Martirológio Romano: Em
Antananarivo, na ilha de Madagascar, Beata Victória Rasoamanarivo, que, depois
de enviuvar de um matrimônio com um homem violento e havendo sido expulsos da
ilha os missionários, socorreu com toda a solicitude aos cristãos e defendeu a
Igreja frente aos magistrados públicos. Beatificada por São João Paulo II em 30
de abril de 1989. Memória em 21 de agosto.
Breve biografia
Nasceu em
Tananarive (Madagascar), em 1848. Pertenceu a uma das famílias mais poderosas do país.
Recebeu uma ótima educação moral.
Frequentou as
escolas fundadas pela Companhia de Jesus e pelas Irmãs da Congregação de São
José de Cluny. O ensinamento da religião católica e o bom exemplo dos padres e
das irmãs influíram poderosamente na jovem que, mais tarde, pediu para ser
admitida na Igreja.
Foi batizada em
1863, aos 15 anos de idade. Durante as perseguições contra a Missão Católica, seus pais pretenderam
que ela renegasse sua fé, porém, ela não cedeu. Os missionários consideraram
prudente respaldar seu desejo de ingressar na vida religiosa, porém, foi
entregue como esposa, contra sua vontade, ao filho do primeiro ministro e alto oficial
do exército.
O matrimônio,
devido ao caráter e costumes de seu esposo, constituiu-se para ela um
verdadeiro martírio. No entanto, permaneceu fiel ao marido até à viuvez, não obstante os
conselhos de seus pais, inclusive da própria rainha.
Sua vida cristã
exemplar lhe ganharam a estima da corte e do povo. Esta estima e sua autoridade
moral fizeram dela uma providencial sustentadora da Igreja Católica em
Madagascar, quando os missionários católicos foram expulsos. Defendeu
publicamente a Igreja Católica ante as autoridades e susteve a fé do povo.
Quando os missionários regressaram em 1886, encontraram uma comunidade vigorosa
e florescente, devido ao mérito e à atividade apostólica de Victoria. Faleceu
santamente no dia 21 de agosto de 1894, com apenas 46 anos.
A Beata Victoria Rasoamanarivo usou
seu papel e suas conexões para manter o catolicismo vivo e forte enquanto os
missionários foram expulsos.
A católica
beatificada de Madagascar nasceu como uma princesa pagã e acabou se tornando uma
ativista, um contemplativa e uma heroína nacional. A Beata Victoria Rasoamanarivo
nasceu em 1848 de uma família nobre em um país onde o cristianismo era ilegal.
Juntamente com a maioria dos malgaxes (os naturais de Madagascar), Victoria
praticava uma espécie de culto aos ancestrais.
Mas, quando Victoria
tinha 13 anos, a rainha que proibiu o cristianismo morreu e missionários
estrangeiros começaram a pregar publicamente novamente. Nesse mesmo ano, Victoria
foi matriculada em uma escola dirigida pelas Irmãs de São José de Cluny. Seu
testemunho e sua instrução a transformaram e, apesar da oposição de sua
poderosa família, foi batizada com a idade de 15 anos.
A família de Victoria
estava ao lado da rainha perseguidora. Seu avô era o primeiro-ministro e
ficaram horrorizados com a escolha dela. Eles a tiraram da escola católica e a
enviaram para uma protestante, mas, sua fé permaneceu forte. Finalmente,
citando o Batismo dela como uma traição de sua raça, eles juraram que não a
enterrariam com sua família, o mais profundo ato de rejeição possível na
sociedade malgaxe. Victoria não se mostrou indiferente: “Os missionários me enterrarão com eles”.
O coração de Victoria
estava fixado em Cristo e, como tantas vezes acontece, ela queria se tornar uma
religiosa consagrada. Mas, o desejo de pertencer completamente a Cristo não
indica necessariamente uma vocação, e as Irmãs de São José indicaram que, se
ela entrasse, sua família poderia tornar a vida intolerável para todos os
católicos do país. Victoria orou e, finalmente, se submeteu, permitindo que
seus pais organizassem seu casamento com um primo, o filho de seu tio, o
primeiro ministro.
Sempre corajosa,
a noiva de 17 anos certificou-se de ter um padre presente para o casamento.
Infelizmente, seu marido Radriaka era um homem cruel, um violento bêbado e um
libertino. Até mesmo seu próprio pai pediu a Victoria que se divorciasse dele.
Mas, qualquer que seja o abuso que o marido dela tenha feito, Victoria aceitou
como sacrifício a oferta pela sua conversão.
Por um tempo, Victoria
viveu uma vida de alegria e fé sossegadas. Mas apenas alguns anos depois de seu
casamento, o protestantismo se tornou a religião oficial de Madagascar e
começaram as perseguições sutis. O tio de Victoria a criticava e ameaçava dia e
noite. Sua família tinha escravos atirando pedras nela e uma vez colocou um assassino
contra ela. Seu marido exigiu que ela deixasse sua fé em submissão a ele. Mas, ainda
assim, Victoria o amava e rezava muito por ele, passando horas por dia em
oração, apesar de seus muitos deveres na corte.
Em 1883, a leve
perseguição diária que os católicos sofreram se tornou mais severa durante a
guerra franco-malgaxe. Todos os missionários estrangeiros foram expulsos de
Madagascar. Ao saírem, os sacerdotes confiaram os católicos do país a Victoria,
assim como os Apóstolos foram deixados aos cuidados da Santíssima Virgem.
Victoria era a
mulher perfeita para esse trabalho. Quando o governo trancou as igrejas, ela se
apresentou diante da rainha e do primeiro-ministro para objetar. Quando
colocaram soldados do lado de fora para barrar a entrada para a oração, Victoria
calmamente se aproximou dos homens armados, dizendo: “Se você deve ter sangue, comece por derramar o meu. O medo não nos impedirá de nos reunir para a
oração”. Ela os encarou e, depois, levou a comunidade reunida para a
igreja. Embora a Eucaristia tivesse acabado e não houvesse Missa, ainda assim
eles oraram. Victoria explicou: “Coloco
diante de mim os missionários que rezam a Missa e assisto, mentalmente, a todas
as missas que estão sendo ditas em todo o mundo”.
Victoria viajou
por toda a ilha encorajando as comunidades católicas, garantindo que elas
tivessem uma catequese adequada e defendendo-as diante dos abusos do governo.
Quando os sacerdotes foram readmitidos, dois anos depois, encontraram uma
comunidade de 21.000 católicos em chamas por sua fé. A própria Victoria
reconheceu que se tivesse se tornado uma irmã como esperava, nada disso teria
sido possível.
Não muito tempo
depois do retorno dos missionários, a fidelidade de Victoria ao marido foi
recompensada. Em 1888, ele sofreu uma queda; Quando ficou claro que seus
ferimentos eram fatais, ele pediu o batismo. Victoria o batizou e viu o fruto
de anos de sacrifício quando seu marido morreu em estado de graça. Ela passou
os seis anos seguintes orando, servindo, amando e recusando comprometer-se em
questões de fé. Ela trabalhava com prisioneiros, leprosos e pobres abandonados
e, quando o tio que a perseguiu caiu em desgraça com a corte, ela demonstrou a
ele o quanto se importava por ele. Finalmente, aos 46 anos, essa líder forte e
corajosa foi em paz para a Casa de Cristo.
A Beata Victoria
Rasoamanarivo usou seu privilégio de falar a verdade aos que estavam no poder,
sem se importar com as conseqüências que ela poderia enfrentar. Em seu dia de
festa, 21 de agosto, vamos pedir a ela intercessão pela coragem de fazer o
mesmo. Beata Victoria Rasoamanarivo, rogai por nós!
Beata Victoria, heroina catolica de Madagascar, rogai por nós! |
Fontes:
Site aleteia.com (página em língua inglesa)
Wikipedia versão espanhola
Tradução feita pelo autor do site.
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