poucos meses, tomou o hábito religioso na ordem dos frades menores.
A 13 de julho de
1851, em Bolzano, subia pela primeira vez ao altar de Deus para imolar a vítima
divina. Agradecido ao Senhor por essa graça, prometeu partir para a Cústodia da
Terra Santa, mas só uns anos mais tarde pôde realizar esse sonho. Entretanto
trabalhou como coadjutor na paróquia franciscana de Bolzano, e dedicou-se ao
estudo de diversas línguas: alemão, latim, inglês, italiano, francês e árabe,
sob a direção dum antigo missionário da Terra Santa.
Em 1855 chegou à
pátria de Jesus e foi nomeado coadjutor do Beato Carmelo na paróquia latina de
Damasco, onde se empenhou com zelo apostólico até soar a hora do sacrifício
supremo. A sua serenidade seráfica fez com que todos os estimassem e lhe
chamassem “Abuna Melac”, que significa “Padre Anjo”.
Quando se deu a
irrupção do Drusos, Engelberto encontrava-se em casa duma senhora
greco-católica. Foi rapidamente localizado e reconhecido pelos muçulmanos, que
o intimaram a renunciar à fé cristã e fazer-se seguidor de Maomé. A resposta
foi um rotundo “não”. Antes de ser assassinado ainda perguntou ao verdugo: “Amigo, que mal te fiz eu, para me matares?”.
A resposta era de esperar: “O único
motivo da tua morte é seres cristão”. Foi assassinado com repetidos golpes
de acha (arma que se parece com um machado) na cabeça.
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