Martiniano
era um monge eremita,
mas acabou se tornando um
andarilho para que o
pecado
nunca o achasse “em endereço fixo”.
São Martiniano foi capaz de converter muitos que o procuravam e ser instrumento de muitos milagres.
Nasceu
no século IV, em Cesareia, na Palestina. Desde a tenra idade decidiu
ligar sua vida a Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de
eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida
reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu
a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o
país que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de
doenças e até a expulsão de maus espíritos.
Muito
jovem, discerniu sua vocação à vida de eremita; retirou-se a um
lugar distante para se entregar à vida de sacrifício e de oração
pela salvação das pessoas e também pela própria conversão. Ele
vivia um grande combate contra o homem velho, aquele que tem fome de
pecado, que é desequilibrado pela consequência do pecado original
que atingiu a humanidade que todos nós herdamos. Mas foi pela
Misericórdia, pela força do Espírito Santo, que ele se tornou
santo.
Sua
fama foi se espalhando e muitos procuravam Martiniano. Embora jovem,
ele era cheio do Espírito Santo para o aconselhamento, a direção
espiritual, até apresentando situações de enfermidades, na qual
ele clamava ao Senhor Jesus pela cura e muitos milagres aconteciam.
Através dele, Jesus curava os enfermos.
Homem
humilde, buscava a vontade de Deus dentro deste drama de querer ser
santo, mas ter a carnalidade sempre presente. Seu jovem corpo era
atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as
tentações diabólicas que eram vencidas através dos frequentes
jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos.
Graças à sua continência, uma mulher que veio especialmente para tentá-lo se
converteu à santidade. Aconteceu que Zoé, uma mulher muito rica,
mas dada aos prazeres carnais e também às aventuras com um grupo de
amigos, fez uma aposta de que levaria o santo para o pecado.
Vestiu-se com vestes simples e pobres, pediu para que ele a abrigasse
por um dia. Ele deixou que ela entrasse, acomodou-a e foi para os
aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de louvor
ao Senhor, antes de se recolher para dormir.
Mesmo
assim, Zoé não desistiu. Eles dormiram em lugares distantes, mas
ela, depois, vestiu-se com uma roupa sedutora e foi ser instrumento
de sedução para Martiniano. Conta-nos a história que ele caiu na
tentação.
Os
santos não foram homens e mulheres de aço, pelo contrário, ao
tomar consciência daquele pecado, ele se prostrou, arrependeu-se,
penitenciou-se, mergulhou o seu coração e a sua natureza na
misericórdia de Deus. Claro que o Senhor o perdoou. Só há um
pecado que Deus não perdoa: aquele do qual não somos capazes de nos
arrepender.
São
Martiniano arrependeu-se e retomou o seu propósito. Certa vez ele
pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito
esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do
inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do
eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Ele foi um
instrumento de evangelização para aquela mulher que, de tal forma,
também acolheu a graça do arrependimento, entrou para a vida
religiosa e consagrou-se, fazendo parte do mosteiro das religiosas de
Santa Paula em Belém, e ali se santificou, sendo hoje conhecida por
Santa Zoé. Lá, Zoé viveu durante 12 anos até seu falecimento,
esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o
último dia de sua vida, Zoé não bebia vinho e se alimentava de pão
e água, dormindo no chão.
Por
sua vez, Martiniano, mudou-se dali para uma ilha e
não tinha
sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual
confeccionava cestos. Porém, certa vez, naquelas águas que rodeavam
a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e uma jovem passageira
chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele consentiu que ela
ficasse, mas para não sentir a tentação novamente abandonou o
lugar a nado, apesar
de o continente ficar
muito distante. A tradição diz que ele não nadou, mas que Deus
mandou dois delfins para apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e
salvo. Santa Fotinia
ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento.
São
Martiniano alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante
dois meses até chegar a Atenas, onde faleceu em paz. O fato é que,
depois do novo perigo que sua carne enfrentou na ilha, Martiniano
tomou uma decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter
de abrigar ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade
alheia e morreu em Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada
numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara, recebeu os
sacramentos e partiu para a Casa do Pai serenamente e na santa paz.
Santo
não é aquele que “nunca pecou”. A oração, a vigilância e o
mergulho da própria miséria na Misericórdia Divina é o que nos
santifica.
São
Martiniano, rogai por nós!
Segundo texto biográfico
Origens
Martiniano
nasceu em Cesareia, na Palestina, no século IV. Sabe-se que desde
criança ele quis dedicar sua vida ao serviço de Deus. Por isso,
ainda criança, procurava a oração e o conhecimento da vida cristã.
Aos dezoito anos, convicto de sua vocação para a vida religiosa,
abraçou o celibato, a pobreza e a obediência ingressando numa
comunidade de monges eremitas que ficava perto de Cesareia. Cada um
vivia numa pequena casa muito simples e se reuniam em alguns momentos
para rezar. Ali ele viveu por sete anos.
Fama de santidade
O
monge Martiniano passou a ser procurado por pessoas que precisavam de
conselho e orientação espiritual. Por isso, logo sua fama de
sabedoria e santidade se espalhou através daqueles que recebiam seus
conselhos e orientações. Muitos testemunhavam, inclusive, a cura de
doenças e a libertação dos demônios através da oração de São
Martiniano. Assim, sua fama se espalhou por toda a região.
Armadilha
A
fama de santidade do monge Martiniano atraiu uma bela jovem cortesã
chamada Zoé. Tratava-se de uma mulher muito rica, bonita e cheia de
costumes libertinos. A jovem Zoé apostou com seus amigos e amigas
que conseguiria fazer o casto Martiniano se perder. Para isso, deixou
suas roupas luxuosas e vestiu-se como uma mendiga. Depois, foi à
procura de Martiniano e pediu-lhe abrigo. O santo, agindo com
caridade, abrigou-a na cela onde ficava e foi para o fundo da casa.
Lá, fez suas orações, cantou salmos de louvor e se recolheu para
dormir.
O amor de Deus vence a tentação
A
jovem Zoé não desistiu da ideia de seduzir Martiniano. Assim,
quando o santo adentrou à casa, encontrou-a trajando uma veste toda
sensual. Então, ela tentou seduzi-lo através de sua beleza e de
argumentos cheios de doçura e encantamento. O monge, porém,
percebeu que, por dentro daquele corpo bonito havia uma mulher
triste, que sofria por não se sentir verdadeiramente amada e por não
ter um sentido de vida. Ele, então, refletiu esta verdade a ela como
se fosse um espelho de sua alma. Depois, falou a ela sobre o profundo
e insondável amor de Deus, que nos ama por que Ele é amor e não
porque mereçamos este amor. Sentindo o toque da graça e
percebendo-se amada pelo Pai, Zoé acabou se convertendo. A partir
de então, ela ingressou no convento de Santa Paula, na cidade de
Belém. Lá, ela viveu o resto de sua vida, santificando-se na vida
religiosa.
Martiniano paga o preço
Martiniano,
por sua vez, tinha se sentido tentado ao lidar com Zoé. Por isso,
decidiu mudar-se para uma ilha. Seu desejo era ficar livre de
influências exteriores que pudessem vir a tentá-lo novamente.
Porém, aconteceu que, nas águas que circundavam aquela ilha um
navio naufragou. Por isso, uma jovem chamada Fotinia, que conseguiu
se salvar, chegou à ilha agarrada aos restos do navio, encontrou a
casa de São Martiniano e lhe pediu abrigo. Por caridade, ela a
abrigou. Porém, para não voltar a sentir a sentir a tentação,
decidiu abandonar a ilha nadando, apesar de estar a uma boa distância
do continente. A tradição diz que Deus enviou dois golfinhos que o
ajudaram na travessia, fazendo-o chegar em terra firme são e salvo.
Andarilho
Depois
deste fato, São Martiniano optou por uma decisão radical. Abriu mão
do direito de ter um endereço fixo para nunca mais ter que dar
abrigo a alguém. Ele quis evitar a todo custo que voltasse a ser
tentado pelo pecado. Por isso, passou a ser um andarilho e a viver da
caridade dos outros. Assim viveu o resto de seus dias. São
Martiniano faleceu na cidade de Atenas, no ano 400. Ele pressentiu
sua morte. Por isso, parou sua caminhada numa igreja da capital
grega. Ali, um padre percebeu que ele estava falecendo e
ministrou-lhe os sacramentos. E São Martiniano partiu para o céu na
serenidade e na paz.
Oração a São Martiniano
“Ó
Deus, que destes a São Martiniano a graça de ser fiel à vocação
para a qual o chamastes, dando a ele forças para vencer todas as
tentações que pudessem desviá-lo do caminho, dai também a nós,
por sua intercessão, a graça da fidelidade à nossa vocação e a
coerência de vida, por Nosso senhor Jesus Cristo, vosso filho, na
unidade do Espírito Santo. Amém. São Martiniano, rogai por nós.”
Fontes:
Imagens do Google.
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