“Bem aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo tipo de calúnia contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos Céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós.” (Mt 5,11-12)
Vamos
relembrar os principais fatos que marcaram aqueles angustiosos meses
de outubro e novembro de 1936, em que as Irmãs Concepcionistas
Franciscanas foram chamadas a dar provas de sua fé, todas marcadas
com o sinal do martírio, e, junto ao Altar do Cordeiro, (segundo a
visão apocalíptica) elas fazem parte do cortejo dos mártires.
Em
1936, quando transcorria o centenário da fundação do Recolhimento,
onde tivera o Mosteiro de São José de Madri, desabou sobre ele e sua
veneranda comunidade uma tremenda tempestade, que, por uns momentos,
fez acreditar no seu desaparecimento.
Por cinco vezes as monjas tiveram que abandonar seu silêncio, a clausura e procurar abrigo em casa de pessoas amigas e corajosas, que não temiam opor-se aos senhores que por momentos, pisoteavam a terra espanhola, até chegarem à casa da Rua Francisco Silvela, número 19, onde viveram seus últimos momentos e de onde partiram para a morte.
Por cinco vezes as monjas tiveram que abandonar seu silêncio, a clausura e procurar abrigo em casa de pessoas amigas e corajosas, que não temiam opor-se aos senhores que por momentos, pisoteavam a terra espanhola, até chegarem à casa da Rua Francisco Silvela, número 19, onde viveram seus últimos momentos e de onde partiram para a morte.
Era
a Guerra Civil Espanhola e nossas irmãs viviam num clima de intensos
sofrimentos e incertezas, em cujo fundo pairava a sombra do Martírio
que a comunidade ia assimilando, lentamente. A lenta e dolorosa
preparação, serviu-lhes para confirmá-las e dar-lhes a força
necessária para testemunharem sua fé e amor ao Criador.
Em
fins de outubro, as Irmãs se reuniram mais uma vez e tentaram
reorganizar a vida conventual, ainda que precariamente. O grupo
permaneceu na rua Francisco Silvela e seu sossego durou pouco. Certo
dia, apresentou-se-lhes um grupo de milicianos, "amistosamente",
manifestando a intenção de levá-las ao fronte para ajudarem como
enfermeiras.
A
Madre acreditou e aceitou a proposta, embora colocando que a maioria
das Religiosas eram idosas e enfermas, mas que poderia mandar algumas
mais jovens para desempenhar o ofício e assim o fez. Enviou as irmãs
Maria do Sacrário e Maria Beatriz, ordenando que regressassem, logo
que compreenderam que haviam caído em uma cilada. Todo tipo de vida religiosa era considerado um crime e a condenação era a morte.
Uma
vez reunidas, transformaram a habitação em prisão e começaram a
montar guarda. O grupo via a proximidade do fim, com uma preparação
física e moral, uma espera angustiosa.
Dia
07 de novembro de 1936 foi a sexta-feira santa daquelas religiosas, Já ao despertar tiveram a impressão de que o final se aproximava. O espírito estava preparado, mas, como Cristo no Horto das Oliveiras, a
carne estremecia. No decorrer da manhã chegaram algumas religiosas
que estavam em casas particulares - fato raro, pois a vigilância
cortava qualquer tentativa de visita -. Naquele dia parecia a última
delicadeza de Deus. Foi a última reunião da comunidade do Mosteiro
de São José.
Não
demorou e um veículo parava em frente, com um grupo de
milicianos, que, subindo as escadas, deram fortes pancadas na porta. Apavoradas, as Irmãs achegaram-se em torno da Madre que dirigia as
últimas recomendações e, vacilante, foi abrir a porta. Deram ordem
que descessem três a três, começando pelas mais jovens; e assim
foram. Entre as últimas havia uma paralítica e os desalmados
queriam fazê-la descer rolando escada abaixo, só com muita
insistência foi permitido às outras religiosas auxiliá-la nesta
última caminhada.
Como
despojamento final, a abadessa, após abraçar a filha do porteiro,
entregou-lhe 45 pesetas - toda a posse material da comunidade. Momentos depois entravam nos cárceres do Centro Comunista e não se
sabe bem como foram seus últimos momentos e os sofrimentos que
selaram seu martírio. As 4 ou 5 da manhã era lida uma lista dos que
eram “libertados”. Na verdade, eram carregados em caminhões e
assassinados aos arredores de Madri.
Dentre
as Irmãs, duas morreram durante a perseguição, dez foram fuziladas
entre os dias 06 e 12 de novembro, cinco Irmãs da comunidade
sobreviveram e se tornaram sementes de esperança.
14
mártires Concepcionistas da Guerra Civil da Espanha
MOSTEIRO
DE SÃO JOSÉ (Madri)
1.
Madre Maria del Carmen (54 anos)
Borja:
03.Novembro.1882 - Madrid: 8.Novembro.1936
2.
sor
Maria
Pilar de los Dolores (73 anos)
Pamplona:
29.Abril.1863 - Madrid: 8.Novembro.1936
3.
sor Maria de la Asunción (72 anos)
Anaya
[Segóvia]: 20.Setembro.1864 - Madrid: 8.Novembro.1936
4.
sor Maria del Santísimo Sacramento (49 anos)
El
Toboso[Toledo]: 25.Junho.1887 - Madrid: 8.Novembro.1936
5.
sor Maria Balbina de San José (49 anos)
Madrid:
10.Março.1886 - Madrid: 8.Novembro.1936
6.
sor Maria Guadalupe de la Ascensión (44 anos)
Madrid:
09.Agosto.1892 - Madrid: 8.Novembro.1936
7.
sor Maria del Pilar (39 anos)
Valdealcón
[León]: 04.Junho.1897 - Madrid: 8.Novembro.1936
8.
sor Maria de Jesus (47 anos)
Moradillo
del Castillo [Burgos]: 14.Agosto.1889 – Madrid:
8.Novembro.1936
9.
sor Maria Juana de San Miguel (75 anos)
Arraiza
[Pamplona]: 27.Dezembro.1860 - Madrid: 8.Novembro.1936
10.
sor Maria Beatriz de Santa Teresa (28
anos)
Náva
de los Caballeros [Léon]: 18.Março.1908 – Madrid:
8.Novembro.1936
MOSTEIRO
DE EL PARDO (Madrid)
11.
Madre Inés de San José (46 anos)
Avedillo
[Zamora]: 02.Novembro.1889 - Madrid: 21.Agosto.1936
12.
sor Maria del Carmen (40 anos)
Avedillo
[Zamora]: 28.Outubro.1895 - Madrid: 21.Agosto.1936
Estas
duas monjas são irmãs de sangue.
MOSTEIRO
DE ESCALONA (Toledo)
13.
Madre Maria de San José (65 anos)
Pamplona:
1871 - Madrid: Novembro.1936
14.
sor Maria de la Asunción Pascual (49 anos)
Villarobe[Burgos]:
14.Agosto.1887 - Madrid: 1936
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