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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Beato Augusto Czartoryski, presbítero salesiano e príncipe da Polônia



De linhagem real...
Augusto Czartoryski nasceu em Paris no dia 2 de agosto de 1858, do príncipe polonês Ladislao e da princesa Maria Amparo, filha da rainha da Espanha. Há trinta anos a sua nobre estirpe, ligada aos interesses dinásticos da Polônia, tinha emigrado para a França.
A partir do exílio, o príncipe Ladislao procurava restaurar a unidade da pátria desmembrada em 1795. Aos seis anos Augusto perdeu a mãe. Tomou seu lugar Margarina de Orléans, filha do conde de Paris, pretendente ao trono da França.


...mas não inclinado à pompa e circunstâncias.
Desde pequeno, Augusto mostrou-se um garoto bom e reflexivo. Embora ligadíssimo à sua amada Polônia, jamais foi atraído pela vida da corte. A ação da graça em sua alma levou-o ao desapego dos bens terrenos e a uma séria vida espiritual.


Ele encontra um diretor espiritual
Entre os 10 e 17 anos, estudou em Paris e Cracóvia, mas a sua frágil saúde obrigou-o a interromper os estudos e a transferir-se frequentemente para o sul da Europa em busca de um clima melhor. Naqueles anos, a Providência colocou ao seu lado o preceptor José Kalinowski, que o guiou com prudência não só nos estudos, mas sobretudo na vida espiritual. Kalinowski fez-se depois carmelita descalço: Frei Rafael de São José. Hoje a Igreja o venera como santo: São Rafael de São José Kalinowski.  O santo preceptor descreve o seu aluno como um jovem de humor estável, de grande bondade de espírito, de perfeita cortesia, sincero, inteligente e muito religioso, mas na simplicidade de coração.

Um encontro com Dom Bosco
Em maio de 1883, Dom Bosco está na França. É convidado para o Palácio Lambert da princesa Margarida de Orléans. Augusto ajuda sua Missa, e o santo lhe diz: "Há muito tempo desejo conhecê-lo!". O príncipe ficou fulgurado pelo encontro, pois ali identificou o pai da sua alma e o juiz do seu porvir. No jovem Augusto a vocação à vida religiosa esclarecia-se cada vez mais, e o Santo educador passou a ser um ponto de referência no seu discernimento vocacional. Irá depois muitas vezes a Turim para se encontrar com Dom Bosco. Pede-lhe com insistência para entrar entre os Salesianos, mas o Fundador não está convencido.


Noviciado - então com padre André Beltrami
Augusto fala com o Papa Leão XIII, que convida Dom Bosco a aceitar o príncipe. Em julho de 1887, depois de renunciar aos bens e à possibilidade do trono, contra o parecer da família, entra no noviciado. Tem 29 anos. Esforça-se por adequar-se aos horários e ao estilo de vida, torna-se o mais humilde dos noviços. No dia 24 de Novembro de 1887 recebeu o hábito talar na Basílica de Maria Auxiliadora, das mãos de Dom Bosco, que faleceria dois meses depois. Inicia os estudos de filosofia. Logo depois, fica doente, com tuberculose.
Na casa de Valsalice, em Turim, encontra o venerável padre André Beltrami. Os dois desenvolvem uma amizade espiritual muito profunda, enquanto André cuida de Augusto em sua doença. Entretanto, o Padre Rua o faz estudar teologia e o admite às Ordens sacras.

A família está infeliz com sua vocação... 
Após os estudos de Teologia, completados com grande dificuldade por causa do estado precário da sua saúde e da contrariedade dos familiares e, sobretudo, do seu pai, é ordenado sacerdote em San Remo, no dia 2 de abril de 1892. Sua família está voluntariamente ausente: tentara de todos os modos fazê-lo sair da congregação. Augusto encarnou plenamente a espiritualidade salesiana, de modo particular o aspecto do sacrifício e da oferta da própria vida e do próprio sofrimento pelo bem dos jovens e da congregação; também Dom Bosco sofreu muito, embora não o deixasse perceber.


Sua doença tem seu preço
Contudo, a sua vida presbiteral só duraria um ano. O Pe. Augusto morreu em Alassio no dia 8 de abril de 1893, sábado da oitava da Páscoa: "Que bela Páscoa!", tinha dito. Sua morte ocorreu após cinco anos de vida salesiana, que um purpurado quis descrever com estas palavras: “A sua conformidade perfeita com a vontade divina na enfermidade fê-lo heroico na paciência e invencível no amor a Deus!”. Completara 35 anos.

São João Paulo II, o papa polonês, teve a alegria de beatificá-lo em 25 de abril de 2004. Os seus restos mortais foram transladados para a Polônia e sepultados no túmulo de família, na cripta paroquial de Sieniawa, onde Augusto tinha recebido a primeira Comunhão e, em seguida, para a igreja salesiana de Przemysl, onde jazem até hoje.




Homilia de Beatificação – Papa João Paulo II
25 de abril de 2004


“Como são amáveis as tuas moradas, ó Senhor do universo! A minha alma suspira e tem saudades dos átrios do Senhor… Um dia em teus átrios vale por mil” (Sl 84, 2.11). O beato Augusto Czartoryski escreveu estas palavras do Salmo como lema de vida sobre a pequena imagem da primeira Missa. Nelas está contido o arrebatamento de um homem que, seguindo a voz do chamado, descobre a beleza do ministério sacerdotal. Ressoa nelas o eco das diversas opções que deve fazer quem descobre a vontade de Deus e deseja cumpri-la. Augusto Czartoryski, jovem príncipe, elaborou um método eficaz de discernimento dos desígnios divinos. Apresentava a Deus na oração todas as perguntas e perplexidades principais e, depois, em espírito de obediência seguia os conselhos dos seus guias espirituais. Compreendeu assim a sua vocação de empreender a vida pobre para servir os mais pequeninos. O mesmo método permitiu-lhe, ao longo de toda a sua vida, realizar tais opções, podendo nós hoje dizer que ele realizou os desígnios da Providência Divina de maneira heroica.
Desejo deixar o exemplo da sua santidade, sobretudo aos jovens, que hoje procuram a maneira para decifrar a vontade de Deus em relação à sua vida e desejam comportar-se todos os dias em fidelidade à palavra divina. Meus queridos jovens amigos, aprendei do beato Augusto a pedir ardentemente na oração a luz do Espírito Santo e guias sábias, para que possais conhecer o plano divino na vossa vida e sede capazes de caminhar sempre pelos caminhos da santidade.





Príncipe Augusto bebê



Príncipe Augusto criança



Augusto e seu pai, Príncipe
Ladislau da Polônia




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