(Extraído dos escritos de Santo Antônio Maria Claret. Tradução do espanhol feita pelo Diácono Luiz Carlos Pavan)
Nota do publicador
deste artigo:
Infelizmente, hoje
em dia, a grande maioria dos bispos, padres ou pregadores leigos (catequistas,
professores de religião ou formadores) não fala mais sobre o inferno. Infelizmente,
também, uma boa parte dos sacerdotes não acredita mais em demônios ou na existência do inferno. Cada vez mais é comum ouvirmos as seguintes expressões: “o inferno é
aqui na terra”; “aqui se faz, aqui se paga”; “Deus é amor... jamais permitiria
que um filho seu fosse para o inferno”, etc. Não é verdade?
Esquecem-se, no
entanto, que a existência do inferno é MATÉRIA DE FÉ CATÓLICA, portanto, é um
DOGMA DE FÉ, incontestável. Nenhum cardeal, arcebispo, bispo, sacerdote ou
teólogo está autorizado a negá-lo ou, antes, a contestá-lo em seus discursos ou
escritos. Quem o faz torna-se imediatamente um herege ou heresiarca.
O próprio
Catecismo da Igreja Católica, aprovado pelo Papa São João Paulo II, de
venerável e saudosa memória, fala dele e da doutrina de sua existência (vide os
números 1585 - 1591 e 1861 do Catecismo).
Como é que um
“católico”, ou, melhor dizendo, pseudo católico se atreve a ir contra o
ensinamento da Igreja? É uma verdade dura? Sim! Muito dura, porém, é verdade.
Jesus Cristo mesmo, após revelar aos discípulos a doutrina da Transubstanciação
que um dia inauguraria na Santa Ceia e diante de alguns discípulos que
começaram a duvidar dEle e O abandonaram, virando-se para os que permaneceram
ainda com Ele disse: “E Vós? Também não quereis ir embora com eles”?
Trago aos leitores
do blog o relato de uma visão do inferno feito por Santo Antônio Maria Claret,
bispo e fundador dos Missionários do Coração Imaculado de Maria, que teve a
experiência mística de contemplar este lugar de sofrimentos eternos. É um
relato de um santo. Merece nosso crédito. Ele não é um lunático ou um
“visionário”. Foi um santo, um grande santo, um homem culto e letrado que teve
essa experiência. Merece nossa atenção, nossa credibilidade e, principalmente,
que divulguemos essa terrível realidade, não para “assustar” ninguém, mas, para
o bem das almas. Santo Antônio Maria Claret não está sozinho: vários santos e
santas passaram pela experiência de terem visto e/ou “sentido” os sofrimentos
do inferno: Santa Teresa de Jesus, Santa Faustina Kowalska, São João Bosco,
Serva de Deus Josefa Menéndez, Beata Ana Maria Taigi, São Pio de Pietrelcina, os Santos Jacinta Marto e Francisco Marto, para citar alguns. São santos: merecem
nossa credibilidade.
Existem pessoas
que se arrependem de seus pecados e se convertem por amor a Deus. Esse é o modo
perfeito. Porém, existem pessoas que podem se arrepender e deixar seus pecados
por medo dos castigos eternos do inferno. Não é um modo perfeito, porém, é bem
melhor do que nada. O texto é um pouco longo, mas, leiam com calma e divulguem
para os irmãos e irmãs de caminhada, para amigos e conhecidos.
Um abraço fraterno
em todos!
(Giovani Carvalho Mendes, ocds)
O RELATO DE SANTO ANTÔNIO MARIA CLARET:
"A sensação dos
tormentos do inferno é essencialmente terrível. Ele se parece, ó alma minha,
como uma noite escura sobre o cume de uma montanha alta. Lá embaixo há um vale
profundo, e a terra se abre de maneira que, com o teu olhar, podes ver o
inferno e sua profundidade. Ele se parece como uma prisão situada no centro da
terra, muitos quilômetros abaixo, todo cheio de fogo, preso num recinto de forma
tão impenetrável que, por toda a eternidade, nem se quer a fumaça pode escapar.
Nesta prisão os
condenados estão próximos uns dos outros como tijolos num forno... Imagine o calor
do fogo em que são queimados. Primeiramente, o fogo se alastra por todas as
partes e tortura inteiramente o corpo e a alma. Uma pessoa condenada permanece
no inferno para sempre no mesmo lugar que foi destinado pela justiça divina,
sem ser capaz de mover-se, como um prisioneiro num tronco.
O fogo que o
envolve totalmente, como um peixe na água, o queima em volta, à sua esquerda, à
sua direita, encima e embaixo. Sua cabeça, seu peito, seus ombros, seus braços,
suas mãos e seus pés estão totalmente invadidos pelo fogo, de maneira que ele, por
inteiro, se assemelha a um peça de ferro incandescente e cintilante, que acaba
de ser retirado do forno. O teto do recinto em que moram as pessoas condenadas
é de fogo; a comida que se come é fogo; a bebida que se toma é fogo, o ar que
se respira é fogo, tudo quanto se vê e se toca é fogo...
Mas este fogo não
está simplesmente fora dele; além do mais ele transpassa pela pessoa condenada.
Invade o seu cérebro, seus dentes, sua língua, sua garganta, seu fígado, seus pulmões,
seus intestinos, seu ventre, seu coração, sua veias, seus nervos, seus ossos, inclusive
a medula, bem como o sangue.
'No inferno – segundo São Gregório Magno – haverá um fogo que não pode se apagar, um
verme que não morre, um cheiro insuportável, uma escuridão que pode se sentir, castigo
por açoite de mãos selvagens, com todos os presentes desesperados por qualquer
coisa boa'.
Um dos fatos mais
terríveis é que, pelo poder divino, este fogo vai tão longe como para atuar
sobre as faculdades (aptidões) da alma, queimando-as e atormentando-as. Suponhamos
que eu me achasse colocado no forno de um ferreiro, de modo que todo o meu
corpo estivesse em pleno ar, exceto um braço que está posto no fogo, e que Deus
fosse preservar a minha vida por mil anos nesta posição. Não seria isto uma
tortura insuportável? Como seria então estar completamente invadido e rodeado
de fogo, o qual não atinge apenas um braço, mas inclusive todas as faculdades
(aptidões) da alma?
Para quem já teve
a graça de ver, e de sentir, em sonhos o que seja este tormento infinito, este
fogo que queima o espírito sem consumir, esta consciência que acusa sem cessar,
que atormenta mais que mil fogos, que faz compreender a eternidade do suplício,
que entende a impossibilidade de fugir dali, contra a qual não adianta lutar,
esbravejar, sequer odiar, é possível afirmar que o fogo exterior, que queima o
corpo é apenas uma pálida centelha daquele que inflama o espírito. De fato, a
alma daria tudo para poder esquecer, fugir dos pensamentos, escapar deste
tormento mental, esmagar seu cérebro, pois para ela isso significaria um alívio
assombroso em seu tormento. É mais espantoso do que o homem pode imaginar.
Em segundo lugar,
este fogo é muito mais espantoso do que o homem pode imaginar. O fogo natural
que vemos durante esta vida tem um grande poder para queimar e atormentar. Não
obstante, este não é nem sequer uma sombra do fogo do inferno. Há duas razões
pelas quais o fogo do inferno é muito mais atroz, que vai além de toda comparação,
do que o fogo deste mundo.
A primeira razão é
a justiça de Deus, da qual o fogo do inferno e um instrumento dirigido para
castigar o mal infinito causado contra a sua suprema majestade, que fora menosprezada
por uma criatura. Para tanto a justiça supre este elemento com um poder tão
grande que quase alcança o infinito.
A segunda razão é a malícia (perversidade) do pecado. Como Deus sabe que o fogo deste mundo não é suficiente para castigar o pecado como este merece, Ele tem dado ao fogo do inferno um poder tão grande que nunca poderá ser compreendido pela inteligência humana.
Entendem agora, o
quão eficazmente queima este fogo? O fogo queima tão eficazmente, - ó minha
alma! – que, de acordo com os grandes mestres da escola ascética, se uma
simples faísca caísse numa pedra de moinho, esta se reduziria num instante em
pó. Se caísse numa bola de bronze, esta se derreteria instantaneamente como se
fosse de cera. Se caísse sobre um lago congelado, este haveria de ferver no
mesmo instante.
Façamos uma breve
pausa, ó alma minha, para que tu respondas a algumas perguntas que te farei.
Primeiro, te pergunto: Se um forno especial fosse acesso, como usualmente se
faz para atormentar os mártires, e, então, alguns homens colocassem diante de
ti todo tipo de bens que o coração humano possa desejar, e garantissem a oferta
de um reino próspero – se tudo isso te fosse prometido em troca de que
entrasses, só por meia hora, no forno ardente, o que escolherias fazer? Nem por
cem reinos!
“Ah! – dirias – 'se
me oferecesses cem reinos, eu nunca seria tão tolo em aceitar tais extremos tão
brutais, não importa quantas coisas importantes me oferecessem, mesmo que
estivesse segura de que Deus iria preservar a minha vida durante esses momentos
de sofrimento'”.
Em segundo lugar,
eu te pergunto: Se tu já estivesses na posse de um grande reino, e estivesses
nadando num mar de riqueza, de maneira que não precisarias de nada, e fosses
atacada por um inimigo, feita prisioneira e acorrentada, se fosses obrigada a escolher
entre perder o teu reino ou passar meia hora dentro de um forno incandescente, o
que escolherias? “Ah! – dirias – prefiro passar toda a minha vida na pobreza
extrema e submeter-me a qualquer injúria e infelicidade do que sofrer tão
grande tormento”!
Uma prisão de fogo eterno
Neste instante,
dirige os teus pensamentos daquilo que é temporal para o que é eterno. Para
fugir do tormento de um forno ardente, que duraria somente meia hora, tu sacrificarias
qualquer propriedade, principalmente as coisas que mais te satisfazem, e estarias
disposto a sofrer qualquer outro dano temporal, não importando quão trabalhoso pudesse
ser. Então, por que não pensas da mesma maneira quando discutes sobre os tormentos
eternos?
Deus não te ameaça
com meia hora de suplício dentro do forno ardente, mas, pelo contrário, com uma
prisão de fogo eterno. Para escapar dela, não deverias renunciar a tudo o que
está proibido por Ele, não importando quão prazeroso possa ser, e abraçar alegremente
tudo quanto Ele ordena, mesmo que fosse extremamente desagradável?
O mais espantoso
do inferno é a sua duração. A pessoa condenada perde a Deus e o perde por toda
a eternidade. Aliás, o que é a eternidade? Ó alma minha, até agora nenhum anjo
pode compreender o que é a eternidade! Como então poderás tu compreende-la?
Ainda assim, para formarmos alguma ideia sobre ela, consideremos as seguintes
verdades:
A eternidade nunca
termina. Esta é a verdade que tem feito tremer até os maiores santos. O juízo
final virá, o mundo será destruído, a terra engolirá todos os condenados, e
estes serão lançados no inferno. Então, com sua mão todo-poderosa, Deus os
encerrará para sempre em tão amaldiçoada prisão.
Desde então,
tantos milênios se passaram como há folhas nas árvores e nas plantas de toda a
terra, tantos milhares de anos, como existem gotas de água em todos os mares e rios
da terra, tantos anos com existem átomos no ar, como existem grãos de areia em todas
as praias de todos os mares. Logo, depois de passarem todos estes incontáveis anos,
o que será a eternidade?
No entanto, tudo
isso não será sequer uma centésima parte dela, ou uma milésima – nada. Então
começará novamente e durará tanto como antes, novamente, assim por diante, até que
haja se repetido mil vezes, e um bilhão de vezes, novamente. E logo depois de
um período de tempo tão longo, nem sequer terá passado a metade, nem sequer uma
centésima parte ou uma milésima parte, nem sequer uma parte da eternidade. Em
todo este tempo não haverá interrupção na queima dos condenados, começando tudo
novamente. Oh! que mistério profundo! Um terror sobre todos os terrores! Oh! Eternidade!
Quem pode compreender-te?
As lágrimas de Caim
Suponhamos que, no
caso de maldito Caim, chorando no inferno, somente derramasse a cada mil anos
uma única lágrima. Agora, alma minha, guarde os teus pensamentos e leve em
consideração este fato: por “seis mil anos” (naquela
época, acreditava-se que o mundo havia sido criado há uns seis mil anos apenas), no mínimo, Caim
tem estado no inferno e tem derramado apenas seis lágrimas, que Deus
milagrosamente lhe preservara.
Quantos anos
levariam para que as suas lágrimas cobrissem todos os vales da terra e inundassem
todas as cidades, povos e vilas e todas as montanhas até que inundasse toda a
terra? Sabemos que a distância entre a terra e o sol é de trinta e quatro
milhões de léguas. Quantos anos faltariam para que as lágrimas de Caim
enchessem este imenso espaço?
Oh! Deus! Que
quantidade de anos teríamos que imaginar que seria necessário para encher de
lágrimas este imenso espaço? E ainda assim – Oh! Verdade incompreensível! –
estejam seguros disto, porque Deus não pode mentir – chegaria o tempo em que as
lágrimas de Caim seriam suficientes para inundar o mundo, para alcançar
inclusive o sol, para tocar o céu, e encher todo o espaço entre a terra e o
mais alto do céu. Isso, porém, não é tudo.
Se Deus secasse
todas estas lágrimas desde a última gota, e Caim começasse chorar outra vez,
ele voltaria outra vez a encher o espaço inteiro e o inundaria mil vezes e um milhão
de vezes em sucessão, ao longo de todos esses incontáveis anos, nem sequer haveria
passado a metade de eternidade, nem sequer uma fração. Depois de todo esse tempo,
ardendo no inferno, os sofrimentos de Caim estariam tão somente começando...
A eternidade,
neste caso, não tem alívio. Seria de fato uma pequena consolação, de muito
pouco benefício, para as pessoas condenadas, se fossem capazes de receber um
breve alento a cada mil anos.
Observação do tradutor:
Felizmente aqui, no caso de Caim, o Santo está errado,
porque Caim está salvo. Dirão vocês que fiquei maluco, mas não, aos que duvidam
a eternidade depois comprovará. Em verdade, Deus foi bom com Caim, porque ao
marcá-lo para que ninguém o matasse, permitiu que ele passasse todo seu
Purgatório de sofrimento aqui, e certamente foi um dos mais longos e dolorosos,
porque naquele tempo as pessoas viviam séculos. Quem sabe, se alguém o tivesse
morto antes de expiar sua falta, ele tivesse se perdido. Sim, porque o crime
dele foi gravíssimo, devido ao fato de que desde menino ele via Deus e se
sentava no colo Dele. Sua maior revolta contra Deus era a existência da noite,
pois queria que sempre fosse dia.
Por outro lado, se todos os assassinos se perdessem, o inferno estaria povoado deles. Eis porque Jesus diz: não julgueis para não serdes condenados.
Não existe alívio
Imaginemos um
lugar do inferno onde haja três malvados. O primeiro está submergido num lago
de fogo sulfúrico; o segundo está preso numa grande pedra e está sendo atormentado
por dois demônios, um dos quais constantemente lhe lança chumbo derretido na
sua garganta, enquanto o outro lhe derrama sobre todo o seu corpo, cobrindo-lhe
desde a cabeça até os pés. O terceiro réprobo está sendo torturado por duas cobras,
uma das quais o envolve com seu corpo e o morde cruelmente, enquanto que outra
entra no seu corpo e ataca o seu coração. Suponhamos que Deus se apiede dele e lhe
conceda um curto respiro.
O primeiro homem,
depois de haver passado mil anos, é removido do lago e ele recebe o conforto de
tomar água fria, e, depois de passar uma hora, ele é novamente jogado no lago.
O segundo, depois de mil anos de tormento, é removido de seu lugar e lhe é permitido
descansar, mas logo depois de uma hora é jogando novamente no mesmo tormento. O
terceiro, depois de mil anos se vê livre das cobras; porém, após uma hora de
alívio, novamente é estuprado e atormentado por elas. Ah! Quão limitada seria
esta consolação – sofrer por mil anos para descansar somente por uma hora!
Aliás, o inferno
nem sequer tem esta consolação. Todos se queimam sempre nessas chamas
assustadoras e nunca recebem nenhum alívio em toda a eternidade. O condenado é
corroído e ferido pelo remorso, e nunca terá um descanso em toda a eternidade.
Sempre sofrerá uma sede muito abrasadora e nunca receberá o frescor de um pouco
de água em toda a eternidade. Sempre se contemplará detestado por Deus e nunca poderá
receber a alegria de uma simples olhada de ternura de Deus por toda a eternidade.
O condenado se sentirá sempre maldito pelo céu e pelo inferno, e nunca receberá
um simples gesto de amizade. É uma das desgraças essenciais do inferno que todo
o tormento será sem consolo, sem remédio, sem interrupção, sem final, eterno.
Vejam, se Deus depois daquele castigo de mil anos, concedesse a cada um dos condenados, almas ou demônios, esta hora de descanso, onde eles pudessem meditar e se arrepender, acreditem, nenhum dos condenados voltaria plenamente arrependido. É isso que prova a imensa perfeição da Justiça Divina.
A bondade de sua misericórdia
Agora eu
compreendo em parte, ó meu Deus, o que é o inferno. É um lugar de tormentos
excessivos, de desesperança extrema. É o lugar onde mereço estar por causa dos
meus pecados, onde eu estaria desterrado em alguns anos, se a tua imensa misericórdia
não me tivesse libertado. Repetirei mil vezes: O Coração de Jesus me tem amado,
ou, do contrário, agora eu estaria no inferno! O Sangue de Jesus me tem reconciliando
com o Pai Celestial, ou minha morada seria o inferno. Este é o cântico que eu
quisera cantar a Ti, meu Deus, por toda a eternidade. Sim, de agora em diante, minha
intenção é repetir estas palavras tantas vezes como os momentos se sucedem desde
aquela maldita hora em que te ofendi pela primeira vez.
Qual tem sido a
minha gratidão para com Deus pela bondosa misericórdia que Ele me tem mostrado?
Ele me livrou do inferno. Oh! Imenso amor! Oh! Infinita bondade! Depois de um
benefício tão grande, não deveria eu lhe dar todo o meu coração e amá-lo com o
amor do mais inflamado serafim? Não deveria eu dirigir todas as minhas ações até
Ele e, em cada coisa, buscar somente contentar a vontade divina, aceitando
todas as contradições com alegria, de maneira que possa lhe devolver o meu
amor?
Poderia fazer
alguma coisa menor do que isso depois de uma bondade tão grande! Oh! Ingratidão,
merecedora de outro inferno! Deixar-te-ei de lado, Deus meu! Resistirei à tua
misericórdia, cometendo novos pecados e ofensas. Sei que tenho feito o mal, ó
meu Deus, e me arrependo de todo o meu coração. Ah! Se pudesse derramar um mar
de lágrimas por tão ofensiva ingratidão! Ó Jesus, tem misericórdia de mim,
visto que agora decidi melhor: sofrer mil mortes do que ofender-te novamente" (fim da narrativa do Santo).
Temos assim mais
uma visão de santo da nossa Igreja, que certamente teve da parte de Deus a
graça da visão do inferno, para poder relatá-la com tanta clareza. Os maus
dirão que o inferno não existe e se existe é crueldade de Deus. Alguns se irão
assustar com o tamanho da pena, mas ela é conforme a justiça.
Se o infinito
prazer do Céu está reservado aos justos e aos convertidos, devemos saber que
para equilíbrio é preciso que exista a Justiça infinita destinada aos rebeldes.
Devemos dizer, com
toda certeza, que ganhar o inferno como castigo eterno, é fruto de um ato
consciente de rebeldia contra Deus, uma rebeldia teimosa e obstinada no mal, algo
que repugna até pensar, que uma simples criatura humana possa se auto impregnar
de tanta teimosia. Não é verdade que alguém possa cair no inferno por culpa de
satanás: a perda se dá por exclusiva culpa da alma! Ela se perde por causa da
liberdade que tem, e fazendo mau uso dela vive a fornicar com a serpente.
Enfim, não se
assuste: o inferno é para os maus! Dificilmente algum deles irá ler este texto,
porque acha a existência do inferno uma bobagem da Igreja e uma invenção dos padres.
Mas que isso sirva para você, que leu todo este texto, rezar por aqueles que jogam
junto com a serpente, para que não sigam até o dia do julgamento teimando nesta
obstinação. Se você tem um destes em sua família, reze por ele. E Deus nunca o abandonará!
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