Miguel
Kozal nasceu em 1893 na Polônia
no seio de uma família de camponeses piedosos.
Foi ordenado sacerdote em 1918 e exerceu o seu ministério
nomeadamente como pároco na cidade de Bydgoszcz. Pio XII nomeou-o
bispo auxiliar de Wloclawek a 13 de Junho de 1939 nas vésperas do
início da segunda guerra mundial, com o título episcopal de Lappa.
Depois
da ordenação sacerdotal, dedicou-se intensamente ao trabalho
pastoral em diversas paróquias e mais tarde à formação espiritual
da juventude como diretor de uma escola secundária. Deu mostras do
mesmo zelo e empenho quando o transferiram para o seminário de
Gniezno, onde lecionou durante doze anos.
Em
1939 foi designado pela Santa Sé Bispo auxiliar da diocese de
Wloclawek. Duas semanas depois da consagração episcopal,
deflagrou-se a
Guerra Mundial e a Polônia foi invadida pelas tropas alemãs. Os
chefes nazistas, dominados pelo ódio contra a fé católica fecharam
igrejas e colégios, prenderam padres e proibiram todas as
publicações religiosas. O novo bispo reagiu, defendendo os direitos
da fé. Foi admoestado, perseguido e, por fim, preso.
Quando
as tropas alemãs invadiram a Polônia,
a diocese de Wloclawek encontrou-se dentro da zona anexada ao Reich.
O regime de ocupação era terrível e tudo era feito para destruir a
elite, nomeadamente os professores da Universidade e o clero
diocesano em geral.
A
diocese, particularmente atingida, irá ver desaparecer durante a
guerra metade do seu clero. De Miguel
Kozal pode dizer-se como deste ou daquele outro mártir beatificado,
que ele foi um “no meio de milhares de outros”, porque o número
dos mártires é bem superior ao número daqueles que a Igreja
beatificou.
Logo
a 7 de Novembro de 1939 ele foi apreendido, internado e torturado,
primeiro num convento em Wloclawek e depois em Lad, Szczeglin e
Berlim. Em 3 de Abril de 1941 foi deportado para Dachau, campo de
concentração de triste memória, onde se faziam experiências
inacreditáveis e inumanas. Ele aí permanecerá durante 20 meses,
maltratado pelos guardas, mas continuando a oferecer os seus serviços
e o seu ministério sacerdotal aos numerosos outros deportados.
No
cárcere ofereceu generosamente a Deus a própria vida como
holocausto pela libertação dos sacerdotes. Quanto sofreu e quanto
rezou nos três anos de prisão, é difícil imaginar. Contudo, ele
preocupava-se mais com os sofrimentos dos outros do que com os seus.
Foi, por assim dizer, o anjo tutelar dos sacerdotes que juntamente a
ele penavam nos calabouços nazistas.
Era
grande a sua alegria quando lhe era possível distribuir ocultamente
a Eucaristia aos presos. Dizia-lhes: “Dou-vos o dom mais precioso,
Jesus Eucarístico. Deus está conosco. Deus nunca nos abandona”.
O
Bispo Miguel Kozal não foi apenas mártir, mas verdadeiro mestre dos
mártires. Com o seu exemplo e palavras, na sexta-feira da Paixão de
1942, todos os presos puderam conhecer melhor o mistério da dor,
todos sentiram que participavam um pouco no sofrimento do Salvador
pela salvação dos homens.
Em
26 de Janeiro de 1943, na enfermaria do campo de concentração de
Dachau,
um médico pôs fim aos seus sofrimentos, ao mesmo tempo que a sua
vida, por meio de uma injeção que sem o menor escrúpulo lhe
administrou. Estava
com 50 anos incompletos
A
quando do encerramento do Congresso Eucarístico da Polônia que se
realizou em Varsóvia, o Papa São João Paulo II beatificou-o em 14 de
Junho de 1987, classificando-o entre os mártires e invocando o seu
testemunho fiel e a sua fé inquebrantável em Cristo.
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