São
Leofredo (Leutfrido, Leufroi, ou Leufroy) foi um abade francês do século VIII canonizado
pela Igreja Católica. Leofredo estudou na abadia de Condat e em Chartres.
Ensinou em Evreux, França. Viveu como ermitão em Cailly e Ruão. Fundou a abadia
da Santa Cruz de Saint-Qu'en por volta de 690. A abadia foi renomeada como
Saint-Leufroy em honra do santo, seu fundador. São Leofredo morreu no ano 738 e
sua festa se comemora em 21 de junho. De São Leofredo, escreve Ernest Hello na
sua "Fisionomia dos Santos":
Nasceu na Áustria;
de boa família, a qual deixou para ser sacerdote. Depois de muita luta, fundou
a Abadia de Santa Cruz. Sofreu perseguições por seu espírito independente.
Recebeu o dom dos milagres e da profecia. Era extremamente severo.
Como não tivesse
cabelo, um dia, uma mulher, dele zombou. Disse-lhe o santo: Por que zombas de
um defeito da natureza? Não tenha na tua cabeça mais cabelos do que eu tenho na
testa; e o mesmo suceda a teus descendentes.
O zelo pelas
coisas santas e dias santificados o consumia. Trabalhavam uns camponeses, no
dia domingo. Levantou o santo os olhos ao Céu, dizendo: “Senhor, fique essa terra eternamente estéril. Nunca nela se veja nem
grão, nem trigo”. E o campo encheu-se de cardos e espinhos.
São Leofredo
tinha um zelo de misericórdia, mais de justiça mais ardente ainda. As cóleras
de São Leofredo acendiam as chamas da Caridade. As suas imprecações, o poder de
sua caridade, o seu amor aos pobres, o seu ódio à injustiça, são as linhas
paralelas de sua vida.
Um de seus
religiosos morrera; e, com ele, encontraram três moedas. Estava violando o voto
de pobreza. Leofredo mandou enterrá-lo em terra profana. Depois, fez um retiro
de 40 dias; rezando e chorando pela alma daquele que parecera rejeitar. E, após
esses dias, o Senhor revelou-lhe que Sua misericórdia havia liberado a alma que
Sua justiça condenara.
“Sua fúria contra o demônio era tremenda”.
Uma vez, estando
em sua cela, um frade foi avisá-lo que o demônio estava aprontando na Igreja.
Reconhecendo seu velho inimigo, o santo correu à capela e fez sinal da cruz
sobre as portas e as janelas, como para vedar as saídas. E, avançando sobre ele
bateu-lhe com furor.
O demônio quis
fugir, mas as saídas estavam vedadas. O corpo que ele tomara para si, poderia
ter se dissipado subitamente. Parece, porém, que ele não teve permissão para
isso. Deus quis humilha-lo sob as pancadas de São Leofredo.
Muito pouca gente reage e luta contra o demônio com
furor.
Ora, o demônio
merece ser repelido com ódio. E quando ele se aproxima de nós, nós devemos ter
um assanhamento de ódio maior do que nós temos com qualquer pessoa viva nesta terra.
Porque é o
inimigo declarado de Deus, o inimigo declarado de nossa alma, que quer toda
espécie de mal; e quando nos sentimos tentados, nós devemos ter contra ele um
ódio militante, como São Miguel Arcanjo.
Há coisa melhor
do que esse exemplo de São Leofredo? São Leofredo bateu no corpo, que era um
boneco que o demônio usava. Naturalmente, aquelas pancadas, atormentavam mesmo
o demônio. Como o atormenta a gente falar mal dele. Que humilhação!
Pode-se imaginar
São Leofredo, já velho, de barba branca, cabelo branco, mas muito conservado
ainda; de olhos castanhos. Mas forte e dando pancada com uma serenidade e um
ódio únicos. E aquele "boneco" gemendo e estertorando até acabar de
ser visto fugindo pela torre.
Valeria a pena,
numa época futura, edificar uma capela consagrada a São Leofredo e à Santa
Teresinha que também pôs em fuga os demônios. São Leofredo e Santa Teresinha do
Menino Jesus formariam um conjunto perfeito.
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